Conceito: Efeitos são as conseqüências jurídicas que resultam, para o processo, da interposição do recurso.



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7. EFEITOS DOS RECURSOS 7.1. Introdução Conceito: Efeitos são as conseqüências jurídicas que resultam, para o processo, da interposição do recurso. Há 2 efeitos tradicionais: Devolutivo. Suspensivo. Outros efeitos: Quem atribui? Translativo. Regressivo. Expansivo. A Lei. O órgão a quo apenas se limita a declarar esses efeitos. Cabe recurso do despacho que declarou os efeitos? Em regra não cabe, porém, pode haver Agravo de Instrumento quanto aos efeitos que o juiz atribuiu ou deixou de atribuir. 7.2. Efeito Devolutivo Todos os recursos, sem exceção, são dotados deste efeito. É o efeito, por meio do qual se devolve ao órgão ad quem o conhecimento da matéria impugnada. É conseqüência do princípio da correlação entre pedido e julgamento (princípio da demanda), no qual o juízo ad quem irá proferir decisão nos limites em que os pedidos foram formulados. Tantum devolutum quantum apellatum. Apenas devolve ao tribunal as matérias que foram alegadas em primeira instância. As matérias que podem ser conhecidas de ofício Efeito Translativo. Todos os recursos têm esse efeito. Contudo, é na apelação, que pode ser estudado em sua plenitude (2 aspectos distintos). Apelação Quanto à extensão Art. 515, CPC; Apenas sobre a matéria impugnada; Se recorrer apenas de parte, somente ela será examinada. Quanto à profundidade Art. 515, 1º e 2º, CPC; Analisa os fundamentos que embasam o pedido; A sentença deve apreciar todos os pedidos; 1

Não necessita apreciar todos os fundamentos, apenas os relevantes para a decisão. Art. 515, 3º, CPC Possibilidade de o Tribunal julgar imediatamente a lide. Não há violação ao Princípio do Duplo Grau de Jurisdição. Elementos: Matéria exclusiva de direito; ADMISSÍVEL: Sendo de direito e de fato, não for necessária produção de outras provas; Condições de imediato julgamento. Art. 515, 4º, CPC Produção das provas faltantes e julgamento pelo Tribunal. 7.3. Efeito Suspensivo Conceito: É uma qualidade dos recursos que impede que a decisão produza seus efeitos até que o recurso seja apreciado. A ordem contida na decisão do órgão a quo fica suspensa. O efeito suspensivo é automático em algumas situações e se inicia com a publicação da sentença que fica, durante o prazo do recurso, com sua eficácia suspensa, aguardando o decurso desse prazo. 7.3.1. Extensão do efeito suspensivo Tem relevância especial nos casos de julgamento de parcial procedência. Sucumbência Total Suspende a decisão como um todo; Nada pode ser executado. Parcial Suspende apenas em relação à parte impugnada. O conteúdo não impugnado pode ser executado. Executa-se o que for incontroverso. Execução definitiva pedido. O Tribunal não pode decidir sobre o que não lhe foi 7.3.2. Recursos dotados de efeito suspensivo Art. 520, CPC. Regra: Duplo efeito Devolutivo Suspensivo Exemplos de efeito apenas devolutivo Art. 1.184, CPC (Interdição); Sentença que concede a segurança; Art. 58, V, Lei nº 8.245/91 (Inquilinato); 2

Concessão do efeito suspensivo pelo relator Art. 558, parágrafo único, CPC Risco de lesão grave ou de difícil reparação. Embargos de Declaração Sempre com efeito suspensivo. Agravo Não tem efeito suspensivo. O relator pode atribuir efeito suspensivo nos casos do 558, parágrafo único, CPC. 7.3.3. O mandado de segurança e a medida cautelar para atribuição de efeito suspensivo No passado era comum o uso do Mandado de Segurança para conseguir efeito suspensivo às sentenças que não o tinham. Com o advento do artigo 558, CPC, o relator pode conceder o efeito. O MS apenas poderá ser utilizado se houver indeferimento pelo 558, CPC. (Decisão do STJ) 7.4. Efeito translativo Conceito: Consiste na possibilidade de o tribunal conhecer de matérias de ordem pública, que não sejam objeto do recurso, nem tenham sido examinadas pela primeira instância. É possível que ele provoque piora na situação do recorrente. Porém, não há violação ao princípio da non reformatio in pejus. EX: Falta de condições da ação. Está presente: Apelação Agravo Recurso Ordinário 7.5. Efeito expansivo O tribunal deve decidir o recurso nos limites em que foi interposto. Porém há casos em que a decisão poderá ir além do que foi impugnado Efeito Expansivo Subjetivo Interposto por um litisconsorte, mas beneficia os outros UNITÁRIO: Sentença tem de ser igual para todos. SIMPLES: A sentença é independente entre os litisconsortes. mas em razão da matéria alegada, pode haver influência na decisão quanto aos demais. 3

EX: Ação de indenização por acidente de trânsito, aforada contra dois réus e julgada procedente. Se um deles alegar a inexistência de danos, o tribunal não tem como acolher esse pedido sem beneficiar o outro réu, que não recorreu. Objetivo O julgamento de uma parte recorrida poderá influenciar a outra de que não houve recurso. EX: ação de rescisão de compromisso de compra e venda cumulada com reintegração de posse. Julgada procedente. O réu recorre apenas da rescisão. A reintegração guarda relação com a rescisão, então pode haver o efeito expansivo objetivo. 7.6. Efeito regressivo Conceito: Constitui-se na faculdade que alguns recursos atribuem ao órgão a quo de reconsiderar a decisão atacada. Presente no recurso de AGRAVO. Presente na APELAÇÃO quando: Indeferimento da inicial (Reconsideração: 48 hs) Art. 285-A, CPC (Reconsideração: 5 dias) NÃO É NECESSÁRIO QUE O JUIZ, CASO OPTE POR MANTER SUA DECISÃO, MANIFESTE-SE EXPRESSAMENTE PARA TANTO. BASTA QUE DETERMINE A SUBIDA DOS AUTOS OU A MANIFESTAÇÃO DO RÉU SOBRE O RECURSO DO AUTOR. 4

CAPÍTULO II DOS RECURSOS EM ESPÉCIE 1. APELAÇÃO 1.1. Conceito É o recurso cabível contra sentença, ou seja, contra o ato que implica em alguma das situações previstas no artigo 267 ou 269 e que ponham fim ao processo ou à fase de conhecimento. 1.2. Requisitos Segue os mesmos requisitos dos recursos em geral REQUISITO ESPECÍFICO: que não seja interposta contra decisão que esteja em conformidade com súmula do STJ ou do STF (Art. 518, 1º, CPC) Art. 514, CPC. Indicação do Tribunal competente: não se exige que o apelante indique o Tribunal para processamento da apelação. Deve endereçar a apelação ao juízo de primeiro grau e este tem o dever de encaminhar a quem de direito (órgão ad quem). Interposição da apelação por fax: é possível segundo a Lei nº 9.800/99. o original deve ser juntado até 5 dias após a percepção do fax. deve estar acompanhado do recolhimento do preparo. ** o prazo de 5 dias não é preclusivo, admitindo-se a juntada posterior do original, desde que não resulte prejuízo (posicionamento de Marcus Vinicius Rios Gonçalves). Protocolo integrado paulista: É possível protocolizar petições em outras cidades do estado para serem posteriormente remetidas ao juízo correto. 1.3. Apelação de sentença de indeferimento da inicial É cabível apelação da sentença que indefere a inicial, extinguindo o processo sem julgamento do mérito. Os elementos e requisitos são os mesmos para a apelação em geral, porém com uma possibilidade extra: o juiz pode retratar-se da extinção no prazo de 48 horas (art. 296, CPC). É exceção à regra de que, com a sentença, o juiz cumpre e acaba seu ofício jurisdicional (art. 463, CPC). O recurso será encaminhado ao Tribunal e o réu não será citado para apresentar contrarrazões de recurso. Processa-se sem a participação do réu porque sequer foi deferida a citação. Não há ofensa ao contraditório. 1.3.1. Apelação de sentença de improcedência de plano Nesta oportunidade, não haverá extinção. Haverá o recebimento da inicial e o julgamento imediato, pela improcedência do mérito do pedido (Art. 285-A, CPC). 5

Contra a sentença que julgar improcedente o pedido, cabe apelação. Há possibilidade de retratação do juiz no prazo de 5 dias. Neste caso, o réu deverá ser citado para responder ao recurso, já que a inicial foi recebida e posteriormente julgada improcedente no mérito. 1.4. Efeitos da apelação 1.4.1. Suspensivo Em regra, a apelação tem efeito suspensivo. Deve aguardar o decurso do prazo, ou o julgamento pelo Tribunal. Há casos em que não estará presente o efeito suspensivo. Art. 520, CPC I - homologar a divisão ou a demarcação; Arts. 980 e 966, CPC II - condenar à prestação de alimentos; Pois destinados à subsistência de quem os postula. Estão excluídos deste caso, os alimentos devidos em razão de ato ilícito. (Ex: acidente de veículo). Da decisão que exonerar o devedor do pagamento dos alimentos, existirá o efeito suspensivo. IV - decidir o processo cautelar; V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; válido para os embargos do devedor (1ª fase) válido para os embargos à arrematação e adjudicação (2ª fase) VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. VII confirmar a antecipação dos efeitos da tutela; ** Recebida a apelação somente no efeito devolutivo, poderá a parte requerer ao juiz a expedição de carta de sentença (art. 475-O, CPC), para a execução provisória. 1.4.2. Devolutivo Assim como todos os demais recursos, a apelação devolve ao órgão ad quem o conhecimento da matéria impugnada. Art. 515, 3º, CPC conhecimento, diretamente pelo tribunal, da matéria de mérito. 1.4.3. Regressivo Só pode existir: art. 296, CPC art. 285-A, CPC Proferidas quando o réu não tiver sido citado 1.4.4. Translativo Presente também na apelação, deferindo-se ao Tribunal a possibilidade de reconhecer as matérias de ordem pública. 6

1.5. Possibilidade de inovar na apelação A princípio, não se pode decidir na apelação matéria que não haja sido suscitada no curso do processo de conhecimento (art. 515, 1º, CPC) Art. 462, CPC Direito superveniente à sentença Prescrição art. 193, CC 1.6. Processamento da apelação EM 1º GRAU Interposta em 1º grau e juntada aos autos; O juiz realiza o exame de admissibilidade; Preenchidos os requisitos, o juiz declara os efeitos, intimando-se o adversário para apresentar contrarrazões; Após as contrarrazões, poderá o juiz novamente examinar os requisitos de admissibilidade, no prazo de 5 dias. Determinará a remessa ao Tribunal; EM 2º GRAU Registro e distribuição; Encaminhado a um relator; O relator elaborará um relatório sobre os pontos controvertidos do recurso (art. 549, CPC); Encaminhamento a um revisor, que requererá dia para julgamento; Na sessão de julgamento, haverá a presença de 3 desembargadores, podendo qualquer deles pedir vista, se não estiver em condições de proferir imediatamente seu voto; O relator poderá: negar seguimento ao recurso (ausência de requisitos de admissibilidade), dar provimento ao recurso (se a decisão contrariar súmula dos tribunais superiores); CONTRA A DECISÃO SINGULAR DO RELATOR, CABERÁ AGRAVO REGIMENTAL EM 5 DIAS O julgamento se dará por unanimidade ou maioria de votos, lavrando-se acórdão, que conterá ementa. As matérias discutidas devem ser julgadas em separado, para que não haja confusão entre os fundamentos debatidos na apelação. Alcance da maioria de votos: Pode, em certas situações ser difícil alcançarmos a maioria de votos. Imagine-se que a ação tenha pedido do autor de condenação em 100, tendo o juiz de 1º grau condenado em 80. No julgamento da apelação, pode haver voto para conceder os 100, outro para não conceder nada, e um último que mantenha a sentença de 80. Não há sequer maioria de votos. A solução encontrada foi a prevalência do voto médio. Aquele que não seja nem o mais favorável nem o mais prejudicial às partes. Art. 299 do Assento Regimental do TJ-SP. 7

2. AGRAVO 2.1. Conceito É o recurso cabível contra decisões interlocutórias, isto é, aquelas que têm conteúdo decisório, porém não implicam em qualquer situação prevista nos artigos 267 ou 269 do CPC. Tais decisões estarão presentes nos processos de conhecimento, execução e cautelares. Essas decisões são atos do juiz regulados pelo artigo 162, 2º, CPC. Art. 162 - Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. 2º - Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. Cabe contra decisões dos juízos de primeira instância e também dos de segunda instância. 2.2. Modalidades Existem 2 modalidades de agravo, previstas no CPC. Agravo Retido Instrumento ** Agravos regimentais figuras presentes nos Regimentos Internos dos Tribunais e, por não terem denominação própria, são assim conhecidos. São normalmente utilizadas para combater decisões tomadas individualmente pelo relator do recurso. 2.3. Cabimento Art. 522 - Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento. Agravo RETIDO É a regra do CPC. Agravo de INSTRUMENTO Apenas em situações excepcionais. Art. 527, II, CPC Conversão em agravo retido. A conversão cabe ao relator, em qualquer momento. PRAZO = 10 dias 2.4. Requisitos Além dos requisitos do cabimento, não há outras condições especiais, apenas a legitimidade e o interesse no recurso. Prazos Regra: 10 dias Decisões em audiência: agravo retido, oral e imediatamente. Agravos regimentais: 5 dias Preparo Retido: não tem preparo 8

Instrumento: tem preparo Regimental: não tem preparo O agravo deve vir acompanhado das razões sob pena de preclusão consumativa. 2.5. AGRAVO RETIDO 2.5.1. Introdução É aquele agravo feito e que fica preso ao processo, no momento em que foi apresentado, possibilitando ao juiz exercer a retratação que a lei lhe autoriza. No mais, ficará aguardando um momento posterior para ser julgado definitivamente. Esse momento posterior é o do artigo 523, caput, do CPC. Art. 523. Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o tribunal dele conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação. É interposto nos próprios autos e não gera a formação de apenso, ficando pendente até o momento da interposição da apelação, quando será preliminarmente julgado. 2.5.2. Processamento Processa-se nos mesmos autos. Portanto, não há traslado de peças, nem formação de apenso. Apresentado por meio de petição escrita, acompanhada das razões recursais. Decisões proferidas em audiência: agravo oral e imediato, também com razões. As contrarrazões também devem ser apresentadas oralmente e na audiência. Artigo 523, 1º, CPC condição para que o tribunal examine o agravo. RETRATAÇÃO NO AGRAVO. A retratação se fará, pelo juiz, no prazo de 5 dias. Após a retratação surgirá a sucumbência para a outra parte que, agora, poderá interpor novo agravo retido, seguindo-se os mesmos trâmites do primeiro. 2.6. AGRAVO DE INSTRUMENTO 2.6.1. Introdução É dirigido a órgão diverso daquele que proferiu decisão, para ser apreciado desde logo. É interposto diretamente ao juízo ad quem ou por meio do protocolo integrado. É incumbência da parte a formação do instrumento, anexando as peças de natureza obrigatória e também as que entender necessárias. 2.6.2. Processamento a) Interposição Segundo o artigo 524, do CPC, a interposição só se dá por petição, ficando totalmente afastada a possibilidade de interposição oral. Art. 524. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, através de 9

petição com os seguintes requisitos: I - a exposição do fato e do direito; II - as razões do pedido de reforma da decisão; III - o nome e o endereço completo dos advogados, constantes do processo. Deve estar acompanhado das peças de natureza obrigatória, sob pena de não ser conhecido. Art. 525. A petição de agravo de instrumento será instruída: I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; II - facultativamente, com outras peças que o agravante entender úteis. b) Processamento no Tribunal Deve ser realizado o protocolo (distribuição) no Tribunal, no horário de expediente. Após a distribuição, surge ao agravante a incumbência do artigo 526, CPC. Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso. Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que argüido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo. A finalidade do artigo 526, CPC é possibilitar ao juízo recorrido exercer o juízo de retratação que lhe é admitido. Uma vez recebido o agravo, ele será entregue a um relator que, adotará uma das situações previstas no artigo 527 do CPC. Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribuído incontinenti, o relator: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 2001) I - negar-lhe-á seguimento, liminarmente, nos casos do art. 557; II - converterá o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, mandando remeter os autos ao juiz da causa; III poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; IV poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias; V - mandará intimar o agravado, na mesma oportunidade, por ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de recebimento, para que responda no prazo de 10 (dez) dias (art. 525, 2o), facultando-lhe juntar a documentação que entender conveniente, sendo que, nas comarcas sede de tribunal e naquelas em que o expediente forense for divulgado no diário oficial, a intimação far-se-á mediante publicação no órgão oficial; VI - ultimadas as providências referidas nos incisos III a V do caput deste artigo, mandará ouvir o Ministério Público, se for o caso, para que se pronuncie no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a 10

reconsiderar. Art. 528. Em prazo não superior a 30 (trinta) dias da intimação do agravado, o relator pedirá dia para julgamento. c) Juízo de Retratação Uma qualidade de todos os agravos, independentemente da forma de interposição, é proporcionar ao juízo a quo retratar-se de sua decisão. Ao agravo de instrumento não há rigor quanto ao prazo para o juízo de retratação, podendo ele ser feito até o julgamento do recurso. mesmo o juízo a quo tendo prestado informações dizendo que manteria a decisão, poderá ele posteriormente se retratar, desde que antes do julgamento do agravo pelo tribunal. Espécies de Retratação TOTAL: Se a retratação for total, o agravo de instrumento perderá o objeto e o Tribunal não poderá mais apreciá-lo. PARCIAL: O agravo ainda será processado, porém com o conhecimento do Tribunal de que parte da decisão foi reconsiderada. É necessário ouvir o agravado antes da retratação? Por simetria com o agravo retido, a doutrina se posiciona no sentido de que é necessário ouvir o agravado antes de se possibilitar a retratação, conforme artigo 523, 2º, CPC. 2.6.3. Agravo de Instrumento contra decisão denegatória de seguimento de recurso especial ou extraordinário. O Recurso Especial (REsp) e o Recurso Extraordinário (RExt) são interpostos perante o Tribunal de origem, que analisará os requisitos de admissibilidade. Sendo admitidos, não caberá recurso. Porém, se não forem admitidos caberá agravo de instrumento ao STJ ou STF no prazo de 10 dias, na forma do artigo 544 do CPC. Art. 544. Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo de instrumento, no prazo de 10 (dez) dias, para o Supremo Tribunal Federal ou para o Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso. 1º - O agravo de instrumento será instruído com as peças apresentadas pelas partes, devendo constar obrigatoriamente, sob pena de não conhecimento, cópias do acórdão recorrido, da certidão da respectiva intimação, da petição de interposição do recurso denegado, das contra-razões, da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado. As cópias das peças do processo poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. 2º - A petição de agravo será dirigida à presidência do tribunal de origem, não dependendo do pagamento de custas e despesas postais. O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta, podendo instruí-la com cópias das peças que entender conveniente. Em seguida, subirá o agravo ao tribunal superior, onde será processado na forma regimental. 3º - Poderá o relator, se o acórdão recorrido estiver em confronto com a súmula ou jurisprudência 11

dominante do Superior Tribunal de Justiça, conhecer do agravo para dar provimento ao próprio recurso especial; poderá ainda, se o instrumento contiver os elementos necessários ao julgamento do mérito, determinar sua conversão, observando-se, daí em diante, o procedimento relativo ao recurso especial. 4º - O disposto no parágrafo anterior aplica-se também ao agravo de instrumento contra denegação de recurso extraordinário, salvo quando, na mesma causa, houver recurso especial admitido e que deva ser julgado em primeiro lugar. 12

3. EMBARGOS INFRINGENTES 3.1. Introdução A lei 10.352/2001 promoveu várias alterações na sistemática dos embargos infringentes, reduzindo o âmbito de sua aplicação. Cogita-se muito de sua extinção do sistema jurídico, porém diante da freqüência com que ele é provido, preferiu-se, até o momento, pela sua manutenção. Pelo regime antigo, o recurso era cabível do acórdão não unânime proferido em apelação ou ação rescisória, pouco importando se o acórdão impugnado mantinha ou reformava a decisão recorrida. 3.2. Cabimento Art. 530, CPC É cabível, portanto, de: acórdão não unânime; que reformar a sentença de mérito; em grau de apelação; ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência. Não será cabível os embargos infringentes: Acórdãos proferidos no julgamento de outros recursos; Acórdãos que mantenham a sentença, ou não acolham a ação rescisória; Acórdãos que reformem a sentença, para extinguir o processo sem resolução do mérito; Acórdãos que anulem a sentença; Acórdãos de não conhecimento do recurso. 3.3. Processamento Prazo para interposição: 15 dias. Segundo a redação antiga do art. 498, do CPC, dispunha: Art. 498. Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maioria de votos e julgamento unânime e forem interpostos simultaneamente embargos infringentes e recurso extraordinário ou recurso especial, ficarão estes sobrestados até o julgamento daquele. TEXTO REVOGADO Antigamente, o recorrente deveria interpor 2 ou até 3 recursos ao mesmo tempo, atacando partes diferentes do acórdão, pois o RExt e o REsp não poderiam impugnar a matéria não unânime, já que ainda era cabível os Embargos Infringentes. E o princípio da Unirrecorribilidade ou Singularidade? A atual redação corrigiu o problema, não sendo mais possível a interposição de vários recursos simultâneos. O regime atual possibilita a interposição dos embargos infringentes e, posteriormente à intimação de seu julgamento, a interposição do RExt e REsp. 13

Enquanto couber Embargos Infringentes, não se inicia o prazo para os demais recursos. O prazo para os outros recursos, por outro lado, não depende de nova intimação para se iniciar caso não haja a interposição dos embargos. Se houver interposição dos embargos infringentes, o prazo para os demais recursos se iniciará a partir da intimação do acórdão dos embargos. Atos processuais nos embargos infringentes: Abertura de vista ao embargado para que responda; Conclusão ao relator para juízo de admissibilidade; O relator agirá de acordo com o art. 557 do CPC, cabendo agravo desta decisão; Não se aplica a regra do art. 557, 1º, pois o relator não pode dar provimento aos embargos infringentes de maneira monocrática. Escolha do relator dos embargos: Art. 534 do CPC Até pode ser o mesmo Norma regimental definirá, sendo recomendável que a escolha recaia sobre relator que não tenha participado do julgamento anterior. Os demais atos da tramitação processual, como a designação de dia para julgamento, prazo para julgamento, além de outros correlatos, fica sob exclusiva responsabilidade dos Regimentos Internos dos Tribunais. No Estado de São Paulo, os embargos infringentes não recolhem preparo. 14

4. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 4.1. Introdução Os embargos declaratórios constituem recurso em nosso sistema, segundo leitura do art. 496, do CPC. No entanto, eles têm finalidade distinta dos demais recursos previstos taxativamente na lei. Como regra, os recursos têm a finalidade de proporcionar uma nova apreciação do caso pelo Poder Judiciário, diante do inconformismo do recorrente, com possibilidade de modificação do conteúdo da decisão recorrida. A finalidade dos embargos é totalmente distinta. Não visam a modificação da decisão, mas sua integração. A integração que se pretende é a correção de vícios de: Obscuridade; Contradição; Omissão. Sua função é complementar ou esclarecer a decisão, buscando sua integração e possibilitando a interposição dos recursos cabíveis. 4.2. Cabimento Segundo os artigos 162 e 163 do CPC, as decisões do juiz se dividem entre despachos, decisões interlocutórias e sentenças. Nesse contexto, ao analisarmos o art. 535 do CPC, poderíamos ter uma falsa impressão da realidade jurídica envolvendo os embargos de declaração. O art. 535, I, do CPC tem consignado em seu texto as expressões sentença e acórdão. Poderíamos, em uma primeira leitura, entender que os embargos declaratórios apenas seriam cabíveis dessas modalidades decisórias. Porém, essa conclusão é falsa. Assim, cabem embargos de declaração também contra as decisões interlocutórias, pois sendo atos de conteúdo decisório, não se pode admitir que sejam obscuros, contraditórios ou omissos. Só não é cabível os embargos conta despachos porque estes não possuem qualquer conteúdo decisório. Os embargos declaratórios ainda são cabíveis para prequestionar determinadas matérias que não foram decididas e que sejam pressupostos para a interposição de recursos futuros. (Súmula 98 STJ) 4.3. Admissibilidade Prazo: 5 dias. Contados da intimação da decisão que ensejou o recurso. Não há outros elementos especiais no que se refere à admissibilidade, sendo legítimas quaisquer das partes (vencedora ou vencida), terceiros, intervenientes, Ministério Público. Até o próprio advogado pode apresentar o recurso em próprio nome para discutir a respeito de seus honorários. Efeitos da interposição: Nos processos comuns, há a interrupção do prazo para a interposição de outros recursos; 15

Nos processos regidos pela Lei nº 9.099/95, haverá a suspensão do prazo para outros recursos (art. 50). Se forem opostos embargos meramente protelatórios, poderá o embargante sofrer penalidade por litigância de má-fé, sendo condenado em valor de 1% sobre o valor da causa, sendo este valor elevado até 10% em caso de reiteração. 4.4. Fundamentos dos Embargos Art. 535, CPC. Fundamentos Obscuridade Contradição Omissão Obscuridade: É a falta de clareza do ato. As decisões judiciais devem ser compreendidas por seus leitores (destinatários) e, por isso, devem ser redigidas de forma clara e expressar de maneira inteligível o pensamento do julgador. Contradição: É a falta de coerência da decisão, que deve ser lógica para o leitor. A contradição é a afirmação contrária do que se disse anteriormente. Há partes na sentença que conflitam entre si. Omissão: Existe alguma lacuna, uma falta, na decisão proferida. Há algo relevante que deveria ter sido apreciado pelo juiz e não foi. 4.5. Processamento dos Embargos São opostos perante o juízo que proferiu a decisão, cabendo a ele próprio apreciar os embargos. O prazo para oposição é de 5 dias, devendo o juiz julgar no mesmo prazo. Se forem opostos para integrar acórdão, o relator apresentará os embargos para julgamento na próxima sessão. Deverá o julgador abrir vista à parte contrária para apresentar resposta ao recurso? Em regra não será necessário, pois haverá apenas a integração da sentença, sem que se produza qualquer situação nova; Excepcionalmente deverá ser aberta vista à parte adversa, se o embargante trouxer documentos novos quando da interposição dos embargos. (Posição do STF Informativo 188). Os embargos serão sempre interpostos por petição escrita, ainda que de decisões proferidas em audiência (art. 536, CPC). Havendo modificação do conteúdo da decisão embargada e a parte adversa já houver recorrido, poderá esta última complementar as razões de seu recurso (ex: apelação), mesmo já tendo decorrido o prazo para apresentação do recurso. 4.6. Efeitos dos Embargos de Declaração Os embargos de declaração têm efeito suspensivo, isto é, impedem que a decisão embargada produza seus efeitos e que se dê início a qualquer liquidação provisória. 16

Também são dotados de efeito devolutivo, pois devolvem ao mesmo julgador a possibilidade de apreciar o conteúdo da demanda. 5. RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 5.1. Introdução É um dos três recursos para o STF ou STJ. No caso do STF, as hipóteses de cabimento estão no artigo 102, II da CF Mandado de segurança; Habeas data; Mandado de injunção. Desde que decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, sendo denegatória a decisão. No caso do STF, a previsão legal está no art. 105, II, b e c da CF. A finalidade do Recurso Ordinário é permitir a reapreciação de decisões proferidas naquelas ações de competência originária dos tribunais. Busca obter a anulação de acórdãos nas hipóteses previstas na CF e no art. 539 do CPC. 5.2. Processamento Prazo de interposição: 15 dias. Dirigido ao relator do acórdão recorrido. De acordo com o art. 540 do CPC se aplicam a ele as regras da apelação. Em razão disso, se provido o recurso por maioria de votos, será cabível embargos infringentes. Neste caso, não se exige o prequestionamento. Também sequer poderia ocorrer, haja vista que trata-se de decisão proferida em sede de competência originária. 6. RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO 6.1. Introdução São recursos excepcionais, em oposição aos recursos estudados anteriormente, que são tidos como ordinários. Possuem essa característica em razão de seu cabimento apenas em hipóteses específicas e preenchem requisitos mais rigorosos e são dirigidos aos órgãos de cúpula do Poder Judiciário. Para a interposição, não se exige apenas a sucumbência, mas também o enquadramento exato nas hipóteses previstas na CF. 6.2. Características comuns Rodolfo de Camargo Mancuso enumera 6 características comuns aos dois recursos excepcionais. 17

1. Exigem o prévio esgotamento das instâncias ordinárias; 2. Não são vocacionados à correção da injustiça do julgado recorrido; 3. Não servem para mera revisão da matéria de fato; 4. Apresentam sistema de admissibilidade desdobrado, com uma fase perante o Tribunal a quo e outra perante o ad quem; 5. Os fundamentos específicos de admissibilidade estão na CF e não no CPC; 6. A execução que se faça na sua pendência é provisória. 6.3. Prequestionamento Consiste na necessidade de a questão constitucional ou relativa a lei federal ter sido ventilada nas instâncias inferiores. É preciso que a questão seja suscitada e decidida antes, devendo a parte que alegou a tese e não a vendo decidida pelo juízo, interpor embargos de declaração para prequestionamento. 6.4. Regime de Retenção Art. 542, 3º do CPC Regra semelhanta à do agravo retido, que será conhecido por ocasião do julgamento da apelação, se a parte assim o requerer. 18