Identificar as situações onde é necessária a oxigenoterapia; Descrever as características dos pacientes que necessitam de oxigenoterapia;



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Módulo 7 Oxigenoterapia e equipamentos Apresentação do Módulo A hipóxia é uma condição na qual há uma deficiência da quantidade de oxigênio que alcança os tecidos do organismo. É extremamente grave, comprometendo o encéfalo, suprarrenais, coração, rins e fígado, em ordem decrescente de importância. Neste módulo você estudará sobre o uso do oxigênio e as várias formas de sua administração na prevenção ou tratamento da hipóxia, e ainda conhecerá os principais equipamentos utilizados na oxigenoterapia de pacientes de trauma ou de casos clínicos. Objetivos do Módulo Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de: Identificar as situações onde é necessária a oxigenoterapia; Descrever as características dos pacientes que necessitam de oxigenoterapia; Enumerar os tipos, funções e dispositivos de segurança dos equipamentos para oxigenoterapia; Descrever as complicações da oxigenoterapia. Estrutura do Módulo Compõem este módulo as seguintes aulas: Aula 1 Oxigenoterapia Aula 2 Equipamentos de provisão de oxigênio e aspiração

Aula 1 Oxigenoterapia 1.1. Oxigênio O oxigênio, imprescindível para a vida, é um gás inodoro, incolor e, sozinho, não é combustível. Entretanto, é alimentador da combustão e reage violentamente com materiais combustíveis. Ele está presente no ambiente num teor de aproximadamente 21%. 1.2. Pacientes que necessitam de oxigenoterapia Oxigenoterapia é a administração de oxigênio a um paciente com fins terapêuticos para corrigir e atenuar a deficiência de oxigênio ou hipóxia, qualquer que seja sua causa, e é empregada nos dois grandes grupos de pacientes descritos a seguir: 1.2.1. Pacientes apneicos (que não apresentam respiração espontânea) rapidamente desenvolvem hipóxia nos órgãos vitais, sobretudo no encéfalo e coração. A morte clínica é iminente se a hipóxia não for corrigida dentro de poucos minutos. 1.2.2. Pacientes que podem respirar, mas são incapazes de mobilizar uma quantidade de ar suficiente para assegurar um aporte adequado de oxigênio aos pulmões em cada ciclo respiratório desenvolvem hipóxia; todavia, o aparecimento e o grau de lesão tecidual dependerão do grau da insuficiência respiratória. 1.3. Situações que requerem o uso da oxigenoterapia A indicação mais importante para oxigenoterapia é a hipóxia. Entre os sinais precoces de hipóxia, citam-se a taquicardia, a agitação e a irritabilidade. A cianose é um achado tardio. O emergencista deverá atentar para outros sinais e sintomas da hipóxia, tais como: Confusão do paciente; Palidez;

Taquipneia; Esforço respiratório (retração intercostal e batimentos de asa do nariz); Bradicardia; Hipotensão; Parada respiratória e cardiorrespiratória; Prostração, etc. O momento ideal para a correção da hipóxia é quando aparecem os primeiros sintomas, antes de ocorrerem lesões graves aos órgãos essenciais do organismo. Entre as situações específicas mais comuns que requerem a oxigenoterapia, é possível citar as seguintes: 1.3.1. Infarto agudo do miocárdio A causa da hipóxia no infarto agudo do miocárdio (IAM) é a lentidão da circulação, que transporta o oxigênio para os tecidos. A administração de oxigênio aumentará a disponibilidade do corpo para a circulação e também pode ajudar o miocárdio a recuperar alguma força e, assim, também melhorar a circulação. 1.3.2. Edema pulmonar Neste caso, o líquido no interior dos pulmões dificulta a difusão do oxigênio para o sangue. Nos casos mais graves, deve ser administrado oxigênio de 80 a 100%. 1.3.3. Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) Usualmente, o estímulo normal para a ventilação é a taxa de dióxido de carbono existente no sangue. Quando ela se eleva, aumenta o estímulo à respiração. Os pacientes portadores de DPOC vivem a longo tempo com elevadas taxas de dióxido de carbono no sangue. Em muitos casos a taxa é tão elevada que o paciente se torna insensível ao dióxido de carbono como estimulante respiratório. Nesses pacientes, a baixa taxa de oxigênio no sangue é o estímulo à respiração.

1.3.4. Intoxicação medicamentosa aguda A respiração pode ficar deprimida nos pacientes que ingerem altas doses de medicamentos, resultando em ciclos respiratórios irregulares e superficiais e numa quantidade insuficiente de oxigênio nos pulmões. A ventilação artificial pode ser necessária com a suplementação de oxigênio. Nesses pacientes, o próprio encéfalo encontra-se deprimido, provocando uma respiração insuficiente. 1.3.5. Queimaduras pulmonares As queimaduras dos pulmões decorrem da inalação de vapor, gases quentes ou fumaça (são chamadas também de queimaduras inalatórias). Podem ser graves e agudas. Produzem edema local e destruição de tecido pulmonar. O tratamento deve incluir a administração de oxigênio e a ventilação artificial, quando necessário. 1.3.6. Acidente vascular encefálico (AVE) A causa de hipóxia num paciente que sofre um derrame é o controle deficiente da respiração, exercido pelo encéfalo. Tanto a frequência como a profundidade da respiração apresentam-se deprimidas. O tratamento consiste em assistir ou controlar a ventilação. 1.3.7. Estado de choque Essa uma situação que frequentemente acompanha outras lesões em que há perda de sangue. A capacidade do sistema cardiovascular em transportar oxigênio encontra-se reduzida. É necessária a suplementação de oxigênio imediatamente e durante o transporte desse paciente. 1.3.8. Outras situações Insuficiência cardíaca, trabalho de parto complicado, traumatismos em geral.

Importante! É sempre bom lembrar: A administração de oxigênio não substitui as manobras de reanimação. 1.4. Riscos no uso do oxigênio Embora o oxigênio não seja o causador de combustão nem explosão, ele facilita com que elas ocorram. Uma pequena fagulha torna-se uma chama numa atmosfera repleta de oxigênio; um cigarro aceso também pode produzir uma chama viva. Por isso, qualquer fonte de chama deve ser mantida longe de uma área onde esteja sendo empregado oxigênio. Evite: O contato com óleos e graxas, inclusive em manutenção, sob risco de explosão; Pancadas ou quedas do cilindro, porque um golpe mais forte que venha a romper a válvula poderá fazer o cilindro ser impulsionado como um míssil. O cilindro deve estar bem fixado na viatura, preferencialmente em pé; Transportar, arrastar ou rolar o cilindro durante o transporte. Importante! Abra completamente a válvula do cilindro; em seguida, volte-a meia volta. Isso servirá como medida de segurança, caso alguém pense que esteja fechada e force sua abertura. Em algumas doenças crônicas, como o enfisema, o estímulo normal para a respiração não é mais eficaz. Nessas situações, em que a baixa taxa de oxigênio no sangue é o principal estímulo para a respiração do paciente, a administração de oxigênio pode provocar uma diminuição da ventilação, que pode até cessar. Tais pacientes não devem receber oxigênio, exceto quando apneicos. Os pacientes que recebem altas concentrações de oxigênio podem desenvolver atelectasias (áreas de colapso pulmonar) ou apresentar intoxicação pelo oxigênio (destruição real de

tecido pulmonar). Entretanto, em situações que envolvem tratamento de emergência e remoção, raramente um paciente recebe uma concentração de oxigênio alta o suficiente e durante um período longo para desenvolver essas complicações. Aula 2 Equipamentos de provisão de oxigênio e aspiração Em outros locais além dos hospitais e similares, o oxigênio é geralmente encontrado sob a forma de gás comprimido em cilindros de aço inteiriços. Tais cilindros são fabricados em diversos tamanhos. Nesta aula, você estudará os principais tipos, os equipamentos de provisão de oxigênio e os materiais utilizados na aspiração de pacientes. 2.1. Tipos de cilindros O oxigênio é acondicionado em cilindro de aço ou alumínio. Segundo normas internacionais, o cilindro para uso medicinal deverá estar pintado na cor verde. Cilindros portáteis No Brasil, os tipos de cilindros mais usuais são o de 625 litros (portátil) e o de 3.000 litros (fixo). 2.2. Regulador de pressão com manômetro e fluxômetro Destina-se a reduzir a alta pressão do interior do cilindro (150-200 kgf/cm²) para uma pressão de consumo em torno de 3 a 5 kgf/cm².

O manômetro indica em kgf/cm² a quantidade de O 2 no interior do cilindro. O fluxômetro destina-se a controlar e dosar, em litros por minuto, a administração de oxigênio, vide figura abaixo. Regulador de pressão com manômetro e fluxômetro 2.3. Frasco umidificador Copo confeccionado em plástico, onde circula o oxigênio para ser umidificado. Esse acessório é completado normalmente com água limpa ou soro fisiológico. Possui capacidade para 300 ml (a maioria dos modelos). Importante! Fique alerta para o perigo da utilização de umidificadores contaminados. No APH normalmente não se utiliza líquido no umidificador, devido ao curto espaço de tempo entre o local da ocorrência e a unidade hospitalar mais próxima. O oxigênio é oferecido seco para diminuir o risco de contaminação. Verifique sempre se o equipamento está devidamente limpo.

2.4. Aspiradores 2.4.1. Fixo Equipamento para aspiração e coleta de secreções em recipiente de vidro através do vácuo produzido pela passagem de oxigênio por um ejetor tipo Venturi. 2.4.2. Portátil Equipamento utilizado para aspiração e coleta de secreções em recipiente plástico. 2.5. Mangueiras Tubo flexível confeccionado em silicone ou similar. É acoplado ao equipamento e conduz oxigênio até a máscara facial, que permite a administração de O 2 ao paciente.

2.6. Materiais acessórios 2.6.1. Cateter de aspiração Tubo utilizado para aspirar secreções, sendo mais indicado para atendimento pré-hospitalar o tubo rígido em conjunto com o aspirador manual. 2.6.2. Cateter nasal Oferece oxigênio pelas narinas do paciente através de duas cânulas plásticas. Sua eficácia e diminuída com a existência de ferimentos nasais, resfriados ou outras obstruções das vias respiratórias. 2.6.3. Cânula orofaríngea É um acessório semicircular que mantém afastada a língua da parede posterior da faringe, facilita a aspiração e evita que o paciente morda, fechando o tubo. As cânulas mais usadas são de materiais plásticos. Os dois tipos mais comuns são Guedel e Berman. O tipo Guedel é tubular e o Berman possui um canal ao longo de suas laterais. No caso de parada respiratória ou cardiorrespiratória a cânula deve ser utilizada em conjunto com o reanimador manual. Esse acessório deverá ser utilizado apenas em pacientes inconscientes.

Cânula de Guedel Cânula de Berman 2.6.4. Máscara facial simples A máscara facial é usualmente bem tolerada por um paciente adulto. Entretanto, para evitar um acúmulo de ar expirado no reservatório da máscara, o qual poderia ser novamente inalado, o fluxo de oxigênio deverá ser superior a 5 litros por minuto recomenda-se um fluxo de 8 a 10 litros/minuto. O oxigênio inspirado é diluído pelo ar ambiente, fornecendo uma concentração de oxigênio de 35 a 60%. 2.6.5. Bolsa de ventilação manual (BVM) A bolsa de reanimação ventilatória artificial fornece oxigênio em uma concentração de 21% de oxigênio. Quando conectado a uma fonte de oxigênio, poderá fornecer uma concentração de até 100%.

2.6.6. Máscara para RCP A máscara de bolso é utilizada para a ventilação boca-máscara. É confeccionada em plástico ou silicone. Existem também as máscaras de RCP descartáveis. 2.6.7. Oxímetro de pulso Equipamento portátil utilizado para aferir e monitorar a saturação da pressão de oxigênio (SpO 2 ), a frequência e intensidade do pulso, passando uma onda de luz vermelha e outra infravermelha através dos tecidos do corpo para um foto-detector. Esse conjunto de luzes deve ficar em cima da unha. Sempre que possível, limpe a unha que tenha esmalte ou similar, no intuito de facilitar a leitura. Evite colocar o sensor de dedo no mesmo braço que está com a braçadeira de aferição da pressão arterial, pois isso inviabilizará a determinação da SpO 2, uma vez que a braçadeira, quando acionada, restringirá o fluxo sanguíneo. Existem sensores de dedo para adulto e para criança. A saturação da pressão de oxigênio, dentro dos parâmetros de normalidade, é de 90%. Quando o paciente apresentar uma SpO 2 menor que essa, se faz necessário ministrar oxigênio suplementar. 2.7. Utilização de oxigênio medicinal

2.7.1. Concentração máxima que se pode obter sem oxigênio e com oxigênio suplementar: Importante! Lembre-se de que o oxigênio é um medicamento. 2.7.2. Síntese da utilização de equipamentos para ventilação artificial Condição do paciente Quando e como intervir Tipo de acessório Respiração adequada Fala sem dificuldade, calmo Cateter nasal Aumenta a dificuldade

respiratória Respirações curtas, fala de 3 a 4 palavras com dificuldade, aumentando a dispneia Severa dificuldade respiratória Sudorese, fala de 1 a 2 palavras com dificuldade, aumentando severamente a dispneia Tomada de decisão importante! Identifique a respiração inadequada antes que o paciente desenvolva uma dificuldade severa de respiração. Ajude com as ventilações antes que ele fique inconsciente. Máscara com reservatório Bolsa de ventilação manual (BVM) Com conexão ao oxigênio Continua deteriorando-se Até ficar inconsciente Não respira - Inconsciente Ventilações assistidas: 12 ventilações por minuto - adulto 20 ventilações por minuto - lactantes 2.8. Preparação do equipamento de oxigenoterapia Retire o capacete que protege a válvula do cilindro (se houver). Acople, na válvula, o regulador de pressão. Conecte o frasco umidificador com a mangueira e a máscara facial adequada ao paciente.

Importante! A limpeza e esterilização dos equipamentos utilizados na oxigenoterapia deverão ser feitas numa Central de Esterilização de Materiais (CME). 2.9. Atendimento pré-hospitalar na oxigenoterapia Assegure-se de que o equipamento esteja limpo e funcionando adequadamente. Selecione o equipamento e assessórios apropriados para a situação, observando a individualidade do paciente. Determine o método de administração: cateter nasal, máscara facial simples, máscara facial com reservatório, reanimador manual. Abra a válvula, vagarosamente, sem o uso de qualquer ferramenta, para evitar danos ao cilindro e diminuir a possibilidade de vazamentos. Regule o fluxo de saída de oxigênio conforme a necessidade do paciente. Ajuste a máscara na face do paciente e oriente para que ele respire lenta e profundamente. Monitore constantemente o paciente e dê-lhe apoio psicológico (Explicar as condutas e a necessidade da oxigenoterapia ao paciente e acompanhante). Providencie a assepsia do equipamento ou faça com que ele seja descartado, se for o caso, e reavalie as condições para a sua reutilização. Não fume durante a administração do oxigênio. Mantenha o cilindro de oxigênio na vertical, longe de fontes de calor.

2.10. Técnica de aspiração no atendimento pré-hospitalar Inspecione e prepare o equipamento. Posicione adequadamente o paciente. Abra a boca do paciente utilizando a técnica dos dedos cruzados. Insira o cateter na boca do paciente até atingir a faringe e inicie a aspiração. Proceda à aspiração por cerca de quinze segundos e volte a oxigenar. Repita a técnica até desobstruir as vias aéreas. Finalizando... Neste módulo você estudou que: Oxigenoterapia é a administração de oxigênio a um paciente com fins terapêuticos para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia, qualquer que seja sua causa; A oxigenoterapia é empregada em pacientes apneicos (que não apresentam respiração espontânea) e pacientes que podem respirar, mas são incapazes de mobilizar uma quantidade de ar suficiente para assegurar um aporte adequado de oxigênio aos pulmões em cada ciclo respiratório; A indicação mais importante para oxigenoterapia é a hipóxia. Entre os sinais precoces de hipóxia, citam-se a taquicardia, a agitação e a irritabilidade; Os pacientes que recebem altas concentrações de oxigênio podem desenvolver atelectasias (áreas de colapso pulmonar) ou apresentar intoxicação pelo oxigênio (destruição real de tecido pulmonar); Em outros locais além dos hospitais e similares, o oxigênio é geralmente encontrado sob a forma de gás comprimido em cilindros de aço inteiriços;

A utilização de equipamentos para ventilação artificial deverá considerar a condição do paciente. Essa condição indicará a intervenção a ser realizada e o tipo de acessório. Exercícios 1. Considera-se como responsabilidade do emergencista na aplicação de oxigenoterapia, exceto: ( A ) Monitoramento constante do paciente. ( B ) Assepsia ou descarte do equipamento utilizado. ( C ) Conferência do material a ser utilizado. ( D ) Realizar a esterilização do material utilizado. 2. A oferta de oxigênio ao paciente é indicada para os seguintes casos: ( A ) Insuficiência cardíaca, edema pulmonar e intoxicações. ( B ) Infarto agudo do miocárdio, cefaleia e traumas. ( C ) Acidente vascular cerebral, reumatismo e hemorragias. ( D ) Trabalho de parto complicado, infarto agudo do miocárdio e cefaleia. 3. Qual equipamento para ventilação com oxigênio suplementar atinge uma concentração máxima de oxigênio de 35-60%? ( A ) Cateter nasal. ( B ) Reanimador manual com reservatório. ( C ) Válvula de demanda. ( D ) Máscara facial simples.

4. No Brasil os tipos de cilindros mais usados são: ( A ) 725 litros (portátil) e de 3.000 litros (fixo). ( B ) 625 litros (portátil) e de 1.000 litros (fixo). ( C ) 625 litros (portátil) e de 3.000 litros (fixo). ( D ) 725 litros (portátil) e de 625 litros (fixo). 5. Nas alternativas a seguir, marque (V) para as sentenças verdadeiras e (F) para as falsas: V V V F O oxigênio é um gás imprescindível para a vida. A administração de oxigênio não substitui as manobras de reanimação. Um golpe forte no cilindro de oxigênio que rompa sua válvula poderá impulsionálo como um míssil. Altas concentrações de oxigênio não produzem intoxicações nas vítimas. 6. A porcentagem de oxigênio contida no ar expirado é de: ( A ) 10% ( B ) 16% ( C ) 21% ( D ) 20% 7. Assinale somente a informação que se encontra incorreta: ( A ) Em APH básico não se utiliza líquidos no umidificador. ( B ) Hipóxia é uma condição na qual há uma deficiência na quantidade de oxigênio que alcança os tecidos do organismo. ( C ) O oxigênio facilita a combustão.

( D ) O oxigênio encontra-se pressurizado dentro de garrafas de aço, portanto o emergencista não precisa preocupar-se em evitar batidas e quedas do cilindro. Gabarito A = B / 2 = A / 3 = D / 4 = C / 5 = VVVF / 6 = C / 7 = D