TEMPOS E ESPAÇOS DE MOUROS



Documentos relacionados
TESTE DE AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CUBA Escola Básica Integrada c/ Jardim de Infância Fialho de Almeida, Cuba Ano Lectivo 2007/2008

O espaço português a consolidação de um reino cristão ibérico. O país urbano e concelhio

PRINCÍPIOS GERAIS PRINCÍPIOS GERAIS PRINCÍPIOS GERAIS NÍVEIS DA REFORMA PRINCÍPIOS GERAIS. Funções de suporte Apoio à Governação Gestão de Recursos

Centro de Competência de Ciências Sociais

Economia A 11º ano Planificação, por unidade letiva, havendo aulas às 2ªs, 4ªs e 5ªs

Obrigatoriedade da Gestão de Embalagens e Resíduos de Embalagens. Empresas Fabricantes de Argamassas de Construção.

Geografia População (Parte 2)

Índice de Quadros Páginas

ESTADO DO MARANHÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE BOM LUGAR EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO Nº.001/2013

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular CONTABILIDADE PÚBLICA Ano Lectivo 2013/2014

Planejamento Bimestral

ORIGENS E FORMAÇÃO DAS MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS

O Impacto das Energias Limpas no Ambiente

PLANIFICAÇÃO A LONGO PRAZO HISTÓRIA A 11º ANO

Planejamento da Estrutura das Unidades da Saúde da Família no Estado do Paraná. Fevereiro de 2013

Operários ameaçados pelo desemprego, com fracas condições de vida, salários baixos e horários pesados

Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Ministério da Saúde

REABILITAÇÃO URBANA. a prioridade das políticas urbanas para a cidade

ELEMENTOS DE CARACTERIZAÇÃO

PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO: ESTRATÉGIA INDUTORA DA EDUCAÇÃO INTEGRAL, EM TEMPO INTEGRAL NO BRASIL

MAPA 1. DEMARCAÇÃO GEOGRÁFICA DO CONCELHO DE FUNCHAL E RESPECTIVAS FREGUESIAS. Fonte:

MATRIZ DA PROVA DE EXAME A NÍVEL DE ESCOLA AO ABRIGO DO DECRETO-LEI Nº 357/2007, DE 29 DE OUTUBRO (Duração: 90 minutos + 30 minutos de tolerância)

PLANIFICAÇÃO - CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO

Anexo 2 Quadro de Cursos / Vagas

Ajuste directo com convite a uma única entidade. Ajuste directo com convite a várias entidades. Com fase de negociações. Sem fase de negociações

Introdução à Economia Licenciaturas de Economia 2005/2006

Dados (2012) Fórmula Cálculo Chade Cálculo Austrália TCN TCN = TN TM TCN = = TCN = =

I&D NO SECTOR EMPRESARIAL: RESULTADOS DO INQUÉRITO AO POTENCIAL CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO NACIONAL

REGULAMENTO DO CONCURSO APOIO A IDOSOS

CAPITULO 6. Rendimentos e repartição dos rendimentos

ÍNDICE GERAL. CP-cp 1:CP-cp 1.qxd :59 Página 5 1. CONTABILIDADE PÚBLICA... 13

TESTE DE AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL

A DESVALORIZAÇÃO DO FEMININO NO MUNDO DO CONSUMO - APLICAÇÕES 83 EXPLORATÓRIAS ÀS MARCAS, AO MARKETING E À PUBLICIDADE

Matemática Aplicada às Ciências Sociais

Plano de Promoção. e Proteção dos Direitos da Criança. do Concelho de Marvão

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITO ECONÓMICO Ano Lectivo 2015/2016

TESTE DE AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL

NOÇÕES DE ESTATÍSTICA

PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO CURSO DE FISIOTERAPIA SOBRE A ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE

Centro de Acolhimento para Crianças em Risco

INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÂO DE COIMBRA. Licenciatura em Contabilidade e Gestão Pública

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Francisco George Diretor-Geral da Saúde

Constituição de Empresas e Fiscalidade em Cabo Verde. João Afonso Fialho

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA INTEGRADA EXERCÍCIO 2015

Marcação de embalagens abrangidas no âmbito de atuação da VALORMED. 17 de novembro de 2015

Dossier Promocional. Edifício em Portimão Rua 5 de Outubro nº 6

ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS NAS CAPITAIS BRASILEIRAS

Perspectivas e Oportunidades de Investimento em Angola

MCMV e mobilidade espacial na RMC a rede que se espalha

TÍTULO DO TRABALHO NOME DO AUTOR

Planificação Anual Área de Integração 12º Ano de Escolaridade Curso Profissional de Técnico de apoio à infância. Ano Letivo 2015/2016

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA Ano Lectivo 2010/2011

Metas na Aprendizagem de História e Geografia de Portugal*

Internacionalizar para a Colômbia Encontro Empresarial PORTO 12/11/2014

monitorização da aplicação abordagem LEADER - PRODER da Estratégia Local de Desenvolvimento

PLANO DA ACÇÃO DE FORMAÇÃO. Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Com base no livro adotado para , Novo HGP-6º ano da editora Texto

POPULAÇÃO. II. Nos países subdesenvolvidos, a estrutura etária se caracteriza, em geral, pelo reduzido numero de jovens.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social Centro de Imprensa. Índice Futuridade

Cursos Científico-Humanísticos Ano Lectivo 2013/2014 PLANIFICAÇÃO ANUAL ECONOMIA A (11º ano)

DIRETORIA DE PESQUISAS - DPE COORDENAÇÃO DE CONTAS NACIONAIS CONAC. Sistema de Contas Nacionais - Brasil Referência Nota Metodológica nº 24

Maio São Paulo. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

ÍNDICE. 3. Contabilidade geral, industrial e analítica... 32

PLANO DE ENSINO DE GEOGRAFIA /2012

Implementação do Processo de Bolonha a nível nacional. Grupos por Área de Conhecimento DIREITO

Seguridade Social na Conjuntura Atual

Seminário Intersetorial Empresas e Povos Indígenas. São Paulo 13 de março

1. Actividades Económicas Indicadores Macroeconómicos

RECURSOS HUMANOS PLANEAMENTO DE RH S

PERÍODOS SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA

A PROCURA DE EMPREGO DOS DIPLOMADOS

3 cm UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM...

Avaliação Qualitativa de Políticas Públicas

RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS PILOTO DA REDE NACIONAL DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS (RNCCI)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

Conteúdos Estruturantes & Expectativas de Aprendizagem

MERCADO DE TRABALHO NA CIDADE DE PORTO ALEGRE

Índice. Resumo (a título de Prefácio) 15. Introdução

花 精 靈 樂 園 青 少 年 花 壇 設 計 比 賽 Recanto dos Duendes das Flores - Concurso de Design de Canteiros de Flores, para Jovens.

PLANO DE TRABALHO PEDAGÓGICO

PESQUISA AÇÃO A SOCIAL SOCIAL

BANGLADESH INTERCÂMBIO COMERCIAL DO AGRONEGÓCIO --- BANGLADESH --- Brasil: Bangladesh:

O que sabemos? O que nos interessa? O que fazemos? O que deveria ser feito? Migração Interna no Brasil. Eduardo L.G. Rios-Neto CEDEPLAR/UFMG

PLANIFICAÇÃO - 10º ANO - HISTÓRIA A Ano Letivo

MERCADO DE TRABALHO NA CIDADE DE PORTO ALEGRE

MERCADO DE TRABALHO NA CIDADE DE PORTO ALEGRE

CIDADES EQUITATIVAS.Urbanismo Socialmente Responsável. 6 e 7 JUNHO 2014, Auditório da CCDR do Algarve e Câmara Municipal de Faro Portugal

Migrações - Mobilidade Espacial. Externas, internas, causas e consequências.

Boletim de Estatísticas

ALVES, F. (coord.) (2001). Acção Social na área da saúde mental. Lisboa: Universidade Aberta.

RESOLUÇÃO Nº 015/08 CONSUNI

LISTA DE TODOS OS SERVIÇOS PRESTADOS NO ESPAÇO DE CIDADÃO MEDIADOR DE CIDADANIA. ACP Automóvel Clube de Portugal

JORGE PEREIRA DA SILVA

ANEXO: Índice de Correspondência GRI

As migrações têm consequências demográficas, económicas e sociais, tanto nas:

A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO

O exercício comunitário de poderes concelhios; a afirmação política das elites urbanas

Transcrição:

TEXTOS UNIVERSITÁRIOS DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS TEMPOS E ESPAÇOS DE MOUROS A MINORIA MUÇULMANA NO REINO PORTUGUÊS (SÉCULOS XII A XV) MARIA FILOMENA LOPES DE BARROS FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

ÍNDICE AGRADECIMENTOS 11 NOTA PRÉVIA 13 CRITÉRIOS DE TRANSCRIÇÃO 15 ABREVIATURAS 16 INTRODUÇÃO 17 1. PERÍODO FORMATIVO 29 1.1. Mouros e Sarracenos 30 1.2. De mouro a mouro forro: a legitimação do direito 40 1.2.1. Comunas e vivências comunitárias 44 1.2.2. Evolução institucional: os forais 49 1.2.2.1. Terminologia árabe e direito islâmico 56 1.2.2.2. Da dimma islâmica à protecção cristã 65 1.3. O processo da Reconquista: textos e contextos 72 1.3.1. Os textos 72 1.3.2. Os contextos 84 1.4. Ordenamento da população islâmica 104 1.4.1. Conflitos jurisdicionais 119 2. POPULAÇÃO 2.1. Rupturas e continuidades 125 2.1.1. Espaços e territorialidade: distribuição populacional 135 2.2. Mobilidade populacional: movimentos migratórios 152 2.2.1. Emigrações 158 2.2.2. Imigrações 168

2.3. Vivência e espaços identitários 181 2.3.1. O corpo como fronteira 182 2.3.2. Espaços circunscritos e espaços partilhados 198 2.3.2.1. As mourarias 198 2.3.2.2. Espaços comuns 239 2.4. Antroponímia muçulmana 251 2.4.1. O nome masculino 258 2.4.2. O nome feminino 278 3. COMUNAS 299 3.1. Relações institucionais 300 3.1.1. A Coroa 300 3.1.2. ANobreza 302 3.1.3. Os Concelhos 312 3.1.3.1. A comuna muçulmana e o concelho de Loulé 323 3.2. Organização interna 343 3.2.1. Os oficiais 347 3.2.2. Provimento e desempenho 376 3.3. Serviços, encargos e tributos 385 3.3.1. Dízima 404 3.3.2. Participação militar 411 3.3.3. Direito sucessório ( c ilm al-faraid) 421 3.3.4. Outras imposições 433 3.3.5. Pedidos 444 4. ECONOMIA E SOCIEDADE 455 4.1. A propriedade 456 4.1.1. O caso de Lisboa 458 4.1.2. Propriedade urbana 474 4.1.3. Propriedade rural 481 4.2. Actividades económicas 497 4.2.1. Sector primário 497 4.2.2. Sector secundário 513 4.2.3. Sector terciário 523 4.3. Sociedade e vectores de sociabilização 531 4.3.1. Privilegiados e não-privilegiados: conflitualidade social 535 4.3.2. Casamento e família 553 4.3.3. Divórcio, adultério e honra da mulher 583

4.4. Expulsão e assimilação: o édito de 1496 595 4.4.1. Emigração 598 4.4.2. Permanências 604 4.4.3. Transferências patrimoniais 606 CONCLUSÃO 613 BIBLIOGRAFIA 621 ANEXOS 661 Abreviaturas 662 Quadro 1 - Saídas do Reino sem autorização régia 663 Quadro 2 - Doação dos direitos reais 673 Quadro 3 - Alcaides 681 Quadro 4 - Tabeliães e escrivães 680 Quadro 5 - Juizes e procuradores dos direitos reais 693 Quadro 6 - Privilégios 695 6.1. Privilégios conjuntos 695 6.2. Privilégios de isenção de serviço militar 704 6.3. Privilégios de besteiro-do-monte 706 6.4. Privilégios de saída do Reino 707 6.5. Privilégios de isenção do desempenho de cargos comunais 708 6.6. Privilégios de isenção do serviço de aposentadoria 709 6.7. Privilégios de porte de armas 711 6.8. Outros privilégios 714 ÍNDICE DE MAPAS, GRÁFICOS, FIGURAS E QUADROS Mapas Mapa 1 - Distribuição populacional (século xm) 138 Mapa 2 - Distribuição populacional (século xiv) 142 Mapa 3 - Distribuição populacional (século xv) 145

10 Gráficos Gráfico 1 - Saídas do Reino sem licença régia 162 Gráfico 2 - Contribuição das comunas algarvias 342 Figuras Figura 1 - Arrabaldes 204 Figura 2 - Mourarias intramuros 215 Figura 3 - Mourarias mistas (Eivas) 217 Figura 4 -A Mouraria de Lisboa 231 Figura 5 -Assinatura de muçulmanos portugueses 253 Figura 6 - Os Láparos (século xv) 550 Quadros Quadro 1 - Forais dos mouros forros 52 Quadro 2 - Construção comum 228 Quadro 3 -Variante do nome Ahmad 261 Quadro 4 - Ism c alam 286 4.1. Masculino 286 4.2. Feminino 289 Quadro 5 - Estrutura Antroponímica 291 5.1. Masculina 291 5.2. Feminina 292 Quadro 6 - Distribuição de ism c alam 293 6.1. Masculino 293 6.2. Feminino 294 Quadro 7 - Antropónimos de origem 295 Quadro 8 -Antropónimos de profissão 297 Quadro 9 - Direito sucessório muçulmano, segundo a elaboração do reinado de D. João I... 422 Quadro 10 - Direito sucessório muçulmano, segundo a elaboração do reinado de D. Afonso V 422 Quadro 11 - Ratio das comunas judaicas relativamente às muçulmanas, segundo os pedidos régios 447 Quadro 12 - Percentagem da participação das comunas muçulmanas nos pedidos 449 Quadro 13 - Património do soberano na mouraria de Lisboa segundo o tombo de 1506 466 Quadro 14 - Propriedades de muçulmanos oneradas na dízima (Silves) 498 Quadro 15 - Propriedades que haviam sido de muçulmanos oneradas na dízima (Silves) 501