MCMV e mobilidade espacial na RMC a rede que se espalha Gislene Pereira - UFPR Jussara Maria Silva - UP Anabelli Simões Peichó - UP Maicon Leitoles - UP Talissa Faszank - UP 11 E 12 DE SETEMBRO DE 2013
Objetivo interpretar a relação entre a forma de provisão de moradia popular, traduzida pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), e a organização sócio-espacial da Região Metropolitana de Curitiba
A habitabilidade não diz respeito apenas a critérios da construção, mas também à própria vida dos moradores, relacionando a condição da unidade habitacional, sua infraestrutura básica e de serviços (COHEN, 2004, p. 122). Importante verificar não apenas a construção, isto é, as condições internas da moradia, mas também as condições do seu entorno. ACESSIBILIDADE DO ENTORNO ANÁLISE SINTÁTICA - avaliar a inserção dos empreendimentos MCMV em dez municípios da RMCuritiba
Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) Lei Federal nº 11.124/2005 Programa Minha Casa Minha Vida Lei 11.977/ 2009 O objetivo do programa é a construção de unidades habitacionais voltadas às camadas da população com MENOR RENDA, PRINCIPALMENTE PARA A FAIXA DE 0 A 3 SALÁRIOS MÍNIMOS - faixa de renda da população que concentra o déficit habitacional no país MCMV 1 um milhão de moradias lançado em 2009 MCMV 2 dois milhões de moradias lançado em 2011
Programa MCMV impacto quantitativo na provisão da moradia para a população de baixa renda; críticas feitas ao Programa, sobretudo acerca da localização dos conjuntos habitacionais. Maioria dos municípios não dispõe de banco de terras; Incorporadores escolhem as áreas para implantação dos conjuntos habitacionais. Na maioria das vezes, essas áreas estão localizadas nas franjas da cidade e são mal servidas por transporte coletivo e por equipamentos urbanos e comunitários.
Portaria no 168, de 12 de abril de 2013 Valores máximos de aquisição das unidades 1. Capitais e as respectivas regiões metropolitanas - apartamento ou casa = R$64.000,00 2. Municípios com população maior ou igual a 50 mil habitantes - apartamento ou casa = R$60.000,00 3. Municípios com população menor que 50 mil habitantes - apartamento ou casa = R$59.000,00 Estes valores poderão compreender os custos de aquisição do terreno, edificação, equipamentos de uso comum, tributos, despesas de legalização, trabalho social e execução de infraestrutura interna. Contemplam, ainda, os custos do sistema de aquecimento solar nas edificações unifamiliares.
Déficit habitacional - Região Metropolitana de Curitiba RMC déficit habitacional - 2011 Brasil 5,4 milhões habitações Paraná 279.591 habitações RMC Região Metropolitana de Curitiba 16.913 habitações precárias; 38.777 coabitação; 27.281 ônus excessivo com aluguel 6.118 adensamento excessivo em domicílios locados, totalizando 85.814 habitações segundo dados IBGE - CENSO, 2010
Município Déficit Precárias Coabitação Excedente de aluguel DÉFICIT HABITACIONAL - RMC Adensamento de aluguel Número de domicílios Proporção domicílios com déficit Almirante Tamandaré 2.927 918 1.267 526 216 30.559 9% Araucária 3.561 770 1.532 895 365 35.584 10% Campina Grande do Sul 945 167 451 262 65 11.735 8% Campo Largo 2.378 399 1.351 580 115 34.480 7% Colombo 6.127 1.373 2.620 1.556 578 64.106 9% Curitiba 50.249 6.860 21.954 18.342 3.092 582.747 8% Fazenda Rio Grande 2.425 730 1.067 493 135 23.781 10% Mandirituba 423 80 210 77 56 6.776 6% Pinhais 3.438 595 1.320 1.222 301 36.149 9% São José dos Pinhais 7.249 1.383 3.178 2.135 554 81.470 9% NOTA TÉCNICA - Estimativas do déficit habitacional brasileiro (2007-2011) por município (2010), IPEA, 2013
PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA I MUNICÍPIO NÚMERO DE EMPREENDIMENTOS FAIXA DE RENDA NÚMERO DE UNIDADES % total % MUNICÍPIO Proporção domicílios com déficit ALMIRANTE TAMANDARÉ 2 3 A 6 SM 160 1,19% 1,19% 9% ARAUCÁRIA 1 3 A 6 SM 160 1,19% 1,19% 10% CAMPINA GRANDE DO SUL 5 3 A 6 SM 88 0,66% 0,66% 8% CAMPO LARGO 2 6 A 10 SM 264 1,97% 1,97% 7% COLOMBO 1 0 A 3 SM 248 1,85% COLOMBO 3 3 A 6 SM 117 0,87% COLOMBO 2 6 A 10 SM 48 0,36% CURITIBA 16 0 A 3 SM 3.173 23,63% CURITIBA 24 3 A 6 SM 3.280 24,43% CURITIBA 16 6 A 10 SM 2.483 18,49% faixa de renda 3,08% 9% 66,56% 8% FAZENDA RIO GRANDE 1 0 A 3 SM 501 3,73% 3,73% 10% MANDIRITUBA 3 - RURAL 0 A 3 SM 108 0,80% 0,80% 6% PINHAIS 2 3 A 6 SM 152 1,13% PINHAIS 1 6 A 10 SM 160 1,19% SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 2 0 A 3 SM 594 4,42% SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 1 RURAL 0 A 3 SM 6 0,04% SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 5 3 A 6 SM 667 4,97% SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 5 6 A 10 SM 1.217 9,06% TOTAL 13.426 100% 100% 2,32% 9% 18,50% 9% número de unidades número de empreendimentos 0 a 3 4.630 34,49% 25 27% 3 a 6 4.624 34,44% 42 45% 6 a 10 4.172 31,07% 26 28% TOTAL 13.426 100,00% 93 100%
PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA I DISTRIBUIÇÃO POR RENDA 0 a 3 SM 3 a 6 SM 6 a 10 SM
PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA I DISTRIBUIÇÃO POR NÚMERO DE UNIDADES
LEITURA SINTÁTICA DO AGLOMERADO METROPOLITANO DE CURITIBA E A LOCALIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS MCMV SINTAXE ESPACIAL Revela atributos do sistema urbano formado pelos 10 municípios metropolitanos selecionados, quanto à sua ESTRUTURA HIERARQUIZADA, isto é, os GRAUS DE ACESSIBILIDADE TOPOLÓGICA Municípios de Almirante Tamandaré, Araucária, Campinha Grande do Sul, Campo Largo, Colombo, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Mandirituba, Pinhais, São José dos Pinhais (aqueles onde há empreendimentos MCMV I) um sistema de 41.277 linhas axiais.
GRAUS DE ACESSIBILIDADE TOPOLÓGICA INTEGRAÇÃO GLOBAL integração de uma linha com todas as outras linhas de todo o sistema INTEGRAÇÃO LOCAL revela as propriedades potenciais locais de integração, podendo identificar áreas consideradas como subcentralidades do sistema urbano
EIXOS VIÁRIOS MAIS INTEGRADOS Indicam vias permeáveis e acessíveis no espaço urbano, a partir das quais mais facilmente se alcançam as demais vias Implicam, em média, em caminhos topologicamente mais curtos, a serem alcançados a partir de qualquer eixo do sistema; Tendem a assumir uma posição de controle, uma vez que podem se conectar a um maior número de eixos; Apresentam um potencial de integração superior Por hipótese, são as vias que possuem alto fluxo de veículos e pessoas Espaços MAIS INTEGRADOS revelam uma maior diferenciação espacial, estimulando o FLUXO NATURAL de pessoas e induzindo o surgimento de diversas atividades, segundo a apropriação do uso do solo Espaços com MENOR INTEGRAÇÃO, indicam pouca diferenciação espacial, provocando AUSÊNCIA DE MOVIMENTO
O PROGRAMA - DEPHMAP TEM SAÍDAS GRÁFICA E NUMÉRICA cores indicam a integração dos eixos: mais quentes (tendentes ao vermelho) indicam eixos mais integrados; cores mais frias (tendentes ao azul) indicam eixos mais segregados números indicam a integração dos eixos: maiores valores indicam eixos mais integrados; menores valores indicam eixos mais segregados
(integração de uma linha com todas as outras linhas de todo o sistema) INTEGRAÇÃO GLOBAL E A LOCALIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS MCMV I As vias mais integradas do sistema consolidam-se mais intensamente no sentido sudeste município de São José dos Pinhais; e com menor intensidade no sentido leste município de Pinhais A Avenida Marechal Deodoro e a BR 277 (Avenida as Torres) assumem um papel hierárquico importante dentro do sistema, no sentido sudeste A Avenida João Leopoldo Jacomel, no sentido leste, representa grande potencial de movimento Empreendimentos MCMV I em posição privilegiada quanto à acessibilidade topológica SAÍDA GRÁFICA
(identifica áreas consideradas como subcentralidades) INTEGRAÇÃO LOCAL E A LOCALIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS MCMV I A integração local possibilita detectar os espaços com potencial para abrigar centros de bairro e comércio de caráter local Essas centralidades locais encontram-se espalhadas pelo sistema; entretanto, apresentam ligações entre si, com maior ou menor intensidade Empreendimentos MCMV I em posição privilegiada quanto à acessibilidade topológica SAÍDA GRÁFICA
MUNICIPIO INTEGRAÇÃO GLOBAL CURITIBA 0,748 CURITIBA 0,743 CURITIBA 0,486 CURITIBA 0,484 CURITIBA 0,483 CURITIBA 0,479 CURITIBA 0,466 CURITIBA 0,459 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 0,455 CURITIBA 0,450 CURITIBA 0,450 CURITIBA 0,448 PINHAIS 0,448 CURITIBA 0,441 CURITIBA 0,440 CURITIBA 0,440 CURITIBA 0,440 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 0,439 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 0,439 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 0,433 CURITIBA 0,430 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 0,428 CURITIBA 0,425 PINHAIS 0,423 CURITIBA 0,422 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 0,418 CURITIBA 0,415 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 0,414 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 0,412 PINHAIS 0,397 CURITIBA 0,396 CURITIBA 0,394 CURITIBA 0,391 CURITIBA 0,389 CURITIBA 0,388 CURITIBA 0,383 CURITIBA 0,383 CURITIBA 0,381 CURITIBA 0,377 CURITIBA 0,377 MUNICIPIO INTEGRAÇÃO GLOBAL CURITIBA 0,377 CURITIBA 0,377 CURITIBA 0,376 CURITIBA 0,376 CURITIBA 0,376 CURITIBA 0,374 CURITIBA 0,372 CURITIBA 0,367 CURITIBA 0,367 CURITIBA 0,367 CURITIBA 0,367 CURITIBA 0,356 CURITIBA 0,356 CURITIBA 0,356 CURITIBA 0,356 CURITIBA 0,347 CURITIBA 0,346 COLOMBO 0,339 COLOMBO 0,339 COLOMBO 0,339 COLOMBO 0,338 CURITIBA 0,336 CAMPINA GRANDE DO SUL 0,336 CAMPINA GRANDE DO SUL 0,336 CAMPINA GRANDE DO SUL 0,336 CAMPINA GRANDE DO SUL 0,336 CAMPINA GRANDE DO SUL 0,328 CURITIBA 0,327 CURITIBA 0,314 CURITIBA 0,314 CURITIBA 0,314 CURITIBA 0,314 COLOMBO 0,309 CURITIBA 0,283 ALMIRANTE TAMANDARÉ 0,280 ALMIRANTE TAMANDARÉ 0,255 CURITIBA 0,247 CURITIBA 0,247 CAMPO LARGO 0,238 CAMPO LARGO 0,221 INTEGRAÇÃO GLOBAL números indicam a integração dos eixos: maiores valores indicam eixos mais integrados; menores valores indicam eixos mais segregados SAÍDA NUMÉRICA
MUNICIPIO INTEGRAÇÃO LOCAL PINHAIS 4,104 PINHAIS 4,039 CURITIBA 4,025 CURITIBA 4,025 CURITIBA 3,745 CURITIBA 3,745 CURITIBA 3,745 CURITIBA 3,745 CURITIBA 3,669 CURITIBA 3,638 CURITIBA 3,638 CURITIBA 3,638 CURITIBA 3,638 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 3,615 CURITIBA 3,497 CURITIBA 3,484 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 3,466 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 3,466 CURITIBA 3,353 CURITIBA 3,346 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 3,334 CURITIBA 3,316 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 3,032 CURITIBA 2,932 CURITIBA 2,906 CURITIBA 2,892 CAMPINA GRANDE DO SUL 2,887 CAMPINA GRANDE DO SUL 2,887 CAMPO LARGO 2,863 CURITIBA 2,789 CURITIBA 2,789 PINHAIS 2,785 CAMPO LARGO 2,767 CURITIBA 2,731 CURITIBA 2,731 CURITIBA 2,658 COLOMBO 2,633 COLOMBO 2,633 COLOMBO 2,633 CURITIBA 2,523 MUNICIPIO INTEGRAÇÃO LOCAL CURITIBA 2,521 CURITIBA 2,515 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 2,509 CAMPINA GRANDE DO SUL 2,403 CAMPINA GRANDE DO SUL 2,403 CURITIBA 2,341 CURITIBA 2,303 CURITIBA 2,303 CURITIBA 2,303 CURITIBA 2,257 CURITIBA 2,257 CURITIBA 2,257 CURITIBA 2,257 CAMPINA GRANDE DO SUL 2,215 CURITIBA 2,184 COLOMBO 2,121 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 2,086 CURITIBA 2,067 CURITIBA 2,030 ALMIRANTE TAMANDARÉ 1,987 CURITIBA 1,980 CURITIBA 1,980 CURITIBA 1,948 CURITIBA 1,807 ALMIRANTE TAMANDARÉ 1,787 CURITIBA 1,728 CURITIBA 1,682 CURITIBA 1,682 CURITIBA 1,682 CURITIBA 1,666 CURITIBA 1,521 CURITIBA 1,507 CURITIBA 1,463 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 1,440 CURITIBA 1,398 CURITIBA 1,384 CURITIBA 1,330 CURITIBA 1,330 CURITIBA 1,205 COLOMBO 1,105 INTEGRAÇÃO LOCAL números indicam a integração dos eixos: maiores valores indicam eixos mais integrados; menores valores indicam eixos mais segregados. SAÍDA NUMÉRICA
CONSIDERAÇÕES FINAIS Aos municípios com maior déficit habitacional - Fazenda Rio Grande, Araucária (10%), Colombo e Almirante Tamandaré (9%) não correspondem as maiores ofertas MCMV - Curitiba (66,56%) e São José dos Pinhais (18,50%) Concentração de empreendimentos na faixa de renda de 3 a 6 SM (45%); SAÍDA GRÁFICA Integração global correspondente ao centro do conjunto de municípios analisados: 1) eixo em consolidação no sentido sudeste município de São José dos Pinhais; 2) existem quatro grupos de empreendimentos MCMV em posição privilegiada quanto à acessibilidade topológica, e todos localizados em Curitiba; Integração local correspondente aos subcentros no conjunto de municípios analisados 1) encontramse espalhados no conjunto, mas há uma concentração destes subcentros em Curitiba; 2) existem quatro grupos de empreendimentos MCMV em subcentros de Curitiba e um grupo em São José dos Pinhais; SAÍDA NUMÉRICA Integração global 1) os empreendimentos em posição privilegiada concentram-se em Curitiba, mas a análise revelou áreas também privilegiadas em São José dos Pinhais e Pinhais; 2) alguns empreendimentos de Curitiba encontram-se em posições segregadas. Integração local - em relação aos subcentros, os empreendimentos de Pinhais estão em posição mais privilegiada que Curitiba; o mesmo acontecendo com alguns empreendimentos em Campina Grande, Campo Largo e Colombo Em relação à acessibilidade topológica, quando se analisa a região como um todo, os empreendimentos não apresentam grande integração. Mas quando se consideram os subcentros, os empreendimentos resultam integrados
CONTINUIDADE DA PESQUISA cruzar estas informações com caracterização do uso do solo e estrutura sócio-ocupacional