TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL



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Transcrição:

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL Apelação Cível nº 0271398-06.2009.8.19.0001 Apelante (1): Companhia Mutual de Seguros Apelante (2): Turismo Transmil Ltda Apelado (1): os mesmos Apelado (2): Vitor Silva Marques Relator: Des. Elton M. C. Leme R E L A T Ó R I O sentença de fls. 308-312. Adota-se, na forma regimental, o relatório lançado na Trata-se de ação indenizatória, sob o rito sumário, ajuizada por Vitor Silva Marques em face de Turismo Transmil Ltda, alegando que no dia 06/04/2009, às 20:50 horas, trafegava pela Rodovia Presidente Dutra, quando seu veículo (táxi) foi abalroado na parte traseira por um caminhão, que foi atingido pelo veículo do réu, conduzido por seu preposto. Afirma que não há dúvida que a culpa pelo acidente é do preposto da ré. No entanto, a ré, procurada pelo autor, não realizou o conserto, o que deixou o veículo do autor parado entre a data do acidente e o dia 28/07/2009, ou seja, num período de 113 dias. Sustenta que sua renda bruta é de R$ 580,00 e, descontada a taxa de manutenção, a renda líquida é de R$ 319,00 por dia, sendo este o valor de cálculo para a indenização do lucro cessante sofrido. Postula a condenação da ré ao

pagamento dos danos emergentes no valor de R$ 15.885,31 e lucros cessantes no valor de R$36.047,00. A transportadora ré ofereceu contestação a fls. 57-70, requerendo o chamamento ao processo ou a denunciação da lide à seguradora. Argumenta que não há prova dos danos materiais sofridos, já que o autor não prova ter reembolsado a cooperativa. Assevera que os lucros cessantes pleiteados não correspondem à realidade. Requer a improcedência do pedido. Decisão a fls. 101 deferiu o chamamento ao processo da seguradora e determinou a citação. Contestação da seguradora a fls. 105-112, arguindo, preliminarmente, conexão com outra ação aforada em razão do mesmo acidente. Quanto à lide secundária, ressalta os limites da apólice. Em relação ao mérito, impugna a indenização por danos materiais postulada pelo autor, requerendo a improcedência dos pedidos. A sentença de fls. 308-312 julgou procedente o pedido para condenar as rés solidariamente a pagarem ao autor a quantia de R$ 15.885,31 a título de danos materiais, corrigida monetariamente a partir do desembolso e ser acrescida de juros de 1% ao mês a partir do evento danoso, bem como ao pagamento da quantia equivalente aos lucros cessantes, tendo por base o valor diário de R$ 319,00, considerando o período compreendido entre 06/04/2009 e 28/07/2009, deduzindo daí um dia de repouso em cada semana, devendo a verba ser corrigida e

acrescida de juros legais de 1% ao mês a partir do evento danoso, condenando os réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação. Apelou a seguradora a fls. 330-338, sustentando que o limite da apólice é de R$ 30.000,00 para danos causados a terceiros, com abatimento da franquia de R$ 2.000,00, devendo ser deduzido o valor de R$ R$ 13.819,40, já que, por conta do mesmo fato, indenizou Jairo Clementino Gonçalves em outra demanda, só restando R$ 14.180,60. Postula, assim, o provimento do recurso unicamente para limitar o valor indenizatório, nos termos da apólice. A transportadora ré ofereceu recurso a fls. 353-360 requerendo a improcedência dos pedidos, porque o apelado não produziu provas de seu efetivo prejuízo, já que a cooperativa arcou com os custos do conserto, sem prova de ter o autor reembolsado à cooperativa. Afirma que não provou a renda diária, devendo os lucros cessantes ser calculados de acordo com o salário mínimo. Postula a reforma da sentença, para que os danos materiais sejam julgados improcedentes ou que a correção monetária seja fixada a partir da sentença, bem como a improcedência dos lucros cessantes, ou que os mesmos sejam fixados com base no salário mínimo, ou ainda o abatimento com os custos com a utilização do veículo, aferindo-se a renda líquida do apelado. Contrarrazões da parte autora a fls. 380-386 e da transportadora ré a fls. 387-391, pugnando pelo desprovimento dos recursos.

É o relatório. Peço dia. Rio de Janeiro, 13 de maio de 2013. Des. Elton M. C. Leme Relator

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL Apelação Cível nº 0271398-06.2009.8.19.0001 Apelante (1): Companhia Mutual de Seguros Apelante (2): Turismo Transmil Ltda Apelado (1): os mesmos Apelado (2): Vitor Silva Marques Relator: Des. Elton M. C. Leme APELAÇÃO. INDENIZATÓRIA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. DANOS MATERIAIS COMPROVADOS. LUCROS CESSANTES. TÁXI. DECLARAÇÃO DE RENDA LÍQUIDA DIÁRIA EMITIDA PELO SINDICATO. SEGURADORA CHAMADA AO PROCESSO. LIMITE DA APÓLICE. OBSERVÂNCIA. DEDUÇÃO DO VALOR INDENIZATÓRIO PAGO A OUTRA VÍTIMA EM PROCESSO DISTINTO REFERENTE AO MESMO SINISTRO. CORREÇÃO MONETÁRIA. FLUÊNCIA DO EVENTO DANOSO. PROVIMENTO PARCIAL DO PRIMEIRO RECURSO. DESPROVIMENTO DO SEGUNDO. 1. Ocorrendo colisão pela traseira e não tendo o réu ilidido a presunção de culpa decorrente da falta do dever de atenção e de guarda da distância adequada em relação ao veículo à frente, prevalece a responsabilidade do preposto do réu pela colisão traseira. 2. Danos emergentes devidamente demonstrados pelas notas fiscais relativas ao conserto do veículo. 3. A declaração emitida pelo sindicato dos motoristas de táxi, com a indicação da renda diária líquida auferida pelo

autor, é suficiente para comprovar os lucros cessantes pleiteados. 4. Em que pese o valor da diária ter sido fixado em valor superior ao usualmente adotado, é de se registrar que o táxi dirigido pelo autor é da categoria luxo, sendo certo que a ré nada trouxe aos autos para mitigar o valor probante da declaração emitida pelo sindicato. 5. Condenação da seguradora na lide secundária que deve observar os limites da apólice, nos termos dos artigos 757 e 781, do Código Civil, abatendo-se a franquia pactuada e deduzindo-se o valor da indenização paga em favor de outra vítima em demanda diversa referente ao mesmo sinistro, observando-se o disposto no art. 80 do CPC, ressaltando-se que o valor histórico deve sofrer correção monetária desde o evento danoso, nos termos da súmula 43 do Superior Tribunal de Justiça. 6. Provimento parcial do primeiro recurso e desprovimento do segundo. ACÓRDÃO VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 0271398-06.2009.8.19.0001, julgada na sessão de 12/06/2013, originária da 2ª Vara Cível da Região Oceânica da Comarca de Niterói, em que são apelantes (1) Companhia Mutual de Seguros e (2) Turismo Transmil Ltda, apelados (1) os mesmos e (2) Vitor Silva Marques. ACORDAM, por unanimidade de votos, os Desembargadores que compõem a Décima Sétima Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em dar parcial

provimento ao primeiro recurso e negar provimento ao segundo, nos termos do voto do relator. ACÓRDÃO apresentado na data da sessão. V O T O Trata-se de ação em que a parte autora pretende a condenação da ré a indenizar os danos emergentes e lucros cessantes sofridos em razão de um acidente de trânsito envolvendo veículo da ré, segurado pela chamada ao processo, e o veículo do autor. Versando a hipótese dos autos sobre acidente automobilístico com colisão pela traseira, compete à parte que abalroou o veículo da frente demonstrar que o acidente ocorreu por circunstâncias outras não relacionadas à quebra do dever de cautela, ou seja, de dirigir guardando a devida distância do outro veículo e com a atenção compatível com a tarefa, de modo a evitar acidente relacionado às variações do fluxo de trânsito comuns em qualquer via pública com grande movimento, como no caso dos autos. Assim, na falta de outros elementos de prova, afigura-se incontroversa a culpa do preposto da ré pelo acidente. Os danos materiais restaram comprovados por meio das notas fiscais anexadas (fls. 24-27) e a declaração da cooperativa a que pertence o autor (fls. 28), afirmando que este reembolsou a cooperativa dos gastos com o conserto.

Os lucros cessantes, de igual forma, restaram comprovados, pelo período que o autor ficou impossibilitado de trabalhar em decorrência do acidente, cuja base de cálculo deve ser o valor da diária constante da declaração de fls. 35. A ré afirma que não é verossímil o valor apresentado, de R$ 319,00 a título de renda líquida diária, mas não apresenta contraprova ou qualquer outro argumento apto a infirmar a declaração. Não é possível, a toda evidência, fixar o valor dos lucros cessantes de acordo com o salário mínimo, pois é razoável admitir que um taxista que presta serviço diferenciado por meio de carro luxuoso, ou seja, um Honda Accord, tenha condições de auferir quantia superior ao mínimo declarado pelo sindicato. Assim, à míngua de prova em contrário, admite-se o valor da diária apresentada por declaração do sindicato, nos termos da jurisprudência deste Tribunal de Justiça: Apelação Cível. Responsabilidade civil da seguradora ao pagamento dos lucros cessantes ao autor pelo tempo do conserto das avarias decorrentes do acidente envolvendo seu taxi e o automóvel segurado pela ré - demora de quase três meses. Demora da oficina mecânica no conserto. Fato de terceiro não excludente Solidariedade entre a seguradora e oficina credenciada - art. 34 do CDC. Lucros cessantes - diária em valor razoável.

Precedente desta E. Câmara. Inocorrência de dano moral. Reforma da sentença. Recurso parcialmente provido. (0001055-52.2008.8.19.0211 APELAÇÃO - DES. KATYA MONNERAT - Julgamento: 31/08/2011 - SÉTIMA CÂMARA CÍVEL) APELAÇÃO CÍVEL. SUMÁRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CULPA ADMITIDA PELO RÉU, AFIRMANDO QUE DORMIU AO VOLANTE. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. RECURSO DO RÉU PRETENDENDO A IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO OU A SUA REDUÇÃO DAS VERBAS INDENIZATÓRIAS. CARACTERIZADO O DEVER DE INDENIZAR. DANO MATERIAL DEVIDAMENTE COMPROVADO. APRESENTAÇÃO DE NOTA FISCAL (FLS. 19/20). LUCRO CESSANTE REPRESENTADO PELO VALOR QUE DEIXOU O AUTOR DE GANHAR EM RAZÃO DO TEMPO DE INDISPONIBILIDADE DO VEÍCULO EM REPARO. DECLARAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS MOTORISTAS DE TAXI DO CENTRO EMPRESARIAL RIO COM A MÉDIA DIÁRIA DA RENDA DO MOTORISTA. ADOÇÃO DA TABELA POR ELA FORNECIDA (FLS. 20). DANO MORAL CONFIGURADO E FIXADO EM OBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. DESPROVIMENTO DO RECURSO. (0269952-36.2007.8.19.0001 APELAÇÃO - DES.

NORMA SUELY - Julgamento: 22/05/2012 - OITAVA CÂMARA CÍVEL) A correção monetária é devida desde quando se verificou o prejuízo, conforme entendimento sedimentado no enunciado 43 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça, in verbis: incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo. Por sua vez, assiste razão à seguradora recorrente, pois, nos termos dos artigos 757 e 781, do Código Civil, não é possível sua condenação por valor superior àquele estabelecido na apólice de R$ 30.000,00 para danos causados a terceiros não transportados, cabendo o abatimento da franquia de R$ 2.000,00, conforme apólice a fls. 144, sendo o limite indenizatório em favor de terceiros para riscos por danos materiais no valor de R$ 28.000,00. Note-se que a cláusula 7.1 do contrato de seguro (fls. 176) estabelece que A importância segurada definida pelo segurado e constante do contrato de seguro, por ônibus urbano, representa o Limite Máximo de Responsabilidade a cargo da sociedade seguradora, por reclamação ou série de reclamações resultantes de um mesmo evento. No presente caso, constata-se que a seguradora chamada ao processo foi condenada a indenizar o autor Jairo Clementino Gonçalves no processo nº 2009.066.02805-85, que tramitou perante a 2ª

Vara Cível da Comarca de Volta Redonda, o valor de R$ 13.819,40, conforme comprova a cópia da guia de depósito judicial a fls. 339. Todavia, não cabe a atualização monetária do valor do capital segurado desde a data da contratação como menciona a transportadora ré nas contrarrazões, uma vez que esta só seria devida se não tivesse ocorrido o pagamento da indenização pela seguradora, o que não se observa no caso. Assim, assiste razão em parte a alegação da transportadora ré nas contrarrazões, devendo o valor restante passível de pagamento pela seguradora, de R$ 14.180,60, ser corrigido monetariamente desde a data do evento, nos termos da cláusula 10.6 do Contrato (fls. 181). Desse modo, incumbe à seguradora arcar com a obrigação indenizatória até o limite da apólice (R$ 28.000,00), deduzida a quantia paga a terceiro vitimado no mesmo sinistro (R$ 13.819,40), restando, portanto, o valor de R$ 14.180,60, a ser corrigido desde o evento danoso. Nesse sentido, observam-se os julgados a seguir: Ementa: Apelação cível. Ação de indenização para reparação de danos materiais. Colisão de veículo da parte ré com ambulância da autora, que se encontrava parada no estacionamento. Sentença de procedência. Inconformismo da ré e da seguradora denunciada. Restou caracterizada a responsabilidade da primeira

apelante quanto aos danos sofridos pelo autor, sobretudo diante dos documentos e manifestações trazidas aos autos. A existência de lucros cessantes foi comprovada. Correta a condenação da seguradora litisdenunciada a pagar à ré, litisdenunciante, o quantum indenizatório a que esta restou condenada, observado o limite definido na apólice, incidindo os juros de mora e a correção monetária na mesma forma estabelecida para a condenação da ré/segurada. Provimento parcial dos recursos. (0072431-25.2003.8.19.0001 - APELAÇÃO - DES. CARLOS JOSE MARTINS GOMES - Julgamento: 02/08/2011 - DÉCIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL. PARCIAL OMISSÃO. NO MAIS, PERSECUÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DO PRÓPRIO LIMITE DA APÓLICE DE SEGURO (VALOR HISTÓRICO), UMA VEZ QUE JÁ INCIDENTE A CORREÇÃO SOBRE O REEMBOLSO A SER PAGO. APLICAÇÃO A ESTE DOS ÍNDICES DE ADOTADOS PELA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA. VEDAÇÃO AO BIS IN IDEM. EMBARGOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS. (0157969-61.2009.8.19.0001 APELAÇÃO - DES. GILBERTO GUARINO - Julgamento: 10/05/2011 - DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL).

Entretanto, importa salientar que a limitação indenizatória reconhecida no contrato de seguro não atinge a integralidade da indenização devida ao autor da presente demanda, que permanece hígida em relação à transportadora ré, observando-se o disposto no art. 80 do CPC. Por tais fundamentos, voto no sentido de dar parcial provimento ao primeiro recurso para fixar o limite indenizatório imposto à seguradora denunciada no valor de R$ 14.180,60 (quatorze mil, cento e oitenta reais e sessenta centavos), a ser corrigido desde a data do evento até o efetivo pagamento, e negar provimento ao segundo apelo, mantida, quanto ao mais, a douta sentença. Rio de Janeiro, 12 de junho de 2013. Des. Elton M. C. Leme Relator