Epidemiologia e Controle da Leptospirose Humana nas Regionais do município de Belo Horizonte, Minas Gerais. Matilde Cota Koury Valdemir da Silva



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Transcrição:

Epidemiologia e Controle da Leptospirose Humana nas Regionais do município de Belo Horizonte, Minas Gerais. Matilde Cota Koury Valdemir da Silva Belo Horizonte, dezembro de 2006 1

Epidemiologia e controle da Leptospirose Humana nas Regionais do município de Belo Horizonte, Minas Gerais. Professores responsáveis: Matilde Cota Koury 1 - Coordenadora - doze horas semanais. Valdemir da Silva 2 Auxiliar oito horas semanais Iniciação Científica : Alunos do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix : dois Bolsistas de Iniciação Científica -20 horas semanais e dois alunos voluntários. 1. E-mail: matilde.koury@pesquisador.cnpq.br 2. E-mail: avlisval@yahoo.com.br Justificativas A leptospirose é uma doença infecciosa emergente, que está espalhando do seu ambiente rural para centros urbanos, como na região metropolitana de Belo Horizonte. 2

Existe uma lacuna entre a incidência dessa doença e os aspectos geográficos e a relação entre os aspectos físicos e sociais embutidos no espaço urbano como a presença de favelas e bolsões de pobreza, o crescimento populacional, os principais cursos de água e ausência de rede de esgoto, a população de animais nos lixões e terrenos baldios que propiciam o aparecimento dessa zoonose. O diagnóstico precoce da leptospirose é importante para o sucesso do tratamento que deverá iniciar na fase de leptospiremia, na primeira semana da doença. Se a doença não for tratada nos primeiros dias, pode progredir e o paciente chegar a óbito por insuficiência renal e hemorragias. Considerando que é de vital importância à integração das unidades de vigilância epidemiológica e as instituições de pesquisa para a detecção de casos de leptospirose e o direcionamento de ações de controle; que os métodos de diagnóstico da doença desenvolvidos nos laboratórios de pesquisa devem ser repassados para os laboratórios de rotina contribuindo para a melhoria do diagnóstico da doença na comunidade; que os resultados das pesquisas obtidos na área de diagnóstico das leptospiroses humana e animal e a experiência adquirida, pelo nosso grupo, durante anos de trabalho na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam para a necessidade de um direcionamento de uma pesquisa aplicada para diagnosticar casos da doença, definir o perfil epidemiológico da população exposta a risco, detectar as áreas de risco e implementar medidas de controle. Assim, apresentamos este projeto com o objetivo de mapear a regional nordeste (Bairro São Gabriel) e outras regionais onde a doença ocorre contribuindo para o diagnóstico, o controle da doença e a melhoria da saúde e qualidade de vida das comunidades do município de Belo Horizonte. O projeto contribuirá para a sensibilização da comunidade e dos alunos para os problemas sociais existentes, para a formação dos alunos como cidadãos a partir do momento em que suas habilidades didáticas e sua consciência crítica serão 3

desenvolvidas. Também permitirá uma formação mais completa e próxima da realidade do nosso país e promoverá possíveis mudanças no meio social. O projeto será desenvolvido em parceria com os nossos colaboradores na UFMG. As medidas de prevenção e controle propostas apresentadas neste trabalho contribuirão também para o controle de outras doenças como dengue, leishmaniose e raiva. Introdução A leptospirose é uma doença infecciosa sistêmica, aguda, febril, causada por espiroquetas do gênero Leptospira. Atualmente as leptospiras são classificadas em 13 espécies genônicas baseadas em estudos moleculares de hibridização DNA- DNA (YASUDA et al.,1987; RAMADASS et al., 1992; PEROLAT et al.,1998) Os principais reservatórios de leptospiras são os roedores. Os ratos (Rattus norvergicus, Rattus rattus e Mus musculus) são portadores assintomáticos universal. Em áreas metropolitanas o rato de esgoto, Rattus norvegicus, é considerado o mais importante transmissor de leptospiras para o homem. Animais domésticos como bovinos, suínos, ovinos, caprinos, eqüinos e caninos e animais silvestres são reservatórios de leptospiras. As leptospiras se localizam e se multiplicam nos túbulos renais dos animais infectados e são liberadas na urina durante semanas ou meses após a fase aguda contaminando água, solo e alimentos. A transmissão ao homem pode ocorrer por contacto direto com sangue, tecidos, órgãos ou urina de animais infectados ou por via indireta quando em contacto com água, solo úmido ou vegetação contaminada com a urina de animais infectados. Os homens são infectados pela penetração de leptospiras nas mucosas íntregas, na pele lesada ou íntrega quando imersa em água por longo tempo. O período de incubação varia de um a vinte dias, sendo em média de sete a quatorze dias. Após o período de incubação inicia-se a fase septicêmica que dura de quatro a sete dias, seguidos pela fase de localização da bactéria, caracterizada por leptospirúria e a 4

presença de anticorpos no soro. A doença pode apresentar nas formas subclínicas ou formas graves com alta letalidade. A doença, na maioria dos casos, se inicia abruptamente com febre, mal-estar geral e cefaléia. A forma anictérica aparece em 60% a 70% dos casos. A doença pode ser discreta, de inicio súbito com febre, cefaléia, dores musculares, anorexia, náuseas e vômitos. Dura de um a vários dias, sendo freqüentemente rotulada como síndrome gripal ou virose. Uma infecção mais grave pode ocorrer. Na forma ictérica, a fase septicêmica evolui para uma doença ictérica grave, disfunção renal, fenômenos hemorrágicos, alterações cardíacas e pulmonares, associadas a taxas de letalidade que variam de 5% a 20% (LEVETT, 2001, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). A manutenção de leptospiras nas regiões urbanas e rurais do Brasil é favorecida pelo clima tropical úmido e uma vasta população de roedores. O crescimento urbano desordenado e a grande quantidade de lixo espalhado sobre as vias e terrenos baldios propiciam também um ambiente ideal para a proliferação da população murina. A leptospirose era considerada uma doença esporádica e rural. Casos de leptospirose urbana têm sido registrados e a doença passou a ser um problema de saúde pública, associada à alta mortalidade. No Brasil, alterações sociais ocorridas entre 1960 e 1996 causaram um aumento de 350% na população urbana favorecendo o aparecimento de favelas, onde as condições sanitárias são propicias para o aparecimento de ratos, principais reservatórios e transmissores de leptospiras (KO et al., 1999). Atualmente a leptospirose é considerada uma doença urbana e endêmica no Brasil, o que constitui um serio risco a saúde publica. Sua ocorrência aumenta nas épocas de chuva, quando ocorre o contato de pessoas com água de inundações urbanas, contaminada por leptospiras patogênicas eliminadas, principalmente por roedores. É uma zoonose de grande importância social e econômica e a sua ocorrência está freqüentemente relacionada a precárias condições de infra-estrutura sanitária e alta infestação de 5

roedores ( WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). O diagnóstico da leptospirose humana continua sendo um sério problema médico e saúde pública. Na maioria dos casos, a história epidemiológica, os sinais e sintomas clínicos da doença não permitem o diagnóstico, sendo necessária a confirmação laboratorial (Faine, 1982). A reação recomendada pela Organização Mundial da Saúde para o diagnóstico da leptospirose é a reação de soroaglutinação microscópica (Faine, 1982). Reações sorológicas e moleculares foram descritas para o diagnóstico das leptospiroses humana e animal (OOTEMAN et al., 2005, 2006; BOMFIM et al., 2006, 2007) No Brasil, durante o período de 1985 a 1993, foram notificados 20 341 casos de leptospirose humana. Nesse período houve 2232 óbitos por leptospirose. Em 2004, entre janeiro a outubro, o total de casos foi de 2775, com 340 óbitos e entre janeiro a outubro de 2005 foram confirmados 2307 casos de leptospiroses em humanos, com 260 óbitos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Em Minas Gerais, poucos trabalhos epidemiológicos foram realizados. A Fundação Ezequiel Dias recebeu 411 amostras de sangue de pacientes suspeitos no período de 1998 a 1993 que foram examinados pela reação SAM obtendo-se 28,5% de positividade (OLIVEIRA et al., 1993). Em Uberaba verificou-se uma positividade de 46,7% nos soros dos indivíduos que tiveram maior contacto com animais em contraste com 19,3% nos soros dos pacientes com menor contacto (TAVARES NET0 et al.,1996). Um estudo realizado em Belo Horizonte mapeou os casos de leptospirose verificando um aumento destes nas áreas de favelas e bolsões de pobreza, áreas de maior carência e de infra - estrutura básica, com maior concentração de redes fluviais e nas partes altimétricas mais baixas da cidade (FIGUEIREDO et al., 2001). Em Minas Gerais, de acordo com o Sistema de informação e agravos de notificação (SINAN) no período de 1999 a 2004 foram confirmados 152 casos de 6

leptospirose, e 22 óbitos, com letalidade de 14,5%, maior que a média nacional de 12% (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Esses dados não correspondem à realidade, pois a doença é sub- notificada. As medidas de prevenção e controle da doença relativa à fonte de infecção são: controle dos roedores (desratização e anti-ratização), melhoria das condições higiênicas - sanitárias da população, armazenamento apropriado de alimentos, destino adequado do lixo, cuidados com a higiene, remoção e destino adequado de resíduos alimentares humanos e animais, manutenção de terrenos baldios murados e livres de mato e entulhos, limpeza e desinfecção de áreas domiciliares potencialmente contaminadas (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Metas Estabelecidas: - Diminuir os casos leptospirose na população das regionais do município de Belo Horizonte. - Investigar os casos humanos da leptospirose - Reduzir a população de roedores - Educar a população sobre a doença e formas de prevenção e controle - Capacitar os agentes comunitários para atuarem no controle desta doença. - Capacitar dos alunos do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix para atuarem na área de educação em saúde junto às comunidades. - Contribuir para a formação dos alunos quanto a sua responsabilidade social e ética para a melhoria das condições de saúde da comunidade - Divulgar os resultados aos profissionais e instituições de saúde - Divulgar os dos resultados em congressos. - Publicar os trabalhos em periódicos nacionais ou internacionais. 7

Objetivo Geral Determinar a ocorrência de Leptospirose e os aspectos físicos e sociais na Regional Nordeste (Bairro São Gabriel) e nas outras regionais do Município de Belo Horizonte para implantar ações básicas de saúde e diminuir a incidência de casos da doença. Objetivos específicos - Determinar o título de aglutininas anti-leptospiras pela reação de soro aglutinação microscópica em amostras de soros humanos. - Isolar leptospiras dos casos suspeitos de leptospiroses - Utilizar o antígeno recommbinante rlipl32 no ensaio imunoenzimático ELISA IgM e IgG para diagnóstico sorológico de leptospirose humana. - Conhecer a incidência de casos de leptospirose salientando a variação sazonal. - Atuar para reduzir e/ou impedir a ocorrência de novos casos das doenças. - Identificar as áreas de risco das doenças para a priorização das medidas de controle. - Implantar as ações de educação em Saúde e envolver a comunidade nas medidas de prevenção e controle para uma mudança comportamental da população em relação a certos hábitos que favorecem a instalação e a proliferação de roedores. - Promover a capacitação dos alunos do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix em Educação e Saúde. - Incentivar e estimular os alunos para o compromisso social, os aspectos humanos e éticos, as atividades educativas e preventivas junto à comunidade. Material e Métodos 1. Incidência de casos das doenças 8

A determinação da incidência de casos da doença nos últimos cinco anos será feita por meio de uma análise retrospectiva, consulta aos prontuários de pacientes nos postos de saúde, hospitais e laboratórios da prefeitura e do Estado localizando a regional Nordeste, onde está situado o bairro São Gabriel, e as outras regionais do município de Belo Horizonte. Durante a execução do projeto, as amostras biológicas obtidas de indivíduos suspeitos de leptospirose serão analisadas em parceria com a UFMG ou com outras instituições de pesquisa. 2. Sorovares de Leptospira Os sorovares de leptospiras serão provenientes do laboratório de referência Royal Tropical Institute, Amsterdan, Holanda e cedidos pela Fundação Gonçalo Moniz (FIOCRUZ) de Salvador, BA. As amostras serão mantidas em meio semi-sólido EMJH ( Ellinghausen & Mccullough, 1965), repicadas de três em três meses e incubadas a 28-30C. Na tabela 1 estão relacionados os sorovares que serão utilizados na reação de soro aglutinação microscópica (SAM) agrupados de acordo com a classificação sensu lato. Tabela 1: Leptospiras utilizadas na reação de SAM (Classificação sensu lato) 9

Espécie Sorogrupo Sorovar Cepa Leptospira Australis Australis Ballico interrogans Autumnalis Autumnalis Akiyami Ballum Ballum Mus 127 Castellonis Castellon 3 Bataviae Bataviae Swart Canicola Canicola Hond Utrecht IV Celledoni Celledoni Celledoni Cynopteri Cynopteri 3522 C Grippothyphosa Grippothyphosa Moska 5 Hebdomadis Hebdomadis Hebdomadis Icterohaemorrhagiae Icterohaemorrhagiae RGA Copenhageni M 20 Javanica Javanica Veldrat Bataviae 46 Panama Panamá CZ 214 K Pomona Pomona Pomona Pyrogenes Pyrogenes Salinem Sejroe Hardjo hardjoprajtino Wolffi 3705 Shermani Shermani 1342 k Tarassovi Tarassovi Perepelitsin Leptospira bifexa Patoc 2. Isolamento de leptospiras 10

Leptospiras serão isoladas a partir do sangue de pacientes suspeitos de leptospirose. Amostras de sangue serão inoculadas em meio semi-sólido EMJH e incubadas a 28 0 C. Os cultivos serão observados semanalmente por microscopia de campo escuro por no mínimo 10 semanas. 3. Amostras de soros As amostras de soros serão obtidas de pacientes clinicamente suspeitos de leptospiroses, da regional Nordeste (onde o Bairro de São Gabriel está localizado) e das outras regionais do município de Belo Horizonte, nos postos de saúde e/ou nos laboratórios da prefeitura ou do estado, Figura 1. Uma ficha epidemiológica será preenchida contendo informações sobre cada paciente: nome, idade, profissão, data dos primeiros sintomas e da coleta de material, sexo, idade, moradia, contato com animais domésticos, com água contaminada, sintomas e sinais da doença: febre, icterícia, mialgias, dor de cabeça, náuseas e vômitos, distúrbios renais, diarréia, hemorragia (Ficha individual de investigação - Sistema de informações e agravos de notificação, SUS-MS-FNS). As amostras de soros serão analisadas por ELISA IgM e IgG com antígeno recombinante e pela reação de soro aglutinação microscópica (SAM). O projeto se aprovado será submetido ao Comitê de Ética do Centro Universitário Metodista Izabel Hendrix. 3. Reação de Soro Aglutinação Microscópica A reação de soro aglutinação microscópica será realizada segundo Faine (1982), utilizando como antígeno leptospiras vivas dos sorovares listado na tabela 1. As leptospiras serão mantidas em meio de cultura EMJH, a uma temperatura de 28ºC a 30ºC e repicadas a cada sete dias. As amostras de soro serão inicialmente diluídas a 1/50 em salina estéril. O título da reação de SAM final será dado pelo inverso da maior 11

diluição em que 50% das leptospiras se apresentarem aglutinadas em relação ao controle. De acordo como Ministério da Saúde serão considerados casos suspeitos de leptospirose, pessoas que apresentem sinais e sintomas sugestivos da doença, que estiveram expostas a enchentes ou outras coleções hídricas potencialmente contaminadas como córregos, fossas, lagos, e rios, e pessoas que estiveram expostas a esgoto, fossa, ou manilha de esgoto contaminada com urina de roedores, pessoas que exerçam atividades de risco ocupacional como coleta de lixo, limpeza de córregos, trabalhadores de água e esgoto e tratadores de animais e também a presença de animais infectados nos locais freqüentados pelo paciente (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998). O diagnóstico clínico de leptospirose será confirmado pela reação de SAM. Serão considerados casos confirmados de leptospirose os soros de pacientes que apresentarem um aumento de quatro vezes no título na reação SAM, em amostras pareadas de soro, ou um título maior ou igual a 800 em uma amostra. Amostras de soros que apresentarem títulos entre 100 e 400 serão consideradas casos prováveis de leptospirose. Casos não confirmados, os soros de pacientes que apresentarem reação de SAM negativa. 5. Ensaio Imunoenzimático ELISA IgM e IgG Para o ELISA será utilizado o antígeno recombinante (rlipl32) preparado a partir da lipoproteína de membrana externa de leptospiras patogênicas. Este antígeno será cedido pelo Dr. Albert Ko, da Fundação Gonçalo Moniz, FIOCRUZ, Salvador, Bahia. A concentração da proteína será determinada pelo método BRADFORD et al., (1976). As micro placas de poli estireno ELISA de baixa afinidade (CORNING) de 96 poços de fundo chato, serão sensibilizadas com 50 µl do antígeno rlipl32, previamente 12

diluído em tampão carbonato de sódio 0,06 mm ph 9,6 na concentração proteica final de 5 ng/poço (FLANNERY et al., 2001). Cada placa será incubada sobre a agitação constante de 200 rpm, por duas horas a temperatura ambiente. As placas serão lavadas por três vezes em água destilada estéril e secas por inversão sobre papel toalha. Em cada poço será adicionado 200 µl da solução bloqueadora. PBS-T (PBS 1x, 0,05% Tween 20, 1% de albumina bovina BSA- fração V Sigma). As placas serão incubadas á temperatura ambiente por 4 horas. Após este período, serão lavadas por três vezes com solução de PBS-T e estocadas -20ºC até o uso. Cada amostra de soro será diluída a 1:40 em PBS-T (PBS 1x, 0,05% Tween 20, 1% de albumina bovina BSA- fração V Sigma) e 100 µl desta solução será acrescentado por poço. As placas serão incubadas por 1 hora à temperatura ambiente lavadas por três vezes com PBS-T. Cada poço receberá 10 µl da solução de anticorpos de coelho anti IgM ou anti IgG humana conjugado a peroxidase (SIGMA), diluídos a 1:40.000 em PBS-T. Após incubação de 1 hora a temperatura ambiente as placas serão lavadas três vezes com PBS-T e duas vezes com PBS 1x. Em cada poço será colocada 50 µl do substrato cromógeno ortofenilenediamina (OPB) (SIGMA) e as placas serão incubadas por 20 minutos a temperatura ambiente, no escuro.a reação calorimétrica será parada acrescentando 25 µl de H 2 SO 4 2 M por poço. A leitura de densidade ótica será realizada a 492 nanômetros usando o aparelho leitor de ELISA. O ponto de corte será determinado e o soro que apresentar o mais alto valor de DO será escolhido como soro controle positivo. 5. Análise Estatística 13

Para análise estatística dos resultados será utilizado o teste do Qui-quadrado X 2 programa SAS Statistics Programme. A sensibilidade será definida como a capacidade do ELISA IgM ou IgG para identificar amostras de soros positivas que também foram positivas na reação de MAT. A especificidade será definida como a capacidade do ELISA IgM ou IgG para identificar amostras de soros negativos que também fora negativas na reação de MAT. As análises da avaliação estatística e epidemiológica de leptospirose definirão o direcionamento das ações e controle nas diferentes regionais. 6. Mapeamento geográfico O local de mapeamento dos casos de leptospirose será o município de Belo Horizonte, situado na zona metalúrgica do estado de Minas Gerais, com área de 335Km 2 e dividido em regionais que servirão como guias na localização de casos suspeitos e confirmados da doença. Para o mapeamento serão utilizados os dados contidos nas fichas epidemiológicas. Um recurso de geoprocessamento, a cartografia digital, permitirá a elaboração de bancos de dados cartográficos para construção de cartas temáticas (FIGUEIREDO et al. 2001). 7. Capacitação dos alunos do Centro Universitário Izabela Hendrix sobre a leptospirose e educação em saúde A capacitação será por meio de mini curso sobre leptospirose e educação em saúde. Preparação de material didático como jogos educativos, cartilhas e produção de material para as feiras que serão realizadas nas escolas; 8. Palestras e Cursos: 14

Nas comunidades serão proferidas palestras e ministrados cursos sobre educação em saúde e ambiente para capacitar e reciclar profissionais e agentes comunitários em saúde e ambiente. Tema: Leptospirose: serão enfatizados a importância e os fatores que predispõem a doença; sintomas clínicos, modos de transmissão, medidas de prevenção e controle; aspectos da doença em atividades ocupacionais e na saúde pública; importância dos animais como agentes transmissores de doenças ao homem; integração dos profissionais que realizam o diagnóstico e a investigação epidemiológica dos casos; importância do diagnóstico e do tratamento adequado e notificação ágil dos casos; importância do profissional de saúde agindo como multiplicador de informações junto ao paciente e a comunidade. Conscientizar os alunos e como conseqüência a comunidade sobre as medidas de prevenção e controle das doenças: a importância do rato como transmissor de leptospiras e as ações de desratização empregadas e anti-ratização, medidas para evitar a instalação dos ratos no local. Identificar os focos de roedores e estimular a população a denunciar a presença de roedores, lixo e esgoto. Desratizar os locais que apresentem infestação de roedores. Esclarecer como a leptospirose está ligada à ocorrência das enchentes e como minimizar o seu efeito, através de medidas de proteção pessoal, cuidados com alimentos e uso e tratamento de água utilizadas nas residências pósenchentes; informar os locais para encaminhamento dos casos suspeitos; as formas de participação da população envolvida nas ações de controle da doença, principalmente em relação às medidas de anti-ratização e de prevenção. A reciclagem dos professores das escolas municipais, agentes de saúde e a distribuição de material de divulgação como folhetos, cartilhas e cartazes para a população estimulará a adoção de medidas profiláticas para evitar a contaminação por leptospiras. Previsão de Recursos Materiais 15

O projeto poderá ser submetido a agências financiadoras como FAPEMIG e CNPQ para obtenção de recursos para aquisição de equipamentos para o Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (Microscópio de campo escuro, leitor de ELISA, pipetas automáticas e outros materiais). Enquanto isso a parte experimental do projeto será desenvolvida em parceria com a UFMG ou outra instituição de pesquisa como a FUNED ou FIOCRUZ Cronograma de Execução 16

ANO 2007 2008 SEMESTRE 1º 2º 1º 2º X Contato com as Regionais da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Seleção dos alunos. x Visitas às áreas de risco x x x Capacitação dos alunos selecionados x Análise dos prontuários de pacientes em postos de x x saúde, laboratórios e hospitais da prefeitura e do estado de Minas Gerais. Produção de material pedagógico x x.trabalho junto à comunidade x x x Palestras, cursos e feiras. x x x Coleta de soros de pacientes suspeitos. x x x Reação de SAM x x ELISA IgM e IgG Análise estatística e mapeamento x x x Apresentação em congresso x x Redação dos trabalhos para publicação x Orçamento 17

Material de Consumo ITENS Material didático: cartazes, cartilhas, maquetes, pincel e outros materiais QUANT. CUSTO UNITÁRIO pedagógicos. R$ 600,00 Vidrarias, seringas descartáveis, luvas de procedimento. R$ 1 000,00 Transporte para os alunos bolsistas e voluntários R$ 1 000,00 Meios de Cultura R$ 1 000,00 Total R$ 3 600.00 Nacional Contra partida do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. - Recursos humanos- Equipe responsável: professores e alunos. Produção de material didático, cartilhas, cartazes, jogos, maquetes. O material produzido fará parte do acervo da Instituição e poderá ser usado em eventos como Izabela na Praça, Izabela com Vida e outros. - Deslocamento da equipe para as locais onde serão desenvolvidas as atividades. - Combustível. Referências Bibliográficas 18

1. BRADFORD, M.M. A rapid and sensitive method for quantification of microgram quanties of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Anal. Biochem. 7, p.248-254, 1976 2. BOMFIM, M. R.; and KOURY, M. C. Evaluation of LSSP-PCR for identification of leptospira spp. In urine of cattle with clinical suspicion of leptospirosis. Vet. Microbiol. in press. 3. BOMFIM, M. R.; KO, A.; KOURY, M. C. Evaluation of the recombinant Lipl32 in enzyme linked immunosorbent assay for the serodiagnosis of bovine leptospirosis. Vet. Microbiol. 109(1-2): p.89-94, 2005. 4. ELLINGHAUSEN, H. C. JR.; MCCULLOGH, W.G. Nutrition of Leptospira pomona and growth of 13 others serotypes: a serum-free medium employing oleic albumin complex. Amer. J. Vet. Res. 16, p. 39-44. 1965 5. FAINE, S. Guideline for leptospirosis control. World Health Organization. Geneva, Offset publication, 67, p.161, 1982. 6. FIGUEIREDO, C.M., MOURÃO, A. C., OLIVEIRA, M.A. A.O., ALVES, W. R., OOTEMAN, M.C., CHAMONE, C.B., KOURY, M.C. Leptospirose Humana no Município de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: uma Abordagem Geográfica. Rev. Soc. Brasil. Med. Trop. 34, p.331-338, 2001. 7. FLANNERY, B,; COSTA, D.; CARVALHO, F. P.; GUERREIRO, H.; MATSUNAGA, J.; SILVA,E. D.; FERREIRA, A.G. P.; RILEY, W.; REIS, G. M.; HAAKE, D. A.; KO, A. Evaluation of recombinant Leptospira antigen-based enzymelinked immunosorbent assays for the serodiagnosis of leptospirosis. J. Clin. Microbiol. 39, p.3303-3310, 2001. 8. LEVETT, P. N. Leptospirosis. Clinical Microbiology Reviews, 14: 296-326, 2001 9. KO, A.I., GALVÃO, R.M., RIBEIRO, C.D.M., JOHNSON,W.D.Jr., RILEY, L.W. Urban Epidemic of severe leptospirosis in Brazil. Lancet 354, p.820-825, 1999. 19

10. OLIVEIRA, M.A.A., CHAMONE, C. B., LEOCÁDIO G. Avaliação sorológica de leptospirose em Minas Gerais 1988-1993. Anais do 3 0 Encontro Nacional em Leptospirose. Fundação Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde, Rio de Janeiro. P.112, 1993. 11. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde.Doenças Infecciosas e Parasitárias. Guia de Bolso. 5ed. amp. Brasilia, 2005. 12. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília. 2005 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Leptospirose. Brasília, 1998. 13. OOTEMAN, M. C.; VAGO, A. R.; KOURY, M. C. Potencial application of lowstringency single specific-pcr in the identification of leptospira in serum of patients with suspected of leptospirosis. Can. J. Microbiol. 50: 1073-1079, 2005. 14. OOTEMAN, M. C.; VAGO, A. R.; KOURY, M. C. Evaluation of MAT, IgM ELISA and PCR methods for the diagnosis of human leptospirosis. J. Microbiol. Methods. 65:247-257, 2006. 15. PEROLAT, P.; CHAPPEL, R. J.; ADLER, B.; BARANTON, G.; BULACH, D. M.; BILLINGHURST, M. J.; LETOCART, M.; MERIEN, F.; SERRANO, M. S. Leptospira fanei sp nov. isolated from pigs in Austrália. Int. J. Syst. Bact. 48, p.851-858, 1998. 15. RAMADASS, P.; JARVIS, B. D. W. ; CORNER, R. J.; PENNY, D.; MARSHALL, R. B. Genetic characterization of pathogenic Leptospira species by DNA hybridization. Int. J. Syst. Bact. 42, p.215-219, 1992. 16. TAVARES NETO, J., ANDRADE, J., HOFER, E., OLIVEIRA, G.F., COUTO JUNIOR, A. Freqüência de aglutininas para leptospira, observadas em habitantes de Uberaba, Minas Gerais. Rev. Soc. Brasil. Med. Trop. 29, p. 55-58,1996. 17. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Human leptospirosis: Guidance for diagnosis, surveilance and control. WHO, 2003. 20

18. YASUDA, P. H.; STEIGERWALT, A. G.; SULZER, K. R.; KAUFMAN, A. F.; ROGERS, F.; BRENNER, D. J. Deoxyribonucleic acid relatedness between serogroups and serovars in the family Leptospiraceae with proposals for 7 new Leptospira species. Int. J. Syst. Bact. 37, p. 407-415, 1987. 21

Figura 1- Regionais do Município de Belo Horizonte 22