HISTÓRIA DO BRASIL RESOLUÇÕES / COMENTÁRIOS - AULA 7 ARTE E LITERATURA

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Transcrição:

Prof. Abdulah HISTÓRIA DO BRASIL RESOLUÇÕES / COMENTÁRIOS - AULA 7 ARTE E LITERATURA Na pintura de Albert Eckhout, a mulher tapuia é representada como uma selvagem, o canibalismo está explícito nas imagens do pé na cesta e da mão decepada que a índia segura. A nudez corrobora a ideia do afastamento da civilização. Cabe notar que, no século XVII, os elementos que compõem a pintura explicitam uma visão europeia sobre o mundo americano. Já, na pintura romântica de Amoêdo, retrata-se um índio ferido, amparado pelo religioso, o que indica a aproximação do índio com o mundo do branco; no lugar da selvageria, a civilização. Assim, comparando as pinturas, a principal mudança alude a um índio que, por meio da religião, é incorporado à nação, construção fundamental patrocinada pelo Império, após 1840. Desde então, a representação romântica se aproxima de um ideal nacional, sendo mais do que a expressão do olhar europeu sobre o nativo; nesse contexto, embora a Europa ainda seja o modelo, tratava-se de incorporar o índio a uma nação independente. Valorização do indígena ou indianismo A valorização e a idealização do indígena eram formas de destacar a originalidade do povo brasileiro, diferenciando-o do português colonizador e tentando apagar a presença do negro, significativa por conta da escravidão africana. A idealização e valorização do indígena como elemento da identidade nacional foi uma característica básica do romantismo no Brasil. a) A obra de Pedro Américo mostra D. Pedro I como um herói militar levantando sua espada. A guarda está em destaque e o povo está à margem do fato histórico com um camponês em seu carro de boi. O artista retrata o caráter militar da independência. Moreaux, por sua vez, representa D. Pedro I como herói popular levantando seu chapéu no centro da tela e ao lado do povo. O povo ganha importância no acontecimento e legitima a ação de D. Pedro I. Moreaux atribui caráter civil ao movimento. b) O que há de comum entre os quadros é a figura de D. Pedro I no centro da tela, ou seja, do acontecimento. As obras abordam o aspecto heroico do 7 de setembro de 182 Assim, possui um viés positivista de história ao privilegiar o herói destacando o indivíduo em detrimento do coletivo não compreendendo a história enquanto um processo coletivo. a) A prosperidade econômica nas Minas Gerais durante o século XVIII, decorrente da riqueza gerada pela mineração e pelas atividades por ela impulsionadas, sobretudo o comércio intercolonial. b) A igreja em questão, simboliza o "Barroco Mineiro", cujas principais características são a simplicidade externa das construções, em contraste com a suntuosidade dos interiores. O estilo é fortemente vinculado aos propósitos de evangelização da Igreja Católica e influenciou a cultura do período colonial. a) Angelo Agostini criticava o imobilismo do Imperador diante dos problemas enfrentados pelo Império brasileiro no final da década de 1880. b) A crise vivida pelo Império pode ser explicada por uma série de fatores, a saber: transformações socioeconômicas derivadas da expansão cafeeira, imigração estrangeira, fim do tráfico negreiro, crescimento da campanha abolicionista, e o aumento do movimento republicano. RESOLUÇÕES / COMENTÁRIOS AULA 8 RELIGIOSIDADE a) Aspectos politeístas das religiões indígenas em contraposição ao monoteísmo cristão. b) O papel dos jesuítas no processo de aculturação das populações indígenas através da formação de aldeamentos e das missões que tinham como objetivo, a cristianização dos índios. 1

a) A Inquisição na Europa Moderna está inserida no contexto da Contrarreforma, uma vez que visava combater o avanço protestante através da perseguição e punição aos que se recusavam aceitar o catolicismo como doutrina-mor. b) A Inquisição no Brasil colonial funcionou apenas como visitação. Tinha como característica a perseguição aos cristãos-novos, além da defesa constante das práticas católicas. Ao ser observado pelo inquisidor, ou simplesmente ser denunciado por algum desafeto, o réu era levado a julgamento. Caso condenado, poderia ser punido até com a morte. a) As relações entre a Igreja e o Estado no Brasil imperial, foram regulamentadas pelo regalismo (subordinação da Igreja ao Estado), o padroado (nomeação de cargos eclesiásticos pelo imperador) e o beneplácito (aprovação das bulas papais pelo imperador). b) As outras religiões eram legalizadas porém, os cultos deveriam ser particulares. Notadamente, o referido jornal manifestou abertamente apoio e apreço à figura do imperador Dom Pedro II, demonstrando ser um órgão de imprensa vinculado à elite cearense. Em relação a expressão "por graça de Deus", possivelmente justifica-se pela estreita aliança entre a Igreja e o Estado no Brasil e o fervor religioso entre a população, decorrente da forte influência da mesma. Quanto à expressão "unânime aclamação dos povos", omite o fato de que a coroação do imperador decorreu de manobras políticas do Partido Liberal que conduziu o chamado Golpe da Maioridade, manobra que antecipou a maioridade civil do imperador para 15 anos sob o pretexto de que sua coroação promoveria a estabilidade política, diante das agitações que marcaram o Período Regencial. As expressões "Imperador Constitucional" e "defensor perpétuo do Brasil", se devem ao fato de a Carta Magna de 1824 definir a monarquia constitucional como forma de governo e o caráter vitalício do regime monárquico. Esta questão relaciona passado-presente ao abordar o catolicismo como religião com maior número de adeptos atualmente no país. Em seguida, tenta procurar no passado a resposta para este predomínio, na forma como Estado e Igreja se integravam e complementavam no período colonial e monárquico brasileiro. RESOLUÇÕES / COMENTÁRIOS - AULA 9 GUERRAS E IMPERIALISMO Nesse período houve grande preocupação com as redefinições das fronteiras, pois brasileiros ocupavam porções significativas além do limite de Tordesilhas. Atividades mineradoras e de exploração de drogas do sertão na região norte. Diversos tratados de limites foram assinados, destacando-se o Tratado de Madri, que mais que duplicou o território brasileiro. a) Forasteiros (portugueses) b) Urbanização, estratificação social, fluxo imigrante, transferência do reino econômico do nordeste para o centro-sul, etc. A ocupação das terras do planalto pelos paulistas ocasionou conflitos com as populações nativas locais, que foram em grande parte aprisionadas e então utilizadas como mão de obra escrava na lavoura de gêneros alimentícios. Por sua vez, o desenvolvimento dessa lavoura, destinada ao comércio intracolonial, estimulou a organização de novas expedições destinadas ao apresamento de indígenas. Um dos efeitos: desbravamento e conhecimento dos sertões descoberta de ouro na região das Minas Gerais extermínio e escravização de populações ameríndias criação de caminhos e estradas entre as regiões desbravadas ampliação da oferta de mão de obra escrava indígena para outras regiões da América portuguesa legitimação das pretensões territoriais portuguesas na negociação do tratado de Madri A questão analisa o bandeirismo de apresamento enfatizando o caráter cíclico dessa atividade e seus efeitos no processo colonizador. 2

Podemos citar duas vertentes de explicação: Desejo inglês de impedir que o bem sucedido projeto econômico paraguaio (ausência de dívida externa, ausência de analfabetismo) se espalhasse pelo resto da América; Disputas referentes à Bacia Platina, que envolvia Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, e o desejo paraguaio de abrir caminho para o Oceano através da tomada de territórios de Brasil, Argentina e Uruguai. a) Rocha Pombo representa a historiografia tradicional e analisa a Guerra do Paraguai sob um ponto de vista político. Rubin Santos Leão de Aquino representa a corrente marxista e analisa a Guerra enfocando aspectos econômicos. b) No primeiro texto, Solano López é identificado como o causador do conflito. Já no segundo, o autor destaca os interesses imperialistas britânicos na guerra, visando eliminar uma eventual concorrência na América do Sul, em razão do desenvolvimento da indústria paraguaia. RESOLUÇÕES / COMENTÁRIOS - AULA 10 HISTÓRIA E ECONOMIA Dois dos objetivos: fixar população portuguesa à terra. garantir o controle político do território por Portugal. produzir mercadoria de alto valor comercial no mercado europeu. garantir rendas à Coroa Portuguesa por meio da produção de gêneros de valor comercial. garantir o monopólio do Atlântico Sul e, consequentemente, da rota marítima para o Oriente. afirmar a preponderância portuguesa no cenário das grandes nações europeias do século XVI. Duas das características: existência de atividades econômicas utilizando mão de obra livre. desenvolvimento de relações comerciais internas e com outras regiões, apesar das proibições características do monopólio metropolitano. existência de uma quantidade de capital circulante na colônia, empregado não só no tráfico negreiro como também na criação do gado e na lavoura de subsistência, voltadas principalmente para o mercado interno. O texto destaca principalmente os objetivos econômicos, enumerando atividades produtivas, destacadas como geradoras de riqueza. A crítica à análise tradicional procura destacar o dinamismo da colônia, que pressupõe a existência da pequena propriedade voltada para a subsistência ou a pecuária, desenvolvida a partir do trabalho livre. A estrutura de exploração da colônia baseou-se nos interesses mercantilistas de sua respectiva metrópole. Sob esse ponto de vista, Portugal interessou-se pela agricultura em grande escala da cana-deaçúcar e posteriormente pela mineração, fonte de riqueza. Nesse sentido, a pecuária foi uma atividade complementar, destinada ao mercado interno e que não representou fonte de lucro para a metrópole. A partir da pecuária, as regiões onde se desenvolveram a agricultura e mineração foram abastecidas de animais para o transporte e mesmo de carne. Na sociedade açucareira, o braço forte do processo da sociedade colonial estava no elemento escravocrata; já na sociedade mineradora, pela especificidade da organização econômica, houve a inserção de atividades intermediárias que inseriram o escravo numa condição antagônica, ou seja, o escravo passou a ser visto em atividades urbanas, diferente das atividades rurais predominante na sociedade açucareira. Em virtude dessa condição, a economia açucareira estava voltada para o mercado externo; em contrapartida, na economia mineradora, pela questão do processo de desenvolvimento interno, houve alteração ocorrida pelo deslocamento demográfico para a região Centro-Sul. a) Dentre os fatores que levaram à proibição do tráfico negreiro no Brasil, podem-se destacar pressões externas e internas. As pressões externas eram as da Inglaterra, que desejava o fim da escravidão, pois os negros libertos poderiam suprir a demanda por mais mercados consumidores, provocada pela Revolução Industrial. As pressões internas eram decorrentes das fugas e rebeliões de escravos e da atuação de forças sociais contrárias à escravidão. b) Dentre as consequências da extinção do tráfico negreiro para o país, pode-se destacar a canalização de capitais do tráfico para outras atividades econômicas, particularmente, a indústria. 3

a) O modelo agrário exportador com o café como base da economia naquele momento; a decadência da monocultura cafeeira no vale do Paraíba e a expansão para o oeste paulista; o fim do tráfico negreiro e a introdução da mão de obra do imigrante de origem europeia, etc. b) A fundação em 1846, de uma fundição e um estaleiro em Ponta de Areia em Niterói; a criação da Companhia de Gás do Rio de Janeiro, em 1851; a participação na construção de ferrovias; a instalação do primeiro cabo submarino ligando Brasil e o mundo, em 187 RESOLUÇÕES / COMENTÁRIOS - AULA 11 HISTÓRIA E PODER a) O interesse da metrópole em repassar a particulares os gastos com a colonização. b) Centralizar a administração na colônia, buscar riquezas minerais no interior, coordenar esforços para a defesa do território, desenvolver a construção naval, visitar e fiscalizar as capitanias, estabelecer a política de relação com as comunidades indígenas. c) O controle exercido pela classe produtora escravista e o isolamento das vilas e seu afastamento dos centros de poder metropolitano. a) O estudante poderá destacar, dentre outras: a criação das companhias de comércio; o controle do contrabando de ouro e diamante; a reorganização da política fiscal. A medida mais famosa, no entanto, foi a criação da Derrama, na região das Minas Gerais. Com o intuito de cobrar os impostos atrasados dos mineradores, acabou atingindo toda a sociedade da região devido a ação violenta de governantes e militares portugueses no Brasil. b) O estudante poderá destacar, dentre outras: a proposta de secularização do ensino, principalmente em função da expulsão dos jesuítas, que mobilizavam, até então, o ensino na colônia. Na verdade essa medida abriu caminho para a ação de outras ordens religiosas católicas, mais dóceis em relação ao Estado. a) A pintura alude a diversas características do projeto político monárquico, dentre as quais: - a ideia de soberania da Monarquia frente aos distintos setores da sociedade brasileira recémemancipada, conforme pode ser observado na presença de diferentes tipos sociais na cena retratada por Debret. O intuito era garantir a legitimidade do poder do Príncipe junto à população. - a ideia de união das raças com o objetivo de defender o território nacional, conforme pode ser observado na disposição das personagens representadas: indígenas, negros, brancos e mestiços. Essas figuras aparecem em torno do trono, com armas e instrumentos de trabalho em punho, dispostos a defender a Monarquia; - a referência à Monarquia como instituição protetora da Nação, conforme pode ser verificado na centralidade da personagem que a representa. Essa centralidade é reforçada pela referência ao brasão de D. Pedro I e pela posição ocupada pela figura, que se encontra em plano superior às demais personagens. b) Foram vários os motivos que levaram à mudança da imagem de D. Pedro I, dentre os quais: - as atitudes autoritárias, associadas ao caráter absolutista da formação política do Imperador. Essa atitude pode ser observada, por exemplo, na dissolução da Assembleia Constituinte de 1823, na elaboração da Constituição Outorgada de 1824, que legitimou o poder pessoal do Imperador, e na repressão violenta aos participantes da Confederação do Equador, em Pernambuco; - a dinâmica socioeconômica do I Império, que colocou em choque os interesses das elites brasileiras que tinham na agricultura sua principal atividade econômica, e os interesses das elites portuguesas da Corte, normalmente associados ao grande comércio. Tais divergências, elevadas ao plano político com a formação de dois agrupamentos concorrentes, não conseguiram ser administradas por D. Pedro I; - a insistência e o insucesso na Guerra da Cisplatina (1825-1828), que teve forte impacto no erário público. A Guarda Nacional era uma milícia armada dirigida por brasileiros abastados, que passou a ser o principal instrumento de repressão dos movimentos populares, como era um mecanismo mantenedor da ordem social e econômica vigente. O comando local da Guarda Nacional era exercido por fazendeiros, que recebiam a patente de coronel, normalmente comprada. a) De acordo com o texto, a construção da imagem de D. Pedro II, diferenciada da de seu pai, representaria segurança e estabilidade para o país e sua unificação em torno da figura do imperador. b) Das características do período regencial que ameaçavam a estabilidade do país, pode-se considerar a vacância do trono em razão da menoridade de D. Pedro II e a ocorrência de revoltas de caráter separatistas autonomistas em algumas províncias. 4

RESOLUÇÕES / COMENTÁRIOS - AULA 12 HISTÓRIA E FILOSOFIA Os dois tipos de conhecimento contrastados no texto são o conhecimento científico e o conhecimento mitológico. O primeiro é caracterizado pelo rigor metodológico e pela sua racionalidade. Ou seja, é produzido mediante um método de experimentação racional que permite ao cientista criar leis gerais que podem servir de base para o desenvolvimento científico. O segundo conhecimento é fantasioso e pouco rigoroso: sua força está na narrativa que produz, na forma como é capaz de explicar todos os fenômenos e na sua relação com a simbologia religiosa. No texto 1 Platão desenvolve a tese de que cidade seria melhor administrada pelo Filósofo Rei, nesta teoria desenvolvida no livro A República o filósofo é o melhor administrador por ser aquele que possui conhecimento da verdade que se identifica com o Bom, o Bem e o Belo que residem no Mundo das Ideias. Ele (Filósofo Rei) seria o único capaz de guiar os habitantes da cidade na busca do melhor desenvolvimento de cada um segundo suas aptidões naturais, ou seja, o bem que reside dentro de cada indivíduo pode ser alcançado e permitir uma vida feliz a todos. A virtude do governante centra-se na busca da concretização do bem a todos os habitantes da cidade. Não sendo o filósofo guiado por interesses particulares, ele se torna o administrador ideal para a cidade. Já no texto 2, Nicolau Maquiavel, em seu livro O Príncipe, desenvolve uma tese que rompe com lógica estabelecida entre ética e poder. Seu pressuposto de que os homens são maus, faz com que o príncipe deve buscar manter o poder mediante estratégias que não possuem ligação com o comportamento virtuoso. Elementos como virtú (entendida como impetuosidade, coragem) e fortuna (entendida como ventura, oportunidade), somado a um conhecimento da moralidade dos homens, são recursos que permitem ao governante agir de modo calculado, não objetivando o desenvolvimento de uma bondade natural nos homens como acredita Platão, mas tendo como foco a condução dos homens rumo a uma melhor condição de vida que não siga necessariamente o caminho da virtude enquanto retidão moral. A Filosofia Medieval esteve intimamente relacionada com o pensamento cristão. Como afirmado no enunciado da questão, a relação existente entre filosofia e religião gerou o problema de como lidar com a oposição entre fé e razão. Ainda que a razão estivesse subordinada à fé, esta era pensada por meio de argumentos filosóficos. Os principais problemas pensados pelos filósofos medievais foram a diferença entre infinito e finito, razão e fé, corpo e alma, poder temporal e espiritual, além do problema dos universais. a) A primeira meditação pretende estabelecer uma dúvida forte sobre todas as coisas. A finalidade deste estabelecimento é forçar o encontro com um conhecimento forte o bastante para aguentar a contundência de tal dúvida e superá-la. O gênio maligno e o Deus enganador possuem a mesma função, porém como diz Gérard Lebrun na nota 21 do texto das meditações: o gênio maligno é um artifício psicológico que, impressionando mais a minha imaginação, levar-me-á a tomar a dúvida mais a sério e a inscrevê-la melhor em minha memória ( é preciso ainda que cuide de lembrar-me dela ). (R. Descartes. Meditações. In Coleção Os pensadores. São Paulo : Abril Cultural, 1979, p. 88) Sendo assim, torna-se claro que a função do gênio maligno é, como artifício psicológico, manter a dúvida a respeito de tudo na sua última consequência e garantir que esta nulidade de conhecimentos seguros não seja esquecida. Porém, é esse mesmo gênio maligno que me iludindo a respeito de tudo não consegue me fazer duvidar de que algo é iludido enquanto pensa, isto é, não consegue me fazer duvidar desta res cogitans. b) O mundo exterior é derivado, segundo a filosofia cartesiana, da existência de Deus, isto é, o ser perfeitíssimo que só pode ser assim caso ele seja maior do que a ideia dele possuída pela res cogitans. A coisa pensante estaria encerrada em si mesma se não houvesse nela uma ideia de Deus, e como esta ideia existe então o mundo exterior pode começar a ser investigado com alguma segurança. Filosoficamente, a teoria do bom selvagem não existe. O que existe é a teoria do estado natural que Locke, Rousseau e outros filósofos engendraram. Nessas teorias o homem é considerado ser, diferentemente de Hobbes, simplesmente animal, ou melhor, é considerado estar definido apenas por seu instinto animal. Desse modo, definido apenas pelo seu instinto animal, o homem não é nem bom, nem mau, ou seja, ele não possui nenhum conjunto de valores que serviriam de referência para um julgamento moral do seu caráter. É posteriormente quando o homem deixa de ser selvagem e passa a ser sociável que os valores transformam o juízo, permitindo a afirmação da bondade e da maldade. Então, de certa maneira a ideia mesma de bom selvagem pode ser vista como contraditória. Porém, o romantismo se apropriou dessa imagem do selvagem para falar de um homem livre das características deploráveis do homem civilizado, como a ganância, a inveja, a desonestidade, etc. 5