EDUCADOR, MEDIADOR DE CONHECIMENTOS E VALORES BREGENSKE, Édna dos Santos Fernandes* Em seu livro, a autora levanta a questão da formação do educador e a qualidade de seu trabalho. Deixa bem claro em diversos pontos que o educador deve ter consciência da importância de seu trabalho para a formação de cidadãos críticos e participantes sociais. Durante todo o contexto, podemos perceber a ética sendo mencionada como peça chave para um trabalho técnico e político da educação. O texto é estruturado em quatro capítulos em que a autora leva à compreensão dos passos que se devem seguir para o entendimento do verdadeiro papel do educador na formação do indivíduo e sua competência partindo de uma análise de sua formação até a prática. A educação é um ambiente em que aparecem diversas questões a serem discutidas. Pensando nisso, a autora busca, por meio da filosofia, explicar algumas dessas questões que lhe são peculiares. Ao mencionar, em seu primeiro capítulo, a possibilidade de que a filosofia tem de levar à compreensão, o que muitas vezes o saber científico não leva, a autora faz referência à filosofia sendo voltada para a educação; pois, se a filosofia nos ajuda a compreender, ninguém melhor que ela para facilitar a compreensão do trabalho do educador e do seu papel social. Nessa parte do texto, fazemos *Graduanda do 2º período do curso de Pedagogia da Faculdade Castelo Branco.
a reflexão sobre o papel do educador para a formação de um ser social, do seu eu perante a sociedade, colocando, em análise, sua atuação social diante da moral e dos costumes da sociedade na qual está inserido. A filosofia da educação busca fazer uma reflexão sobre os problemas que a realidade educativa apresenta. Uma filosofia da educação buscando clarear as questões, ver de forma abrangente os problemas com a finalidade de descobrir e a partir da prática pedagógica criar /apontar perspectiva para a educação que se está fazendo. Ao analisar a educação, não se pode fazer tal função sem tomar como base o contexto social no qual o processo está inserido. O mundo está dentro do homem e o homem é o mundo. O homem retira desse mundo o que é necessário para a sua sobrevivência e, por sua vez, o mundo lhe oferece as condições necessárias para suprir suas necessidades. Por meio do trabalho, o homem vai se introduzindo na sociedade, produzindo com isso cultura e se relacionando com as demais pessoas. A educação é um objeto de transmissão de cultura, pois é na escola, como instituição, que o conhecimento histórico é passado por gerações, formando indivíduos capazes de participar da construção dessa sociedade. Na escola, as ideologias são mencionadas em conjunto com o saber a ser transmitido, pois ela tem papel fundamental para a mudança social. Mas não se pode deixar de mencionar o que a autora fala quando diz que a escola se torna contraditória, ao mesmo tempo que é fator de manutenção, ela transforma a cultura. A escola possui autonomia, pois a ela menciona o poder da educação e o poder que há na educação por meio da ação dos educadores. É fundamental fazer uma reflexão sobre esse poder que está nas mãos da educação. A função política da educação é preparar o indivíduo para a vida da pólis, para a vida política, ajudando assim compreender a totalidade social onde ele está inserido. A autora ressalta, ainda, que a escola capitalista não está fazendo sua função
democrática socializando o saber, pois está a serviço de uma classe dominante e, uma vez que a escola não tem sido eficiente, é necessário refletir para que se encontrem caminhos para a sua transformação. Cabe, então, um olhar crítico para o papel do educador no processo educativo. Muitas perguntas são remetidas aos educadores em relação ao seu papel na transmissão do conhecimento e na construção da sociedade da qual fazem parte. Sabe-se que, dentro da instituição, exerce-se a profissão para transmitir o saber e estabelecer relações. Mas uma questão é levantada pela autora: a competência do professor. A competência remete à ideia do saber fazer bem. Ao professor compete, nessas informações, várias vertentes que são de fato preocupantes e que, juntas, indicam o bom trabalho do professor que é o domínio do saber necessário e a habilidade de organizar e transmitir esse saber, o conhecimento de todo o procedimento técnico necessário para a prática, o preparo técnico que recebeu a organização da escola e o resultado de sua ação, e a ligação entre a escola e a sociedade que abrange também condições de trabalho e remuneração. Na educação não se deve confundir bondade com fazer bem. A bondade não transmite saber, o bom professor, que sabe fazer bem seu trabalho, sim. Para compreender a competência do professor, não basta levar em conta o saber, mas é preciso querer, tendo a percepção do dever, acionando sempre o poder para gerir os mecanismos de transformação no rumo da escola e da sociedade. O professor precisa ter um compromisso político autêntico em ensinar bem os conteúdos com a utilização de recursos adequados em busca de um sujeito educado, cidadão atuante e consciente. A autora ressalta que é preciso pensar que um educador competente é um educador comprometido com a construção de uma sociedade justa, democrática, na qual saber e poder tenham equivalência. Na prática educativa, o
professor deve proporcionar um trabalho em conjunto da técnica, da ética e a da política, e deve vivenciar esses três itens. O educador competente terá de ser exigente, não se contentará com pouco, sua formação deverá ser a formação de um intelectual. O professor deve ser um mediador do conhecimento. Ele e o aluno são sujeitos do conhecimento e a tarefa do professor é estabelecer o diálogo do aluno com o real e não consigo próprio. É na relação professor/aluno que o mundo é apreendido, compreendido e alterado. Mas, vale ressaltar que, para fazer esse papel de mediador, ele precisa estar ciente do mundo de conhecimento de que ele está apresentando ao seu aluno e ter consciência disso; é preciso saber fazer bem, sempre mantendo uma visão crítica sobre essa mediação. O professor deve relacionar-se com o futuro, e começar a fazê-lo, pois assim está fazendo um projeto para um futuro melhor. Começamos a escola do futuro no presente. O ideal é utópico, principalmente quando se fala em educação. Devemos ter esperança sim, mas também, buscar melhor o que temos. Não se trata de esperar algo melhor, mas utilizando os recursos de que dispomos e que vamos construindo, planejar e mobilizar desde já o esforço na realização do ideal. Com a leitura do Livro de Terezinha Azeredo Rios, se pode afirmar a importância do papel do professor na formação do indivíduo para exercer uma vida política. As palavras de Mayer deixam clara a importância da autenticidade do professor na vida de seus alunos como instrumento de transformação. Sendo assim, o professor tem a capacidade de modificar a vida de seu aluno com doses de exemplo e ética, alimentando-os com boas palavras e esse pode ser o remédio para a solução de grande parte das dificuldades enfrentadas na instituição escolar. Ela deixa muito clara a importância da formação do educador para exercer seu papel com competência para que ele saiba fazer bem.
O professor tem uma contribuição muito grande na formação e transformação da sociedade em que estamos inseridos, porém devemos, enquanto educadores, estar cientes disso para que essa contribuição aconteça de fato e de forma positiva. Terezinha Azerêdo Rios, Mineira de Belo Horizonte, formou-se em Filosofia na UFMG. Vive desde 1968 em São Paulo. Fez o mestrado em Filosofia da Educação na PUC-SP e o doutorado em Educação na Faculdade de Educação da USP. É professora do Mestrado em Educação do Centro Universitário Nove de Julho (Uninove) e do Departamento de Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP. Faz parte do Conselho Editorial de Educação da Cortez Editora, pela qual publicou Ética e Competência e Compreender e ensinar por uma docência da melhor qualidade. Trabalha também como assessora e consultora em projetos de formação de professores e educação continuada de profissionais de diversas áreas do conhecimento. REFERÊNCIA RIOS, Terezinha Azerêdo. Ética e Competência. 11.ed. São Paulo.Cortez, 2011.