IMPACTOS SÓCIO-AMBIENTAIS PROVOCADOS PELAS OCUPAÇOES IRREGUARES DO SOLO URBANO AS MARGENS DO CANAL SANTA BARBARA EM PELOTAS RS UTILIZANDO UM SIG



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Transcrição:

IMPACTOS SÓCIO-AMBIENTAIS PROVOCADOS PELAS OCUPAÇOES IRREGUARES DO SOLO URBANO AS MARGENS DO CANAL SANTA BARBARA EM PELOTAS RS UTILIZANDO UM SIG Caroline Jardim Porto 1 Marcelo Peske Hartwig 2 RESUMO A Bacia do Arroio Santa Bárbara, está localizada entre as coordenadas geográficas 31 37 52 à 31 47 16 S e 52 20 20 à 52 27 20 W, na porção sudoeste do município de Pelotas-RS, sendo responsável pela drenagem de uma área de aproximadamente 110,57 km². Com a constante expansão urbana, os espaços, antes destinados a proteção ambiental estão sendo ocupados desordenadamente, provocando alterações, prejudiciais para o meio ambiente assim como para a própria sociedade. A falta de um planejamento para desenvolvimento urbano é uma das principais causas dessa ocupação. Dentre as principais consequências está a desenfreada deposição de lixo no Canal, assim como seu assoreamento nos períodos de chuvas elevando os custos de manutenção do canal para evitar as inundações. O trabalho tem por objetivo avaliar e identificar a problemática das ocupações urbanas em Áreas de Preservação Permanente (APP) a margem do Canal Santa Bárbara na cidade de Pelotas - RS, que, por essas irregularidades ambientais, proporcionam danos ao meio ambiente e por consequência à saúde e dignidade humana. Ainda com a utilização de um Sistema de Informação Geográfico (SIG) buscar um novo planejamento de ocupação da área, sem prejuízos ao meio ambiente e a população ocupante. Visto que se pode concluir que o avanço urbano nesta região tendeu a provocar alterações, tais como a diminuição de área de campo e água, também verificou-se que as de APPs não foram preservadas adequadamente. Palavras-chave: Geoprocessamento, Impacto Ambiental, Ocupações Irregulares, Recursos Hídricos. 1 Graduada em Geografia Licenciatura-Universidade Federal do Rio Grande/FURG, Graduanda em Tecnologia em Gestão Ambiental-Instituto Federal Sul-Rio-Grandense/IFSUL. 2 Profº Doutor do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental-Instituto Federal Sul-Rio- Grandense/IFSUL.

INTRODUÇÃO Com o crescimento desordenado das cidades brasileiras, a demanda por espaços urbanos vem aumentando, motivado pela migração da população de diferentes locais e regiões para centros maiores. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2007), no Brasil cerca de 85% da população vivendo em área urbana. Atualmente no mundo a forma de urbanização é decorrente do processo de industrialização e de uma sociedade consumista, provocando diferenças entre o ambiente e o social nas áreas urbanas (Carlos e Lemos, 2003). A frequente deterioração do ambiente das cidades, decorrente do processo urbano, influi na qualidade de vida da população, uma vez que são gerados inúmeros problemas ambientais, incluindo a alteração do sistema da bacia hidrográfica. São características que existem independentemente do tamanho das cidades, demonstrando a ausência de planejamento ambiental. Em consequência disso, ocorrem prejuízos à população e aos órgãos públicos, que, na maior parte das vezes usam de medidas paliativas (BERGAMO, 2006). Nos países menos desenvolvidos, as cidades estão crescendo em ritmo acelerado, entretanto, poucos governos fornecem necessidades básicas como habitação apropriada, água potável, saneamento, educação, transporte e outros serviços. Áreas sem planejamento se ampliam, construções envelhecem, e a poluição degrada o ar e contamina os lugares de abastecimento de água (CORSON, 2002). Os impactos ambientais decorrente da ocupação das áreas urbanas estão relacionados ao pouco conhecimento do ambiente, das dimensões físicas, político-sociais, socioculturais e espaciais. No entanto, o urbanismo é visto pela sociedade como uma transformação. Portanto, a deterioração do ambiente causada por essas aglomerações urbanas vem das alterações provocadas por uma sociedade estruturada em classes sociais (Guerra e Cunha, 2006). Os impactos ambientais estão associados à uma ineficácia e a inadequação dos instrumentos de planejamento e gestão urbana contribuindo para o estabelecimento de padrões irregulares e informais de ocupação e urbanização, em especial dos segmentos mais pobres da população. Com a introdução de grandes valores imobiliários em áreas consideradas regulares com boa qualidade de vida e toda a infraestrutura adequada obriga as classes mais pobreza migrarem para lugares caracterizados como fundo de vale e áreas de preservação ambiental constituindo as ocupações irregulares (MOTTA et al., 2002).

Neste contexto de cidades despreparadas para receber o imenso contingente de pessoas, era de se esperar graves consequências negativas, como por exemplo: colapso dos sistemas de transportes coletivos, congestionamentos no trânsito, aumento de processos erosivos, assoreamentos dos rios e impermeabilização do solo como fator desencadeador das inundações, proliferação de habitações irregulares, ocupação de áreas de proteção ambiental, precariedade do saneamento básico, disseminação de favelas, desemprego e violência nos centros urbanos. O trabalho tem por objetivo avaliar e identificar a problemática das ocupações urbanas em Áreas de Preservação Permanente (APP) a margem do Canal Santa Barbara na cidade de Pelotas - RS, que, por essas irregularidades ambientais, proporcionam danos ao meio ambiente e por consequência à saúde e dignidade humana. Ainda com a utilização de um Sistema de Informação Geográfico (SIG) buscar um novo planejamento de ocupação da área, sem prejuízos ao meio ambiente e a população ocupante. Entre os sistemas hidrográficos que compõem o município de Pelotas, a bacia hidrográfica do Arroio Santa Bárbara caracteriza-se por apresentar um dos maiores índices de ocupação urbana. Pelotas é um dos mais importantes municípios gaúchos, pois congrega a função de pólo geo-econômico da região Sul, e exerce influência sobre um universo de 1,2 milhões de pessoas, em 19 municípios. A população estimada do município é de 328.275 habitantes (IBGE, 2010) e a área urbana efetiva de Pelotas corresponde a cerca de 30 Km², dos quais 20,32 Km² estão inseridos na bacia do Arroio Santa Bárbara, abrangendo, atualmente, parte dos bairros Fragata, Três Vendas e Simões Lopes, além de uma porção considerável da zona central e do Distrito Industrial de Pelotas. (SIMON; TRENTIN; CUNHA)

Figura 1. Localização do município de Pelotas no Estado do Rio Grande do Sul e situação da bacia do Arroio Santa Bárbara no Município de Pelotas. A aplicação da Geografia junto aos processos de Gestão da ocupação urbana traz um novo significado aos conceitos de Planejamento Urbano, uma vez que esta ciência permite uma análise sistêmica dos processos, com uma visão holística da interação homem-meio ambiente, mesmo utilizando como unidade de análise um compartimento da paisagem. Segundo Ribeiro (2006) o registro de eventos sobre a superfície terrestre com variação temporal e espacial tem sido feitos atualmente através da aplicação de geotecnologias. Os resultados são mapas, cartas e modelos digitais georeferenciados que traduzem informações sobre a localização geográfica exata da ocorrência do fenômeno, bem como sua magnitude, direção, extensão, etc. Com o advento da tecnologia, densos bancos de dados podem ser montados e manipulados de acordo com o objetivo a que se destina a análise do meio, sendo possíveis também combinações irrestritas de informações tanto do meio físico quanto do meio biótico. A captação e transformação dos dados em informação se dão através de técnicas de Sensoriamento Remoto, Geoprocessamento e Sistemas de Informações Geográficas. Por meio delas, pode-se hoje monitorar e inferir sobre questões relativas ao meio ambiente com grande acuracidade e clareza, e assim disponibilizar a sociedade material cartográfico de qualidade que sirva de base aos processos de planejamento e gestão ambiental. A partir dessas fontes, são apuradas informações sobre o uso, ocupação e parcelamento do solo, desmatamentos, atividades agrícolas, assoreamento e poluição de corpos d água, perdas de

solo por erosão, etc. Segundo Machado (2002), a utilização de técnicas de geoprocessamento constitui-se em instrumento de grande potencial para o estabelecimento de planos integrados de conservação do solo e da água. Neste contexto, os Sistemas de Informações Geográficas (SIG s) se inserem como uma ferramenta que tem a capacidade de manipular as funções que representem os processos ambientais em diversas regiões, de uma forma simples e eficiente, permitindo uma economia de recurso e tempo. Com isso tem-se como objetivos específicos: caracterizar os impactos sócio-ambientais que vem ocorrendo na localidade Canal Santa Barbara localizada no centro da cidade de Pelotas, relacionar os impactos sócio-ambientais, decorrentes ao posicionamento da população que esta no entorno do Arroio, fazer uma analogia entre o conceito de impacto ambiental com a questão da segregação sócio espacial no espaço urbano, com a utilização do geoprocessamento em um SIG. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa tem caráter descritivo com enfoque quantitativo e qualitativo, que faz uso de levantamento bibliográfico e criação de um banco de dados utilizando um Sistema de Informação Geográfico (SIG) que estimula a compreensão dos dados, em busca de esclarecer os problemas. Segundo Sampieri et al., (2006), o enfoque quantitativo usa as coletas de dados baseando-se na medição numérica, com a finalidade de estabelecer modelos de comportamentos. No entanto, para descobrir ou aperfeiçoar as questões de pesquisa com enfoque qualitativo, são utilizados os dados sem a necessidade da medição numérica. O enfoque exploratório é quando o tema da pesquisa é pouco estudado. Quanto ao enfoque descritivo, as questões são selecionadas, medidas, e com descrição de cada uma das informações.

Caracterização da área de estudo A área de estudo escolhida foi a microbacia hidrográfica do arroio Santa Bárbara, situada nas coordenadas geográficas 31 37 52 à 31 47 16 S e 52 20 20 à 52 27 20 W, na porção sudoeste do município de Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul. A microbacia é responsável pela drenagem de uma área de aproximadamente 110,57 km² (SOUSA, 2008). No estudo será abordado somente a região sinalizada na figura 1, logo após o vertedouro da barragem até a saída, que se dá no encontro com o Canal São Gonçalo. Foi escolhido este trecho por estar no perímetro urbano e apresentar a maior área de ocupação desordenada e sem controle ambiental. Canal Santa Bárbara Figura 2- Visualização do trecho do canal Santa Bárbara que será estudado.

O clima da região é do tipo temperado cálido e úmido. Em relação às temperaturas, Pelotas apresenta a média anual de 17,8ºC, sendo que o mês mais quente é janeiro, com 23,2 C, e o mês mais frio é julho com 12,3 C. As temperaturas são amenizadas pelo processo de maritimidade, isto devido ao grau elevado de calor específico da água. Esta condição, porém, propicia elevada umidade do ar e, por consequência, boa quantidade de chuvas. (SILVA, 2009) Em relação à paisagem, distinguem-se três unidades distintas: a planície, a encosta e a serra. A planície se caracteriza por apresentar um relevo relativamente plano e recoberto por uma vegetação rasteira de gramíneas, verificando-se, nas áreas mais rebaixadas, terrenos alagadiços. A serra é constituída por um relevo fortemente ondulado, com cotas superiores a 200 metros onde sobressaem afloramentos rochosos de granitos e gnaisses; a vegetação se caracteriza por ser uma transição para a savana pampa, associada com matas esparsas (capões). A encosta, de sua vez, é uma área de declive acentuado e de terreno ondulado; a vegetação é formada por tipos arbóreos. ( SILVA, 2009). As bacias hidrográficas apresentam-se como unidades fundamentais para o planejamento do uso e conservação ambiental e mostram-se extremamente vulneráveis as atividades antrópicas. De modo geral, as bacias hidrográficas têm sofrido grande perda da biodiversidade, relacionada a exploração dos recursos naturais, através das práticas rudimentares de manejo de solo nas zonas rurais, do desmatamento desenfreado das vegetações nativas para extração de madeira e da poluição hídrica, provinda das cidades, devido à infraestrutura deficiente de saneamento básico urbano e industrial. Além de causar problemas ao meio natural, essas questões também acarretam em prejuízos diretos para as comunidades tradicionais e para as populações urbanas, através do consumo de água de baixa qualidade e da disseminação de doenças de veiculação hídrica (BUTTOW et al, 2003).

Mapeamento da área de estudo Para o desenvolvimento do trabalho serão utilizadas imagens de satélite, cartas topográficas e softwares de Geoprocessamento. As imagens de satélite serão utilizadas para a classificação da área de estudo, identificando na margem do canal Santa Bárbara a área de influência antrópica, as áreas de preservação e avaliar os impactos ambientais ocorrentes, através de uma álgebra de mapas. As Cartas topográficas serão utilizadas para o georreferenciamento das imagens de satélite, para que os cálculos de área, distâncias e ocupações sejam verdadeiros. O software utilizado será o SPRING, produzido pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial) distribuído gratuitamente. Georreferenciamento O datum utilizando é o Córrego Alegre e o sistema de coordenadas o UTM (Universal Transverso de Mercator), fuso 22S. Com as cartas topográficas no formato digital e devidamente georrefenciadas será feito o registro das imagens de satélite adquiridas para o trabalho. As imagens passarão, então, por um processo de retificação, com base nas cartas topográficas, o que consisti em reorganizar os pixels das imagens em relação ao sistema de coordenadas e a projeção cartográfica adotada. O procedimento de retificação da imagem será realizado no software SPRING, em que serão identificados alvos de fácil visualização nas cartas topográficas e na imagem trabalhada, atribuindo-se ao alvo da imagem as mesmas coordenadas da carta topográfica. Classificação da área de estudo A classificação das imagens da área de estudo possibilita os processos de cálculo por álgebra de mapas. O procedimento consiste em atribuir a cada pixel da imagem uma classe de observação, ou seja, as casas, o canal, as áreas de preservação entre outros para posterior cruzamento de informações. Este procedimento se faz necessário porque em uma a imagem pura não é possível a identificação das áreas já citadas, mas somente a diferenciação de cores, consequentemente não há a possibilidade do cruzamento das informações.

Identificação de áreas de preservação permanentes (APP) Conforme previsto no Código Florestal, cursos d água com até 10 metros de largura, devem apresentar uma faixa de mata ciliar em cada lado com uma largura de, no mínimo, 30 metros. Pretende-se criar, então, um PI contendo informações somente de APP em torno da rede hidrográfica, através da criação de buffers de 30 metros.este procedimento teve por finalidade gerar dados para a simulação de efeitos das APPs sobre a degradação ambiental do avanço urbano. Classificação das imagens de uso e cobertura do solo Através da sobreposição das cartas topográficas da região e das imagens de satélite é feito a digitalização de cada elemento de interesse que esta na superfície do terreno, para que com esse resultado se possa calcular a área existente de cada classe de interesse como: mata, rios, APP, propriedades e área urbana entre outros. Com isso é possível o cruzamento das informações e simulação de novas opções de trabalho da região. Construção do banco de dados no SPRING O banco de dados consiste no armazenamento de todas as informações geradas na coleta de dados, para que estas possam ser usadas posteriormente em outros trabalhos. O banco de dados também será necessário para a obtenção dos resultados deste trabalho assim como a criação de tabelas e gráficos para a aplicação de uma análise estatística. Mapeamento das áreas sob ação antrópica O mapeamento das áreas de ação atrópica consiste na geração de um mapa através da classificação da imagem, com os locais onde está presente a atuação do homem sobre a natureza e seus impactos, para que com este seja possível a verificação junto a Legislação Ambiental e possibilitar a orientação para a recuperação destes locais e análise sócioambiental.

Diagnóstico Ambiental O diagnóstico ambiental pode se defini-se como o conhecimento de todos os componentes ambientais de uma determinada área (país, estado, bacia hidrográfica, município) para a caracterização da sua qualidade ambiental. Portanto, elaborar um diagnóstico ambiental é interpretar a situação ambiental problemática dessa área, a partir da interação e da dinâmica de seus componentes, que podem ser relacionados aos elementos físicos e biológicos, ou aos fatores sócio-culturais ( MELLO, 2009). Entre as ferramentas utilizadas para o mapeamento e diagnóstico ambiental está o geoprocessamento, sendo este o uso automatizado de informação, onde de alguma maneira está ligada a um exato lugar no espaço, seja por meio de um mero endereço ou por coordenadas geográficas. O Sistema de Informação Geográfica faz parte do Geoprocessamento, que vem a ser o sistema que reúne maior capacidade de processamento e análise de dados espaciais. Este faz uso de ferramentas, recursos e dados em que os analistas consigam reconhecer a evolução temporal e espacial de um determinado fenômeno geográfico e sua ligação com outros (HARTWIG, 2009). É uma tecnologia que envolve todas as áreas de formação, não exige quesito algum para ser aplicada. É uma ferramenta de grande importância onde a sua utilidade é ímpar para a conservação da biodiversidade, devido a capacidade de coleta de dados espaciais relevantes para diversos estudos, como dados temáticos e de distribuição de espécies, permite ainda as análises muito detalhadas, como a identificação de áreas prioritárias para a conservação, delimitação de corredores de biodiversidade, e base para sistemas de suporte a decisão (HARTWIG, 2009). Na área ambiental, o geoprocessamento é uma das ferramentas utilizadas para monitoramento, por exemplo, da cobertura vegetal e uso das terras, níveis de erosão do solo, poluição da água e do ar, disposição irregular de resíduos, e assim por adiante. Da mesma forma, essa tecnologia pode ser usada em análises de qualidade de habitat e fragmentação (CASTRO, 2000). Os SIGs dispõem de mecanismos poderosos, para expressar a estrutura do espaço, oferece um leque de ferramentas para processar os dados ambientais, com muita precisão, e que permitem aproximação da expressão de procedimento lógicos e matemáticos (SILVA, 2009). Essa avaliação sócio-ambiental permite a elaboração de planos de ação para a proteção das margens do Canal Santa Bárbara contra o carregamento de lixo e posterior

deposição nas colunas das pontes que cruzam esse Canal. O que diminui a taxa de transporte de sedimentos que promovem assoreamento e consequentemente o transbordamento e entupimentos de galerias das águas pluviais. Permitindo a organização da população existente as margens do canal. Assim a utilização do geoprocessamento associado a um SIG permitira a elaboração deste plano de ação e também permitirá a visualização da condição atual e projetar as soluções futuras. Em pose destes dados é possível o cruzamento de informações para o planejamento urbano, detectando possíveis áreas de risco para o crescimento urbano assim como a proteção de áreas de preservação. Resultados Analisando os resultados obtidos nos períodos de 2000 (junho) e 2010 (setembro), contidos na tabela 1, figuras 3, verificou-se que a área urbana apresentou um avanço de 5,40%, assim como as regiões de mata, ao contrário do esperado, apresentaram um aumento de 26,07%, e as regiões de água e de campo apresentaram uma diminuição de 1,64% e 10,97%, respectivamente. Tabela 1: Distribuição das Classes de Uso e Ocupação do Solo (ha) Classes Uso e Ocupação do Solo (ha) 2000 2010 % Campo 6.492 5.780-10,97 Água 365 350-1,64 Urbana 2.574 2.721 +5,40 Mata 1.625 2.198 +26,07 Área Total 11.057 11.057 100,00 APP barragem 53,33 56,98 +6,41 APP áreas 405,38 404,45-0,23 Área Total das APPs 458,71 461,43 +0,59 *valores negativos (-) indicam diminuição da área entre os períodos de 2000 a 2010; *valores positivos (+) indicam aumento da área entre os períodos de 2000 a 2010; APPs Áreas de Preservação Permanente

O avanço urbano pode estar associando ao desenvolvimento natural da região e ao crescimento populacional. Outro aspecto a ser considerado está ligado à saída dos produtores rurais da região de campo para cidade em busca de melhoria financeira, ocasionados pelo baixo custo atribuído a produção agrícola. Com o abandono das regiões anteriormente cultivadas deu lugar à mata, ocasionando o seu aumento, consequentemente ocorrendo à diminuição da área de campo. A diminuição da área ocupada por água na forma de barragens está relacionada com o mês o qual foi utilizado a imagem de 2000 (junho) sendo este um mês de cheia, e a imagem de 2010 (setembro), tendo sido este um período de estiagem. A B Figura 3: Uso e Ocupação do Solo do Ano 2000 (A) e 2010(B) da Bacia do Santa Bárbara.

Através dos cálculos de área de preservação permanente, feitos também nos dois anos distintos, descritos na tabela 1, concluiu-se que a alteração do terreno faria com que as APPs aumentassem de 2000 para 2010, porém nas figuras 4, nota-se que muitas das áreas que deveriam ser Áreas de Preservação Permanentes são ocupadas por áreas urbanas ou áreas de campo, e poucas são realmente preservadas. Dando destaque para o entorno do Canal Santa Bárbara, que concentra o maior numero de ocupações irregulares na área da Bacia. Figura 4: Implantação das Áreas de Preservação Permanente do Ano 2000 (A) e 2010(B). A área de mata dentro de uma bacia hidrográfica deveria ocupar pelo menos 20% de sua área considerando as Áreas de Preservação Permanentes e Reserva Legal (RLs), segunda a Lei Federal nº 7.803 de 18 de julho de 1989, porém no ano de 2000, observandose a simulação realizada implementando-se áreas de APP, visualizadas na figura 1a área de mata foi para 14,7% da área total, tendo um aumento no ano de 2010, passando a corresponder por 19,9% da área da bacia hidrográfica.

Conclusão Através dos dados levantados por esta pesquisa foi possível o cruzamento das informações e simulação de novas opções de trabalho para possíveis pesquisas na região. Com estes dados chegou-se a conclusão que ao longo dos anos ocorreram mudanças no meio ambiente, tais como o avanço urbano, a diminuição da área de campo, o aumento das áreas de mata, e uma diminuição na área de água, a qual foi a menor entre todas as áreas. Verificou-se também que as áreas de preservação permanente não se apresentam nos locais adequados ou não existem na maioria dos cursos d água presentes na bacia e mesmo com sua implementação a área da bacia não alcança a porcentagem mínima exigida.

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