ImpedânciapHmetria Esofágica Prolongada



Documentos relacionados
Doença do Refluxo Gastroesofágico

DRGE é fácil de ser diagnosticada? - julho 2017 Por Felipe Paludo Salles - Endoscopia Terapêutica -

Estudos Funcionais do Esôfago: Quando Indicar?

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Doença do Refluxo Gastro-Esofágico (DRGE)

REVALORIZAÇÃO DA PHMETRIA ESOFÁGICA PROLONGADA

Identificação: L. R. Data Nascimento: 23/11/1981 Idade: 28 anos Sexo: feminino Profissão: Agente de Turismo

Cuiabá. PROPOSTA DE PROTOCOLO PARA USO DA MANOMETRIA ESOFÁGICA, phmetria ESOFÁGICA E MANOMETRIA ANO-RETAL

Inicialmente, convém reforçar que o refluxo gastroesofágico (RGE) ocorre com frequência

I INTRODUÇÃO É uma das afecções mais freqüentes que acometem o ser humano Enfermidade mais prevalente do aparelho digestivo Prevalência mundo? Brasil:

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO EM PEDIATRIA

Doença do refluxo gastroesofágico: classificação cintilográfica*

Departamento da Qualidade na Saúde

Introduction: Gastroesophageal reflux disease (GRD)

DOENÇA DO REFLUXO GASTRESOFÁGICO E DISPEPSIA

D.R.G.E. DOENÇA DO REFLUXO GASTRO-ESOFÁGICO. Conceito. MSc. Alberto Bicudo Salomão Universidade Federal do Mato Grosso

Prevalência de queixas dispépticas em pacientes com doenças do refluxo erosiva e não-erosiva

Doença do Refluxo Gastroesofágico

Refluxo Gastro-Esofágico Esofágico. Dra. Joelma Gonçalves Martin Departamento de pediatria Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

CASO CLÍNICO : ESOFAGITE EOSINOFÍLICA

Protocolo Clínico e de Regulação para Pirose e Regurgitação no Adulto e no Idoso

MANIFESTAÇÕES RESPIRATÓRIAS EM CRIANÇAS COM REFLUXO GASTRO ESOFÁGICO (RGE)

Refluxo gastroesofágico e sua relação com a prática do canto lírico

Entendendo a DRGE. & a Terapia com Stretta. GERD (gerd): Doença do Refluxo Gastroesofágico

ARTIGO ORIGINAL. Resumo

Gastroesophageal Reflux Disease (GERD) and

Saúde baseada em evidências

Introduction: The mechanisms of the otolaryngologic

ORIGINAL ARTICLE. Mestrando do programa de pós-graduação em Bases da Cirurgia da FMB-UNESP, Otorrinolaringologista. 2

PERFIL CLÍNICO E ENDOSCÓPICO DOS PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO NO AMBULATÓRIO DE GASTROENTEROLOGIA

REFLUXO GASTROESOFÁGICO

FEDERAÇAO BRASILEIRA DE GASTROENTEROLOGIA PROJETO JOVEM GASTRO

Câmara Técnica de Medicina Baseada em Evidências Avaliação de Tecnologias em Saúde

recomendações Atualização de Condutas em Pediatria

Doença do refluxo gastroesofágico

Protocolo Clínico e de Regulação Parapirose e Regurgitação no Adulto e Idoso

Doença do Refluxo Gastroesofágico: uma revisão de literatura

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ COORDENADORIA DE CONCURSOS CCV

PROCEDIMENTO CIRÚRGICO EM CRIANÇAS COM DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO - RELATO EXPERIMENTAL *

DOI: / original article. Translation and cultural adaptation of the Reflux Finding Score into brazilian portuguese

Asma de difícil controle

Manifestações extra-esofágicas da doença do refluxo gastroesofágico* Extraesophageal manifestations of gastroesophageal reflux disease

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO: revisão ampliada

Engenharia Biomédica - UFABC

Impedâncio-pHmetria Prolongada: Observações Preliminares. Extended Impedance-pHmetry: Preliminary Observation

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFAGIANO NÃO EROSIVA E PIROSE FUNCIONAL: CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, MANOMÉTRICAS E PERFIL DE SENSIBILIDADE ESOFÁGICA

Esofagite Eosinofílica

AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO ESÔFAGO. Mirna da Mota Machado José Carlos Felicetti Paulo F. Guerreiro Cardoso. Introdução

Questões comentadas - Disfagia

REFLUXO GASTROESOFÁGICO EM PEDIATRIA: FISIOLÓGICO OU PATOLÓGICO?

Tumores da Junção Esófago-Gástrica

ARTIGO ORIGINAIS. Resumo

Relação entre Achados Videonasolaringoscópicos e ph-metria Esofágica em Crianças com Manifestações Clínicas de Refluxo Extra-esofágico

DYSPHAGIA SINTOMA Deglutição & Presbifagia 2013

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE VÔMITOS FUNCIONAIS

ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE

- Infiltrado eosinofílico no epitélio esofágico : mais 15 eosinófilos / campo grande aumento (400X)

EDUARDO MARTINS LARA AVALIAÇÃO DO RESULTADO PRECOCE E TARDIO DE PACIENTES OPERADOS POR DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO NESTA INSTITUIÇÃO.

Esomeprazol em Crianças Eficácia e segurança no tratamento da esofagite erosiva em crianças.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS CYNTHIA ABEN-ATHAR PONTE

REFLUXO GASTROESOFÁGICO. Nadya Bustani Carneiro

PRESENÇA. Artigo. Original INTRODUÇÃO

Esofagomanometria e phmetria esofágica de 24 h em uma ampla amostra de pacientes com manifestações respiratórias*

Gastroesophageal reflux and chronic respiratory disease: past, present, and future

Repositório Institucional da Universidade de Brasília repositorio.unb.br

DOENÇA DE REFLUXO GASTRO-ESOFÁGICO NORMAS DE ORIENTAÇÃO CLÍNICA

Factores associados ao insucesso do controlo hemostático na 2ª endoscopia terapêutica por hemorragia digestiva secundária a úlcera péptica

Protocolo Clínico e de Regulação para Dispepsia

- Descrito na década de 70, mas com aumento constante na incidência desde os anos 90

Diretrizes do Emprego da Endoscopia na DRGE - Doença do Refluxo Gastroesofagiano - American Society for Gastrointestinal Endoscopy ASGE, 1999

Avaliação Funcional na Asma Pediátrica. Dr. Diego Brandenburg Pneumologista Pediátrico Hospital de Clínicas de Porto Alegre

DIVERTÍCULOS DO ESÔFAGO

Tosse Persistente em Pacientes Pediátricos

Doença do refluxo gastro-esofágico

CURSO DE GASTROENTEROLOGIA, HEPATOLOGIA E NUTRIÇÃO PEDIÁTRICA

Revista CEFAC ISSN: Instituto Cefac Brasil

IX Curso Nacional de Atualização em Pneumologia - SBPT. Discinesia de corda vocal. Diagnóstico diferencial da Asma DISCINESIA DE CORDA VOCAL

Prof. Rogério Cardoso de Castro

Análise critica dos métodos diagnósticos do RGE na infância. Prof. Dr. Mauro Toporovski FCM da Santa Casa de São Paulo

ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE

ASSOCIAÇÃO ENTRE DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE) E ASMA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Temas da Aula. Bibliografia. 1. Introdução

INFLUÊNCIA DO TESTE DE ESFORÇO NO REFLUXO GASTROESOFÁGICO EM PORTADORES DE DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Refluxo gastroesofágico

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Programa de Pós-Graduação em Ciências Pneumológicas. Mirna da Mota Machado

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO: QUAL A EFICÁCIA DOS EXAMES NO DIAGNÓSTICO?

Manifestações otorrinolaringológicas podem sugerir doença do refluxo gastroesofágico?

A deglutição é definida como processo que resulta no transporte do alimento da boca ao estômago. Preparatória

Autor: Fernando Fornari. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Gabriel Silva de Barros Porto Alegre, 2001.

Alterações respiratórias da Síndrome de Down. Marina Buarque de Almeida

LOCALIZAÇÃO DO SENSOR PROXIMAL NA phmetria DAS 24 HORAS COM DOIS SENSORES

Doença do Refluxo Gastro-Esofágico (DRGE)

PANCREATITE CRÔNICA TERAPÊUTICA Rio de Janeiro Junho 2011

Revista H C P A. Aluno Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Medicina: Gastroenterologia. 4

Estudo comparativo para avaliação de cateter de phmetria com novo sistema de referência interna na prática clínica

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Medicina Programa de Pós-Graduação em Medicina: Cirurgia

Transcrição:

ImpedânciapHmetria Esofágica Prolongada Dra. Carla Granja Andrade Médica responsável pelo serviço de motilidade digestiva do Hospital Nove de Julho Médica responsável pelo serviço de motilidade digestiva do Centro de Diagnóstico Artur Parada Médica responsável pelo serviço de motilidade digestiva da CGA - Centro Especializado em Fisiologia do Aparelho Digestivo Médica responsável pelo serviço de motilidade digestiva alta do Laboratório CURA - Imagem e Diagnóstico Mestre em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela FMUSP Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) Membro associado à Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) Membro da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva (SBMD) Membro da International Continency Society (ICS) Membro da European Crohn And Colitis Organization (ECCO)

Doença do Refluxo Gastroesofágico Conceito Afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele, acarretando um espectro variável de sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extraesofagianos, associados ou não a lesões teciduais (Moraes-Filho J, Cecconello I, Gama-Rodrigues J, Castro L, Henry MA, Meneghelli UG, et al. Brazilian Consensus on Gastroesophageal Reflux Disease: proposals for assessment, classification, and management. Am J Gastroenterol 2002; 97:241-8.)

Doença do Refluxo Gastroesofágico Fisiopatologia Barreira pressórica do EIE : Hipotonia do EIE 20% Relaxamentos transitórios -80% Clareamento esofágico ineficaz Retardo do esvaziamento gástrico (Castell DO. Ann Intern Med 1975) (Richter JE and Castell DO. Med Clin North Am 1981) (Sifrim D, et al. Gastroenterology 1996) (Sifrim D, et al. Dig Dis Sci 2000)

Doença do Refluxo Gastroesofágico Sintomas

Doença do Refluxo Gastroesofágico Sintomas MANIFESTAÇÕES TÍPICAS: Pirose Regurgitação Mínimo: 2 vezes por semana Durante 4 a 8 semanas (Moss SF et al. J. Clin Gastroenterol 1998; 27:6-12.) MANIFESTAÇÕES DE ALARME: Disfagia Odinofagia Anemia Hemorragia digestiva Emagrecimento (Katz PO. Am J Gastroenterol 1999; 94(11 Suppl):S3-10.) (Dent J. Management of reflux disease. Gut 2002; 50:67-71.)

Doença do Refluxo Gastroesofágico Sintomas MANIFESTAÇÕES ATÍPICAS: Esofágica: dor torácica. Extra-esofágicas: 1. Ouvido médio: otalgia, otite média. 2. Nasal e sinusal: sinusite crônica. 3. Cavidade oral: erosões dentárias, aftas, halitose. 4. Faringe e laringe: globus faríngeo, rouquidão, pigarro, faringites, laringites, úlceras, granulomas e nódulos de corda vocal, estenoses de laringe, laringoespasmo, câncer de laringe. 5. Árvore traqueobronquica: tosse crônica, asma, traqueobronquites, pnemonia aspirativa, fibrose pulmonar, bronquiectasia. 6. Outros: apnea do sono. (Richter JE. Semin Gastrointest Dis 1997) (Wong RK et al. Am J Gastroenterol 2000) (Harding SM. Am J Med 2003) (Vaezi MF. Am J Med 2003) (Malagelada JR. Aliment Pharmacol Ther 2004) (Poelmans J and Tack J. GUT, 2005)

ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA Avalia a presença e o grau de esofagite. A esofagite erosiva tem 95% de especificidade diagnóstica. Cerca de 50% dos pacientes com DRGE e predomínio de manifestações típicas (pirose e regurgitação) não tem esofagite endoscópica e essa porcentagem sobe para 80% daqueles com predomínio de manifestações atípicas. Identifica a presença de complicações da DRGE (esôfago de Barrett, estenose, ulcerações esofágicas e câncer); (Wiener GJ, et al. Gastroenterology 1986) Limitações: Não exclui diagnóstico da DRGE. ( Ossakow SJ et al. Ann Otol Rhinol Laryngol 1987) (Batch AJG. J Laryngol Otol 1988) ( McNally PR, et al. Dig Dis Sci 1989) (Ness J, et al. Gastroenterology 1992) (Tauber S, et al. Laryngoscope 2002) (Koufman JA, et al. Laryngoscope 2002) (Poelmans J, TackJ. Gut 2005)

PHMETRIA ESOFÁGICA CONVENCIONAL Spencer, 1960 Principais indicações: Identificar os portadores da DRGE sem esofagite; Documentar e caracterizar do padrão de refluxo gastro-esofágico: ortostático, supino ou combinado; Estudar a participação do refluxo ácido nas manifestações atípicas do refluxo; Avaliar da eficácia do tratamento clínico; Estudar a recidiva dos sintomas no pós-operatório; Estabelecer a correlação entre os sintomas relatados pelo paciente e os episódios de refluxo ácido; Documentar e quantificar o refluxo ácido supra-esofágico. (DeMeester TR, et al. J Thorac Cardiovasc Surg 1980; 79:656-70.) (Kahrilas PJ, Quigley EM. Gastroenterology 1996;110:1982-96.) (Vaezi MF. Gastroesophageal reflux disease and the larynx. J Clin Gastroenterol 2003; 36:198-203.)

PHMETRIA ESOFÁGICA CONVENCIONAL Principais limitações: Não avalia a ocorrência de refluxo "não-ácido" O refluxo não ácido : não é detectado pela phmetria convencional 70% de falso negativo; Não avalia o fluxo do conteúdo esofágico: retrógrado ou anterógrado. O refluxo ácido: 32% de falso positivo à phmetria convencional. (DeMeester TR, et al. J Thorac Cardiovasc Surg 1980; 79:656-70.) (Kahrilas PJ, Quigley EM. Gastroenterology 1996;110:1982-96.) (Vaezi MF. Gastroesophageal reflux disease and the larynx. J Clin Gastroenterol 2003; 36:198-203.) (Castell DO. An Impedance/pH Fact Sheet, 2009)

QUAL A IMPORTÂNCIA? 2/3 - são ácidos 1/3 - não ácidos : não detectados a phmetria convencional e ocorrem com maior freqüência no período pós-prandial. Castell DO and Tutuian R. Practical Gastroenterology, march 2005 40% dos pacientes com Esofagite Erosiva apresentam persistência dos sintomas apesar de estarem recebendo supressão ácida adequada com IBP. 60% dos pacientes com Doença do Refluxo Não Erosiva (NERD) apresentam persistência dos sintomas apesar de estarem recebendo supressão ácida adequada com IBP. Dean et al. Clin Gastroenterol Hepatol 2004

Qual a explicação para persistência dos sintomas em pacientes com doses adequadas de IBP para inibição ácida? O IBP não inibe de forma eficiente a acidez do conteúdo refluído? Os sintomas se devem a Refluxo Não-Ácido (NAR)? Os sintomas não ocorrem devido a refluxo? Pirose funcional, Outras causas

IMPEDÂNCIOMETRIA ESOFÁGICA Silny J, 1991 Movimento do conteúdo esofágico O QUE É IMPEDÂNCIA? É a oposição que um circuito oferece a um fluxo de corrente elétrica. É expressa em ohms, e designada pelo símbolo Z Inversamente proporcional à condutibilidade elétrica da parede de um órgão ou de seu conteúdo AC Generator AC Gerador

IMPEDÂNCIOMETRIA ESOFÁGICA O exame de Impedânciometria Esofágica é baseado nas mudanças de eletrocondutibilidade geradas pelo movimento do conteúdo ao longo do esôfago A eletrocondutibilidade é variável de acordo com as características físicas do conteúdo esofágico e inversamente proporcional a impedância. Sem bolus ou refluxo = poucos ions = Impedância Alta Bolus ou refluxo presente = muitos ions = Impedância Baixa

ESCALA DE IMPEDÂNCIA Baixa condutividade = Impedância Elevada I n p e d â n c i a Ar Parede esofagiana Saliva Alimento Conteúdo Refluído Alta condutividade = Impedância Baixa (Silny J. J Gastrointest Motil 1991) (Sifrim D, Holloway R, Silny J, et al. Gastroenterology 2001) (Shay S, Tutuian R, Sifrim D, et al. Am J Gastroenterol 2004) (Emerenziani S and Sifrim D. Curr Opin Gastroenterol 2005)

Impedância Ohms CURVA DE IMPEDÂNCIA Linha de base Entrada do bolo Saída do bolo Tempo segundos

PROPAGAÇÃO ESOFAGIANA DO CONTEÚDO INTRALUMINAL Fluxo anterógrado - Deglutição Fluxo retrógrado - Refluxo

IMPEDÂNCIOMETRIA + PHMETRIA Amplia a capacidade de detecção da phmetria convêncional para todos os tipos de refluxo, caracterizando-os quanto suas propriedades químicas (ácido, pouco ácido ou não ácido) e físicas (gasoso, líquido ou misto). (Hirano I, Richter JE and the Practice Parameters Committee of the American College of Gastroenterology. ACG Practice Guidelines: Esophageal Reflux Testing. Am J Gastroenterol 2007;102:668 685)

IMPEDÂNCIO-PHMETRIA Indicações Pacientes com persistência dos sintomas mesmo na vigência de terapia anti-secretora; Suspeita clínica ou endoscópica de refluxo gastroesofágico não comprovada por phmetria convencional; Pacientes com sintomas que independem da acidez, a exemplo de eructação, disfonia, pigarro, tosse e broncoespasmos; Pacientes com sintomas de DRGE e em situação de acloridria, por exemplo, gastrite atrófica; Pacientes com sintomas de DRGE pós gastrectomia; Pacientes com sintomas de DRGE predominantemente pós-prandiais. (Castell DO and Tutuian R. Practical Gastroenterology, march 2005)

Revisão da classificação dos episódios de refluxo gastro-esofágicos Sifrim D et al. Gut, 2004 phmetria ambulatorial Impedâncio-pHmetria ambulatorial ph Classificação tradicional Classificação revisada (Oporto Group, Portugal 2002) Menor que 4,0 Refluxo ácido Refluxo ácido Refluxo ácido Entre 4,0 e 7,0 Ausência de refluxo Refluxo não -ácido Refluxo pouco ácido Acima de 7,0 Ausência de refluxo Refluxo não -ácido Refluxo não - ácido

IMPEDÂNCIO-PHMETRIA ALTA RESOLUÇÃO

IMPEDÂNCIO-PHMETRIA

148 pacientes com sintomas persistentes em vigência de terapia anti-secretora Impedâncio-pHmetria em vigência de medicação anti-secretora 121 pacientes sintomáticos durante o estudo Pacientes com sintomas típicos Pacientes com sintomas atípicos 42% 10% 48% 19% 4% 77% Não refluxo Refluxo não-ácido Refluxo ácido Não refluxo Reluxo não-ácido Refluxo ácido Mainie I, Tutuian R, Castell DO, Medical College of SC. ACG Presentation. October, 2004.

321 pacientes com tosse crônica: excluído doença pulmonar, sinusite, tabagismo e uso de IECA 100 pacientes realizaram impedâncio phmetria: 77 sem IBP e 23 com IBP Refluxo Ácido n = 45 Refluxo Pouco Ácido n = 24 Sem Refluxo n = 31 Conclusão: A impedâncio-phmetria identifica pacientes com tosse crônica relacionada ao refluxo que seriam descartados se apenas o critério padrão para refluxo ácido fosse utilizado. Blondeau K et al: Aliment Pharmacol Therp 2007; 25: 723-732.

19 pacientes sintomáticos apesar do uso de IBP foram submetidos a fundoplicatura laparoscópica Realizaram impedâncio-phmetria pré-operatória: 18/19 IS (+) Após 14 meses: 94% Assintomáticos O paciente IS (-) persistiu com sintomas 1 recidiva após 9 meses Conclusão: Pacientes em uso de IBP e com IS (+) relacionado a refluxo ácido ou não ácido determinado pela ImpedânciopHmetria podem ser tratados com sucesso com cirurgia. Mainie I et al: Br J Surg 2006; 93: 1483-1487.

ALGORITIMO DE DIAGNÓSTICO DA DRGE Vela M. Am J Gastroenterol 2009;104:277-80

CONCLUSÃO Impedâncio-pHmetria: é o novo padrão ouro no diagnóstico da DRGE Pacientes selecionados: Pacientes com persistência dos sintomas mesmo na vigência de terapia anti-secretora; Suspeita clínica ou endoscópica de refluxo gastroesofágico não comprovada por ph-metria convencional; Pacientes com sintomas de DRGE predominantemente pós-prandiais. Carla Granja Andrade Contato: 11 99813 1471 / cg-andrade@uol.com.br