Universidade Federal do Rio Grande do Sul DÉBORA MARIE DA SILVA BONMANN

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Transcrição:

1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul DÉBORA MARIE DA SILVA BONMANN RELATÓRIO DE ESTÁGIO DESENVOLVIDO NO CENTRO CIRÚRGICO AMBULATORIAL HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE Porto Alegre 2012

2 DÉBORA MARIE DA SILVA BONMANN RELATÓRIO DE ESTÁGIO DESENVOLVIDO NO CENTRO CIRÚRGICO AMBULATORIAL HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE Trabalho realizado durante o período de 2012/2 para a disciplina Estágio Curricular III Serviços Hospitalares, como parte integrante do processo de avaliação do 9º semestre de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Orientadora: Profª Denise Tolfo Silveira Enfermeira Supervisora: Ingrid da Silva Pires Porto Alegre 2012

3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...4 2 CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO CIRÚRGICO AMBULATORIAL (CCA)...6 2.1 Área física...6 2.2 Recursos humanos...6 2.3 Atividades assistenciais disponibilizadas...6 3 ATIVIDADES REALIZADAS NO CCA...8 3.1 Descrição das atividades realizadas...8 3.1.1 Preparo do paciente...9 3.1.2 Área de escopia diagnóstica e exploratória...9 3.1.3 Área cirúrgica...10 3.1.4 Sala de recuperação pós-anestésica...11 3.2 Cronograma de atividades...12 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...13 REFERÊNCIAS...14

4 1 INTRODUÇÃO O atendimento em saúde tem proposto novos objetivos para deixar o paciente confortável e o mais próximo do seu convívio familiar e domicílio. Por isso, tem-se feito grande número de procedimentos e cirurgias nos centros cirúrgicos ambulatoriais, onde não há internação hospitalar e a estada do paciente não deve exceder vinte e quatro horas. As cirurgias são realizadas sob qualquer tipo de anestesia e permanência do cliente depende das condições de saúde dele e das características do serviço. A alta hospitalar pode ocorrer após o procedimento, após um curto tempo para recuperação ou pernoite no hospital (SANTOS et al, 2008). As vantagens para os pacientes e para o sistema de saúde são a alteração mínima na rotina do paciente e da família, a redução do risco de infecção hospitalar, da incapacidade física com retorno mais rápido ao trabalho, da morbidade e mortalidade, dos custos e a maior disponibilidade de leitos hospitalares. As desvantagens da cirurgia em regime ambulatorial são a não realização dos cuidados pré-operatórios, a falta de transporte e de ajuda no domicílio e suspensão da cirurgia em regime ambulatorial em detrimento de urgência, sobretudo nas unidades integradas ao hospital (SANTOS et al, 2008). Os profissionais que atuam no centro cirúrgico são a equipe de enfermagem e médica, técnicos de laboratório, de radiologia e funcionários da limpeza. A enfermagem atua no momento pré, peri e pós-operatório lidando tanto com o paciente e seus familiares como com a equipe multiprofissional. As atividades são relacionadas ao preparo da sala cirúrgica para a cirurgia, avaliar o funcionamento dos materiais para cirurgia e receber e atender o paciente no centro cirúrgico (SOUSA, 2009). O enfermeiro deve ter um bom relacionamento interpessoal, pois passa por muitas situações conflituosas no trabalho em equipe e, através do diálogo, deve tentar contornar os problemas vivenciados, assim como ser um bom gerente da equipe de enfermagem e do centro cirúrgico, pois o enfermeiro atua muito na parte administrativa e burocrática desse local (SOUSA, 2009). O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) foi escolhido como campo de estágio para desenvolver o presente trabalho proposto pela disciplina ESTÁGIO CURRICULAR III Serviços Hospitalares, com carga horária teórica de quinze horas e prática de 303 horas. Trata-se de um hospital público, geral e universitário disponibilizando cerca de 60

5 especialidades e seus clientes, prioritariamente, são pacientes conveniados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É vinculado academicamente à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), favorecendo, assim, desenvolvimento de atividades de ensino nos níveis médio, de graduação e pós-graduação, contribuindo para a formação de profissionais altamente qualificados. O HCPA também incentiva pesquisas biomédicas, clínicas e epidemiológicas, juntamente com programas de pós-graduação ajudando na construção e a disseminação de conhecimentos nesta área (HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE). Nesse estágio vivenciei as teorias aprendidas ao decorrer do curso aliadas à prática no Centro Cirúrgico Ambulatorial (CCA) do HCPA. O presente relatório tem por objetivos a descrição das experiências ao decorrer do estágio como as atividades desenvolvidas, as relações interpessoais estabelecidas entre os pacientes e a equipe de saúde, a administração da unidade de trabalho e dos cuidados de enfermagem, a assistência ao cliente em suas necessidades, assim como fazer o processo educacional dele e da equipe de enfermagem também. A justificativa de escolha desse campo foi o interesse em ampliar os conhecimentos na área cirúrgica e nos cuidados ao paciente cirúrgico.

6 2 CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO CIRÚRGICO AMBULATORIAL (CCA) O CCA do hospital realiza cirurgias de pequeno e médio porte e exames de diagnóstico. O horário de funcionamento é das 7h às 19h (dois turnos distintos para procedimentos cirúrgicos e de diagnóstico eletivos) e 24h para procedimentos de urgência (cirurgias de pequeno porte e exames endoscópicos). No ano de 2006, o CCA realizou 20.384 cirurgias nas mais diversas especialidades (HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE). 2.1 Área física O CCA tem sete salas cirúrgicas, uma sala para fertilização assistida, uma sala de curativos, seis salas de escopias, uma sala de recuperação com dez macas e catorze leitos para adultos e seis pediátricos. Seu local de funcionamento é no primeiro andar do HCPA. 2.2 Recursos humanos de Enfermagem O CCA conta com dezesseis enfermeiros divididos em: quatro enfermeiros para o turno da manhã, quatro enfermeiros para o turno da tarde, três enfermeiros revezado nos três turnos da noite, dois enfermeiros para o turno intermediário e um enfermeiro para o fim de semana. Quanto aos técnicos de enfermagem são 60 ao todo. Vinte e seis trabalham no turno da manhã, vinte e seis no turno da tarde, cinco nos turnos intermediários e três no turno da noite. 2.3 Atividades assistenciais oferecidas As atividades assistenciais que o CCA oferece são as seguintes: curativos, drenagem

7 de abscesso, cantoplastia, exérese e biópsia de lesões, desbridamento cirúrgico, flebotomia e colocação de cateteres venosos centrais, drenagem de tórax e toracocentese, facectomia, exérese de Pterígio, transplante de córnea, cirurgia corretiva de estrabismo, evisceração e enucleação, heniografia e hernioplastia, hidrocelectomia, postectomia (circuncisão), correção de varicocele, biópsia de mama, histeroscopia, amniocentese, videoendoscopia ginecológica, conização de colo uterino e cauterização de condilomas, curetagem uterina, aspiração Manual Intra-Uterina (Amiu), fertilização assistida, blefaroplastia, otoplastia, correção de fissura labiopalatina, amigdalectomia e adenoidectomia, traqueostomia, laringoscopia e microcirurgia da Laringe, inserção de cateter para diálise peritoneal crônica, biópsia renal, confecção de fístula arteriovenosa, procedimentos em oncologia e hematologia (HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE). O serviço de Enfermagem oferece suporte ao paciente na fase de recuperação da anestesia, até que os reflexos protetores estejam presentes, os sinais vitais voltem à normalidade, proporcionando atendimento seguro e de qualidade (HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE). A enfermagem atua também no preparo e no transoperatório do paciente e faz consultas de Enfermagem com o cliente e/ou familiares para o preparo antes das cirurgias e procedimentos.

8 3 ATIVIDADES REALIZADAS NO CCA Serão relatadas as atividades realizadas durante o período de estágio no CCA no período de dezesseis de julho a dezoito de setembro de 2012, correspondente às 303 horas de atividade assistencial e doze horas de atividade teórica propostas pela disciplina de Estágio Curricular Obrigatório III- Serviços Hospitalares. O período cirúrgico é dividido em quatro fases. A primeira fase é a pré-operatória, onde o paciente recebe orientações e verifica-se seu histórico de vida. A segunda fase é a intra ou trans-operatória e trata-se do momento da cirurgia propriamente dita. A terceira fase é a pós-operatória imediata, onde o paciente permanece até recuperar os sentidos, atingir estabilidade dos sinais vitais e da hemodinâmica. A quarta fase é a pós-operatória tardia, onde há a cicatrização e retomada das atividades rotineiras a longo prazo (NOMA; MALTA; NISHIDE, 2008). Baseado nessas fases, o CCA se divide em três áreas operatórias: preparo do paciente, área cirúrgica e sala de recuperação pós-anestésica. O momento pós-operatório tardio não é feito no CCA e sim em casa ou na unidade de internação. E ainda existe uma área de escopia diagnóstica ou exploratória onde há sala de recuperação de sedação ou anestesia local. 3.1 Descrição das atividades realizadas A descrição das atividades realizadas foi dividida conforme as áreas do CCA. Além da assistência prestada nessas áreas, pude acompanhar e realizar a construção das escalas de trabalho mensais e diárias dos técnicos e enfermeiros, as escalas de substituição, de férias, de folga e o relatório de horas excedentes, a escala de tarefas semanais e do fim de semana, o preenchimento do relatório diário e a confecção de comunicações internas com solicitações de empréstimo de materiais.

9 3.1.1 Preparo do Paciente No período pré-operatório, deve enfatizar-se o bem-estar do paciente, pois geralmente ele apresenta alto nível de estresse e de sentimentos que podem atrapalhar negativamente seu estado emocional, tornado-o vulnerável e dependente. Para amenizar isso, deve-se informar como será feita a cirurgia, o tipo de anestesia e os cuidados pré e pós-cirúrgicos. O período de preparo inicia-se poucas horas antes da cirurgia, por isso é necessário verificar se os cuidados feitos em casa foram efetivos (CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009). No CCA o cliente pode ser proveniente de sua casa ou de alguma área de internação do hospital, o que torna mais difícil a verificação se o preparo feito pelo paciente antes da cirurgia foi bem realizado. Por isso, o paciente passa por uma anamnese e exame físico extenso o que pode tornar-se cansativo para o paciente e até mesmo para o profissional. Contudo, sempre é explicado o procedimento e são esclarecidas as dúvidas do paciente conforme descrito na literatura. As atividades da Enfermagem nesse local são a verificação de sinais vitais, oximetria de pulso, teste rápido de glicose sanguínea, aferição de peso e altura, punção venosa, admissão e anamnese e exame físico de Enfermagem e o preparo do paciente para cirurgia (explicação da cirurgia ou procedimento, identificação correta, verificação de alergias, vestir o paciente com o avental e guardar adequadamente os pertences do mesmo). A Enfermeira ainda tem a tarefa de gerenciar as salas de cirurgias ou de procedimento, verificando a disponibilidade e trocas das salas, estando atenta para nenhuma cirurgia ultrapassar o horário proposto devido à diminuição ou falta de funcionários nos horários de almoço e turno da noite e fazendo marcações de urgência e emergência fora da escala de cirurgias do dia. Todos essas atividades eu acompanhei e realizei. A equipe médica se responsabiliza pela coleta dos termos de consentimento para a realização do procedimento ou cirurgia. 3.1.2 Área de Escopia Diagnóstica ou Exploratória Nesta área são realizados os procedimentos ambulatoriais como endoscopia, colonoscopia, cistoscopia, biópsia de próstata, retirada de sonda vesical, exerese de cateter de

10 duplo J e fibrobroncoscopia, tanto em pacientes adultos quanto pediátricos. Na maioria desses procedimentos o paciente recebe anestesia de sedação ou anestesia local. Somente uma sala de procedimentos é equipada com aparelhos para anestesia geral. As atividades que realizei foram acompanhamento dos procedimentos, atendimento de intercorrências do paciente, remanejo dos técnicos de enfermagem nas salas devido a faltas, licença saúde, entre outros, passagem de plantão, punção venosa. Na área de escopia também existe a sala de recuperação da sedação ou anestesia local, onde o paciente permanece até que esteja acordado, sem dor, sinais vitais estáveis e de preferência ingerido algo para que possa ir para casa ou retornar à internação em outro local. As atividades realizadas aqui por mim foram avaliação do paciente pós-procedimento e póssedação, admissão, evolução e orientações de alta para o paciente e atendimento de alguma intercorrência. A Enfermeira responsável por essa área ainda realiza as consultas de enfermagem com orientação para o preparo das colonoscopias, onde explica o que é o exame, indica a dieta restritiva, como e quando tomar as medicações necessárias para o preparo, quais medicações devem ser descontinuadas previamente ao exame e os cuidados para evitar desidratação. Também realizei essas consultas. 3.1.3 Área Cirúrgica A assistência de enfermagem nessa parte consiste em deixar o paciente confortável para a cirurgia, auxiliar a equipe médica na indução anestésica, providenciar o material necessário para cirurgia e registrar todos os cuidados prestados ao paciente (MORAIS, 2008). Nesta área do CCA são realizadas as cirurgias de pequeno e médio porte de pacientes adultos e pediátricos. A maioria dos clientes faz anestesia geral, contudo duas salas tem apenas aparelhos para anestesia local. Também há duas salas de curativos da cirurgia plástica na área cirúrgica. As atividades que realizei foram acompanhamento da cirurgia, posicionamento do paciente, conferição do check-list das cirurgias, atendimento de intercorrências do paciente, remanejo dos técnicos de enfermagem nas salas devido a faltas, licença saúde, entre outros, passagem de plantão, punção venosa.

11 A enfermeira dessa área fica responsável pelas medicações psicotrópicas. Ou seja, faz a contagem inicial e final delas, repõe o estoque e distribui entre as salas de cirurgia, de endoscopia e de recuperação pós-anestésica, atividade que também participei. 3.1.4 Sala de Recuperação Pós-Anestésica O paciente assistido na sala de recuperação pós-anestésica vem para recuperar seus sentidos e ser liberado para casa ou voltar para enfermaria de origem. Além dos cuidados de enfermagem que visam promover o conforto e o bem estar do paciente, o profissional nesta unidade deve ter amplo conhecimento das alterações fisiológicas induzidas pelo ato cirúrgico, estando apto a detectar precocemente alterações que possam comprometer a evolução deste, comunicando e discutindo o quadro clínico com a equipe multidisciplinar, para que ações imediatas possam ser tomadas (NOMA; MALTA; NISHIDE, 2008). A sala de recuperação pós-anestésica do CCA recebe os pacientes que fizeram anestesia geral, bloqueio subaracnoide, bloqueio peribulbar ou crianças independente do tipo de anestesia. Assim que os pacientes chegam da sala cirúrgica seus sinais vitais são verificados a cada quinze minutos e se permanecerem normais, após uma hora são verificados a cada trinta minutos até que o paciente esteja bem para ir para casa ou retornar à internação de origem. A enfermeira responsabiliza-se pela anamnese e exame físico do paciente na chegada e na saída do paciente no CCA, ou mais se houver alguma intercorrência. Também deve fazer o aprazamento de medicações, manejo de intercorrências, controle das dietas, controle dos medicamentos controlados, sondagem vesical de alívio, sondagem nasoentérica ou nasogástrica, passagem de pacientes para unidade de internação, pautas e ata das reuniões da sala de recuperação anestésica, prescrição e evolução de enfermagem, diagnósticos de enfermagem, cuidados com punção venosa, escala dos funcionários da sala de recuperação. Realizei todas essas atividades.

12 3.2 Cronograma de atividades A seguir o cronograma de atividades realizadas durante o estagio curricular de acordo com os quatro áreas dentro do CCA. DATA LOCAL 16/7 Preparo do Paciente 17/7 Escopia Diagnóstica ou Exploratória 18/7 Sala de Recuperação Pós-Anestésica 19/7 Preparo do Paciente 20/7 Sala de Recuperação Pós-Anestésica 23/7 Sala de Recuperação Pós-Anestésica 24/7 Escopia Diagnóstica ou Exploratória 25/7 Cirurgia 26/7 Cirurgia 27/7 Cirurgia 30/7 Sala de Recuperação Pós-Anestésica 31/7 a 03/8 Preparo 06/8 a 10/8 Escopia Diagnóstica ou Exploratória 13/8 a 17/8 Escopia Diagnóstica ou Exploratória 20/8 a 24/8 Cirurgia 27/8 a 31/8 Cirurgia 03/9 a 05/9 Sala de Recuperação Pós-Anestésica 10/9 a 14/9 Sala de Recuperação Pós-Anestésica 17/9 a 18/9 Sala de Recuperação Pós-Anestésica

13 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS As atividades do enfermeiro no Centro Cirúrgico Ambulatorial são vastas e exigem conhecimento e profissionalismo para serem feitas da melhor maneira possível e que tragam em grande parte benefícios para o paciente. Todos profissionais do CCA conseguem fazer com que isso seja possível e devido a isso, consegui aprender muito com todos que se dispuseram a me ensinar e trocar conhecimento comigo. O Estágio Curricular III permitiu o aprimoramento de todos os quesitos que o enfermeiro de centro cirúrgico precisa ter para que possa desempenhar sua função e até mesmo para outros campos na área hospitalar através da execução ou observação de um grande número de atividades da rotina diária, aperfeiçoando as relações interpessoais com a equipe multiprofissional e os pacientes e seus familiares, gerenciamento da unidade, da equipe de enfermagem e dos materiais cirúrgicos e educação ao paciente com orientações e consultas de enfermagem. Contudo, sabe-se que a formação é uma atividade contínua e sempre aparecerão situações inusitadas que teremos de enfrentar como profissionais. Observou-se que o bem estar dos pacientes advém de uma série de fatores, desde seu preparo, onde ocorre sua identificação, tranquilização e explicação da cirurgia, no proporcionamento de ambiente favorável na área cirúrgica e escópica, na atualização de informações para os familiares que aguardam ansiosos sobre o estado de saúde dos pacientes e no olhar cuidadoso e orientações de alta da recuperação pós anestésica. Para que tudo isso dê certo, sempre deve constituir-se comunicação efetiva e manter boa relação interpessoal entre todos funcionários da equipe e entre os funcionários, pacientes e familiares. Devido ao apoio e carinho de toda a equipe concluo que alcancei os objetivos do Estágio Curricular III, conseguindo desemprenhar as funções da enfermeira do CCA ao final do estágio, após todo o ensinamento passado por todos da equipe. Agora, sinto-me mais preparada para entrar no mercado de trabalho na área hospitalar.

14 REFERÊNCIAS CHRISTÓFORO, B. E. B. ; CARVALHO, D. S. Cuidados de enfermagem realizados ao paciente cirúrgico no pré-operatório. Revista da Escola de Enfermagem da USP, n. 43, v. 1, pg. 14 a 22, 2009. HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE. Centro Cirúrgico Ambulatorial (CCA) Disponível em http://www.hcpa.ufrgs.br/. Acesso em 08 set 2012. MORAIS, B. Técnicas de enfermagem na assistência ao paciente cirúrgico. Disponível em hansen.bvs.ilsl.br/textoc/livros/...diltor.../cuidados_enferm.pdf. Acesso em 08 set 2012. NOMA, H. H. ; MALTA, M. A. ; NISHIDE, V. M. Assistindo ao Paciente em Pós-Operatório na UTI Aspectos Gerais. Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva, Cap.42. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008. SANTOS, J. S. ; SANKARANKUTTY, A. K. ; JÚNIOR, W. S. ; KEMP, R. ; LEONEL, E. P. ; JÚNIOR, O. C. S. Cirurgia ambulatorial: do conceito à organização de serviços e seus resultados. Medicina (Ribeirão Preto). n. 41, v. 3 p. 274 a 286, 2008 SOUSA, R. M. N.. O Trabalho no Centro Cirúrgico e as Funções Psicofisiológicas dos Trabalhadores de Enfermagem. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) UFRJ / Escola de Enfermagem Anna Nery, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, 2009.