ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO- FINANCEIRA DOS SERVIÇOS DA CAERD COMPANHIA DE ÁGUAS E ESGOTOS DE RONDÔNIA

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Transcrição:

ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO- FINANCEIRA DOS SERVIÇOS DA CAERD COMPANHIA DE ÁGUAS E ESGOTOS DE RONDÔNIA CONTRATO: 060/09 CAERD 1 ORDEM DE SERVIÇO CT N 089CDJU/09 DE 9 DEZ 2009 São Paulo Apresentação: 11 de maio de 2010, Porto Velho - RO Revisado e Atualizado: 5 de julho de 2010

NOTA A Pezco Pesquisa e Consultoria Ltda (CNPJ 04.941.998/0001-80) foi contratada para realizar este estudo de forma autônoma e independente (contrato: 060/09 Caerd). Portanto, o seu conteúdo não reflete, necessariamente, a visão do contratante. Este estudo foi contratado por: www.caerd-ro.com.br

ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DOS SERVIÇOS DA CAERD COMPANHIA DE ÁGUAS E ESGOTOS DE RONDÔNIA CONTEÚDO Introdução... 4 1. Análise do Entorno... 5 1.1 Caracterização Geral dos Municípios... 9 1.2 Análise Geral dos Municípios... 12 1.2.1 Ji-Paraná...12 1.2.2 Ariquemes...13 1.2.3 Jarú...14 1.2.4 Rolim de Moura...16 1.2.5 Pimenta Bueno...17 1.2.6 Colorado do Oeste...18 1.2.7 Ouro Preto do Oeste...19 1.2.8 Presidente Médici...20 1.2.9 Espigão D Oeste...21 1.2.10 Guajará Mirim...22 1.3 Verticalização, Adensamento e Usos de Veraneio... 23 1.4 CAERD... 26 2. Metodologia do Estudo de Viabilidade... 27 2.1 O Método do VPL... 27 2.2 Premissas gerais do modelo... 28 2.3 Premissas Demográficas... 31 2.3.1 Projeção de ligações não residenciais...33 2.4 Premissas Macroeconômicas... 35 2.5 Premissas de Tributação... 37 2.6 Premissas depreciação... 38 2.7 Premissas Investimentos... 38 2.8 - CENÁRIO 4... 39 3. Análise de Viabilidade dos Municípios... 39 3.1 Ji-Paraná...40 3.2 Ariquemes...40 3.3 Jarú...41 3.4 Rolim de Moura...42 3.5 Pimenta Bueno...43 3.6 Colorado do Oeste...43 3.7 Ouro Preto do Oeste...44 3.8 Presidente Médici...45 3.9 Espigão D Oeste...45 3.10 Guajará Mirim...46 4. Análise de Viabilidade da CAERD... 46 Referências bibliográficas... 46

Estudo de Viabilidade Econômico Financeira dos Serviços da CAERD Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia Introdução Este estudo tem como objetivo analisar a viabilidade econômica dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário através de concessões à CAERD, no contexto da Lei de Saneamento, das políticas públicas do setor de saneamento e considerando aspectos de gestão compartilhada praticados pela empresa desde o ano 2000. O Estudo de Viabilidade ora apresentado serve como importante instrumento gerencial para a Companhia, do ponto de vista do conhecimento dos seus próprios fluxos econômicos e financeiros, em perspectiva temporal de longo prazo. Note-se que as operações em saneamento são, por sua natureza, de longo prazo. Ademais, o Estudo de Viabilidade Caerd será um instrumento fundamental do balizamento dos termos de negociação dos novos contratos de concessão com os Municípios já operados pela Companhia. A partir da realização do Estudo de Viabilidade Caerd, tanto a Companhia quanto os Municípios terão elementos seguros para negociar, em bases mais técnicas e informadas, as bases dos novos contratos. O Estudo de Viabilidade não deve entrar no mérito do aspecto físico dos sistemas, mas sim tomar por base as informações da própria companhia, dados contidos em trabalhos de consultoria já contratados pela CAERD, trabalhos realizados pelos municípios, infromações da consultoria realizada através do PMSS com financiamento do Banco Mundial, pelo contrato para Serviços de Consultoria Nº 05/47-2189 firmado entre o PNUD e a COBRAPE (Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos), no ano de 2006 1. 1 Estudos Técnicos para Planejamento dos Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário no Estado de Rondônia, disponível em: www.pmss.gov.br 4

1. Análise do Entorno Historicamente, o Estado de Rondônia revela sua importância como ponto geográfico estratégico de tráfego comercial intermodal. O fluxo de mercadorias como borracha, cassiterita e ouro pelo rio Madeira e, principalmente, a instalação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), fizeram com que houvesse um aumento e desenvolvimento da concentração urbana. O ponto inicial da EFMM, em 1914, tornou-se município de Porto Velho (hoje a capital) que pertencia ao Estado de Mato Grosso. Cronologicamente, em 1943, uniu-se ao município de Guajará-Mirim, constituindo o Território de Guaporé. Esse território federal passou a Estado em janeiro de 1982, com a denominação atual de Rondônia. Essa aglomeração urbana trouxe melhorias sociais, como a implementação de obras de abastecimento de água pela EFMM dos três primeiros reservatórios de água de Porto Velho, iniciados em 1910 e denominados de Três Marias. Após a criação do Território Guaporé, em 1924, foi fundada a SAALFT Serviço de Abastecimento de Água, Luz e Força do Território, com estação de rede de água e luz. Em março de 1969, através da Lei N. 490, cria-se a empresa de economia mista, a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia CAERD, para o planejamento, organização, coordenação e controle da exploração, operação e comercialização do saneamento básico do Estado de Rondônia. A Lei de criação da CAERD foi modificada pela Lei N. 01 de 31/12/1981, sendo esta empresa vinculada a Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico Social (Lei Complementar N. 224 de 04/01/2000). Em agosto do ano 2000, inicia-se um processo de gestão compartilhada. É notável que a empresa vem passando por reestruturações organizacionais, onde foram desencadeadas várias ações de gerenciamento, desenvolvimento e planejamento estratégico. Tanto o Estado de Rondônia quanto a Companhia vêm promovendo esforços para a adequação às diretrizes da Lei Nacional de Diretrizes do Saneamento (Lei 11.445/2007). Atualmente, a Lei de Saneamento estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e dá outras providências. Note-se que o setor de saneamento é marcado por falhas de mercado, como: 5

configuração de monopólio natural, onde um forte poder de mercado pode determinar decisões sub-ótimas de produção pelos produtores e influenciando preços a seu favor, sendo os ganhos de bem-estar pelo produtor inferiores as perdas de bem-estar dos consumidores. A presença de custos fixos altos e investimentos específicos são responsáveis por essa configuração, onde um único produtor pode resultar maior eficiência produtiva, se controladas as distorções alocativas resultantes. Em um monopólio natural a função custo é subaditivada, ou seja, o custo de produzir a quantidade q por uma única empresa apresenta-se inferior ao custo de produzir a mesma quantidade com duas ou mais empresas; especificidade de ativos, a necessidade do elevado volume de investimentos faz com que ocorra uma inibição de agentes investidores, tanto de operadores públicos quanto privados. Utiliza-se, em alguns casos, uma competição pela franquia do serviço e, principalmente, a regulação, como forma de corrigir ineficiências alocativas que, presença da sub-aditividade de custos, geram ineficiências importantes; a presença de externalidades, em que ações de um indivíduo ou firma impactam a função de utilidade ou de produção de outros indivíduos ou firmas. O saneamento apresenta impactos além do simples abastecimento, pois impacta também no setor de saúde pública, instrumento de redução de pobreza justificando a importância dos subsídios; a não excludabilidade, em que os bens possuem a característica de exclusão do seu acesso ser impossível ou tão cara que permite uma super-utilização, muito acima do nível ótimo e a não rivalidade, em que bens consumidos por um indivíduo não excluem a sua utilização por outros; a informação assimétrica, o desconhecimento de informações entre agentes em uma transação gerando resultados diferentes do esperado. Produtores e consumidores não conseguem obter todas as informações técnicas de como o serviço está em ambas as pontas; e os mercados incompletos, que apresenta inúmeras incertezas em avaliações de longo prazo associadas a vários riscos econômicos, o que é particularmente relevante no caso de um estudo de viabilidade como o que ora a CAERD pretende implementar. 6

Assim, no cenário nacional, coloca-se um desafio para a normatização dos serviços de água e esgoto, focando em metas e diretrizes federais para universalização a preços módicos e sendo a eficiência o seu princípio fundamental, em um contexto de regulação como um dos mecanismos disponíveis para restaurar as ineficiências geradas pelas falhas de mercado. Com informações públicas do IBGE, verifica-se que o Estado de Rondônia é composto por 52 municípios, em uma área de 237.576,167 km 2 e concentra cerca de 1,4 milhões de habitantes. Desses municípios, 40 tem serviços de abastecimento e esgotamento sanitário prestados pela CAERD. De acordo com o Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento SNIS, os sistemas rondonienses que responderam ao questionário do ministério das cidades, foram 46, dos quais 40 têm serviços prestados pela CAERD, verificando-se para o ano base de 2008, a população atendida com abastecimento de água em: 5 municípios superior a 30.000 habitantes 9 municípios entre 10.000 e 30.000 habitantes 26 municípios entre 698 e 10.000 habitantes O quadro a seguir mostra o total de habitantes atendidos dos municípios que tem os serviços de prestação de água e esgotamento sanitário pela CAERD, destacando-se Porto Velho, que apresenta a maior população atendida de água do Estado de Rondônia. Quadro População atendida: água e esgotamento sanitário Município AG001 - População total atendida [habitante] ÁGUA AG013 - Economias residenciais ativas [economia] ESGOTAMENTO ES001 - População total atendida [habitante] ES008 - Economias residenciais ativas [economia] 1 Ariquemes 54.377 8.008 2 Cabixi 2.554 327 3 Cerejeiras 13.283 1.872 4 Colorado do Oeste 12.100 3.427 5 Corumbiara 1.999 244 6 Costa Marques 6.875 514 7 Espigão D'Oeste 11.987 2.041 8 Guajará-Mirim 31.109 4.172 4.406 468 9 Jaru 18.736 3.576 10 Ji-Paraná 82.358 13.491 7

11 Machadinho D'Oeste 15.330 2.357 12 Nova Brasilândia D'Oeste 7.846 1.529 13 Ouro Preto do Oeste 25.680 4.904 14 Pimenta Bueno 27.975 6.862 15 Porto Velho 231.260 31.156 7.883 1.395 16 Presidente Médici 11.327 2.283 17 Rio Crespo 944 120 18 Rolim de Moura 36.876 6.484 19 Santa Luzia D'Oeste 3.801 522 20 São Miguel do Guaporé 3.238 529 21 Nova Mamoré 4.301 360 22 Alto Paraíso 1.844 209 23 Novo Horizonte do Oeste 1.409 342 24 Cacaulândia 1.583 166 25 Candeias do Jamari 9.791 2.078 26 Castanheiras 855 143 27 Cujubim 3.877 380 28 Ministro Andreazza 3.101 472 29 Mirante da Serra 4.011 446 30 Monte Negro 5.828 877 31 Nova União 1.397 151 32 Parecis 1.623 176 33 Pimenteiras do Oeste 1.340 322 34 São Felipe D'Oeste 1.479 234 35 Seringueiras 3.874 333 36 Teixeirópolis 890 98 37 Theobroma 1.214 202 38 Urupá 4.781 607 39 Vale do Anari 2.201 334 40 Vale do Paraíso 1.688 168 Fonte: SNIS, 2008 Um primeiro grande estudo realizado aconteceu através do PMSS financiado pelo Banco Mundial, pelo contrato para Serviços de Consultoria Nº 05/47-2189 firmado entre o PNUD e a COBRAPE (Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos), no ano de 2006 2. O estudo realizado pela Cobrape apresentou um diagnóstico com um cenário onde a população cresce de forma constante. Neste estudo, propusemos uma avaliação alternativa, considerando: a) uma grande obra de uma usina hidrelétrica no rio Madeira pode fazer com que haja um aumento populacional, afetando a demanda de serviços de saneamento básico. 2 COBRAPE. Estudos Técnicos para Planejamento dos Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário no Estado de Rondônia. Ministério das Cidades, Brasília, mai 2007. disponível em: www.pmss.gov.br 8

b) suposição de uma taxa de crescimento constante no longo prazo, não é realista. Há uma tendência demográfica mais geral que afeta a população brasileira e para a qual a realidade de Rondônia tende a convergir no espaço de algumas décadas. O estudo realizado pela Cobrape apresentou informações ricas, pois permitiu que informações e dados fossem utilizados para o presente estudo financeiro. Neste estudo destaca-se o relatório demonstrativo de resultados, com exercícios que consideram investimentos e esforços de universalização para todos os municípios que recebem a prestação de serviços da CAERD. Este exercício considera projeções populacionais constantes conforme o IBGE e ainda contempla a captação de recursos onerosos e não onerosos através da primeira versão do Programa de Aceleração de Crescimento PAC (doravante, PAC I). 1.1 Caracterização Geral dos Municípios Para uma visão geral dos municípios, foi desenvolvido um conjunto de diagramas de dispersão (scatter plots) relacionando três variáveis relevantes dos municípios do estado de Rondônia: participação de cada setor de atividade econômica (considerados três setores: agropecuária, indústria e serviços); PIB per capita em reais de 2007; e população. Em primeiro lugar, apresenta-se o diagrama de dispersão que relaciona o peso do setor agropecuário do município com o seu PIB per capita. Neste diagrama, a dimensão da esfera representa o tamanho da população do município. A reta de regressão sugere que o maior peso do setor agropecuário corresponde a PIB per capita mais elevado. Porém, há muitos municípios com participação relativamente alta do setor agropecuária com PIB per capita relativamente baixo, o que indica possivelmente a presença de atividades agropecuárias de baixo dinamismo econômico. Gráfico Diagrama de Dispersão, agropecuária x valor adicionado 9

20.000 19.000 PIB per capita, reais (2007) Pimenteiras do Oeste 18.000 17.000 16.000 15.000 Chupinguaia 14.000 Vilhena 13.000 12.000 11.000 Ariquemes 10.000 Cacoal Jaru Ji-Paraná Porto Velho Rolim Moura 9.000 8.000 7.000 6.000 Costa Marques Participaçãoda agropecuária no valor adicionado do município, % 5.000 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 Fonte: elaboração Pezco O diagrama a seguir apresenta a dispersão entre o peso do setor industrial e o PIB per capita, sendo que a dimensão da esfera representa o tamanho da população do município. A presença da indústria está levemente relacionada a PIB per capita mais alto. No caso da indústria, a produção de energia hidrelétrica tende a aumentar o peso deste setor em Porto Velho, e em outras cidades que aproveitem potencial semelhante. Atualmente, por exemplo, Candeias do Jamari apresenta participação elevada neste segmento devido à presença de uma usina hidrelétrica (Usina de Samuel). Gráfico Diagrama de Dispersão, indústria x valor adicionado 10

20.000 19.000 18.000 Pimenteiras do Oeste PIB per capita, reais (2007) 17.000 16.000 15.000 Chupinguaia 14.000 Vilhena 13.000 12.000 Porto Velho 11.000 10.000 Cacoal Ji-Paraná Ariquemes Jaru Rolim Moura Candeias do Jamari 9.000 8.000 7.000 6.000 Costa Marques Participaçãoda indústria no valor adicionado do município, % 5.000 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 Fonte: elaboração Pezco O diagrama abaixo mostra a dispersão entre o peso do setor de serviços e o PIB per capita, sendo que a dimensão da esfera representa o tamanho da população do município. A presença dos serviços está relacionada ao PIB per capita mais baixo, com mais força que nos outros setores, sendo que a maior participação dos serviços naturalmente se concentra nos maiores municípios. Gráfico Diagrama de Dispersão, serviços x valor adicionado 20.000 19.000 18.000 Pimenteiras do Oeste PIB per capita, reais (2007) 17.000 16.000 15.000 Chupinguaia 14.000 Vilhena 13.000 12.000 11.000 10.000 9.000 Jaru Rolim Moura Ariquemes Cacoal Ji-Paraná Porto Velho Guajará- Mirim 8.000 7.000 6.000 Costa Marques 5.000 Participaçãodos serviços no valor adicionado do município, % 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0 65,0 70,0 75,0 11

Fonte: elaboração Pezco 1.2 Análise Geral dos Municípios Esta seção apresenta algumas características úteis dos municípios do primeiro bloco. 1.2.1 Ji-Paraná Segundo SEPLAN (2009), a administração pública tem peso de 41,61% no valor adicionado do setor de serviços em Ji-Paraná, sendo assim o principal setor da economia. A atividade industrial de Ji-Paraná, segundo a SEPLAN (2009), está relacionada a granito para exportação; indústrias de minerais; rações e concentrados; alimentícias nos segmentos de frigoríficos, laticínios, beneficiamento e torrefação de café, beneficiamento de arroz; serrarias e madeireiras. A exportação da cidade, de US$ 10,9 milhões em 2009, é concentrada principalmente em carnes e em madeiras, incluindo também os granitos, com participação menor que dos outros segmentos. A cidade importou US$ 4,3 milhões em 2009, em produtos diversificados, originados principalmente da China (75%) e América do Norte (19,4%). Tabela Indicadores Selecionados Indicador Valor Observação População, 2009 111.010 habitantes Estimativa IBGE Área territorial, km2 6.897 km2 IBGE @cidades Desenvolvimento humano IDH 2000: 0,753 Renda: 0,707 Longevidade: 0,699 Educação: 0,853 Fonte: base PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano PIB per capita, 2007 R$ 10.412 Participação no PIB do estado de Rondônia 7,52% SEPLAN/Rondônia, PIB 12

(2006) dos Municípios Composição setorial da economia 7,3% agropecuária 18,3% indústria Economias por ligação (proxy de adensamento) Razão extensão de rede por economia Proporção de domicílios não ocupados/ocasionais Possíveis vetores dinâmicos identificados Fonte: diversas 61,5% serviços 1,10 economias por ligação 20,6 metros por economia 2,3% de não ocupados/ocasionais SNIS 2007 SNIS 2007 IBGE 1.2.2 Ariquemes Segundo a SEPLAN (2009) Suas atividades concentraram-se na indústria de transformação nos segmentos madeireiro, moveleiro e alimentício. É o município com a maior participação na indústria extrativa do estado (43,63%), possuindo o maior garimpo de cassiterita a céu aberto do mundo (registra-se no município a extração do estanho, chumbo, zinco e minérios de metais preciosos). Ariquemes exporta principalmente para a Ásia (56,36% do total exportado em 2009), seguido pela União Européia (19,16%). A exportação da cidade é concentrada em madeiras e minérios, em um montante total de US$ 19,3 milhões em 2009. Em sua atividade industrial, importa aproximadamente US$ 1,8 milhões em 2009 em policloreto de vinila em forma primária. No caso do setor agropecuário, Ariquemes tem representação de 65,35% pecuária de bovinos e 21% de lavouras permanentes (cultivo de cacau e café) (SEPLAN, 2009). Tabela Indicadores Selecionados 13

Indicador Valor Observação População, 2009 85.541 habitantes Estimativa IBGE Área territorial, km2 4.427 km2 IBGE @cidades Desenvolvimento humano IDH 2000: 0,752 Renda: 0,706 Longevidade: 0,710 Educação: 0,841 Fonte: base PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano PIB per capita, 2007 R$ 10.529, Participação no PIB do estado de Rondônia (2006) Composição setorial da economia 5,60% SEPLAN/Rondônia, PIB dos Municípios 10,7% agropecuária 20,6% indústria Economias por ligação (proxy de adensamento) Razão extensão de rede por economia Proporção de domicílios não ocupados/ocasionais Possíveis vetores dinâmicos identificados Fonte: diversas 56,9% serviços 1,11 economias por ligação 19,6 metros por economia 3,7% de não ocupados/ocasionais SNIS 2007 SNIS 2007 IBGE 1.2.3 Jarú De acordo com a SEPLAN (2009), Jaru vem se destacando na pecuária (82% de participação na agropecuária) na criação de bovinos e com grande representatividade na produção do leite. Jaru exporta carnes congeladas para a 14

África (43,5%), Europa (38,4%) e Ásia (16,74%), em um montante anual de US$ 50,6 milhões, além de apresentar uma pequena exportação de produtos relacionados à madeira. A cidade não apresentou importação. Tabela Indicadores Selecionados Indicador Valor Observação População, 2009 53.943 habitantes Estimativa IBGE Área territorial, km2 2.944 km2 IBGE @cidades Desenvolvimento humano IDH 2000: 0,729 Renda: 0,656 Longevidade: 0,725 Educação: 0,807 Fonte: base PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano PIB per capita, 2007 R$ 11.143, Participação no PIB do estado de Rondônia (2006) Composição setorial da economia 3,89% SEPLAN/Rondônia, PIB dos Municípios 18,8% agropecuária 25,8% indústria Economias por ligação (proxy de adensamento) Razão extensão de rede por economia Proporção de domicílios não ocupados/ocasionais Possíveis vetores dinâmicos identificados Fonte: diversas 47,1% serviços 1,11 economias por ligação 18,6 metros por economia 1,4% de não ocupados/ocasionais SNIS 2007 SNIS 2007 IBGE 15

1.2.4 Rolim de Moura Em 2009, Rolim de Moura teve mais da metade de sua exportação, de US$ 3,7 milhões, direcionada à Venezuela (52,41%), 32,36% foram destinados à Ásia e 6,87% à União Européia. A exportação da cidade é constituída por madeiras (mais de 80%) e o restante de carnes. A importação é pouco significativa. Tabela Indicadores Selecionados Indicador Valor Observação População, 2009 50.499 habitantes Estimativa IBGE Área territorial, km2 1.458 km2 IBGE @cidades Desenvolvimento humano IDH 2000: 0,753 Renda: 0,677 Longevidade: 0,742 Educação: 0,840 Fonte: base PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano PIB per capita, 2007 R$ 10.354, Participação no PIB do estado de Rondônia (2006) Composição setorial da economia 3,10% SEPLAN/Rondônia, PIB dos Municípios 10,8% agropecuária 28,1% indústria Economias por ligação (proxy de adensamento) Razão extensão de rede por economia Proporção de domicílios não ocupados/ocasionais 52,2% serviços 1,05 economias por ligação 25,93 metros por economia 1,0% de não ocupados/ocasionais SNIS 2007 SNIS 2007 IBGE Possíveis vetores 16

dinâmicos identificados Fonte: diversas 1.2.5 Pimenta Bueno Pimenta Bueno exporta basicamente para a Ásia, cerca de US$ 7,7 milhões por ano em 2009, quantia representada integralmente por carnes e produtos relacionados, sendo que em 2008 foram também exportadas madeiras em montante bem menor. A cidade tem importação diversificada em montante significativo, de US$ 9,5 milhões, com origem principalmente na Ásia. Tabela Indicadores Selecionados Indicador Valor Observação População, 2009 33.984 habitantes Estimativa IBGE Área territorial, km2 6.241 km2 IBGE @cidades Desenvolvimento humano IDH 2000: 0,754 Renda: 0,699 Longevidade: 0,704 Educação: 0,860 Fonte: base PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano PIB per capita, 2007 R$ 10.107, Participação no PIB do estado de Rondônia (2006) Composição setorial da economia 2,24% SEPLAN/Rondônia, PIB dos Municípios 13,3% agropecuária 16,3% indústria Economias por ligação (proxy de adensamento) Razão extensão de rede por economia 58,5% serviços 1,07 economias por ligação 19,3 metros por economia SNIS 2007 SNIS 2007 17

Proporção de domicílios não ocupados/ocasionais Possíveis vetores dinâmicos identificados Fonte: diversas 2,6% de não ocupados/ocasionais IBGE 1.2.6 Colorado do Oeste Colorado do Oeste exporta para Ásia (60%) e Europa (40%) um montante de US$ 5,5 milhões, basicamente em couros. Praticamente não apresentou importação em 2009, sendo que sua pequena importação está relacionada à indústria do couro. Tabela Indicadores Selecionados Indicador Valor Observação População, 2009 17.822 habitantes Estimativa IBGE Área territorial, km2 1.451 km2 IBGE @cidades Desenvolvimento humano IDH 2000: 0,739 Renda: 0,658 Longevidade: 0,721 Educação: 0,839 Fonte: base PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano PIB per capita, 2007 R$ 9.022, Composição setorial da economia 26,9% agropecuária 13,0% indústria 53,4% serviços Economias por ligação (proxy de adensamento) Não disponível SNIS 2007 Razão extensão de rede por economia 33,0 metros por economia SNIS 2007 18

Proporção de domicílios não ocupados/ocasionais Possíveis vetores dinâmicos identificados Fonte: diversas 3,1% de não ocupados/ocasionais IBGE 1.2.7 Ouro Preto do Oeste Ouro Preto do Oeste exportou US$ 1,3 milhões em 2009 para destinos diversificados, incluindo EUA (32,8%), e o restante para países de outros continentes, exclusivamente em madeiras. A cidade não registrou importação. Tabela Indicadores Selecionados Indicador Valor Observação População, 2009 36.725 habitantes Estimativa IBGE Área territorial, km2 1.970 km2 IBGE @cidades Desenvolvimento humano IDH 2000: 0,727 Renda: 0,690 Longevidade: 0,677 Educação: 0,814 Fonte: base PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano PIB per capita, 2007 R$ 9.273, Participação no PIB do estado de Rondônia (2006) Composição setorial da economia 2,33% SEPLAN/Rondônia, PIB dos Municípios 26,0% agropecuária 10,0% indústria Economias por ligação (proxy de adensamento) 56,4% serviços 1,06 economias por ligação SNIS 2007 19

Razão extensão de rede por economia Proporção de domicílios não ocupados/ocasionais Possíveis vetores dinâmicos identificados Fonte: diversas 18,9 metros por economia 1,5% de não ocupados/ocasionais SNIS 2007 IBGE 1.2.8 Presidente Médici Presidente Médici praticamente não registra movimento relevante de comércio exterior, exceto por algumas poucas operações pontuais. Tabela Indicadores Selecionados Indicador Valor Observação População, 2009 22.519 habitantes Estimativa IBGE Área territorial, km2 1.758 km2 IBGE @cidades Desenvolvimento humano IDH 2000: 0,707 Renda: 0,637 Longevidade: 0,677 Educação: 0,808 Fonte: base PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano PIB per capita, 2007 R$ 8.260, Participação no PIB do estado de Rondônia (2006) Composição setorial da economia 1,29% SEPLAN/Rondônia, PIB dos Municípios 33,9% agropecuária 6,7% indústria 53,5% serviços Economias por ligação 1,07 economias por SNIS 2007 20

(proxy de adensamento) Razão extensão de rede por economia Proporção de domicílios não ocupados/ocasionais Possíveis vetores dinâmicos identificados Fonte: diversas ligação 25,4 metros por economia 3,0% de não ocupados/ocasionais SNIS 2007 IBGE 1.2.9 Espigão D Oeste Espigão do Oeste exportou US$ 1,2 milhões em 2009, sendo 62,9% para a União Européia, 22,3% para a Ásia e 9,7% para os EUA. Esta exportação consistiu integralmente de produtos relacionados à madeira, principalmente o ipê. A cidade não registrou importações. Tabela Indicadores Selecionados Indicador Valor Observação População, 2009 28.892 habitantes Estimativa IBGE Área territorial, km2 4.518 km2 IBGE @cidades Desenvolvimento humano IDH 2000: 0,738 Renda: 0,669 Longevidade: 0,752 Educação: 0,792 Fonte: base PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano PIB per capita, 2007 R$ 9.104, Composição setorial da economia 27,0% agropecuária 11,8% indústria 53,3% serviços Participação no PIB do estado de Rondônia 1,61% SEPLAN/Rondônia, PIB 21

(2006) dos Municípios Economias por ligação (proxy de adensamento) Razão extensão de rede por economia Proporção de domicílios não ocupados/ocasionais Possíveis vetores dinâmicos identificados Fonte: diversas 1,02 economias por ligação 23,4 metros por economia 3,2% de não ocupados/ocasionais SNIS 2007 SNIS 2007 IBGE 1.2.10 Guajará Mirim De acordo com SEPLAN (2009), a agropecuária do município tem representação de 67% na pecuária de bovinos e 29% em lavouras temporárias como abacaxi, mandioca e produção de hortaliças (couve, pepino, alface). A exportação da cidade tem sido direcionada exclusivamente à Bolívia, de US$ 0,7 milhões, consistindo de produtos relativamente diversificados, liderados por chapas onduladas (31,9%), calçados (12,6%) e produtos de limpeza (10%). A importação é mais significativa, de US$ 2,7 milhões, relativamente concentrada em farinha de trigo (42%) e água de colônia (37,1%), com o restante da pauta diversificado, sendo que esta importação é oriunda principalmente do Mercosul (41,96%) e Europa (40%), sendo que, em contraste com a exportação, a Bolívia corresponde a apenas 2% do total importado. A construção da Ponte Brasil- Bolívia poderá incrementar o intercâmbio internacional, aumentando a importância comercial da cidade. Tabela Indicadores Selecionados Indicador Valor Observação População, 2009 40.762 habitantes Estimativa IBGE Área territorial, km2 24.856 km2 IBGE @cidades 22

Desenvolvimento humano IDH 2000: 0,743 Renda: 0,667 Longevidade: 0,699 Educação: 0,864 Fonte: base PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano PIB per capita, 2007 R$ 10.073, Participação no PIB do estado de Rondônia (2006) Composição setorial da economia 2,59% SEPLAN/Rondônia, PIB dos Municípios 6,0% agropecuária 4,5% indústria Economias por ligação (proxy de adensamento) Razão extensão de rede por economia Proporção de domicílios não ocupados/ocasionais Possíveis vetores dinâmicos identificados Fonte: diversas 72,6% serviços 1,04 economias por ligação 24,5 metros por economia 1,6% de não ocupados/ocasionais - Ponte Brasil-Bolívia SNIS 2007 SNIS 2007 IBGE 1.3 Verticalização, Adensamento e Usos de Veraneio O índice de verticalização de um município importa no grau de economias de densidade que pode ser obtida pela rede instalada. Uma proxy neste sentido é a razão entre economias ativas e ligações ativas para o serviço de abastecimento de água em cada município, que pode ser obtida no SNIS 2007, com as variáveis indicadas abaixo. Economias por ligação = SNIS AG003 / SNIS AG 002 23

No SNIS 2007, por exemplo, a média nacional de 4.482 municípios com valores informados é de 1,09, com desvio-padrão de 0,17 e a mediana é de 1,04. Os maiores índices de economias por ligação estão nas seguintes cidades: Balneário Camboriú (3,69); Santos (2,90); e um conjunto de municípios do interior do Maranhão (2,55 a 2,75). Os valores para Rio de Janeiro (2,42), Vitória (2,32), Belo Horizonte (1,67), São Paulo (1,58), Curitiba (1,52) são indicativos de que a forma de ocupação do território e fatores naturais podem influenciar o indicador. Para os municípios de Rondônia, a razão economias por ligação média em 46 observações reportadas no SNIS 2007 é de 1,05 e distribuídas como no gráfico a seguir. Como seria de se esperar, Porto Velho apresenta um índice mais elevado, de 1,23. Um conjunto de cidades apresentou valores entre 1,10 e 1,14: Alto Paraíso, Vilhena, Ariquemes, Jaru, Ji-Paraná e Cujubim. As demais se situaram abaixo de 1,10. Gráfico Economias por Ligação em Municípios de Rondônia, SNIS 2007 1,23 1,14 1,13 1,11 1,11 1,10 1,10 1,08 1,08 1,07 1,071,06 1,051,05 1,051,051,051,051,041,041,041,041,04 1,031,03 1,03 1,031,031,03 1,021,021,02 1,021,021,021,011,01 1,011,011,01 1,011,001,001,001,001,00 Porto Velho Alto Paraíso Vilhena Ariquemes Jaru Ji-Paraná Cujubim Machadinho D'Oeste Ministro Andreazza Presidente Médici Pimenta Bueno Ouro Preto do Oeste Rolim de Moura São Felipe D'Oeste Nova Brasilândia D'Oeste Monte Negro Cacaulândia Vale do Paraíso Candeias do Jamari Nova Mamoré Parecis Guajará-Mirim Colorado do Oeste Urupá Nova União Santa Luzia D'Oeste Costa Marques Castanheiras Mirante da Serra Rio Crespo Cerejeiras Pimenteiras do Oeste Teixeirópolis Vale do Anari Espigão D'Oeste Cacoal Seringueiras Novo Horizonte do Oeste Corumbiara São Miguel do Guaporé Cabixi Theobroma Alta Floresta D'Oeste Alvorada D'Oeste Itapuã do Oeste Primavera de Rondônia Fonte: SNIS 2007, cálculo e elaboração Pezco Outro indicador complementar de adensamento é a extensão de rede necessária para o atendimento de cada economia. Neste sentido, uma proxy pode ser construída a partir dos dados do SNIS 2007, com a seguinte característica: 24

Razão rede por economia = SNIS AG005 / SNIS AG003 Esta é uma variável mais dispersa, sendo que no SNIS 2007 o desvio padrão é maior que a média da variável, por várias razões, incluindo a cobertura atual (maiores coberturas, em geral, estão associadas a maior extensão de rede). Na média, em São Paulo, 4,7 metros de rede de água são necessários para atender uma economia; em Manaus, 7,9 metros e em Belo Horizonte, 7,5 metros; enquanto em Porto Velho são necessários 22,5 metros. A distribuição dos municípios de Rondônia, reportada no SNIS 2007, é apresentada no gráfico a seguir. Gráfico Km de rede de água por economia, Municípios Rondônia, SNIS 2007 79 63 65 70 55 50 51 46 44 46 47 42 42 40 34 33 33 33 30 30 30 31 23 23 23 24 25 25 26 26 26 16 17 18 18 19 19 19 19 19 20 21 11 4 5 Corumbiara Vale do Paraíso Novo Horizonte do Oeste Vilhena Machadinho D'Oeste Theobroma Monte Negro Jaru Candeias do Jamari Ouro Preto do Oeste Pimenta Bueno Itapuã do Oeste Ariquemes Ji-Paraná Porto Velho Cacoal Espigão D'Oeste Guajará-Mirim Ministro Andreazza Presidente Médici Rolim de Moura Nova Mamoré São Felipe D'Oeste Cacaulândia Alta Floresta D'Oeste Castanheiras Cujubim Nova União Colorado do Oeste Nova Brasilândia Alvorada D'Oeste Parecis Santa Luzia D'Oeste Pimenteiras do Oeste Vale do Anari Teixeirópolis Rio Crespo Urupá Alto Paraíso Cerejeiras São Miguel do Guaporé Costa Marques Cabixi Mirante da Serra Seringueiras Fonte: SNIS 2007, cálculo e elaboração Pezco A identificação de municípios com maior incidência de domicílios com destinação a usos de veraneio pode ser feita, indiretamente, através da variável censitária referente aos domicílios particulares não ocupados e de uso ocasional, em proporção dos domicílios totais. Razão A = domicílios particulares não ocupados e de uso ocasional / domicílios recenseados totais Nesta razão, municípios turísticos ou de veraneio apresentam valores altos. É o caso de Pontal do Paraná-PR, com razão A de 80,8%, Cidreira-RS com 77%, sendo que valores muito altos desta variável em geral correspondem a municípios litorâneos. Municípios turísticos não litorâneos podem apresentar 25

8,5 8,2 8,0 7,7 razões relativamente elevadas, Caldas Novas-GO apresenta 37% e Campos do Jordão-SP tem 27,8%, mas o tamanho e o grau de diversificação da economia tendem a reduzir a razão A, dificultando a identificação do município com alta incidência de domicílios de uso ocasional. Trata-se, portanto, de proxy parcial. Note-se que uma das vantagens desta variável é que ela não é sensível aos fluxos turísticos que não envolvem unidades habitacionais fixas. Por exemplo, a cidade Aparecida-SP, apesar de atrair um elevado fluxo turístico, apresenta um índice de apenas 1,9% nesta mensuração, pois não atrai domicílios de uso eventual. A razão A para os domicílios em todo o país é de 6,6%. A razão A para o estado de Rondônia é de 2,6%. Tomado no conjunto, o estado de Rondônia faz parte do conjunto dos quatro estados da região Norte que apresentam os menores valores para a razão média entre todos os estados brasileiros, juntamente com o Acre, Amazonas e Amapá. Para os municípios de Rondônia, os valores da variável são apresentados no Gráfico a seguir. O maior valor é encontrado para o município de Pimenteiras do Oeste, de 20,5%. Os demais municípios não chamam atenção quanto a este aspecto. Gráfico Razão Domicílios Ocasionais-Não Ocupados/Domicílios Totais 20,5 6,3 5,3 4,9 4,9 4,8 4,1 3,7 3,7 3,7 3,5 3,5 3,2 3,1 3,1 3,0 2,8 2,7 2,6 2,4 2,4 2,3 2,3 2,2 2,2 2,1 2,1 2,1 2,0 1,9 1,9 1,9 1,8 1,6 1,6 1,6 1,6 1,5 1,5 1,4 1,4 1,2 1,0 0,8 0,7 0,7 0,6 0,4 Pimenteiras do Oeste Parecis Cujubim Costa Marques Candeias do Jamari São Francisco do Guaporé Itapuã do Oeste Corumbiara Cabixi Cacaulândia Buritis Machadinho D'Oeste Castanheiras Ariquemes Nova Mamoré Campo Novo de Rondônia Espigão D'Oeste Colorado do Oeste Theobroma Presidente Médici Alta Floresta D'Oeste Rio Crespo Pimenta Bueno Cacoal Seringueiras Ji-Paraná Chupinguaia Vale do Anari Alvorada D'Oeste Governador Jorge Teixeira Primavera de Rondônia Alto Paraíso Mirante da Serra Porto Velho São Miguel do Guaporé Vilhena Monte Negro Santa Luzia D'Oeste Urupá Alto Alegre dos Parecis Guajará-Mirim Ouro Preto do Oeste Nova Brasilândia D'Oeste Jaru Novo Horizonte do Oeste Vale do Paraíso Rolim de Moura Ministro Andreazza São Felipe D'Oeste Nova União Teixeirópolis Cerejeiras Fonte: elaboração Pezco, dados IBGE contagem 2007 1.4 CAERD 26

Através dos dados públicos da empresa disponíveis no SNIS 2008, verifica-se que a CAERD apresenta a receita operacional total de R$ 76.510.845, arrecadação total de R$ 71.133.963 e despesas com serviço total de R$ 118.667.434, sendo R$ 80.123.541 referentes à despesa de exploração total. 2. Metodologia do Estudo de Viabilidade A análise econômico-financeira tomou por base os dados fornecidos pela Companhia, além de dados primários e secundários obtidos de fontes públicas. Foi construída uma planilha de modelagem financeira. As seções a seguir descrevem vários aspectos relevantes da estratégia metodológica empregada neste estudo. 2.1 O Método do VPL O critério mais útil para análise de cada concessão é o do VPL Valor Presente Líquido. Ele representa a projeção do valor líquido de caixa disponível ao final do período definido, após a amortização dos investimentos realizados. De acordo com Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2008, p. 428), sobre o método do VPL, ou NPV Net Present Value: A lógica do método NPV é direta. Um NPV de zero significa que os fluxos de caixa do projeto são suficientes somente para pagar o capital investido e para proporcionar a taxa de retorno requerida sobre este capital. Se um projeto tiver um NPV positivo, então ele estará gerando mais caixa do que é necessário para pagar o capital de terceiros e para oferecer a taxa de retorno requerida aos acionistas, e esse excesso de caixa cabe unicamente aos acionistas da empresa. Para Finnerty (2007, p. 72, tradução livre), a questão crítica em relação à viabilidade econômica é se o valor presente esperado líquido do projeto é positivo. Para a CAERD, o VPL é o melhor indicativo do projeto que será objeto de concessão. Aparecem, aqui, dois casos relevantes: 27

Caso o VPL de um projeto de concessão seja positivo, há margem para negociação junto ao Município, de parâmetros como oferta de maiores investimentos, melhoria de tarifas para grupos sociais ou geográficos determinados, ou outros de interesse das políticas públicas municipais. Caso o VPL seja negativo, a sustentabilidade operacional exige que haja uma contrapartida por parte do Município, ou que sejam revistos os parâmetros de tarifa, atendimento, ou outros previstos. Note-se que, na negociação com um município, a decisão de aceitar um projeto que tenha o VPL negativo afeta o acionista. 2.2 Premissas gerais do modelo TEMPO A modelagem de viabilidade econômico-financeiro considera um horizonte de tempo de 30 anos, tanto para o sistema de abastecimento de água quanto para a do sistema de esgotamento sanitário, com início do período em 2010. RATEIO DE DESPESAS As informações de despesas operacionais fornecidas pelo setor de contabilidade foram apresentadas de forma individual de cada município e assim incorporadas no modelo. Algumas das despesas administrativas que ainda estão centralizadas em Porto Velho tiveram que ser rateadas. O rateio seguiu o racional do trabalho realizado pela Cobrape, baseando-se no número de ligações totais da CAERD, para as seguintes despesas: Salários Encargos Sociais Benefícios Sociais Alimentação Saúde Materiais Operação e Manutenção Veículos Escritorio Processamento De Dados Outros Materiais Manutenção Em Geral Comerciais Manutencao De Veiculos Processamento De Dados De Terceiros Publicidade E Propaganda Energia 28

Comunicações Viagens E Condução Diversos Outras Despesas Gerais Outros Serviços Bancárias Outros Benefícios Rescisões Contratuais Seguros Taxas E Contribuições Técnicos Logística Regulares Os percentuais de rateio adotados no modelo para cada município são apresentados na tabela a seguir: MUNICÍPIOS % de Rateio Ariquemes 7,9% Cabixi 0,6% Cerejeiras 2,3% Colorado Do Oeste 2,9% Corumbiara 0,4% Costa Marques 1,1% Espigão D' Oeste 1,7% Guajará-Mirim 5,0% Jaru 2,9% Ji-Paraná 12,5% Machadinho D' Oeste 2,4% Nova Brasilândia D Oeste 1,7% Ouro Preto Do Oeste 4,5% Pimenta Bueno 5,5% Porto Velho 16,4% Presidente Médici 1,8% Rio Crespo 0,3% Rolim De Moura 5,9% Santa Luzia D' Oeste 0,6% São Miguel Do Guaporé 0,5% Nova Mamoré 0,7% Alto Paraíso 0,3% Novo Horizonte D' Oeste 0,4% Cacaulândia 0,3% Candeias Do Jamari 2,1% Castanheiras 0,2% Cujubim 0,6% Ministro Andreazza 0,5% Mirante Da Serra 0,7% Monte Negro 1,0% Nova União 0,3% Parecis 0,4% Pimenteiras Do Oeste 0,3% São Felipe D Oeste 0,3% Seringueiras 0,8% Teixeirópolis 0,2% Theobroma 0,2% Urupa 0,8% 29

Vale Do Anari 0,4% Vale Do Paraíso 0,3% Vila de Abunã 0,2% Vila de Extrema 0,6% Porto Velho Z. Leste 8,3% Porto Velho Z. Sul 2,2% Vila de Yata 0,1% Rondominas 0,2% Nova Londrina 0,2% Nova Colina 0,2% Nova Riachuelo 0,1% Estrela de Rondônia 0,1% Nova Esperança 0,2% Nova Estrela 0,2% OPERACIONAL: FATURAS E CATEGORIAS Especificamente sobre o cálculo utilizado nos municípios de Ariquemes, Jaru e Ji-Paraná para "Valor Faturado Líquido", foi utilizado o valor da receita direta extraída dos balancetes mensais e subtraiu-se o valor total das "Devoluções e Cancelamentos". Como essas últimas não estão discriminadas por categoria (residencial, comercial, industrial e público) foi necessário criar um rateio a partir do número de economias ativas. Dado que as proporções são bastante parecidas para os 3 municípios utilizou-se para todos os municípios deste primeiro bloco, o percentual de desconto médio calculado, conforme o quadro abaixo. Para melhorar a acurácia da média, o cálculo para Porto Velho foi considerado e não apresentou grandes variações. Quadro Rateio de descontos médios CATEGORIAS ARIQUEMES JARU JI-PARANÁ PORTO VELHO MÉDIA RESIDENCIAL 93,04% 92,42% 94,62% 92,4% 93% COMERCIAL 5,84% 5,93% 4,52% 6,5% 6% INDUSTRIAL 0,03% 0,04% 0,01% 0,2% 0% PÚBLICO 1,09% 1,61% 0,85% 0,9% 1% Fonte: elaboração Pezco REGUALAÇÃO: META DE EFICIÊNCIA Com a lei do Saneamento, há possibilidade de um novo cenário de regulação do setor de saneamento em Rondônia. Com esta previsão de um novo cenário regulatório, adotou-se uma meta de eficiência a ser atingida no modelo. Um parâmetro conservador foi adotar que a Companhia terá um ganho de eficiência de 3% de redução de custo operacional, durante a vida do projeto de 30

concessão. Note-se que a entidade reguladora poderá obter resultados diferentes deste, afetando, conseqüentemente, a dinâmica tarifária. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO O presente trabalho de viabilidade econômico-financeiro considerou estudos realizados pela SABESP (2009) e pela CAESB (2008), como benchmarking para estimar os custos por metro cúbico de esgotamento sanitário e ainda a projeção populacional descrita no item a seguir do presente trabalho. Estes parâmetros foram utilizados para todos os cálculos de projeções de esgotamento sanitário, tanto operacionais, quanto financeiros. 2.3 Premissas Demográficas Para a projeção da população, foi calculada a taxa de crescimento geométrica entre 2002 e 2006. Esta taxa foi aplicada sobre a base da estimativa populacional revisada pelo IBGE para 2007, até 2010. A partir de 2010, presumiu-se de que todos os municípios passarão a entrar em processo de convergência para a taxa de crescimento projetada pelo IBGE para 2040. Assim, a cada ano, foi feito um ajuste proporcional na taxa de crescimento do município para refletir a convergência à taxa nacional projetada para 2040, sendo que, naquele ano, elas se igualariam. A projeção aponta para um incremento populacional de 655.830 habitantes em todo o estado de Rondônia no período 2010-2040, sendo que o estado encerraria este período com 2,1 milhões de habitantes. Quadro Incremento populacional projetado Município 2007 2040 Acréscimo no período Alta Floresta D'Oeste 23.857 31.050 6.585 Alto Alegre dos Parecis 11.615 19.541 7.277 Alto Paraíso 16.758 30.576 12.718 Alvorada D'Oeste 16.485 16.589 173 Ariquemes 82.388 125.560 39.541 Buritis 33.072 113.116 75.284 Cabixi 6.575 6.647 96 Cacaulândia 5.553 6.050 470 Cacoal 76.155 87.421 10.437 Campo Novo de Rondônia 12.455 40.429 26.264 Candeias do Jamari 16.736 34.333 16.260 Castanheiras 3.624 3.519-75 Cerejeiras 16.290 14.772-1.257 Chupinguaia 7.456 12.259 4.407 31

Colorado do Oeste 17.644 11.730-5.022 Corumbiara 9.476 7.570-1.619 Costa Marques 13.664 25.753 11.139 Cujubim 13.857 33.057 17.835 Espigão D'Oeste 27.867 34.637 6.210 Governador Jorge Teixeira 11.432 25.702 13.228 Guajará-Mirim 39.451 52.845 12.256 Itapuã do Oeste 7.905 14.876 6.423 Jaru 52.453 61.731 8.556 Ji-Paraná 107.679 130.634 21.093 Machadinho D'Oeste 31.475 62.686 28.810 Ministro Andreazza 10.343 10.519 207 Mirante da Serra 12.086 15.128 2.789 Monte Negro 12.357 25.952 12.573 Nova Brasilândia D'Oeste 17.170 20.478 3.045 Nova Mamoré 21.162 47.535 24.447 Nova União 7.750 11.578 3.504 Novo Horizonte do Oeste 9.648 11.431 1.643 Ouro Preto do Oeste 36.040 37.293 1.291 Parecis 4.583 3.506-916 Pimenta Bueno 32.893 33.442 650 Pimenteiras do Oeste 2.358 2.728 342 Porto Velho 369.345 530.513 147.480 Presidente Médici 22.197 20.926-1.013 Primavera de Rondônia 3.704 4.055 331 Rio Crespo 3.174 5.450 2.091 Rolim de Moura 48.894 58.084 8.464 Santa Luzia D'Oeste 9.264 8.590-549 São Felipe D'Oeste 6.286 7.061 722 São Francisco do Guaporé 15.710 40.371 22.969 São Miguel do Guaporé 22.622 45.069 20.720 Seringueiras 11.757 26.865 14.013 Teixeirópolis 4.919 5.785 799 Theobroma 9.952 19.100 8.434 Urupá 13.381 21.537 7.480 Vale do Anari 8.751 20.990 11.371 Vale do Paraíso 8.742 10.517 1.632 Vilhena 66.746 114.880 44.222 Fonte: IBGE e projeção Pezco É importante notar que as projeções de população realizadas pela Pezco resultaram em um contingente populacional inferior ao que foi obtido pela COBRAPE em seu estudo. Além das diferenças de premissas de projeção, a projeção da Pezco já contou com a revisão populacional de 2007 do IBGE. A Pezco realizou também nova projeção da taxa de habitantes por domicílio. Em razão destas taxas de crescimento obtidas pela Pezco, foi necessário ajustar as metas de universalização para o serviço de abastecimento de água. No caso do esgotamento sanitário, foi adotado o critério da COBRAPE utilizado pelo estudo para os esgotos. Nesse estudo, foi pressuposto que, concluído o 32

investimento em esgotos, haveria mudança de cobertura para a universalidade (100%), assim como o tratamento integral dos esgotos coletados. A Pezco manteve esta premissa de pleno atendimento, apenas adequando-a à sua projeção populacional. 2.3.1 Projeção de ligações não residenciais Para a projeção de economias comerciais, industriais e públicas considerou-se um processo de convergência do crescimento do PIB de todos os municípios em relação a média estadual e nacional de longo prazo, aproximando do estado estacionário. Em primeiro lugar, realizou-se a projeção de crescimento do PIB, dada essa hipótese. Em seguida, através de um método em corte longitudinal, a correlação entre o nível de PIB per capita e o crescimento das economias não residenciais, detalhando-se as economias comercial, industrial e pública, conforme apresentado a seguir: INDUSTRIAL 0,14 COMERCIAL 0,23 PÚBLICO 0,19 A correlação obtida foi considerada como uma proxy da relação entre os crescimento do PIB e o crescimento do número de ligações das categorias específicas. Os gráficos apresentam a mesma trajetória para esses três setores e todos convergem a 3% do PIB multiplicado pela correlação, como hipótese de longo prazo. Gráfico Projeção de crescimento das ligações comerciais 33

Fonte: elaboração Pezco Gráfico Projeção de crescimento das ligações industriais Fonte: elaboração Pezco Gráfico Projeção de crescimento das ligações públicas 34

Fonte: elaboração Pezco 2.4 Premissas Macroeconômicas INFLAÇÃO O cenário base levou em consideração, para o período entre 2010 e 2014, o valor mediano das projeções coletadas pelo sistema Focus de expectativas do Banco Central do Brasil, para as variáveis que estão disponíveis nesse sistema. Para os anos posteriores a 2014, foram feitas hipóteses. As hipóteses relevantes são, principalmente, relativas ao IPCA. Neste caso, foi considerado que a inflação brasileira tende, a longo prazo, a convergir para o nível de 2,0%. A meta de inflação, que em geral é tratada como variável exógena nos cenários econômicos que consideram a continuidade do regime de metas deverá ser escalonada para baixo até este patamar. Considerou-se que o processo de convergência seria iniciado após 2015 e a meta seria ajustada à razão de 25 pontos-base ao ano, atingindo o patamar de 2% ao longo do período, sendo que permaneceria neste patamar indefinidamente. Da mesma forma, a banda de variação permitida da meta seria reduzida em 2015, para 2% nos dois sentidos, aí permanecendo. 35

A projeção do IPCA é base para a projeção de TJLP, que é composta pela meta de inflação mais o risco-país. Para este último, considerou-se uma leve elevação do prêmio em relação ao padrão atual, em 2010 devido às eleições presidenciais e para governador. Passadas as eleições, assumiu-se uma queda rápida do prêmio, para um prêmio de longo prazo de 100 pontos-base acima do Tesouro norte-americano. Note-se que não há projeção Focus disponível para o riscopaís, assim como para a TJLP. Para o cenário real, os dados a partir de 2011 foram inflacionados utilizando os dados do INCC disponibilizados pela FGV para os anos de 2007 a 2009 (estimados em 22,61% acumulados para o período estudado). Ressalta-se que os municípios de Ariquemes, Ji-Paraná, Jaru apresentam valores de investimentos contemplados pelo PAC I. CUSTO DE CAPITAL De acordo com Minardi et al (2007), a decisão de financiamento é refletida no custo de capital, a metodologia do WACC (Weight Average Cost of Capital), que corresponde a uma média ponderada do custo de capital próprio e do custo de capital de terceiros, sendo os pesos iguais às proporções dos financiamentos de capital próprio e capital de terceiros em relação ao total. A determinação da estrutura de capital da empresa não pode ser realizada no nível das concessões municipais, sendo que a estrutura relevante para o modelo WACC é o da empresa, neste caso a CAERD. Para o custo de capital para estimado para o cálculo da modelagem de viabilidade econômico financeiro seguiu um benchmarking internacional. A tradução de custo de capital do acionista poderia, de forma estilizada, ser desenhada como a escolha do Estado aplicar os recursos na companhia ou em outras despesas. O custo do capital próprio do acionista foi estimado em 11,10% a.a. RESSULTADOS FINANCEIROS E IMPOSTOS Como a análise foi realizada separadamente para cada município ou projeto de concessão, os resultados do Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR) podem ser positivos ou negativos, no contexto individual, mas a apuração do imposto não é feita neste nível de análise e sim para a companhia CAERD, com todas as suas concessões. Caso a análise fosse feita por concessão, LAIR negativo não geraria imposto a pagar. Optamos por, nesta etapa, apresentar os resultados de 36