Prof. André Vinícius B. Magalhães
O que dizem sobre a história de um país os monumentos erguidos em praça pública? Que mensagem trazem consigo as bandeiras e hinos nacionais? i?quais as interpretações contidas nas caricaturas e charges dos jornais?
CASA DE HABSBURGO (DINASTIA ÁUSTRÍACA) CASA DE BRAGANÇA (DINASTIA PORTUGUESA)
O VERDE (REPRESENTA NOSSAS FLORESTAS) O AMARELO (REPRESENTA NOSSO OURO)
Bandeira do Império, adotada em 1822 Escudo do Brasil Império, com os ramos de fumo e café, as estrelas/províncias, a cruz de Cristo e a esfera armilar lusitana Bandeira Brasil República
Bandeira provisória de 1889 Com a Proclamação da República, surge logo a primeira Bandeira Republicana, conhecida como a bandeira do Centro Republicano Lopes Trovão, baseada na bandeira estadunidense, com sete listras horizontais verdes e seis amarelas, tendo no canto superior, junto àtralha, um quadrado de cor preta, contendo 20 estrelas de prata, simbolizando os vinte estados da época
Muito estranho, Isso parece mas uma encenação teatralizada para celebrar algo do que um golpe para derrubar a monarquia. "Proclamação da República", 1893, óleo sobre tela de Benedito Calixto Acervo da Pinacoteca Municipal de São Paulo. Onde está o povo? Não houve resistência? E os monarquistas, it nada fizeram para impedir?
Ao raiar do dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, montado em seu cavalo, rumou para o Campo de Santana. Ali, com os soldados do batalhão a sua volta, proferiu o emblemático grito: "Viva a República!", marcando o fim da monarquia no Brasil esimbolizando onascimentodarepública. O quadro "Proclamação da República", do pintor Henrique Bernardelli, retrata o exato momento em que Deodoro faz o anúncio, colocando o marechal como personagem chave do movimento. A pintura tenta fazer dele um herói popular, representantedosideaisdeliberdadeeprogresso.noentanto,um olhar mais minucioso sobre os fatos revelou que a verdadeira proclamação foi bem menos "ideal" que a pintada pelos republicanos. A única verdade dd histórica i representada td no quadro de Bernadelli talvez seja a completa ausência do povo no processo. A população, ignorante e analfabeta, não tinha a menor ideia do que representava uma república, e só tomou conhecimento do que acontecia ao ver os militares pelas ruas do Rio de Janeiro naquele dia. A República foi fruto da elite, formada por militares e proprietários rurais, e por isso precisava ser legitimada com o povo. Daíanecessidadedeforjarsímbolosparaomovimento,comoeste quadro e vários outros. Historiadores defendem que o gesto do marechal era na verdade uma saudação ao Imperador Dom Pedro II, seu amigo pessoal. Deodoro era um notório imperialista, que relutou até o último minuto em aderir ao republicanismo, o que só aconteceu quando os intelectuais republicanos começaram a plantar boatos de que o Imperador iria prender e dissolver o exército. A grande mentira, no entanto, cumpriu com seu papel, e no dia 14 de novembro convenceu o marechal a proclamar a república no dia seguinte. Outro fato curioso sobre a proclamação foi a própria participação de Deodoro da Fonseca. Segundo consta, o marechal estava muito doente e foi praticamente carregado pelos seus companheiros até o Campo de Santana. Chegando lá, subiu no cavalo, disse o "Viva a República" e deu meia volta, retornando para sua casa, onde vestiu o pijama e voltou para a cama.
Carta de despedida de d. Pedro II "À vista da representação escrita que me foi entregue hoje, às três horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir, com toda a minha família, para a Europa, deixando esta Pátria de nós tão estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação, durante quase meio século que desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me, pois, com todas as pessoas de minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo os mais ardentes votos por sua grandeza e prosperidade. D. Pedro de Alcântara Petrópolis, 16 de novembro de 1889.
Realizado em 1909 20 anos, portanto, após a Proclamação da República e da confecção de nossa bandeira o quadro "A Pátria", de Pedro Bruno, ainda intriga muita gente. Desde considerações sobre quem está representado no quadro (filhos de Benjamin Constant? Crianças comuns? Tiradentes em um quadro? Marechal Deodoro?) até sobre o significado das posições de cada personagem retratado até do lugar e da bandeira em si, tudo é bastante discutido. Neste texto da museóloga Isabel Sanson Portella temos algumas respostas, além de uma análise das melhores sobre a obra, que se encontra no Museu da República, no Rio, com uma reprodução constante de nosso acervo. Confira:
Pedro Bruno, em sua alegoria, não poderia deixar de mencionar as figuras de nossos heróis e mártires, símbolos da luta pela sobrevivência da Nação brasileira, estes representados ao fundo da tela: Tiradentes, Marechal Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant. Tiradentes, representado no seu derradeiro momento (de camisolão e com a forca ao lado); Marechal Deodoro da Fonseca, aparece num típico retrato oficial e Benjamin Constant, traja a farda que usou na Guerra do Paraguai.O esplendor e o fausto da época do império i cedem espaço à simplicidade do ambiente da casa popular brasileira: da esteira de palha onde repousa o bebê às damas, filhas e esposa de Benjamin Constant que, sentadas ao chão, costuram a Bandeira, símbolo máximo da nação.
Com uma fatura impressionista, mas com iconografia complexa e rica em detalhes, a tela é invadida por uma luz intensa, que ilumina a criança com a bandeira, figura central do quadro. A cena formada principalmente i pormulheres nos remete a Marianne (símbolo da Revolução Francesa). A mãe que alimenta o bebê (este representando a República que nasce), as várias crianças, as distintas gerações que formam essa nação, onde todos se empenham em oferecer suas contribuições. Quase dissolvido nas sombras, o velho, representa o passado. No quadro se destaca a luz intensa (a luz da República) contrastando com áreas de sombra. Uma sombra sem tristeza, pois esta simboliza um passado de glória.
Pedro Bruno, em sua alegoria, não poderia deixar de mencionar as figuras de nossos heróis e mártires, símbolos da luta pela sobrevivência da Nação brasileira, estes representados ao fundo da tela: Tiradentes, Marechal Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant. Tiradentes, representado no seu derradeiro momento (de camisolão e com a forca ao lado); Marechal Deodoro da Fonseca, aparece num típico retrato oficial e Benjamin Constant, traja a farda que usou na Guerra do Paraguai.O esplendor e o fausto da época do império cedem espaço à simplicidade id d doambiente dacasapopular brasileira: i daesteira ti de palha onde repousa o bebê às damas, filhas e esposa de Benjamin Constant que, sentadas ao chão, costuram a Bandeira, símbolo máximo da nação.
GUSTAVE HASTOY. Assinatura do projeto de Constituição de 1891 Aquarela sobre papel 31x46 cm. Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro
Trecho do nosso livro didá i didático pág17.
História do Brasil para Principiantes Autor: Novaes, Carlos Eduardo; Lobo, César Editora: Atica
Questionamentos importantes 1. Que fatores que provocaram o desgaste da monarquia brasileira? 2. Identifique e registre os grupos sociais participaram efetivamente do processo deposição damonarquiae proclamação da república brasileira? i 3. Identifique e explique as razões pelas quais os republicanos se apressaram em criar novos símbolos para a nação? 4. Qual a origem das cores que compõem da bandeira nacional? 5. A nova constituição brasileira, promoveu algumas alterações, sobretudo no sistema eleitoral. Descreva as principais mudança ocorridas no sistema eleitoral brasileiro a partir da promulgação da constituição de 1891, a primeira da república. 6. Diversos foram os grupos sociais que foram excluídos do direito de exercer a cidadania plena. Identifique cada um desses grupos sociais e explique a razão de sua exclusão. 7. O processo eleitoral durante a primeira república, além de excludente foi também marcado pelas fraudes. Descreva as razões pelas quais o processo eleitoral naquele contexto histórico era tão fraudulento. 8. Construa um quadro comparativo e registre as mudanças e as permanências ocorridas durante o processo de transição da monarquia para a república
Dicas de leitura p para se aprofundar p no tema: