FLUXOS SUBTERRÂNEOS E QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA ALÇA RODOVIÁRIA DO ESTADO DO PARÁ.



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Transcrição:

FLUXOS SUBTERRÂNEOS E QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA ALÇA RODOVIÁRIA DO ESTADO DO PARÁ. Milton Antonio da Silva Matta 1 & Raimundo Oliver Brasil dos Santos 2 INTRODUÇÃO O presente artigo foi escrito com base no Diagnóstico Ambiental, parte do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA-RIMA, referente a implantação do projeto da Alça Rodoviária do Estado do Pará, financiado pelo Governo do Estado através da Secretaria dos Transportes, no período de setembro a dezembro de 1999 (SETRAN, 2000). São apresentados aqui, dois aspectos de extrema relevância para a gestão integrada dos recursos hídricos no âmbito do Estado do Pará: os aspectos geométricos dos fluxos subterrâneos, através do estabelecimento de mapas potenciométricos para as águas subterrâneas; e a qualidade das águas superficiais da área em questão. Discute-se, principalmente, suas interações dinâmicas. Apesar dos dados analisados não serem ainda suficientes para análises mais abrangentes e definitivas, acredita-se que os parâmetros hidrodinâmicos considerados possam, de certo modo, ter induzido os primeiros passos no conhecimento da interação dos fluxos superficiais e subterrâneos das águas da região. O sistema hidrogeológico da região é constituído por sedimentos terciários-quaternários do Grupo Barreiras, com capeamentos localizados de sedimentos argilo-arenosos do Pós-Barreiras e pelos aluviões das planícies de inundação dos principais cursos de água. Todo este conjunto acha-se sobreposto ao pacote carbonático de idade oligo-miocênica da Formação Pirabas. Essas unidades geológicas formam um sistema aqüífero único, cujas águas são captadas através de poços tubulares com profundidades que variam dentro do intervalo entre 30 e 300 metros. Quanto às águas superficiais, a rede hidrográfica é composta pelos baixos cursos dos rios Guamá, Acará e Moju que acabam por desaguar na baia do Guajará (Figura 01). Neste trecho, suas bacias hidrográficas sofrem influência da dinâmica das marés semidiurnas da foz do Amazonas originando o Estuário Guajarino, cujas amplitudes podem alcançar os 4 metros. Suas influências chegam a atingir aproximadamente 100 km rio acima. 1 Universidade Federal do Pará - Centro de Geociências - Caixa Postal 1611-66075-110 - Belém/PA 2 Universidade Federal do Pará - Centro de Geociências - Caixa Postal 1611-66075-110 - Belém/PA XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 1

ÁREA DE ESTUDO A área correspondente ao presente estudo abrange a região imediatamente ao sul da cidade de Belém, incluindo as bacias hidrográficas dos baixos cursos dos rios Guamá, Acará e Moju, o município de Barcarena e o complexo insular guajarino, no estuário homônimo, na desembocadura dos rios supracitados. A área em questão conta com aproximadamente 4.800 km², sendo limitada pelos paralelos 1 20 00 S e 1 45 S e meridianos 48 45 00 W e 48 10 00 W (Figura 1). Figura 1- Localização aproximada da área (retângulo em destaque) e respectivos municípios envolvidos. ASPECTOS CLIMÁTICOS. Segundo NASCIMENTO (1995), a cidade de Belém, por sua posição geográfica, e de acordo com a classificação de Koppen, pertence a categoria climática equatorial úmido do tipo Af, cujas características principais são: altas temperaturas (sempre acima de 18 0 C), ventos de baixa velocidade intercaladas com freqüentes momentos de calmaria, altos índices de umidade relativa do ar e precipitação abundantes, oscilando entre 1.500 e 3.000 mm anuais. Em toda a área, as variações das temperaturas são de 26 a 27ºC, correspondentes as médias anuais, de 23 a 24ºC para as médias mínimas anuais e de 31 a 32ºC para médias máximas anuais. A precipitação na região equatorial é o elemento meteorológico que mais define o clima. O comportamento da precipitação em Belém e adjacências, é expresso por um período chuvoso (dezembro a maio) e um período seco ou menos chuvoso (junho a novembro). XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 2

O mês de maior precipitação é o mês de março e o de menor precipitação é novembro, seguido de outubro, com pequena variação entre os dois (Figura 2). Precipitação(mm) 400 300 200 100 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Precipitação Média Mensal Figura 2- Distribuição da Precipitação Média Mensal da Região de Belém e Adjacências (Moraes, 1999). Outro aspecto importante na determinação das condições climáticas locais é a velocidade e direção dos ventos. Segundo dados do Serviço de Meteorologia do Ministério da Agricultura (normal climatológica de 1931/1960), as maiores freqüências anuais dos ventos em Belém são de Nordeste (29%), Norte (10%) Oeste (9%). As freqüências das demais direções são insignificantes. A velocidade média fica entre 2,6 e 2,9 m/s e a calmaria é de 45% nos 12 meses. Nos meses de setembro a novembro os ventos alísios de norte e nordeste podem alcançar velocidade de 25 nós. QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS No sentido de investigar a qualidade das águas superficiais da área objeto deste trabalho, foi desenvolvida uma campanha de campo com, coleta de amostras em um conjunto de pontos previamente selecionados. Foram alvo de coleta de água, os rios Guamá, Acará, Moju e o Ig. Dendê, nas proximidades de Vila do Conde, no município de Barcarena, totalizando 10 pontos amostrados, sendo 02 amostras coletadas no rio Guamá, 02 amostras no rio Acará, 04 amostras no rio Moju, 01 amostra no Ig. Dendê e 01 amostra nos arredores das instalações industriais da Albrás, leito de pequeno córrego que recebe as águas residuais da indústria de alumínio, conforme mapa anexo (Figura 3). Tais amostras passaram por uma bateria de análises físico-químicas e bacteriológicas que após serem tratadas e interpretadas permitiram, em largos traços, que se tivesse uma idéia das características das águas da região. XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 3

As análises laboratoriais foram executadas no Laboratório de Análise de Água do Centro Tecnológico-Departamento de Engenharia Química/Divisão de Controle Ambiental, da Universidade Federal do Pará, e tratadas de acordo com os padrões técnicos estabelecidos pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater da AWWA. Figura 3- Mapa de localização da amostragem de água superficial. A amostragem ocorreu durante as duas primeiras semanas de outubro/1999, correspondendo ao período mais seco da região. Parâmetros Analisados e Resultados Obtidos Nas campanhas de campo foram efetuadas determinações para avaliação do Índice de Qualidade da Água (IQA) e Potabilidade, dos seguintes parâmetros: Cor, ph, Sólidos totais, Turbidez, Oxigênio Dissolvido (OD), Temperatura, Nitrogênio, Nitrito, Nitrato, Fosfato Total, Coliformes Totais e Coliformes Fecais e Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). Os resultados destas análises apresentam-se relacionados na Tabela 1. XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 4

Tabela 1- Resultados Gerais das Análises de Qualidade de Água. Pontos de coletas Parâmetros 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 (Unidade) Temperatura ( 0 C) 29 29 29 29 29 29 29 29 30 29 PH 5,87 5,83 5,34 5,30 5,33 5,43 5,50 5,45 7,7 5,90 Cor (UC) 40 45 25 25 25 20 22 25 45 70 Turbidez 17 16 (UNT) 7,1 8,4 8,6 8,8 6 6,5 9,9 14 OD (mg/l O 2 ) 6,98 6,94 7,20 6,03 6,01 6,29 6,19 6,82 7,19 4,02 DBO (mg/l O 2 ) 5 <5 6 5 7 <5 5 6 5 <20 Nitrogênio Amoniacal (mg/l Nam) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 1,0 Nitrito (mg/l N) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 Nitrato (mg/l N) <10 <10 <10 <10 <10 <10 <10 <10 <10 <10 Fosfato Total (mg/l P) 0,075 0,085 <0,025 <0,025 <0,025 <0,025 <0,025 <0,025 <0,025 0,2 Sólidos totais (mg/l) 110 114 88 81 88 54 33 43 89 146 Coliformes totais (NMP) 2,4 x10 3 9,3x10 3 2,3x10 3 2,3x10 3 1,5x10 3 7,5x10 3 4,3x10 2 4,3x10 2 9,3x10 2 9,3x10 4 Coliformes fecais (NMP) 7,5x10 2 4,3x10 2 4,3x10 2 4,3x10 2 1,5x10 2 9,3x10 2 9,1x10 3,6x10 9,1x10 1,5x10 3 Hora 11:25 11:13 16:25 16:17 17:22 17:00 9:40 9:57 13:00 13:45 Tempo parc. Parc. Nublado nublado nublado nublado parc. parc. parc. parc. nublado Nublado OBS Preamar Preamar Baixa mar Baixa mar Baixa mar Baixa mar nublado Baixa mar nublado Baixa mar nublado Preamar nublado Preamar XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 5

Segundo a Resolução n 0 20 do CONAMA de 1986, as águas doces destinadas à balneabilidade são avaliadas, em função dos valores relativos a coliformes totais e fecais, da seguinte forma: EXCELENTES (3 estrelas) : máximo de 250 coliformes fecais ou 1.250 coliformes totais; MUITO BOA (2 estrelas) : máximo de 500 coliformes fecais ou 2500 coliformes totais; SATISFATÓRIA (1 estrela) : máximo de 1000 coliformes fecais ou 5000 coliformes totais; IMPRÓPRIA : valores acima do anterior. Portanto, considerando que as águas na região se destinam principalmente a balneabilidade, a situação é a seguinte: IMPRÓPRIA Amostra 10 SATISFATÓRIA Amostras 01 e 06 MUITO BOA Amostras 02, 03, 04 e 05 EXCELENTE Amostras 07, 08 e 09 Índice de Qualidade das Águas A legislação vigente sobre os padrões de qualidade de água no Brasil está associada à Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) n 0 20, de 18/06/86, 102, decreto n 0 79.367, de 09/03/77, 120; Portaria n 0 56-BSB, de 14/03/77, 122; NTA 60, 129. Resolução n 0 25, de 1976, 132. Segundo a resolução do CONAMA, as águas são divididas em doces, salobras e salinas e, segundo seus usos preponderantes, são classificadas em nove classes distintas. Os pontos de água analisados enquadram-se na Classe 2, que são as águas destinadas a: abastecimento doméstico após tratamento convencional; proteção das comunidades aquáticas; recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); irrigação de hortaliças e plantas frutíferas; criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. Universalmente existem vários índices utilizados para determinar a qualidade das águas. Neste caso foi adotado o índice de qualidade de água da National Sanitation Foundation - NSF, que vem sendo largamente utilizado pela CETESB. XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 6

Para o cálculo desse índice são necessários 9 parâmetros: oxigênio dissolvido, DBO 5, coliformes fecais, temperatura, ph, nitrogênio total, fosfato total, turbidez e sólidos totais. Para cada parâmetro é utilizada a curva média correspondente. Assim, o IQA é calculado segundo a seguinte fórmula: n IQA = Π qi wi, onde, i = 1 q é a qualidade obtida do gráfico correspondente, em função do valor medido (0-100 ), e w é o peso correspondente à variável, fixado em função da importância para a qualidade ( 0-1 ). Desta maneira, a qualidade das águas doces, indicada pelo IQA dentro de uma escala de 0-100, pode ser classificada segundo as faixas ( CETESB ): 80-100 = qualidade ótima 52-79 = qualidade boa 37-51 = qualidade aceitável 20-36 = imprópria para tratamento convencional 00-19 = imprópria Segundo esses parâmetros foi possível construir a Tabela 2 que mostra os valores e a classificação obtida para as águas superficiais dos pontos analisados. Tabela 2 - Qualidade das Águas Superficiais da Área Estudada VALOR IQA CLASSIFICAÇÃO AMOSTRA DRENAGEM OBTIDO 01 Ponte sobre o rio Guamá (montante) 34,34 Imprópria para tratamento convencional 02 Ponte sobre o rio Guamá (jusante) 29,98 Imprópria para tratamento convencional 03 Ponte sobre o rio Acará (montante) 31,22 Imprópria para tratamento convencional 04 Ponte sobre o rio Acará (jusante) 33,45 Imprópria para tratamento convencional 05 Ponte sobre o rio Moju/foz (montante) 34,18 Imprópria para tratamento convencional 06 Ponte sobre o rio Moju/foz (jusante) 38,23 Aceitável 07 Ponte sobre o rio Moju (montante) 41,96 Aceitável 08 Ponte sobre o rio Moju (jusante) 42,12 Aceitável 09 Ig. Dendê Vila do Conde 46,32 Aceitável 10 Riacho da Vila da Albrás 18,31 Imprópria XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 7

Embora se tenha realizado apenas uma campanha de amostragem para o estudo dessas águas superficiais, e tendo sido coletado apenas 10 amostras, os resultados analíticos para os parâmetros físico-químicos e bacteriológicos obtidos, permitiram algumas considerações de caráter geral, como segue. A Resolução CONAMA n.º20, de 18 / 06 / 96, considera que o enquadramento dos corpos d água deve estar baseado não necessariamente no seu estado atual, mas nos níveis de qualidade que deveriam possuir para atender às necessidades da comunidade. O artigo 20 dessa Resolução diz que cabe aos órgãos competentes enquadrarem as águas e estabelecerem programas permanentes de acompanhamento da sua condição, bem como programas de controle de poluição, para efetivação dos respectivos enquadramentos. A avaliação aqui apresentada para os Índices de Qualidade das Águas nos diversos pontos amostrados, apresentou valores que variaram de 18,31 (Imprópria) a 46,32 (Aceitável). Essa grande variação, revelando até valores anômalos, reflete os diferentes graus de poluição na área, cuja maior intensidade, notoriamente, recaiu em uma única amostra coletada na Vila da Albrás, situação que parece estar relacionada a intensa atividade da indústria de alumínio. (Tabela 2). Os resultados indicaram que as amostras dos pontos 01 a 05, referentes aos rios Guamá, Acará e foz do Moju, com valores entre 29,98 e 34,34, apresentam-se pouco menos poluídas. As águas do rio Guamá, apesar de coletadas a montante da cidade de Belém, mostram claramente a influência antrópica em suas águas, com altos valores de coliformes totais e fecais, isto em função da amostragem ter sido feita no período da preamar. Bem melhores se apresentaram as águas dos pontos 06 a 09, referentes ao rio Moju na altura da cidade homônima e ao Ig. Dendê, na Vila do Conde. Os pontos 07, 08 e 09, para utilização como balneabilidade, foram consideradas como Excelentes. Como já mencionado, é importante que se saliente que a amostragem ocorreu no período mais seco do ano, quando as águas encontram-se em seus níveis mais baixos, função da baixa pluviosidade. Tal situação contribui para a menor diluição dos agentes contaminantes nas águas e conseqüente aumento nos valores dos parâmetros analisados. AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Na região, o gradiente hidráulico e a velocidade de escoamento das águas subterrâneas são, em geral, pequenos, devido ao relevo relativamente plano e de baixas altitudes, variando entre 5 a 15m no máximo, considerando ainda a presença generalizada de sedimentos argilosos de baixa permeabilidade. XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 8

As principais unidades aqüíferas existentes na área, estão relacionadas aos sedimentos terciários, clásticos arenosos, argilo-arenosos e calcários das formações Barreiras e Pirabas, além dos sedimentos quaternários Pós-Barreiras e os aluviões das planícies de inundações dos principais cursos de água, distribuídos irregularmente em subsuperfície sob a forma de camadas ou lentes. Todo esse conjunto pode alcançar os 500m de espessura. No entanto, ao se excluir a formação Pirabas, essa espessura não deve exceder os 100m. Condutividade Elétrica Por ser esta propriedade de fundamental importância no que se relaciona a determinação do grau de salinidade da água e porque também associa diretamente à potabilidade para o consumo humano, foi considerada nesta pesquisa, com algumas amostras tendo sido analisadas. Os valores para 10 amostras coletadas na área de Belém-Ananindeua (Figura 4), variaram entre os extremos 174,2 e 336 MS/cm. As amostras 01, 02, 03 e 10, apresentaram os menores valores (< 231), enquanto as de números 04 a 09 apresentaram os maiores valores (298). Para a região de Moju-Vila do Conde, onde foram consideradas mais 10 amostras, os valores se mostraram muito mais baixos (Figura 5). Somente quatro destas apresentaram valores superiores a 230 MS/cm (amostras 01, 05, 06 e 09), todas as demais mostraram números bem inferiores. Para o consumo humano, porém, todas as amostras analisadas se enquadram dentro do limite máximo permitido pela Resolução CONAMA n.20 de 1986, não parecendo existir, em primeira mão, qualquer problema com as águas subterrâneas da região, apesar do pequeno número de amostras analisadas. POÇOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 COND. ELÉTRICA 209 228 231 346 298 334 336 336 341 174,2 MS/cm CURVA DE COND. ELETRICA POÇOS BELÉM E ANANINDEUA CONDUTIVIDADE ELETRICA MS/cm 400 350 300 250 200 150 100 50 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 POÇOS ANALISADOS Figura 4- Variação de Condutividade Elétrica nas Águas Subterrâneas de Poços da Região de Belém-Ananindeua XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 9

POÇOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 COND. ELÉTRICA 340 228 196 140 316 279 230 220 311 224 MS/cm CURVA DE COND. ELETRICA POÇOS MOJÚ VILA DO CONDE CONDUTIVIDADE ELETRICA MS/cm 400 350 300 250 200 150 100 50 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 POÇOS ANALISADOS Figura 5- Variação de Condutividade Elétrica nas Águas Subterrâneas de Poços da Região de Moju Vila do Conde. Fluxos Subterrâneos Para aqüíferos que apresentem fluxos horizontais, como é o caso da região, é relativamente simples traçar as isolinhas equipotenciais para a representação da superfície potenciométrica. Para tanto, basta que se tenha um número suficiente de poços tubulares e que seja possível relacionar a topografia com profundidade do nível de água desses poços. Apesar da exigüidade das informações existentes, foi possível se apresentar um esboço das curvas isopotenciométricas para cada uma das duas áreas em questão, usando dados de 80 e 35 poços tubulares, respectivamente, para as regiões de Belém-Ananindeua e Moju-Vila do Conde. Tais curvas que representam as condições de equilíbrio dos aqüíferos, indicam a direção do fluxo no sentido do talvegue dos rios que compõem as bacias hidrográficas do rios Guamá, Acará e Moju (Figuras 6 e 7). Como pode ser observado, na área de Moju-Vila do Conde, três altos são delineados pela superfície potenciométrica, e alinhados aproximadamente segundo a direção NE SW, a partir da cidade de Moju para nordeste. Esses altos estão em torno de 14 a 16m de potencial e decrescem até cerca de 4m. Os valores mais altos correspondem, aproximadamente, aos altos topográficos e acompanham os divisores de águas superficiais. Os blocos diagramas das Figuras 8 e 9 mostram a representação tridimensional das superfícies potenciométricas das duas áreas estudadas. XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 10

Figura 6- Mapa de fluxo subterrâneo para a região de Belém-Ananindeua. XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 11

Figura 7- Mapa de fluxo subterrâneo para a região de Moju-Vila do Conde. 16.00 15.00 14.00 13.00 12.00 11.00 10.00 9.00 8.00 7.00 6.00 5.00 4.00 3.00 2.00 1.00 0.00 Figura 8- Representação tridimensional da superfície potenciométrica da área BelémAnanindeua. XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 12

18.00 16.00 14.00 12.00 10.00 8.00 6.00 4.00 2.00 0.00-2.00-4.00-6.00 Figura 9- Representação trimensional da superfície potenciométrica da área Moju-Vila do Conde. DISCUSSÕES E CONCLUSÕES A área objeto desta pesquisa atualmente está sendo priorizada pelo Governo do Estado, pois aí se concentram alguns dos maiores projetos de desenvolvimento. O Distrito Industrial de Barcarena, o Porto da Companhia das Docas do Pará e mais recentemente, o projeto da Alça Rodoviária, são investimentos que tem forçado a sociedade a se preocupar um pouco mais com o controle e preservação dos recursos hídricos, pois a medida que os grandes negócios vão se proliferando, a ocupação urbana vai, de outro modo, se multiplicando e quase sempre da maneira desordenada, com isso comprometendo a qualidade dos mananciais superficiais e subterrâneos. Deste modo, inicia-se neste setor um trabalho de conscientização relacionado a gestão dos recursos hídricos, cujos primeiros passos tem sido dado pelos Estudos de Impactos Ambientais, obrigados pelo processo de licenciamento para execução de determinados empreendimentos, bem como o acompanhamento e controle da qualidade das águas pelos negócios industriais já implantados. Especificamente relacionado a presente situação pode se dizer que apesar dos poucos dados notou-se certa coerência quanto aos resultados das investigações iniciais em relação ao comportamento dinâmico das águas superficiais e subterrâneas, que podem ser resumidas assim: - dos pontos de águas superficiais analisados, notou-se que alguns parâmetros apresentaram valores no limite máximo ou fora do aceitável. O fato de estas análises terem sido efetuadas já no período de escoamento das águas, de acordo com a dinâmica hidrográfica XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 13

da região, quando o nível dos rios encontra-se baixando rapidamente, pode refletir esse valores; - com relação ao fluxo subterrâneo verifica-se, para o mesmo período, que nas duas áreas apresentadas, as direções de fluxos das águas convergem para os talvegues dos cursos de água, refletindo regime de descarga dos aqüíferos. Nota-se que o regime de escoamento subterrâneo dos rios, que era comandado anteriormente pelo escoamento superficial, passa a ser pelo escoamento subterrâneo; Esses aspectos das águas superficiais e subterrâneas na região, pelo menos diante destes dados iniciais, mostram que ao interagirem, fazem de tal modo, preservando a integridade das águas subterrâneas, neste período de estiagem. O regime poderá se inverter, no entanto, no pico das cheias, produzindo outros resultados, caso o gradiente hidráulico cresça entre os cursos de água superficiais e os aqüíferos marginais ou o quadro geológico propicie tal situação. Ainda com relação aos aqüíferos livres da região, referência específica ao pacote quaternário, cujas espessuras máximas podem chegar aos 20m em alguns casos, suas características hidrodinâmicas indicam capacidade específica de 2,41 (m 3 /h)/m para cada 8 horas de bombeamento contínuo, para um poço de 7 a 16 metros de profundidade, porém podendo apresentar grande vulnerabilidade à poluição ou a contaminação, por fossas e esgotos domésticos e/ou resíduos industriais, devido às proximidades com a superfície. BIBLIOGRAFIA MORAES, M.C.S.- 1999, Avaliação do Regime de Precipitação e sua interação com a água Subterrânea e no Regime na Região Metropolitana de Belém. Belém-PA. UFPA/ CG/Departamento de Meteorologia/TCC, 54p. NASCIMENTO, C.C. 1995, Clima e morfologia urbana em Belém / Belém: UFPA, NUMA,. 157 p. il. SAUMA FILHO, M. 1996, As Águas Subterrâneas de Belém e Adjacências: Influência da Formação Pirabas e parâmetros físico-químicos para Medidas de Qualidade. Belém. Universidade Federal do Pará, Centro de Geociências. 128p. Tese (Mestrado em Geologia e Geoquímica) - Curso de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, Centro de Geociências. UFPA. SUDAM - 1984, PROJETO DE HIDROLOGIA E CLIMATOLOGIA DA AMAZÔNIA. Atlas Climatológico da Amazônia Brasileira. Belém, (Publicação, 39). SETRAN 2000, EIA/RIMA-Estudo de Impacto Ambiental e Relatório e Relatório de Impacto Ambiental da Alça Rodoviária/PA. Secretaria dos Transportes do Gov. do Estado do Pará. Belém. XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas 14