Índice de Bem-Estar Urbano Local da Região Metropolitana de Manaus



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Transcrição:

Índice de Bem-Estar Urbano Local da Região Metropolitana de Manaus Por João Luiz Nery Introdução: O Índice de Bem-estar Urbano (IBEU), desenvolvido pelo INCT Observatório das Metrópoles, resultou na publicação de um livro e e-book homônimos no mês de agosto de 2013, ambos com o intuito de difundir essa ferramenta desenvolvida para a avaliação das principais regiões metropolitanas brasileiras e que busca informar, auxiliar estudos e intervenções do poder público nessas regiões. O IBEU objetiva mensurar o bem-estar desfrutado coletivamente no ambiente das cidades que compõem as 15 regiões metropolitanas brasileiras 1, calculados a partir de variáveis características do meio urbano, presentes tanto nas escalas da habitação quanto na do entorno da mesma, relacionando-se com os serviços e equipamentos urbanos das cidades. Variáveis estas obtidas junto ao Censo Demográfico 2010, realizado pelo IBGE. A partir dessas variáveis, são elaborados os indicadores que compõem as cinco dimensões presentes no índice, e estas são: mobilidade urbana; condições ambientais urbanas; condições habitacionais urbanas; atendimento de serviço s coletivos urbanos; infraestrutura urbana. Há no IBEU também diferentes escalas, a Global e a Local, sendo a primeira um comparativo entre as áreas de ponderação 2 dessas 15 regiões metropolitanas e a segunda um comparativo entre as áreas de ponderação da região metropolitana em questão, que nesse caso específico será a RM de Manaus. Estudo de caso: Região metropolitana de Manaus A RM de Manaus apresentou-se como a segunda pior dentre as 15 regiões metropolitanas do Brasil, no cálculo do IBEU Global. O que é intrigante e que fomenta uma avaliação utilizando o IBEU Local e suas 5 dimensões para isso. A tabela abaixo 1 OBSERVATÓRIO das Metrópoles. Análise das Regiões Metropolitanas do Brasil. Relatório da Atividade 1: identificação dos espaços metropolitanos e construção de tipologias. Rio de Janeiro, Observatório das Metrópoles, 2005 2 Agrupamento de setores censitários contíguos, com tamanho mínimo de 400 domicílios ocupados, excetuando-se os casos em que o próprio município não atinge esse total e o mesmo passa a ser considerado uma área de ponderação. Fonte:http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/resultados_gerais_amostra_are as_ponderacao/default.shtm

apresenta a posição da RM de Manaus em relação às outras regiões metropolitanas brasileiras: Dimensões IBEU Média da RM de Manaus Média das RMs Posição em relação ás outras RMs Mobilidade Urbana (D1) 0,613 0,383 9º Condições Ambientais Urbanas (D2) 0,366 0,641 14º Condições Habitacionais Urbanas (D3) 0,322 0,646 14º Condições de Serviços Coletivos Urbanos (D4) 0,279 0,739 14º Infraestrutura Urbana (D5) 0,394 0,618 13º Índice de Bem-Estar Urbano (IBEU) 0,395 0,605 14º A RM de Manaus é composta por 8 municípios e 45 áreas de ponderação consideradas urbanas, áreas essas que seguem limites semelhantes ao limites dos bairros. Sendo Manaus o município possuidor de mais áreas de ponderação em áreas urbanas, 33 delas. Itacoatiara e Manacapuru possuem 3 cada, Iranduba detém duas e os municípios de Careiro da Várzea, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva possuem apenas uma cada. Desse total de 45 áreas de ponderação, 10 (22,22%) estão no que é definido pelo IBEU como muito ruim (0,001-0,500); no nível tido como ruim (0,501 0,700) concentra-se o maior número de áreas de ponderação dessa RM, pouco mais de 55,5%, ou seja, 25 delas; já nas áreas que apresentam nível médio (0,701-0,800) apresentam-se 9 áreas de ponderação (20%) e apenas uma área de ponderação se encontra no nível tido como muito bom (0,801-0,900) e nenhuma área de ponderação da RM de Manaus está presente no nível tido como muito bom do IBEU (0,901 1,000). A média do IBEU Local de Manaus é de 0,608 ou seja, está no nível considerado ruim. O curioso é que o melhor (0,806) e o pior (0,348) índice pertencem às áreas de ponderação pertencentes ao município de Manaus, algo que evidencia a desigualdade no que tange a distribuição do equipamento e serviços públicos no município que é o centro metropolitano. Abaixo o mapa que espacializa essa distribuição do IBEU Local de Manaus segundo os diferentes níveis do IBEU. Nele podemos observar a grande presença de tons avermelhados no município de Manaus, que demonstra a presença do nível muito ruim do IBEU nesse município, e a constante presença de tons alaranjados nos municípios do entorno de Manaus.

Mapa 1 - Fonte: Observatório das Metrópoles. As Dimensões que compõem o IBEU Para entender melhor esses resultados, faz-se uma avaliação por cada dimensão que compõe o IBEU Local da RM de Manaus, começando pela Mobilidade Urbana (D1). Essa dimensão é composta somente por um indicador, que avalia o tempo de deslocamento gasto pelas pessoas que trabalham fora no percurso entre casa e trabalho, considera-se como adequado para essa dimensão aqueles que levam até uma hora para

realizar esse deslocamento, então calcula-se a proporção de pessoas consideradas adequadas em relação ao total de pessoas que se deslocam diariamente para trabalhar. No ranking entre as 15 regiões metropolitanas estudadas, Mobilidade Urbana foi a dimensão que deixou a RM de Manaus mais bem colocada, o que não significa que a mesma apresenta ótimos índices no que diz respeito a essa dimensão, já que a mesma ficou apenas em 9º lugar. Tendo em vista que a mesma obteve 0,613 nessa dimensão, a RM de Manaus apresentou-se no nível do IBEU tido como ruim (0,501 0,700) em relação à sua mobilidade urbana. Quando nos atentamos ao IBEU Local no que diz respeito a essa Mobilidade Urbana da região metropolitana de Manaus, o pior índice apresenta apenas 0,002 e está localizado na área de ponderação de nome Colônia Terra Nova que está localizada no município de Manaus, em contrapartida, a área de ponderação que apresenta o melhor índice de tempo de deslocamento (1,000), está localizada na única área de ponderação urbana do município de Careiro da Várzea e que inclusive é o melhor do Brasil 3. Algo que pode trazer uma reflexão acerca da mobilidade dessa área de ponderação que alcançando a nota máxima do índice, nos traz a ideia de um deslocamento muito bom, sendo que esse deslocamento poderia ser caracterizado como uma mobilidade restrita a curtas distâncias, o que diminuiria esse tempo de deslocamento e influenciando diretamente na dimensão de mobilidade urbana. 3 RIBEIRO, Luís C. e RIBEIRO, Marcelo. Índice de Bem-estar Urbano (IBEU). Rio de Janeiro. Ed. Letra Capital, 2013.

Mapa 2 - Fonte: Observatório das Metrópoles. A segunda dimensão do IBEU avalia as Condições Ambientais Urbanas (D2), essa dimensão abrange os seguintes indicadores: Arborização no entorno dos domicílios; Esgoto a céu aberto no entorno do domicílio; Lixo acumulado nos logradouros. Na comparação entre regiões metropolitanas Manaus ficou 14º nessa dimensão, com apenas 0,366, o que deixa Manaus no nível muito ruim do índice. Na escala do local, essa dimensão apresentou uma média de 0,529 tendo a área de ponderação, localizada no município de Manaus, chamada pelo IBGE de Redenção da Paz com o pior índice (0,112) e o município com o melhor índice, no nível considerado muito bom, pertence ao município de Itacoatiara e apresenta índice de 1,000.

Mapa 3 - Fonte: Observatório das Metrópoles. A dimensão 3 avalia as Condições Habitacionais Urbanas (D3) e possui os seguintes indicadores: Aglomerado subnormal (onde é tido como adequado a ausência de pessoas vivendo em aglomerados subnormais); Densidade domiciliar (proporção de pessoas que residem em domicílios com até duas pessoas por dormitório); Densidade de banheiro (proporção de pessoas que vivem em domicílios com até 4 pessoas por banheiro); Parede (proporção de pessoas que residem em domicílios com material de parede tido como adequado). Nessa dimensão a RM de Manaus aparece novamente em 14º lugar quando comparada às outras RMs do Brasil.

Possui uma média na escala local de 0,679, com o maior índice apresentado no Parque 10 de Novembro (0,950), área de ponderação localizada no município de Manaus que também abriga pior índice (0,283) e pertence à área de ponderação denominada Tarumã. Há apenas duas áreas de ponderação com índice acima de 0,900, ou seja, que podem ser classificadas como muito boas no índice e as duas pertencem ao município de Manaus, uma é a área de ponderação denominada Parque 10 de Novembro e a outra está localizada no Lírio de Vale. Dezoito áreas de ponderação da RM de Manaus estão no nível considerado como ruim pelo índice, ou seja entre 0,501 e 0,700, o que chega a 40% do total das áreas de ponderação. No nível muito ruim, apenas 6 delas e no nível bom 7 e no nível médio encontram-se 12 áreas de ponderação, sendo 10 delas pertencentes ao município de Manaus, uma de Presidente Figueiredo e a outra de Itacoatiara. Mapa 4 - Fonte: Observatório das Metrópoles.

Atendimento Domiciliar de Serviços Coletivos Urbanos (D4) é a quarta dimensão do IBEU, e é composta pelos seguintes indicadores: Atendimento de água (proporção de pessoas que residem em domicílios com atendimento adequado de água); Atendimento de esgoto; Coleta de Lixo; Atendimento de Energia. Nessa dimensão a RM de Manaus ocupou novamente a penúltima colocação na comparação entre as 15 RMs estudadas, com a média na escala local para a região metropolitana de Manaus de 0,647. Tendo no município de Manaus o melhor e o pior índice, estando o melhor na área de ponderação Nossa Senhora Aparecida com índice muito bom de 0,936 e o pior índice pertencente à área de ponderação Puraquequara, com índice considerado muito ruim (0,332). Onze das 12 áreas de ponderação encontradas nos níveis tidos como bom ou muito bom do índice estão localizadas no município de Manaus a única que não pertence ao mesmo se localiza no município de Presidente Figueiredo. O nível classificado pelo índice como ruim abrange o maior número de áreas de ponderação, totalizando 14 delas e seguido pelo índice muito ruim, que possui 12 áreas de ponderação. Mapa 5 - Fonte: Observatório das Metrópoles.

A quinta e última dimensão (D5) está relacionada à Infraestrutura Urbana e que deixou a RM de Manaus em 13º no ranking nacional. Tal dimensão é composta pelos seguintes indicadores: iluminação pública; pavimentação; calçada; meio-fio/guia; bueiro (boca-de-lobo); rampa para cadeirante; identificação de logradouro. Todos esses indicadores foram avaliados de acordo com sua presença no entorno dos domicílios observados. Manaus abriga as únicas duas áreas de ponderação que apresentam nível bom, já que não há nenhuma na região metropolitana em um nível muito bom, e tendo o maior índice a área de ponderação da Nossa Senhora Aparecida com um índice de 0,885, seguida por Adrianópolis com 0,811. O pior índice dessa vez não se encontra em Manaus, mas no município de Itacoatiara, que possui duas de suas três áreas de ponderação estudadas, presentes no nível muito ruim do índice, tendo a pior 0,143. A maior parte das áreas de ponderação estão no nível classificado pelo índice como ruim (0,501 0,700), totalizando 21 áreas de ponderação em um total de 45 de toda RM, algo próximo de 46,67%. Mapa 6 - Fonte: Observatório das Metrópoles.

Considerações Finais Não distante da realidade das outras regiões metropolitanas estudadas, a região metropolitana de Manaus apresenta desigualdades dentro do seu espaço metropolitano, porém o que mais chamou a atenção foi o fato do município de Manaus apresentar as maiores disparidades na avaliação das dimensões do IBEU, era comum encontrarmos o maior e o menor índice em áreas de ponderação localizadas no município. O que nos faz refletir sobre a desigual distribuição de serviços e equipamentos públicos tanto na esfera metropolitana, quanto na do município que é o centro dessa região metropolitana e capital do estado do Amazonas.