RESUMO TEÓRICO CONVERSORES DIGITAL/ANALÓGICO

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RESUMO TEÓRICO CONERSORES DIGITAL/ANALÓGICO Baseado na apostila Conversor Digital/Analógico da disciplina PCS 2498 LABORATÓRIO DE PROCESSADORES II Autores: Andréa Massamyi Matsunaga e Maurício Ossamu Tsugawa Revisão: Prof. Dr. André Riyuiti Hirakawa e Prof. Carlos Eduardo Cugnasca er. 3.1 2005 1. CONERSORES DIGITAL/ANALÓGICO Os fenômenos do mundo real normalmente são analógicos. Em contradição, a tecnologia de processamento digital está cada vez mais presente no nosso dia a dia. Assim, são necessárias interfaces que convertem informações analógicas do mundo real para dados digitais que são processados, e em seguida convertidas para forma analógica. Um dos exemplos mais comuns nos dias de hoje são os aparelhos que tocam discos CD, convertendo informações digitais a música codificada digitalmente para a forma analógica o som gerado em alto-falantes. Muitos dos componentes e equipamentos não entendem sinais digitais, necessitando-os na na forma analógica. Em geral, processos de conversão de sinais elétricos para grandezas físicas exigem saídas analógicas. Um bom exemplo é o alto-falante. Para poder reproduzir um sinal de áudio, o alto-falante precisa ser excitado através de um sinal analógico. É necessário então a transformação das cadeias de bits gerada nas saídas dos sistemas digitais em sinais analógicos. Esta é a função dos conversores Digital-Analógicos, ou simplesmente DACs. 1.1 Técnicas de Conversão D/A árias são as formas que podem ser utilizadas na conversão D/A. Neste texto serão abordadas as principais técnicas, podendo-se obter mais detalhes na literatura especializada. [3][4][5]. A seguir será detalhada a rede R-2R, que serve como base para a maioria dos processos de conversão D/A. Conversor D/A baseado em rede resistiva com pesos binários: Esta técnica baseia-se em um amplificador-somador, representado na figura abaixo, onde se consegue a conversão, controlando-se o ganho em cada entrada.

Laboratório de Processadores II 2 Figura 01: Rede resistiva com pesos binários. Como desvantagem desse circuito tem-se a necessidade de uma grande gama de valores de resistores de precisão, tornando difícil a sua implementação de um circuito integrado. Rede Resistiva R-2R: Diferente da técnica anterior, esta rede resistiva utiliza apenas 2 valores resistivos: R e 2R. Há uma grande quantidade de técnicas que utilizam esta rede resistiva como base. ela será detalhada posteriormente, no item 2.2. Rede NR: Seja uma rede de N resistores em série, onde N corresponde ao número de divisões discretas dada pelo código digital, ou seja, trata-se de um grande divisor resistivo de tensão. Para um conversor de 4 bits necessita-se de uma rede 16R, ou seja, 16 resistores iguais em série. Para 8 bits, há a necessidade de uma rede 256R. O divisor resistivo conectado a um conjunto de chaves, controlado por um grande decodificador, é a base deste conversor. Figura 02: Rede NR.

Laboratório de Processadores II 3 Rede de Capacitores com Pesos Binários: Ao invés de se utilizar resistores com pesos binários, esta técnica utiliza capacitores com pesos binários. Ela favorece o processo de integração CMOS, sendo mais fácil obter capacitâncias de precisão do que resistências de precisão. Integrador: Como o nome sugere, este conversor é baseado em um circuito integrador. O princípio é simples. Através de um contador decrescente controla-se o tempo de carga do capacitor integrador. No início da conversão carrega-se o contador com o valor binário desejado, e descarrega-se o capacitor integrador. Permite-se então, uma carga linear, através de uma fonte de corrente, durante a contagem decrescente. Quando a contagem atinge o valor zero, corta-se a carga do capacitor integrador. Figura 03: Integrador. Pulse Width Modulation (PMW) O conversor baseia-se na geração de um trem de pulsos com largura variável (Pulse Width Modulation) conforme a entrada digital. Passa-se o trem de pulsos por um filtro passa-baixas, de tal forma a passar apenas a componente contínua, e obtém-se a conversão para sinal analógico, conforme apresenta a figura abaixo. Figura 04: Filtro Passa-baixa.

Laboratório de Processadores II 4 Em um sistema microprocessado, é o método mais econômico de se efetuar a conversão D/A, bastando o programa gerar um trem de pulsos em uma saída digital. Uma desvantagem desta técnica é a baixa velocidade de conversão. Oversampling Delta-sigma ( -Σ): A grande vantagem desta técnica é a obtenção de conversores bastante precisos sem a necessidade da utilização circuitos analógicos de precisão. Ela não será abordada em detalhes por envolver teorias de processamento sinais. O princípio envolvido é um processamento digital complexo, que utiliza certas características do sistema PWM (utiliza um conversor D/A de 1 bit), além de um processamento digital. Como resultado tem-se um conversor D/A bastante veloz e preciso. Ela é muito utilizado em equipamentos digitais de áudio. 1.2 A Rede R-2R A seguir será analisado em detalhes como se processa a conversão D/A com uma rede resistiva R-2R, para um conversor de 4 bits: Figura 05: Rede R-2R para 4 bits. Nas Figura 05, tem-se que D3 é o bit mais significativo, o nível lógico 1 corresponde a olts, e que o nível lógico 0 corresponde a 0 olts. Supondo-se que na entrada digital tenha-se D[3..0]=1000, o circuito elétrico equivalente é: Figura 06: Análise para entrada 1000.

Laboratório de Processadores II 5 A resistência equivalente entre o nó A e o terra é R. Portanto, R saída = = 3 R 3 Figura 07: O circuito equivalente para entrada 1000. Para D[3..0] = 0100: Figura 08: Análise para entrada 0100. A tensão de saída pode ser calculada considerando-se que o no nó A se tem 3. 1 saída = = 3 2 6 Para D[3..0] = 0010: Figura 09: Análise para entrada 0010. A 3 B 6 saída = 12 Para D[3..0] = 0001:

Laboratório de Processadores II 6 Figura 10: Análise para entrada 0001. A 3 B 6 C 12 saída = 24 Para os valores restantes de entrada digital, a saída pode ser facilmente calculada considerando o teorema da superposição. D3 D2 D1 D0 Código Hex. Saída 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 /24 0 0 1 0 2 2/24 0 0 1 1 3 3/24 0 1 0 0 4 4/24 0 1 0 1 5 5/24 0 1 1 0 6 6/24 0 1 1 1 7 7/24 1 0 0 0 8 8/24 1 0 0 1 9 9/24 1 0 1 0 A 10/24 1 0 1 1 B 11/24 1 1 0 0 C 12/24 1 1 0 1 D 13/24 1 1 1 0 E 14/24 1 1 1 1 F 15/24 Observa-se a variação de de um nível para outro, enquanto para um convesor D/A de 4 24 bits esperava-se 16. Esta diferença pode ser recuperada através de um amplificador de ganho 24 3 =. 16 2 Para que o circuito funcione convenientemente, é importante que o nível lógico 1 tenha sempre o mesmo valor. Em sistemas digitais, isto nem sempre é válido, uma vez que circuitos TTL reconhecem como nível 1 uma faixa de tensão entre de cerca de 2 a 5. Em circuitos integrados comerciais são utilizadas chaves analógicas, de tal forma que o nível lógico colocado em cada elemento da rede R-2R seja sempre preciso, ou seja, 0 volts ou cc.

Laboratório de Processadores II 7 Um circuito de controle efetua a comutação da chave analógica, permitindo a seleção dos níveis cc e terra. Figura 11: Comutador cc-terra. 2. BIBLIOGRAFIA [1] NATIONAL Linear Databook 2 National Semiconductor Corporation, 1988, rev1. [2] NATIONAL Home Page http://www.national.com [3] JAMES W. STEWART The 8051 Microcontroller Prentice Hall, 1993. [4] TOCCI WIDMER Digital Systems Principles and Applications Prentice Hall, 7ª ed., 1998. [5] HOROWITZ e HILL The art of Electronics Cambridge University Press, 2ª ed., 1998. [6] PHILIPS 80C51-Based 8-bit Microcontrollers Philips Semiconductors Data Handbook,1995. [7] PHILIPS Application Notes and Development Tools for 80C51 Microcontrollers Philips Semiconductors Data Handbook,1995. [8] INTEL. Embedded Microcontrollers Intel Datasheet 1995. [9] INTEL. Embedded Applications Intel Datasheet.2 1995/1996. [10] Andréa M. Matsunaga e Maurício 0. Tsugawa Projeto de Formatura Sistema de Pesagem Dinâmica. PCS-588 1997. [11] Intel Home Page ApBUILDER http://developer.intel.com/design/builder/apbldr/