Como inovar transformando velhos dilemas em novas práticas.



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Ao Dep. de Gestão Hospitalar no Estado do Rio de Janeiro compete (Art.19 do Decreto nº de 07/08/2013):

Transcrição:

Como inovar transformando velhos dilemas em novas práticas. Letícia Andrade Assistente Social HC-FMUSP: Ambulatório de Cuidados Paliativos e Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar

Cuidados Paliativos: a contribuição do profissional de Serviço o Social.

Cuidados Paliativos Abordagem que aprimora a qualidade de vida, dos pacientes e famílias que enfrentam problemas associados com doenças ameaçadoras da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual. OMS, 2002.

Cicely Saunders (22/06/18 14/07/05) Enfermeira, assistente social e médica. m DOR TOTAL-1964 (DOR FÍSICA+ F EMOCIONAL+ SOCIAL+ + ESPIRITUAL) DOR FINANCEIRA, INTERPESSOAL E DOR DA FAMÍLIA. DOR MENTAL E DOR DA EQUIPE MÉDICOM DICO- HOSPITALAR. (Nascimento-Schulze Schulze,, 1997)

Você é importante porque você é único. Você será importante para nós até o último dia de sua vida, e nós faremos tudo o que pudermos, não apenas para que você morra em paz, mas para que você viva até o momento da sua morte. Cicely Saunders

Cuidados Paliativos: princípios Afirmam a vida e consideram a morte como um processo natural. Buscam proporcionar alívio da dor e outros sintomas que causem sofrimento. Não pretendem acelerar ou adiar a morte. No cuidado direto ao paciente englobam aspectos psicossociais e espirituais.

Cuidados Paliativos: princípios Oferecem um sistema de apoio para ajudar o paciente a viver tão ativamente quanto possível até a morte. Buscam oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a enfrentar a situação vivenciada, durante a doença do paciente e em seu próprio luto. Usam uma abordagem em equipe para orientar as necessidades do paciente e de seus familiares, incluindo orientação de luto. São aplicáveis inicialmente no curso da doença, em conjunção com outras terapias.

Velhos dilemas Novas práticas Família como centro O cuidado como foco central. Os limites da medicina. Os limites da vida. Trabalho em equipe. Fatores sociais interferentes no tratamento e no cuidado no final da vida.

Conhecer: Família (ideal x real) Organização familiar Paciente inserido Vínculos familiares Condições sociais e econômicas de vida Formas de comunicação. Rede de suporte social

Qualquer análise acerca da família tem que se ater também às s condições em que essas família vivem. Não existe a Mãe, assim como não existe a Mulher ou a Família. A construção desses papéis é rasgada a todo instante pelo tecido social em que vivemos. Pensar em família sem se atentar às diferenças de classe implica conhecer bem pouco desse objeto de estudo. Rita de Cássia C Santos Freitas, 2002.

A A família se define por uma história que se conta aos indivíduos, duos, ao longo do tempo, desde que nascem, por palavras, gestos, atitudes ou silêncios, e que será por eles reproduzida e resignificada, à sua maneira, dado os seus distintos lugares e momentos na família. Dentro dos referenciais sociais e culturais de nossa época e de nossa sociedade, cada família terá uma versão de sua história, a qual dá significado à experiência vivida. Cynthia Sarti

FAMÍLIA Diferentes conceitos Família pensada X família vivida Diversos perfis. Diferentes propostas de atuação.

Família Vivida Reconhecer: Família nuclear Hierarquia estabelecida Rede famíliar; Cristalização de papéis; Relações construídas que independem de grau de parentesco; Acordos tácitos Estar só Proximidade física Acordos formais; Ser abandonado Vínculo afetivo

Dor da família Perda do paciente; Enfrentamento da situação de doença; Reorganização familiar necessária; Manutenção financeira da família; MEDO. DOR PELO VIVIDO E PELO NÃO VIVIDO.

Rede de Suporte Social Conhecer Precariedade na oferta X aumento da demanda Desresponsabilização do Estado. Voluntariado/filantropia.

Cuidados Paliativos MORTE DIGNA DO PACIENTE MANUTENÇÃO DA VIDA FAMILIAR APÓS S O FALECIMENTO

ATUAR: Manutenção: Organização Paciente inserido, Vínculos familiares, Divisão de responsabilidades e tarefas. Rede de suporte Social Auxiliar: na reorganização familiar; Propiciar a reinserção do paciente; Restabelecimento de vínculos; Redivisão de responsabilidades e tarefas Construção de redes.

Fatores que interferem no tratamento Religião Delírios do paciente falta de sono Desorganização familiar Desinformação.

INTERVENÇÃO SOCIAL Entrevistas Contatos individuais (em domicílio, telefônicos) Mobilização da família possibilidades de reorganização, valorização do cuidado Recursos Sociais Orientações e Esclarecimentos Reunião de Família Visita de Luto

ORIENTAÇÕES sempre necessárias. Óbito em domicílio X óbito no hospital Atestado de óbito Riscos em decorrência do diagnóstico Quem estará com o paciente? Mobilização da rede de suporte social. Cartilha sobre providências por ocasião do óbito

!!! Letícia Andrade: laetitia.andrade@terra.com.br laetitiaandrade@ig.com.br