Efeito Do Gesso Na Condutividade Elétrica, Ph E Sódio Em Solução Eluída De Um Solo Degradado Por Sais

Documentos relacionados
GERMINAÇÃO E COMPRIMENTO DE PLÂNTULAS DE SORGO SUBMETIDAS AO TRATAMENTO DE SEMENTES COM BIOESTIMULANTE

ESTRATÉGIAS DE ADUBAÇÃO PARA RENDIMENTO DE GRÃOS DE MILHO E SOJA NO PLANALTO SUL CATARINENSE 1 INTRODUÇÃO

ARQUITETURA E VALOR DE CULTIVO DE LINHAGENS DE FEIJÃO- CAUPI DE PORTE PROSTRADO E SEMI-PROSTRADO, NO NORTE DE MINAS GERAIS.

ECONOMIA DE ÁGUA EM CULTIVO NÃO CONVENCIONAL DE MARACUJÁ AMARELO (Passiflora edulis, Sims f. flavicarpa Deg.).

Feijão. 9.3 Calagem e Adubação

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS COMO SUBSTRATO PARA A PRODUÇÃO HIDROPÔNICA DE MUDAS DE ALFACE

Influência da aplicação de gesso para correção de um solo salino-sódico cultivado com feijão caupi

Graduandos Eng. Florestal UTFPR Campus Dois Vizinhos- PR

RENDIMENTO EM ÓLEO DAS VARIEDADES DE GIRASSOL CULTIVADAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PARA O PROJETO RIOBIODIESEL

Drenagem e o Sistema Solo, Água, Planta, Atmosfera

Produtividade de cafeeiros adultos e na primeira colheita pós-recepa adubados com materiais orgânicos em propriedades de base familiar

CRESCIMENTO DE MUDAS DE MAMONEIRA EM SUBSTRATO CONTENDO ESTERCO BOVINO, CASCA DE AMENDOIM E CASCA DE MAMONA

Avaliação da Altura de Plantas de Girassol em Função da Aplicação de Biofertilizantes

RENDIMENTO DAS VARIEDADES DE MAMONA DA EMBRAPA NORDESTINA E PARAGUAÇU CULTIVADAS NO MUNICÍPIO DE CAMPOS, ESTADO DO RIO DE JANEIRO

USO DA TORTA DE MAMONA COMO ALTERNATIVA À ADUBAÇÃO QUÍMICA NA PRODUÇÃO DE MORANGUEIRO EM SEGUNDA SAFRA 1. INTRODUÇÃO

Universidade Federal da Paraíba - UFPB Centro de Ciências Agrárias - CCA Grupo de Pesquisa Lavoura Xerófila - GPLX

Estudo do comportamento da Dengue na cidade de Araguari- MG por meio de séries temporais.

LÂMINA ÓTIMA FÍSICA E DOSES DE CÁLCIO PARA A CULTURA DO MILHO IRRIGADO

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE FEIJÃO-CAUPI SOB INFLUÊNCIA DE DIFERENTES LÂMINAS DE ÁGUA

Introdução à Meteorologia Agrícola

Resultado da Intensidade luminosa no desenvolvimento de plantas de agrião (Nasturtium officinale)

PRODUÇÃO ORGÂNICA DE UVAS TINTAS PARA VINIFICAÇÃO SOB COBERTURA PLÁSTICA, 3 CICLO PRODUTIVO

LIXIVIAÇÃO DE MACRONUTRIENTES CATIÔNICOS EM SOLO TRATADO COM CALAGEM E GESSO AGRÍCOLA E O DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DO MILHO (Zea mays L.

Enraizamento de estacas de oliveira (Olea europaea L.) utilizando diferentes substratos e ácido indolbutírico

TELAS DE SOMBREAMENTO NO CULTIVO DE HORTALIÇAS FOLHOSAS

Influência Da Matéria Orgânica Na Produção De Mudas De Duas Espécies Arbóreas Da Caatinga

II REDUÇÃO E ECONOMIA DE ÁGUA NO SETOR INDUSTRIAL DE CURTUME COM O REUSO DO SEU EFLUENTE TRATADO

Condições meteorológicas e Clima

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

EFICIÊNCIA DA IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO DE BAIXA PRESSÃO COM USO DE DUAS METODOLOGIAS

Resposta a Gesso pela Cultura do Algodão Cultivado em Sistema de Plantio Direto em um Latossolo de Cerrado

REDUÇÃO DA SALINIDADE E DA SODICIDADE EM SOLOS IRRIGADOS: AÇÃO DA IRRIGAÇÃO, LAVAGEM, CORRETIVOS QUÍMICOS E INSUMOS ORGÂNICOS

Karen Vendramini Itabaraci N. Cavalcante Rafael Mota Aline de Vasconcelos Silva

AMOSTRAGEM DO SOLO PARA AVALIAÇÃO DE SUA FERTILIDADE

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE ÁGUA PARA CONSUMO ANIMAL NO PARÂMETRO MAGNÉSIO E CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DO NORTE DE BOA-VISTA, PB

RESPOSTA DO FEIJÃO-CAUPI À ADUBAÇÃO FOSFATADA E POTÁSSICA EM LATOSSOLO AMARELO DISTROCOESO NO CERRADO DO LESTE MARANHENSE

09 POTENCIAL PRODUTIVO DE CULTIVARES DE SOJA

PRODUÇÃO DE MASSA SECA DE FORRAGENS DE INVERNO CULTIVADAS EM CONSÓRCIO NA REGIÃO DE GUARAPAUAVA - PR

XI Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste

Competição inicial entre plantas de soja e Chloris polydactyla.

Poros Bloqueados ou Porosidade Livre de Água. Nota: A Porosidade Livre de Água é importante na aeração do solo.

Coleta de amostra de solo para análise

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 561

Argamassas Térmicas Sustentáveis: O Contributo dos Materiais de Mudança de Fase

COMPORTAMENTO PRODUTIVO DO COQUEIRO ANÃO-VERDE IRRIGADO NA REGIÃO LITORÂNEA DO CEARÁ

LIXIVIAÇÃO DE MACRONUTRIENTES CATIÔNICOS EM SOLO ALUMÍNICO CULTIVADO COM FEIJOEIRO.

PRODUÇÃO DE MUDAS DE PEPINEIRO SOB DIFERENTES DOSES DE ESTERCO BOVINO

DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA COMO PRÉ-TRATAMENTO À SECAGEM SOLAR NA OBTENÇÃO DO MELÃO CANTALOUPE COM TEOR DE UMIDADE INTERMEDIÁRIA

RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO APÓS A CULTURA DA SOJA SOBRE AVEIA PRETA E NABO FORRAGEIRO EM DOIS MANEJOS DO SOLO

Desempenho de uma Semeadora de Plantio Direto na Cultura do Milho João Paulo Arantes Rodrigues da Cunha 1 e Ramiro Lourenço de Souza Júnior 2

Exercícios de Equílíbrio Químico ENEM Resolução Comentada Professora Simone

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UM SISTEMA DE DESSALINIZAÇÃO VIA OSMOSE INVERSA PARA ÁGUAS SALOBRAS. M. C. Silveira e K. B. França 1

PESQUISA EM ANDAMENTO

Alteração nos atributos químicos de um Latossolo Amarelo pela calagem superficial em área sob cultivo de manga

EFICIÊNCIA DA ADUBAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR RELACIONADA AOS AMBIENTES DE PRODUÇÃO E AS ÉPOCAS DE COLHEITAS

TEORES FOLIARES DE CÁLCIO E MAGNÉSIO EM PLANTAS DE ALGODÃO ADUBADAS COM TORTA DE MAMONA

PATOLOGIA DE FUNDAÇÕES DE EDIFÍCIOS CAUSADAS POR AÇÕES AMBIENTAIS

23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

CIRCULAR TÉCNICA N o 171 NOVEMBRO 1989 TABELAS PARA CLASSIFICAÇÃO DO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO

ANÁLISE SANITÁRIA DE SEMENTES DE TRIGO

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

DETERMINAÇÃO DO PH DE AMOSTRAS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE - CÂMPUS CAMBORIÚ. Instituto Federal Catarinense, Camboriú/SC

III CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS DOMICILIARES DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA Disciplina: FLG CLIMATOLOGIA I

Desertificação, erosão e paisagem em São Vicente e Santo Antão (Cabo Verde)

OPORTUNIDADE DE OTIMIZAÇÃO DO SISTEMA DE CULTURAS AGRICOLAS (ARROZ, SOJA, MILHO) Santa Maria, 09 de junho de 2016

Área: Tecnologia e Produção de Sementes Avaliação de plântulas como indicador da maturação de sementes de feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.

ESTUDO SOBRE A VELOCIDADE DE OXIDAÇÃO EM ESTÉREIS DE MINAS E SEDIMENTOS DE DRAGAGEM RICOS EM SULFETOS DE Fe

Aspectos comerciais e produtivos do Mogno Africano. José Leonardo A. S. Monteiro

TÍTULO: Aumento da Produtividade de Água de Mananciais de Abastecimento

ANÁLISE CLIMATOLÓGICA COMPARATIVA DAS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS DOS AEROPORTOS DE GUARULHOS E CONGONHAS. Edson Cabral

NÍVEIS DE SUBSTITUIÇÃO DO MILHO POR MILHETO NA DIETA DE NOVILHOS DE DIFERENTES GRUPOS GENÉTICOS TERMINADOS EM CONFINAMENTO

MEDIÇÃO DE VAZÃO DO FLUÍDO DE ARREFECIMENTO COM MEDIDOR TIPO TURBINA

COMPORTAMENTO INICIAL DO MARACUJAZEIRO EM SOLOS AFETADOS POR SAIS SUBMETIDOS A TRATAMENTOS ALTERNATIVOS COM O USO DE COPRODUTOS DE MINERADORAS

NATÁLIA DE SOUZA CAVALCANTI RESÍDUOS DE GESSO DA CONSTRUÇÃO CIVIL COMO CORRETIVO DE SOLO SALINO-SÓDICO DE PERNAMBUCO RECIFE

USO DE CORRETIVOS E CULTIVO DO CAPIM UROCLOA. ( Urochloa mosambicensis (Hack.) Daudy) EM SOLOS DEGRADADOS DO SEMI-ÁRIDO.

Purificação por dissolução ou recristalização

FREE PHASE REMOVAL BY IN SITU HEATING

Processos visando aumentar a solubilização de rochas portadoras de nutrientes 1

ANÁLISE DA ALTERAÇÃO DO USO E COBERTURA DA TERRA EM DOIS PERÍODOS NA BACIA DO RIO JAPARATUBA, SE

RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA PELA MINERAÇÃO ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE CALAGEM E GESSAGEM

QUALIDADE DA MADEIRA E DO CARVÃO DE SEIS ESPÉCIES DE EUCALIPTO

LEVANTAMENTO RESIDUAL DE ADUBOS APLICADOS VIA FERTIRRIGAÇÃO EM ESTUFAS CULTIVADAS COM PIMENTÃO EM TIANGUÁ-CEARÁ

Adubação orgânica do pepineiro e produção de feijão-vagem em resposta ao efeito residual em cultivo subsequente

Manejo de Solos. Curso de Zootecnia Prof. Etiane Skrebsky Quadros

PNAG MÓDULO TECNOLOGIAS, PRÁTICAS AGRÍCOLAS E AMBIENTE. Estudo para elaboração de questionário Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2011

DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DE ÁGUA DE SOLO PELO MÉTODO DA FRIGIDEIRA EM UM LATOSSOLO VERMELHO ESCURO

A VALE. É uma empresa de mineração diversificada com foco global e negócios em logística e geração de energia.

SUBSTRATOS ORGÂNICOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE BETERRABA (BETA VULGARIS L.) 1

2 Riscos de contaminação do solo por metais pesados associados ao lodo de esgoto

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DA PROVA DE MATEMÁTICA B DO ENSINO SECUNDÁRIO (CÓDIGO DA PROVA 735) 2ª FASE 21 DE JULHO 2015 GRUPO I

Apresentação da Disciplina

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE TORTAS DE AMENDOIM (Arachis hypogaea L.) E MAMONA (Ricinus communis L.) OBTIDAS POR DIFERENTES MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE ÓLEO

ANDRÉ SOUZA LIMA ALTERAÇÕES EM PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DE DOIS SOLOS SUBMETIDOS A LÂMINAS CRESCENTES DE IRRIGAÇÃO

Gráfico da tensão em função da intensidade da corrente elétrica.

Resumo Expandido Título da Pesquisa Palavras-chave Campus Tipo de Bolsa Financiador Bolsista Professor Orientador Área de Conhecimento Resumo

ETAPAS DO PROJECTO. Selecção e identificação do problema - um percurso longo, sinuoso e acidentado Primeira abordagem ao objecto de estudo

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO 1 INTRODUÇÃO

PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DOS DEJETOS LÍQUIDOS DE SUÍNOS (DLS) TRATADOS EM LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO EM SÉRIE

I SEMINÁRIO DE BIODIVERSIDADE E AGROECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS

Transcrição:

Efeito Do Gesso Na Condutividade Elétrica, Ph E Sódio Em Solução Eluída De Um Solo Degradado Por Sais Alciênia Silva Albuquerque (1) ; Rivaldo Vital dos Santos (2) ; Valter Luis dos Santos (3) ; Walleska Pereira Medeiros (1); Sócrattes Martins Araújo de Azêvedo (4) (1) Graduando em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Campina Grande, Patos-PB; email: alcienia_albuquerque@hotmail.com (2) Professor Doutor da Universidade Federal de Campina Grande, Patos- PB, email: rvital@cstr.ufcg.edu.br. (3) Pós-Graduando em Engenharia Química, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB; email: valterluis@cstr.ufcg.edu.br; (4) Mestrando em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Campina Grande, Patos-PB; email: engflor.socrattes@hotmail.com. RESUMO A atividade agrícola contínua na região semi-árida necessita da implantação de perímetros irrigados. No entanto o manejo inadequado dos solos resulta em sua salinização e sodificação, acarretando redução na produtividade agrícola e graves problemas sócio-econômicos. Assim objetiva-se recuperar solos degradados por sais com a aplicação de gesso e doses de compostos. Diante do exposto o presente trabalho, teve por objetivo avaliar a condutividade elétrica o potencial hidrogeniônico e o sódio da solução eluída, de um solo submetido a tratamento com gesso independentemente do substrato utilizado. O experimento foi conduzido em telado no Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Patos-PB, o solo coletado em lote salinizado do Perímetro Irrigado Engenheiro Arco Verde, Condado-PB. As parcelas foram distribuídas em delineamento inteiramente casualizados, em fatorial 2x2x5,com os tratamentos: omissão e presença de gesso agrícola, 2 tipos e 5 doses de compostos (00, 15, 30, 45 e 60 % v:v), com 3 repetições, totalizando 60 vasos, com capacidade para 9 litros. Foram realizadas seis lavagens do solo, sendo três lavagens após a aplicação do gesso e a demais após aplicação dos compostos, das quais fora coletada a solução eluída para analise dos parâmetros de ph, CE e Na. Nas soluções eluídas verificou-se uma redução nos valores de ph, na dose máxima do composto, com e sem a presença do gesso. Nos teores de Na e na CE, observou-se que a dose de 60% dos compostos junto sem a presença do gesso, proporcionou aumento das variáveis. Palavras-chave: salinidade, atributos químicos. INTRODUÇÃO A salinidade e a sodicidade nas áreas semiáridas irrigadas, constituem o principal fator responsável pela perda da capacidade produtiva dos solos, resultando em graves problemas de natureza sócio-econômico e ambiental (SERTÃO et al., 2005). No Nordeste, as áreas com problemas de sais localizam-se com maior frequência nos perímetros irrigados, onde mais de 25% apresentam declínio de rendimento provocado por sais (GOMES et al., 2000), dessa forma, a baixa produtividade - Resumo Expandido - [559] ISSN: 2318-6631

das culturas nessas áreas é de ocorrência comum e o subseqüente abandono das terras é uma prática rotineira. A ocorrência de solos salinos, salino-sódicos e sódicos é comum nas regiões áridas e semi-áridas em razão da baixa precipitação pluvial e alta taxa de evaporação. Nestas circunstâncias, os sais não são lixiviados, acumulando-se em quantidades prejudiciais ao crescimento normal das plantas (RUIZ et al., 2006). É importante destacar que, em solos com problemas de drenagem, o processo de salinização pode ser acelerado pelo uso da irrigação com água contendo altas concentrações de sais (MEDEIROS et al., 2003). A utilização de corretivos, principalmente o gesso, tem sido uma alternativa para a recuperação desses solos. A avaliação de outras fontes, como co-produtos de mineradoras, por exemplo a vermiculita e o caulim, também constitui uma opção promissora, pois com o seu emprego, resolvese um grave problema ambiental e está dando-se uma utilização agrícola ao subproduto das mineradoras. Estes rejeitos, por sua vez, apresentam uma granulometria grosseira e, quando aplicados nos solos salino-sódicos tendem a aumentar a sua macroporosidade, com conseqüente elevação da permeabilidade e aeração desses solos. Os solos salino-sódicos e sódicos por serem ricos em sódio trocável, não podem ser recuperados apenas com a lavagem. Nesses solos há necessidade da aplicação de um corretivo químico, de preferência a base de cálcio, que através das reações disponibilize este cátion (Ca 2+ ), com a finalidade de substituir o sódio do complexo de troca e transferi-lo para a solução do solo. Nesse sentido, a recuperação dos solos sódicos e salino-sódicos tem como finalidade transformá-los em solos salinos e em seguida, em solos que não ofereçam riscos de sais ao ponto de prejudicar a germinação das sementes, o crescimento e a produção das plantas cultivadas (CAVALCANTE et al., 2002; VITAL et al., 2005). A eficiência do gesso como corretivo é dependente da dissolução. Dentre os fatores que influenciam a dissolução do gesso no solo destacam-se a granulometria das partículas do corretivo químico, a textura do solo e o método de aplicação (BARROS et al., 2004). Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do gesso agrícola independentemente do subtrato utilizado, nos valores de ph, CE e Na presentes em solução eluída de um solo degradado por sais em perímetro irrigado. MATERIAL E MÉTODOS Localização do ensaio O experimento foi conduzido em telado no Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Patos-PB. A área é caracterizada pelas coordenadas geográficas: latitude 7 13 08 S, longitude 35º 54 05 N e altitude 250 metros. O solo: localização, amostragem e caracterização O solo foi coletado em lote salinizado do Perímetro Irrigado Engenheiro Arco Verde, Condado- PB, distando 377 km de João Pessoa (Imagem1). Nesta região a temperatura média mensal varia de 24 0 C a 27 0 C. Os meses mais quentes correspondem ao período de outubro a dezembro, e os menos quentes, de maio a agosto, predomina o clima semiárido, caracterizado por uma precipitação média anual em torno de 785 mm, e evaporação média anual da bacia em torno de 2.290 mm. A área desapropriada e registrada em cartório compreende um total de 920,74 ha, que se subdivide em: área de sequeiro 642,09 ha (70% da área) e a área irrigável 278,65 ha (que compreende os 30% restantes), apresentando relevo que vai de suave ondulado a ondulado e tem substrato gnaisse e granito, e solos de classe I, II, e III, predominando os aluviões de textura média, originados de sedimentos fluviais. As amostras foram coletadas de 0-30 cm de profundidade e, após secas ao ar e destorroadas, e passadas em peneira com malha de 2 mm de abertura e, em seguida, homogeneizadas para posterior caracterização química. - Resumo Expandido - [560] ISSN: 2318-6631

As análises químicas dos solos coletados Perímetro Irrigado Engenheiro Arco Verde, Condado- PB, foram realizadas por metodologias descritas em Camargo et al. (1986). O extrato de saturação do solo foi obtido segundo o procedimento descrito em (EMBRAPA, 1999). Imagem 1 - Lote salinizado do Perímetro Irrigado Engenheiro Arco Verde, Condado-PB. Os Tratamentos Nesse trabalho foram avaliados os tratamentos: omissão e presença (100% da necessidade) de gesso agrícola em um solo com 5 doses de compostos (00, 15, 30, 45 e 60 %), v:v. No experimento foram utilizados 3 repetições, totalizando 60 vasos, com capacidade para 9 litros. Dos 60 vasos, 30 receberam a dose de gesso, e 30 não. Os compostos foram formados por co-produtos de mineradoras mais esterco bovino (2:3, v:v). Inicialmente os vasos com omissão e presença (100% da necessidade) de gesso agrícola foram mantidos incubados por um período de 40 dias, a 70% da capacidade de campo, em seguida foram realizadas três lavagens. Nas lavagens do solo aplicou-se um volume d água equivalente a 2 (duas) vez a porosidade do solo. Análise e aplicação dos corretivos, co-produtos e matéria orgânica Nos vasos que recebeu o tratamento com 100% da necessidade de gesso, foi aplicado 125 g de gesso/vaso. Essa dose de gesso foi calculada através de equação (CHAUHAN e CHAUHAN, 1979). Seguindo-se a lavagem. Os co-produtos foram analisados quimicamente. Os mesmos peneirados em malha de 2,0 mm de abertura, incorporados e homogeneizados aos 8 litros de substratos contidos em cada vaso, os quais ficaram incubados, por sete dias, a 70% da capacidade de campo. A fase seguinte correspondeu as outras três lavagens do solo, aplicando-se também um volume d água equivalente a duas vezes a porosidade do solo. Foi feita a coleta da solução eluída dessas lavagens, para análise em laboratório do ph, CE e Na. Delineamento experimental Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), as médias comparadas pelo teste Tukey (P<0,05) e as doses submetidas a análise de regressão polinomial. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa computacional Sisvar 5.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados a seguir mostram os valores de ph, CE e Na, na solução eluída coletada das lavagens, após a adição dos tratamentos omissão e presença de gesso e incubados por quarenta dias. - Resumo Expandido - [561] ISSN: 2318-6631

ph Do total de 60 vasos, observou-se que independente das doses de compostos os 30 vasos que receberam a dosagem de gesso drenaram completamente, já os demais vasos que não receberam o tratamento com gesso só ocorreu drenagem nos vasos que receberam doses 15% de compostos. O comportamento da presença e omissão do gesso nos valores de ph da solução eluída, não foram estatisticamente significativos e são visualizados na figura 1. É possível observar uma variação do potencial Hidrogeniônico principalmente onde não houve aplicação de gesso, apontando um acréscimo do ph entre as doses de 15% e 30% e melhores resultados na dose máxima dos compostos, tal fato talvez tenha ocorrido em função da retirada dos carbonatos e bicarbonatos nos lixiviados. Onde houve aplicação do gesso verifica-se uma variação decrescente do ph, apontando também a dose de 60% como a mais favorável, mostrando a eficiência do gesso para solubilização, difusão e reações de troca entre cálcio e o sódio e consequentemente redução do ph. Vital (2002) também conseguiu melhorias significativas no PST e ph de um solo salinosódico, após aplicação de gesso. Já Silva et al., (2009) e Veronese et al., (2009) afirmam que a vermiculita em sua forma natural é fonte de Ca, K e Mg para plantas no período de estiagem, constituindo-se também, em ótimo condicionador de solos ácidos e argilosos. Tal fato é uma possível justificativa para a redução do ph na dose máxima do composto. 8,5 8 y = -8E-05x 2 + 0,0014x + 8,0809 R² = 0,904 y = -0,0003x 2 + 0,0115x + 8,2251 R² = 0,7301 7,5 7 G00 G100 0 15 30 45 60 Doses de composto (%) *G00= Omissão de gesso / G100= 100% da necessidade de gesso / ph = Potencial Hidrogeniônico Figura 1 Valores de ph em solução eluída, na omissão e presença de gesso. Os dados referentes à CE na omissão e presença de gesso, são visualizados na figura 2. É possível observar que onde não foi aplicado o gesso agrícola, embora não tenha apresentado significativas diferenças, o valor da CE subiu a partir da dose de 45% do composto. Isso decorre-se do aumento da concentração de sais na solução drenada, possivelmente por causa da aplicação de quantidades crescentes do composto associado aos valores originalmente elevados da CE no extrato da pasta de saturação das amostras de solos, e além do mais pelo fato de o composto utilizado possuir Ca em sua composição. Onde houve aplicação do gesso agrícola, observou-se uma redução do valor de CE entre as doses de 15% a 45%, voltando a ter um pequeno acréscimo em seguida. Assim conclui-se que o gesso mostrou melhor efeito onde foram aplicadas as doses de 00 e 60% dos compostos, promovendo uma melhora na permeabilidade dos solos e o favorecimento da lixiviação dos sais. Sousa (1995) utilizou gesso agrícola e matéria orgânica na água de irrigação sobre a melhoria de um solo afetado por sódio trocável, o gesso e a matéria orgânica resultaram na melhoria da condutividade hidráulica, reduziu a condutividade elétrica e os teores de sódio do extrato de saturação. - Resumo Expandido - [562] ISSN: 2318-6631

CE (dsm -1 ) 8 7 6 y = 0,001x 2-0,0684x + 7,0217 R² = 0,5846 5 4 3 2 1 0 y = 0,0013x 2-0,0628x + 4,3994 R² = 0,9347 0 15 30 45 60 Doses de composto (%) G00 G100 *G00= Omissão de gesso/ G100= 100% da necessidade de gesso / CE= Valores de Condutividade elétrica em dsm -1 ) Figura 2 CE da solução eluída, na omissão e presença de gesso. Por fim, os resultados referentes aos teores de Na nos tratamentos testados, são visualizados na figura 3. Visualiza-se que no tratamento com 100% da necessidade de gesso agrícola, houve um decréscimo no teor de Na da solução eluída a medida que, foram aumentando as doses do composto. Tal fato justifica-se talvez porque, com a aplicação do gesso e doses do composto a concentração de sais solúveis e de sódio foram parcialmente lixiviados do solo. Já no tratamento com 00% da necessidade de gesso, observa-se que houve um leve acréscimo do teor de Na a partir da dose de 45% do composto. Tavares Filho (2010) observou que o aumento da quantidade de gesso aplicada refletiu numa maior remoção do sódio da forma trocável para solúvel. 70 Na (cmolcdm -3 ) 60 50 40 30 20 10 0 y = 0,0048x 2-0,3324x + 57,683 R² = 0,3533 y = 0,0065x 2-0,3859x + 52,454 R² = 0,9592 0 15 30 45 60 Doses de coposto (%) G00 G100 *G00= Omissão de gesso/ G100= 100% da necessidade de gesso / Na= Valores de Sódio em cmol cdm 3 ) Figura 3 Teores de Na em solução eluída, na omissão e presença de gesso. CONCLUSÕES As doses de compostos juntamente com a adição de gesso agrícola influenciam nos valores de Na, CE e ph da solução eluída. Para uma maior eficiência na lavagem de sais do solo, e redução do ph da solução eluída, recomenda-se o uso de compostos no solo, juntamente com o tratamento 100% da necessidade de gesso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - Resumo Expandido - [563] ISSN: 2318-6631

BARROS, M. de. F. C. et al. Recuperação de solos afetados por sais pela aplicação de gesso de jazida e calcário no Nordeste do Brasil. R. Bras. de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.8, n.1, p.59-64, 2004. CAMARGO, O. A. de; MONIZ, A.; JORGE, J. A.; VALADARES, J.M.A.S. Métodos de análise química, mineralógica e física do solo do Instituto Agronômico de Campinas. Boletim técnico 106, Campinas, 94 p. 1986. CAVALCANTE, L. F. et al. Melhoria química e física de um solo salino-sódico tratado com matéria orgânica e cultivado com leguminosas forrageiras. Ciência Agrícola, Rio Largo, v.6, n.1, p.27-35, 2002a. CHAUHAN, R.P.S. e CHAUHAN, C. P. S. A modification to Shoonover s method of gypson requirement determination of soil. Australian Journal of Soil Research, v. 17, p.367-370. 1979. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Manual de métodos de análise de solo. 2 ed. Ed. Atual, Rio de Janeiro RJ. (EMBRAPA CNPS. DOCUMENTO 1). 212p. 1999. GOMES, E. M.; GHEYI, H. R.; SILVA, E. F. de. F. Melhorias nas propriedades químicas de um solo salino-sódico e rendimento de arroz, sob diferentes tratamentos. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.4, n.3, p.355-361, 2000. MEDEIROS, J.F. de, LISBOA, R de A., OLIVEIRA, M. de, SILVA JÚNIOR, M.J. da, ALVES, L.P. Caracterização das águas subterrâneas usadas para irrigação na área produtora de melão da Chapada do Apodi. R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, Campina Grande, 7 (3) 469-472. 2003. RUIZ, H.A., SAMPAIO, R.A., OLIVEIRA, M. de, ALVAREZ V., V.H. Características químicas de solos salino-sódicos submetidos a parcelamento da lâmina de lixiviação. Pesq. Agropec. Bras., Brasília, 39 (11) 1119-1126. 2004. SERTÃO, M. A. J., SANTOS, R. V. Uso de corretivos e cultivo do capim urocloa ( Urochloa mosambicensis (Hack.) Daudy) em solos degradados do semi-árido. Área de Concentração: Sistemas Agrossilvopastoris. 1-74p, 2005. SILVA, A.L.; VALDIVIEZO, E.V. Caracterização da vermiculita de Santa Luzia-PB visando sua utilização na indústria cerâmica. Universidade Federal de Campina Grande, Departamento de Engenharia de Materiais, 2009. SOUSA, R. P. de. Utilização do gesso agrícola e matéria orgânica na água de irrigação sobre a melhoria de um solo afetado por sódio trocável. 1995. 44f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, Areia, 1995. TAVARES FILHO, A. N. Níveis da necessidade de gesso sobre as características físicoquímicas e na correção de solos salino sódicos do Perímetro Irrigado de Ibimirim-PE. Recife-PE, 2010. 82 p. Dissertação de Mestrado em Engenharia Agrícola, Área de Concentração (Manejo Integrado de Água e Solo), Recife, 2010. - Resumo Expandido - [564] ISSN: 2318-6631

VERONESE, M.; ECHER, F. R.; PAIVA, C. R.; ROSOLEM, C. A. Alterações químicas do solo e produtividade do algodoeiro pela aplicação de gesso agrícola. Anais... VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009. VITAL, A. F. M. et al. Comportamento de atributos químicos de um solo salino-sódico tratado com gesso agrícola e fósforo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 9, n. 1, 30-36, 2005. - Resumo Expandido - [565] ISSN: 2318-6631