CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 9 de Dezembro de 2008 (OR. en) 14288/2/08 REV 2 ADD 1. Dossier interinstitucional: 2005/0236 (COD)

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Transcrição:

CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA Bruxelas, 9 de Dezembro de 2008 (OR. en) Dossier interinstitucional: 2005/0236 (COD) 14288/2/08 REV 2 ADD 1 MAR 175 ENV 687 CODEC 1331 NOTA JUSTIFICATIVA DO CONSELHO Assunto: Posição comum adoptada pelo Conselho em 9 de Dezembro de 2008 tendo em vista a aprovação da directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao cumprimento das obrigações do Estado de bandeira NOTA JUSTIFICATIVA DO CONSELHO 14288/2/08 REV 2 ADD 1 JCR/rf 1

I. Introdução A Comissão apresentou a proposta de directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao cumprimento dos deveres do Estado de bandeira em 24 de Fevereiro de 2006 1 no âmbito do conjunto de propostas do Terceiro Pacote para a Segurança Marítima. Em 29 de Março de 2007, o Parlamento Europeu aprovou o seu parecer em primeira leitura 2. Em 9 de Outubro de 2008, o Conselho alcançou acordo político sobre o projecto de directiva. Na sequência da respectiva revisão juridico-linguística, o Conselho aprovou a sua posição comum em 9 de Dezembro de 2008 nos termos do artigo 251.º do Tratado. Nos seus trabalhos, o Conselho tomou em consideração os pareceres do Comité Económico e Social 3 e do Comité das Regiões 4. 1 2 3 4 Doc. 6843/06. Doc. 7805/07 CODEC 277 MAR 20 ENV 171 (ainda não publicado no Jornal Oficial). CESE 1177/2006 de 13.9.2006 (JO C 318 de 23.12.2006, pp. 195-201). CdR 43/2006 de 15.6.2006 (JO C 229 de 22.9.2006, p. 38). 14288/2/08 REV 2 ADD 1 JCR/rf 2

II. Análise da Posição Comum Na generalidade A proposta de directiva relativa ao cumprimento dos deveres do Estado de bandeira é parte integrante do Terceiro Pacote para a Segurança Marítima apresentado pela Comissão no final de 2005. O objectivo principal dessa proposta é assegurar que os Estados-Membros cumpram efectivamente as suas obrigações enquanto Estados de bandeira antes e depois de atribuírem o pavilhão nacional, a fim de aumentar a segurança marítima e prevenir a poluição resultante dos navios. Embora o Conselho concorde com a Comissão no que diz respeito ao objectivo da proposta, o Conselho introduz na sua abordagem adaptações significativas da proposta inicial. Algumas das disposições propostas não foram consideradas aceitáveis pelo Conselho porque duplicaram legislação comunitária em vigor bem como disposições constantes de outras propostas do Terceiro Pacote para a Segurança Marítima. As disposições propostas que tornavam obrigatória a ratificação das Convenções da OMI não eram susceptíveis de ser aceites pelos Estados-Membros, nomeadamente por motivos de ordem constitucional. Por conseguinte, a posição comum do Conselho centra-se em particular sobre a obrigatoriedade de os Estados-Membros submeterem a sua administração marítima ao processo de auditoria da OMI. Além disso, os Estados-Membros garantirão a certificação de qualidade dos seus processos administrativos em conformidade com as normas ISO ou com normas internacionais equivalentes. Além disso, a posição comum estabelece obrigações a cumprir pelos Estados-Membros antes de autorizarem um navio a exercer a sua actividade sob os seus pavilhões e em caso de detenção de um navio que arvore o pavilhão de um Estado-Membro por um Estado do porto. Por força desta abordagem, a posição comum altera em grande medida a proposta inicial da Comissão, mediante a reformulação legal da redacção e a supressão de várias partes do texto. Ipso facto, todas as modificações introduzidas no parecer em primeira leitura do Parlamento Europeu relacionadas com essas passagens suprimidas não foram aceites pelo Conselho. 14288/2/08 REV 2 ADD 1 JCR/rf 3

Paralelamente à posição comum, uma declaração dos representantes dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia 5 confirma o empenho destes últimos em envidarem todos os esforços para garantir uma aplicação rápida e eficaz das convenções internacionais em matéria de segurança marítima, das regras da OMI relativas às obrigações do Estado de bandeira e da auditoria da OMI. Questões políticas fundamentais i) Processo de auditoria do Estado de Bandeira O Conselho segue a proposta da Comissão de introduzir uma auditoria independente da administração marítima dos Estados-Membros. Considera, todavia, que se deverá evitar a criação no âmbito da Comunidade de um sistema de auditorias paralelo ao sistema estabelecido a nível internacional através do Sistema de Auditoria Voluntária dos Estados Membros da OMI. Tendo em vista harmonizar os processos de auditoria e assegurar condições de concorrência equitativas, a posição comum estipula pois a obrigatoriedade de solicitar uma auditoria da OMI à administração e de publicar os resultados dessa auditoria. O período estabelecido para a renovação da auditoria é de sete anos, tendo em conta os recursos disponíveis a nível da OMI. Além disso, a posição comum garante que, quando o Sistema de Auditorias da OMI for obrigatório, a disposição pertinente da directiva caduca, automaticamente oito anos após a entrada em vigor da directiva, ou mais cedo, se necessário, por decisão da Comissão em conformidade com as regras de comitologia (procedimento de regulamentação). 5 Doc. 15859/08 ADD 1. 14288/2/08 REV 2 ADD 1 JCR/rf 4

ii) Sistema de gestão da qualidade O Conselho apoia a proposta da Comissão no sentido de garantir que as administrações marítimas dos Estados-Membros cumpram os critérios de qualidade relacionados com o desempenho das suas funções. Todavia, na sua posição comum, o Conselho tem em consideração a situação específica dos diversos serviços em causa e deixa ao critério dos Estados-Membros a determinação de normas internacionais aplicáveis à certificação dos diversos sectores da sua administração. Além disso, atendendo ao objectivo de reforçar o desempenho dos Estados-Membros enquanto Estados de bandeira, o Conselho determina que os Estados-Membros que estão registados na lista negra ou, desde há dois anos consecutivos, na lista cinzenta dos Estados de bandeira, estabelecidas pelo MA de Paris, informem obrigatoriamente a Comissão do seu desempenho. Graças a essa informação, serão identificados os motivos principais da não observância, pelo Estado-Membro em questão, das suas obrigações de Estado de bandeira. iii) Outras obrigações do Estado de bandeira Para além das duas questões principais acima referidas, o Conselho prosseguiu a simplificação da proposta da Comissão relativa a medidas a tomar antes de atribuir o direito de arvorar o pavilhão de um Estado-Membro e em caso de detenção, pelo Estado do porto, de um navio que arvore o pavilhão de um Estado-Membro. A este respeito, o Conselho considera apropriado que os Estados-Membros determinem, no âmbito de uma directiva, as medidas que têm de ser tomadas para garantir que o navio em questão cumpre ou é forçado a cumprir as regras e normas internacionais aplicáveis. 14288/2/08 REV 2 ADD 1 JCR/rf 5

III. Conclusão É convicção do Conselho que a sua posição comum é um instrumento capaz de assegurar a elevada qualidade da forma como os Estados-Membros desempenham as funções que lhes são cometidas enquanto estados de bandeira. O Conselho regista os contactos já havidos com o Parlamento Europeu sobre a presente proposta no âmbito das negociações sobre outras propostas do Terceiro Pacote para a Segurança Marítima, e espera que se chegue rapidamente a um acordo sobre o texto, que permita a aprovação da directiva. 14288/2/08 REV 2 ADD 1 JCR/rf 6