PAISAGISMO COM ÊNFASE NO PLANO DIRETOR DE ARBORIZAÇÃO URBANA DE PORTO ALEGRE.



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Transcrição:

PAISAGISMO COM ÊNFASE NO PLANO DIRETOR DE ARBORIZAÇÃO Resumo URBANA DE PORTO ALEGRE. Eng. Agrônomo Luiz Antonio Piccoli O paisagismo é uma arte pelo fato de as plantas apresentarem grande riqueza plástica, graças a diversidade de suas formas, cores e textura. É uma ciência por ser formado pelos conhecimentos da Biologia, Agronomia e Ecologia. Gustaaf Winters Com o intuito de bem fundamentar o Plano Diretor de Arborização Urbana de Porto Alegre foi criada uma comissão de profissionais das áreas de Arquitetura, Agronomia, Biologia, Eng. Florestal e Direito Ambiental. Como em qualquer grupo multidisciplinar, em grande parte das questões não houve consenso, e as decisões foram através do voto, modificadas ou respaldadas pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente. A paisagem urbana é composta por pequenos núcleos paisagísticos. Nosso enfoque fica por conta da arborização urbana mais especificamente a arborização pública. O projeto paisagístico na sua concepção original dificilmente consegue ser implantado devido a necessidade de reposição periódica das mudas em virtude de alguns fatores como: - Elevado índice de depredação, falta de manejo adequado, mudas fora de padrão, alternâncias na administração pública, disponibilidade das espécies e quantidades necessárias no mercado. Com a finalidade de perpetuar a concepção original dos Projetos de arborização, somados a maximizar os espaços para arborização nas vias públicas e garantir recursos para sua implantação com a permanente fiscalização do COMAM, elaboramos o Plano Diretor de Arborização Urbana na forma legal. Site: www.portoalegre.rs.gov.br/smam <http://www.portoalegre.rs.gov.br/smam> - Biblioteca. Resolução do Comam 05/2006. Porto Alegre possui 476,30 km quadrados. Conta com 11 parques urbanos, 712 praças, 03 unidades de conservação, 5.414 logradouros cadastrados com arborização com aproximadamente 1.200.000 árvores. Art. 5º. Par. I Estabelecer um programa de arborização considerando as características de cada região da cidade. Áreas com determinadas espécies predominantes, áreas com determinados tipos de solo, áreas com características micro climáticas e geográficas específicas e características funcionais onde a atenção especial é para: Áreas comerciais, industriais e residenciais. Para as áreas comercias devem haver projetos bem elaborados para compatibilizar grande número de condicionantes principalmente o que se refere a publicidade. Nas áreas industriais, com projetos visando isolar a área através de cinturões verdes e nas residenciais com múltiplas funções.

Par. II Respeitar o planejamento viário previsto para a cidade, nos projetos de arborização. Em vias onde há previsão de alargamento, pode-se plantar palmeiras e árvores de fácil transplante, que por ocasião das obras possam ser aproveitadas. Entre definir e executar o alargamento de vias públicas geralmente levam décadas e assim podemos tirar proveito para o ambiente urbano neste período. Par. III Planejar a arborização conjuntamente com os projetos de infra estrutura urbana. O planejamento conjunto trará a possibilidade da não interferência da infra estrutura como também possibilitará projetos paisagísticos mais audaciosos, integrando esses elementos a arborização. Par. IV Os passeios públicos deverão manter no mínimo 40% de área vegetada. O objetivo deste parágrafo é: - Aumentar a área permeável do solo. - Evitar enxurradas e alagamentos. Possibilitar obras paisagísticas integrando passeio público e áreas particulares. Aumentar a área verde da cidade. - Os estacionamentos com área acima de 2.000 metros quadrados, também devem reservar área permeável bem como devem apresentar projeto de arborização. Instrução normativa 22/2007 Par. VII O planejamento, a implantação e o manejo da arborização em áreas privadas deve atender as diretrizes da legislação vigente. Buscamos nas compensações ambientais a indicação das espécies a serem plantadas nas áreas privadas com o objetivo de integrar com a arborização das vias públicas. Par. IX Utilizar cabos ecológicos em projetos novos e em substituição a redes antigas, compatibilizando-os com a arborização urbana. A utilização dos cabos permite que a árvore se desenvolva plenamente de acordo com a concepção do projeto. Art. 6º - Par. IV Compatibilizar e integrar projetos de arborização de ruas com os monumentos, prédios históricos ou tombados, e detalhes arquitetônicos das edificações. Através de podas bem executadas se permitirá a ampla visão dos prédios e monumentos históricos sem prejudicar as características da árvore.

Art. 7º - Par. II Diversificar as espécies utilizadas na arborização pública e privada como forma de assegurar a estabilidade e a preservação da floresta urbana. Em ruas e avenidas novas, além da diversificação das espécies, dar atenção especial a florada, coloração e duração da floração, frutificação, mobilidade, coloração da folhagem, mudança de tonalidade em relação as estações do ano, caule, ramos e outros. Art. 9º. Par.III Compartilhar ações público- privadas para viabilizar a implantação e manutenção da Arborização Urbana através de Projetos de cogestão com a sociedade Este artigo possibilita a elaboração e implantação de belos projetos paisagísticos devido a participação da iniciativa privada com recursos financeiros. Porto Alegre possui os projetos Adote uma Praça com 70 praças e 4 Parques adotados e muito bem cuidados e o Adote uma Árvore com inúmeras árvores adotadas. Par. IV Estabelecer convênios ou intercâmbios com universidades, com o intuito de pesquisar e testar espécies arbóreas para o melhoramento vegetal quanto a resistência, diminuição da poluição, controle de pragas e doenças entre outras. Em outras, recomendamos pesquisa para diminuição dos custos de plantio que estão muito elevados. Art. 10º. - Caberá ao viveiro municipal, dentre outras atribuições: produzir mudas visando atingir os padrões mínimos estabelecidos para plantio em vias públicas, de acordo com anexo I. O padrão da muda é fundamental para o sucesso na implantação do projeto de arborização. Art. 14. Parágrafo único Os canteiros em que as raízes das árvores estiverem aflorando além de seus limites, o proprietário deverá mediante orientação técnica da SMAM Ampliar a área do terreno Executar obras para adequar o terreno a forma de exposição das raízes. Esse artigo possibilita pequenos projetos localizados. A implantação do projeto paisagístico em qualquer dos itens, deverá ser sucedido por manejo constante da vegetação para que através dos anos retrate a concepção proposta. No momento em que houver o abandono, todo o quadro se modificará.

O paisagismo fica comprometido quando raízes passam a levantar calçadas, brotos ladrões (chupões) começam surgir e inúmeros fatores que denotam a falta de manejo. Nos parques e praças, um descuido no manejo, por alguns anos propicia a adulteração total de um projeto, devido o surgimento de forma espontânea, de novas árvores que rapidamente se instalam modificando a paisagem. O paisagismo se conserva quando a arborização e demais componentes são alvos de manejo permanente. RECOMENDAÇÕES FINAIS - Empenho da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana junto a seus associados no fomento a pesquisa principalmente quanto a diminuição dos custos para a implantação da arborização urbana. - Atenção especial dos Paisagistas para o solo urbano que é o principal responsável pela estabilidade, resistência, nutrição e beleza da árvore. - Toda cidade elabore seu Plano Diretor de Arborização Urbana na forma legal com o objetivo principal de conseguir recursos para implantação e manejo da arborização.

Bibliografia PORTO ALEGRE. Secretaria Municipal do meio Ambiente. Plano Diretor de Arborização Urbana de Porto Alegre. Porto Alegre 2007. HASENACK,Heinrich (Coord.) Diagnóstico ambiental de Porto Alegre. Porto Alegre: Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 2008. 87p. TEIXEIRA, Ana Lúcia (Org.) Porto - de muitos parques - Alegre. Porto Alegre: Viver no Campo, 2008.130p.