Unidade Funcional de Estudos e Planeamento de Recursos Humanos

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Unidade Funcional de Estudos e Planeamento de Recursos Humanos 1

UNIDADE FUNCIONAL DE ESTUDOS E PLANEAMENTO DE RECURSOS HUMANOS ACIDENTES DE TRABALHO ANO 2007 COORDENAÇÃO: Dr. José Carlos Amaral Coordenador de Unidade EXECUÇÃO TÉCNICA: Nuno Arraiolos Técnico Superior APOIO ADMINISTRATIVO: Fátima Pitada Assistente Técnica Junho/2009 2

Índice Nota de Apresentação... 4 Sumário Executivo... 5 1 - Evolução geral dos acidentes... 7 1.1- Evolução do número de acidentes de trabalho (1997-2007)... 7 1.2 - Taxa de incidência dos acidentes de trabalho... 8 2 Caracterização das pessoas acidentadas... 9 2.1 - Acidentes de trabalho segundo o tipo de instituição... 9 2.2 - Acidentes de trabalho por local do acidente... 10 2.3 - Acidentes por grupo de pessoal entre 1997 e 2007... 11 2.4 - Acidentes de trabalho por relação jurídica de emprego... 13 2.5 - Acidentes de trabalho segundo o tipo de horário praticado... 14 2.6 - Acidentes de trabalho segundo o sexo do sinistrado... 14 2.7 - Acidentes de trabalho por grupo etário... 15 2.8 - Acidentes de trabalho por nível de habilitações literárias dos sinistrados... 16 3 - Análise temporal do momento do acidente... 17 3.1 - Acidentes de trabalho por meses do ano... 17 3.2 - Acidentes de trabalho por dias de semana... 17 3.3 - Acidentes de trabalho por hora de acidente... 18 3.4 - Acidentes por número de horas trabalhadas... 19 4 Causas e consequências dos acidentes de trabalho... 20 4.1 - Acidentes de trabalho por acção condutora da lesão... 20 4.2 - Acidentes de trabalho por agente de lesão... 21 4.3 - Acidentes de trabalho por tipo de lesão... 22 4.4 - Acidentes de trabalho segundo a parte de corpo atingida... 23 4.5 - Acidentes de trabalho por gravidade... 24 5 - Análise do n.º de dias perdidos em acidentes e respectivos custos... 25 5.1 - Acidentes de trabalho por período de dias de ausência ao trabalho... 25 5.2 - N.º de dias perdidos/recidivas por acidentes de trabalho... 26 6 - Principais conceitos utilizados... 27 3

Nota de Apresentação De acordo com o que se tem vindo a realizar nos anos anteriores, a Administração Central do Sistema de Saúde pretende com este estudo divulgar estatísticas de acidentes de trabalho registados em 2007 pelos serviços e organismos do Ministério da Saúde. Os dados apresentados resultam de um inquérito realizado a todos os serviços, cujos dados constam de uma base de dados criada para o efeito, sendo os mesmos posteriormente tratados e analisados. No estudo em apreço, os acidentes de trabalho foram analisados numa perspectiva evolutiva das características pessoais do acidentado, do seu trabalho, das variáveis temporais relacionadas com o acidente e as lesões provocadas pelo mesmo e, por fim, o número de dias perdidos com os acidentes de trabalho no Ministério da Saúde. À semelhança da metodologia adoptada em anos anteriores, tendo presente as múltiplas perspectivas da análise possíveis de aplicar à informação produzida, optou-se por deixar à iniciativa de cada utilizador a análise mais profunda desta matéria. No que respeita à legislação que vigora actualmente, os acidentes de trabalho regem-se pelos seguintes diplomas legais: o Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de Novembro, que abrange directamente os trabalhadores ao serviço da Administração Pública; a Lei n.º 100/97, de 13 de Setembro, e o Decreto- Lei n.º 143/99, de 30 de Abril, que constituem o regime geral aplicado a todos os trabalhadores. Importa, por último, destacar a valiosa colaboração prestada por todos os Serviços e Organismos do Ministério da Saúde, sem a qual não teria sido possível a elaboração deste trabalho. 4

Sumário Executivo As profundas mudanças observadas na organização dos processos de trabalho, visando o aumento da produtividade, da flexibilidade e a redução de custos, nem sempre vêm acompanhadas das melhorias das condições de trabalho. Com efeito, a percepção das incapacidades e limitações para terminar determinadas tarefas dentro dos prazos estabelecidos gera um ambiente de stress e conduz, por vezes, a um desempenho profissional deficiente, aumentando as probabilidades de erro e, consequentemente, da ocorrência de acidentes. O presente Acidentes de Trabalho 2007 pretende traduzir quantitativamente os acidentes de trabalho ocorridos no âmbito do Ministério da Saúde, bem como todas as suas especificidades, entre os anos de 1997-2007, com especial incidência para o último. Os dados apurados, através dos registos de acidentes enviados pelas instituições do Ministério da Saúde, totalizaram um valor de 5.063 acidentes ocorridos, menos 9,6% do que no ano anterior. A taxa de incidência revelou que, por cada 1000 funcionários, houve 39 acidentes de trabalho. O tipo de instituição onde se registou o maior número de acidentes de trabalho foi os Hospitais (4.593); ocorrem mais acidentes nos serviços de internamento; sendo o grupo de pessoal mais afectado o dos enfermeiros (1.991), representando 39,3%. Constata-se a ocorrência de uma maior percentagem de acidentes no sexo feminino (80%), com o grupo etário dos 25-29 anos a ser o mais atingido (880). No que diz respeito à distribuição dos acidentes ao longo do ano de 2007, verificou-se que Março foi o mês em que ocorreu o maior número de acidentes (463), sendo o dia da semana mais atingido a Segunda-Feira (925), entre as 8 horas e as 12 horas (1734). A principal acção causadora de acidentes em 2007 é a picada de agulha (1.632), e o agente principal as ferramentas e utensílios (2.205), causando, como tipo de lesão, uma ferida (2.025). A parte do corpo 5

mais atingida foi as mãos (2.365) e, maioritariamente os acidentes não provocam qualquer tipo de incapacidade (3.259). Em 2007, os acidentes de trabalho, na sua maioria (3.718), causaram menos de 1 dia de ausência, logo seguido pelas ausências de 1 a 8 dias (458). Os dias perdidos por acidente (49.034) e por recidivas (3.668) perfazem um total de 52.702 dias de ausência dos funcionários por motivo de acidente de trabalho. 6

1 - Evolução geral dos acidentes 1.1 - Evolução do número de acidentes de trabalho (1997-2007) Nos serviços e organismos do Ministério da Saúde, o número de acidentes de trabalho, entre 1997 e 2007, apresentou sempre um crescimento anual, à excepção dos anos 2004 e 2007 (ver gráfico 1). O ano de 2007 totaliza 5.063 acidentes de trabalho, apresentando uma variação positiva de 66,4% em relação a 1997 (ver quadro1). A taxa média de crescimento anual fixou-se nos 5,23%. Quadro nº 1 Evolução do número de acidentes de trabalho 1997-2007 Anos Nº Acidentes Variação Anual 1997 3.042 1998 3.215 5,7 1999 3.693 14,9 2000 4.036 9,3 2001 4.333 7,4 2002 4.377 1,0 2003 4.810 9,9 2004 4.443-7,6 2005 5.149 15,9 2006 5.602 8,8 2007 5.063-9,6 Variação entre 1996 e 2006 = 66,4% Tx. Média de Cresc. Anual = 5,23% 7

1.2 - Taxa de incidência dos acidentes de trabalho Em 2007, ao contrário do que vinha acontecendo desde 1997, com excepção do ano de 2004, a taxa de incidência do número de acidentes diminuiu. Em cada 1000 efectivos houve cerca de 39 acidentes de trabalho, menos 4 acidentes do que no ano anterior. Quadro nº 2 Taxa de incidência do n.º de acidentes de trabalho sobre o total de efectivos TOTAL EFECTIVOS TOTAL ACIDENTES TAXA DE INCIDÊNCIA (1) 1997 111.912 3.042 27,18 1998 115.514 3.215 27,83 1999 115.464 3.693 31,98 2000 124.396 4.036 32,44 2001 123.995 4.333 34,94 2002 124.867 4.377 35,05 2003 123.965 4.810 38,80 2004 127.013 4.443 34,98 2005 130.632 5.149 39,42 2006 128.166 5.602 43,71 2007 128.893 5.063 39,28 (1) Taxa global de incidência = Nº. total de acidentes / Nº. total de efectivos x 1000 8

2 Caracterização das pessoas acidentadas 2.1 - Acidentes de trabalho segundo o tipo de instituição O tipo de instituição onde se verificou o maior número de acidentes de trabalho foi os hospitais com 4.593 (90,7%). Comparando o número de sinistros de 2007 com os de 2006 (5.001 casos), verifica-se uma diminuição de 408 acidentes. No que diz respeito às regiões e sub-regiões de saúde, verificou-se uma diminuição de 105 acidentes em relação a 2006. Os hospitais apresentaram a taxa média de crescimento anual mais elevada (5,5%), seguindo-se as regiões e sub-regiões de saúde (3,05%) (ver quadro 3). Quadro nº 3 N.º de acidentes segundo o tipo de instituição (1997-2007) Hospitais Serv. Centrais e Pers. Reg. e Sub. Regiões de Saúde TOTAL 1997 2.690 50 302 3.042 1998 2.968 41 206 3.215 1999 3.346 60 287 3.693 2000 3.529 60 447 4.036 2001 3.796 44 493 4.333 2002 3.955 35 387 4.377 2003 4.267 58 485 4.810 2004 3.969 33 441 4.443 2005 4.604 74 471 5.149 2006 5.001 88 513 5.602 2007 4.593 62 408 5.063 Tx. Média Cresc. Anual 5,5 2,17 3,05 5,23 9

2.2 - Acidentes de trabalho por local do acidente Como pudemos constatar no quadro 4, a maioria dos acidentes ocorre nos serviços de internamento, registando-se 1.948 acidentes em 2007 (38,5%). A seguir, como locais onde ocorre o maior n.º de acidentes, surgem os blocos operatórios, com 522 (10,3%) acidentes de trabalho, e os serviços de urgência, com 471 acidentes (9,3%) no ano de 2007. Quadro nº 4 N.º de acidentes por local de trabalho (1997-2007) Tx. 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Média Cresc. Anual Internamento 1.069 1.177 1.351 1.348 1.251 511 1.480 1.535 1.751 2.161 1.948 6,18 Consulta Externa 136 144 185 223 174 189 182 186 252 271 191 3,45 Farmácia/ Laboratório 151 131 169 146 143 130 176 127 133 177 144-0,47 Portaria/Recepção 27 28 40 43 64 57 57 37 56 54 48 5,92 Zona entre Serviços/Corredor 158 131 162 201 177 143 185 144 188 208 162 0,25 Escadas 76 85 106 114 137 103 101 125 133 129 144 6,60 Refeitório/cozinha /copa 149 139 132 130 100 61 74 51 58 69 48-10,71 Lavandaria 35 37 37 38 24 26 24 37 31 15 19-5,93 Bloco Operatório 239 291 308 323 372 366 427 384 453 533 522 8,13 Serviço de Urgência 313 330 422 405 455 454 484 469 516 495 471 4,17 Imagiologia 41 49 54 69 47 80 68 81 94 76 61 4,05 Serviço Externo 82 69 86 102 75 78 55 75 88 104 67-2,00 In Itinere 29 35 44 121 209 176 231 230 302 257 235 23,27 Não identificado 537 569 597 773 1.105 2.003 1.266 962 1.094 1.053 1.003 6,45 Total 3.042 3.215 3.693 4.036 4.333 4.377 4.810 4.443 5.149 5.602 5.063 5,23 10

Não obstante a diminuição generalizada do n.º de acidentes por local de trabalho em 2007, é de assinalar que as maiores taxas médias de crescimento no período em análise (1997 a 2007) são nos acidentes in itinere 1 (23,27%), nos blocos operatórios (8,13%) e nas escadas (6,6%). 2.3 - Acidentes por grupo de pessoal entre 1997 e 2007 O grupo de pessoal onde ocorreram mais acidentes em 2007 foi o dos enfermeiros, com 1991 acidentes (39,3%), e o dos serviços gerais, com 1541 acidentes (30,4%). Os médicos ocupam a terceira posição, com 571 acidentes de trabalho (11,3%). 1 Nos termos da Lei n.º 100/97, de 13 de Setembro, e do DL n.º 143/99, de 30 de Abril, os acidentes ocorridos in itinere são todos aqueles que ocorrem no trajecto para e do local de trabalho. 11

Quadro nº 5 N.º de acidentes de trabalho por grupo de pessoal (1997-2007) 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Tx. Média Cresc. Anual Dirigente 4 11 3 5 6 6 4 11 11 5 14 13,35 Médico 304 320 322 405 486 456 469 444 574 631 571 6,51 Enferm. 1.228 1.331 1.512 1.690 1.854 1.858 2.038 1.882 2.067 2.335 1.991 4,95 Informática 2 2 1 4 4 3 4 9 7 17 6 11,61 Docente 3 4 6 6 2 1 3 2 2 1-10,4 Téc.Diag.Terap. 102 119 153 157 131 140 159 184 175 187 206 7,28 Téc. Sup. Saúde 16 20 8 11 14 25 27 18 25 24 29 6,13 Téc. Superior 8 10 23 15 14 16 11 16 29 32 28 13,35 Téc. e Téc. Prof. 16 15 14 24 34 53 59 43 85 106 82 17,75 Administrativo 122 122 145 202 196 181 260 233 267 256 248 7,35 Auxiliar 279 207 319 271 162 147 172 146 167 196 162-5,29 Serviços Gerais 793 890 1.035 1.093 1.302 1.358 1.470 1.292 1.561 1.605 1.541 6,87 Operário 65 92 81 103 75 83 97 125 124 122 122 6,5 Outro 100 72 71 50 47 43 37 34 36 69 47-7,27 N/Identificado 6 7 4 21 15 15 Total 3.042 3.215 3.693 4.036 4.327 4.377 4.810 4.443 5.149 5.602 5.063 5,23 No entanto, os grupos profissionais onde ocorre uma maior taxa de incidência dos acidentes de trabalho são o pessoal operário, com 93 acidentes por cada 1.000 operários, e o pessoal auxiliar, com 90 acidentes (ver quadro 6). Quadro nº 6 Taxa de incidência dos acidentes de trabalho pelos principais grupos de pessoal (1997-2007) 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Tx. Média Crec. Anual Médico 12,81 13,82 14,07 17,03 19,95 18,06 18,89 17,53 24,96 27,13 24,52 6,70 Enfermagem 39,82 42,09 47,75 50,94 52,44 51,93 57,12 51,61 56,83 63,19 52,41 2,78 Téc.Diag.Terap. 16,85 18,88 24,65 23,40 18,59 19,55 21,72 24,66 22,68 24,98 26,93 4,80 Téc. Sup. Saúde 15,38 17,21 7,25 9,09 9,43 16,97 19,29 12,04 15,62 14,93 17,07 1,04 Administrativo 7,34 6,89 8,15 11,31 11,47 10,69 14,65 13,10 14,47 14,46 14,07 6,73 Serviços Gerais 31,27 33,45 39,96 40,26 50,75 51,71 55,70 48,13 57,55 60,98 58,67 6,49 Operário 46,13 65,90 58,11 61,79 44,48 51,62 65,01 87,72 89,14 92,71 93,06 7,27 Auxiliar 144,04 105,45 146,73 83,62 43,78 53,15 73,29 64,89 77,57 101,40 90,60-4,53 12

2.4 - Acidentes de trabalho por relação jurídica de emprego O maior valor absoluto e relativo de acidentes no trabalho em 2007 registou-se nos profissionais do quadro, com 2.894 casos de 87.937 efectivos pertencentes ao quadro, o que representa 3,3%. O pessoal não pertencente ao quadro sofreu 2.033 acidentes de 40.956 efectivos não pertencentes ao quadro, representando 5%. Quadro nº 7 N.º de acidentes de trabalho por relação jurídica de emprego N/ QUADRO QUADRO Não Nº % Nº % Identificado TOTAL 1997 688 22,62 2.354 77,38 3.042 1998 601 18,69 2.614 81,31 3.215 1999 746 20,20 2.947 79,80 3.693 2000 894 22,15 3.142 77,85 4.036 2001 1358 32,38 2.836 67,62 139 4.194 2002 1297 29,63 2.878 65,75 202 4.377 2003 1.542 32,06 3.065 63,72 203 4.810 2004 1.277 28,74 2.953 66,46 213 4.443 2005 1.746 33,91 3.163 61,43 240 5.149 2006 2.063 36,83 3.382 60,37 157 5.602 2007 2.033 40,15 2.894 57,16 136 5.063 2.5 - Acidentes de trabalho segundo o tipo de horário praticado No ano em análise (2007), verificou-se um número maior de acidentes no pessoal com horário de trabalho por turnos (2.729 casos; 53,9%), relativamente aos profissionais com a modalidade de horário rígido, registaram 1.389 sinistros. Em relação a 2006, houve uma diminuição de 163 acidentes nos casos de pessoal com horário rígido e de 281 nas situações de horário por turnos. 13

Quadro nº 8 N.º de acidentes de trabalho por tipo de horário RÍGIDO TURNOS OUTRO Nº % Nº % Nº % TOTAL 1997 1.265 42,90 1.684 57,10 93 3,15 2.949 1998 1.391 43,27 1.748 54,37 76 2,36 3.215 1999 1.508 46,91 1.890 58,79 295 9,18 3.215 2000 1.633 40,46 2.251 55,77 152 3,77 4.036 2001 1.111 25,64 2.237 51,63 985 22,73 4.333 2002 1.319 30,44 2.163 49,92 895 20,66 4333 2003 1.254 26,07 2.630 54,68 926 19,25 4.810 2004 1.120 25,21 2.428 54,65 895 20,14 4.443 2005 1.388 26,96 2.860 55,54 901 17,50 5.149 2006 1.552 27,70 3.010 53,73 1040 18,56 5.602 2007 1.389 27,43 2.729 53,90 945 18,66 5.063 2.6 - Acidentes de trabalho segundo o sexo do sinistrado Quadro nº 9 N.º de acidentes de trabalho segundo o sexo do sinistrado FEMININO MASCULINO N/IDENT Nº % Nº % Nº % TOTAL 1997 2.420 81,04 566 18,96 56 1,88 2.986 1998 2.577 80,16 635 19,75 3 0,09 3.215 1999 2.972 80,48 663 17,95 58 1,57 3.215 2000 3.193 86,46 773 20,93 70 1,90 3.693 2001 3.490 80,54 784 18,09 59 1,36 4.333 2002 3.499 79,94 796 18,19 82 1,87 4.377 2003 3.894 80,96 798 16,59 118 2,45 4.810 2004 3.567 80,28 817 18,39 59 1,33 4.443 2005 4.113 79,88 927 18,00 109 2,12 5.149 2006 4.475 79,88 1.034 18,46 93 1,66 5.602 2007 4.027 79,54 947 18,70 89 1,76 5.063 Como se pode verificar pela análise do quadro n.º 9, desde 1997 que a maior percentagem de acidentes incide em trabalhadores do sexo feminino, os quais correspondem a 75% do total de efectivos. Ainda assim, a taxa de incidência de acidentes de trabalho nos efectivos do sexo feminino é superior à do sexo masculino, respectivamente 4,2% e 3,0%. 14

2.7 - Acidentes de trabalho por grupo etário No que respeita ao grupo etário, em 2007 os profissionais com idades entre os 25-29 anos continuam a ser os mais acidentados (880 casos), verificando-se uma diminuição de 53 ocorrências em relação ao ano de 2006. No pessoal com idades compreendidas entre os 30-34 anos, foram registados, igualmente, um número elevado de sinistros (692). Os profissionais com mais de 60 anos são os menos acidentados (152). Quadro nº 10 N.º de Acidentes de trabalho por grupo etário 18-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 >60 N/IDENT TOTAL 1997 225 475 413 364 458 380 381 174 137 35 3.042 1998 220 498 477 431 118 434 382 175 116 34 2.885 1999 331 564 529 475 469 459 439 227 141 59 3.693 2000 346 661 575 542 508 497 463 262 178 4 4.036 2001 401 674 596 531 503 590 551 269 191 27 4.333 2002 369 652 564 543 510 560 507 319 213 140 4.377 2003 358 802 609 660 575 613 575 343 177 98 4.810 2004 347 707 611 566 610 487 591 349 140 35 4.443 2005 416 887 681 575 679 585 649 410 197 70 5.149 2006 503 933 788 649 692 655 740 441 152 49 5.602 2007 349 880 692 617 662 610 618 432 152 51 5.063 Tx. Média Cresc. Anual 4,49 6,36 5,30 5,42 3,75 4,85 4,96 9,52 1,04 3,84 5,23 A maior taxa de crescimento anual verifica-se nas idades entre os 55 e 59 anos (9,52%), seguindo-se as idades entre 25-29 anos (6,36%). Os profissionais com idades superiores a 60 anos apresentam a taxa média de crescimento anual mais reduzida (1,04%). 15

sinistrados 2.8 - Acidentes de trabalho por nível de habilitações literárias dos Em 2007, à semelhança do que se tem verificado desde o ano 1997, os profissionais com habilitações de nível superior são os mais acidentados (2.804), tendo-se verificado uma diminuição de 40 acidentes em relação ao ano anterior. Os habilitados com um nível inferior ao ensino básico registaram igualmente um elevado número de acidentes (1.125). Pela análise do quadro n.º 11, verifica-se que os profissionais com habilitações de nível superior têm uma taxa média de crescimento anual de 10,63%. Quadro nº 11 N.º de Acidentes de trabalho por nível de habilitações académicas 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Tx. Média Cresc.Anual < E. Básico 1.150 991 1.090 1.179 1.219 1.257 1.329 1.042 1.177 1.120 1.125-0,22 E. Básico 322 354 429 459 459 435 513 531 630 418 670 7,6 E. Secundário 293 252 313 361 289 303 369 340 361 627 385 2,77 E. Superior 1.021 1.358 1.542 1.820 2.094 2.077 2.375 2.192 2.546 2.844 2.804 10,63 Não ident 256 260 319 217 272 305 224 338 435 593 79-11,09 Total 3.042 3.215 3.693 4.036 4.333 4.377 4.810 4.443 5.149 5.602 5.063 5,23 16

3 - Análise temporal do momento do acidente 3.1 - Acidentes de trabalho por meses do ano No que diz respeito à distribuição de acidentes ao longo dos meses do ano 2007, verificou-se que o mês em que se verificaram mais acidentes foi o de Março (463 casos) e o menos acidentado foi o mês de Dezembro (311 casos). Quando nos referimos à taxa média de crescimento anual, o mês que apresenta um maior crescimento é o de Fevereiro (6,29%). Quadro nº 12 N.º de Acidentes de trabalho por meses do ano 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Tx. Média Cresc. Anual Janeiro 261 297 300 337 352 382 337 356 451 453 458 5,78 Fevereiro 226 276 316 350 331 338 349 340 333 389 416 6,29 Março 260 283 369 373 333 331 331 380 429 486 463 5,94 Abril 266 249 298 299 260 402 334 344 448 374 392 3,95 Maio 236 262 323 341 352 343 367 337 464 443 417 5,86 Junho 253 255 299 358 316 320 350 354 420 413 402 4,74 Julho 281 274 350 352 358 366 387 339 375 396 408 3,8 Agosto 245 260 286 317 304 327 349 347 397 424 391 4,79 Setembro 265 285 323 352 338 339 390 374 417 461 397 4,12 Outubro 289 271 296 346 338 377 402 370 462 448 431 4,08 Novembro 249 290 311 357 377 354 355 404 429 407 421 5,39 Dezembro 211 213 222 254 269 337 290 318 315 381 311 3,96 N/Id. 405 161 569 180 209 527 156 Total 3.042 3.215 3.215 4.036 3.928 4.377 4.810 4.443 5.149 5.602 5.063 5,23 3.2 - Acidentes de trabalho por dias de semana Relativamente ao dia da semana, podemos constatar que, no ano de 2007 (quadro 13), a segunda-feira (925) foi o dia com maior sinistralidade laboral, seguindo-se a quinta-feira (886). 17

Os dois dias do fim-de-semana, à semelhança do que ocorre desde 1997, continuam a ter os valores mais reduzidos, como seria de esperar. Quadro nº 13 N.º de Acidentes de trabalho por dias da semana 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Tx. Média Cresc. Anual 2ª Feira 557 601 715 763 714 791 812 798 905 954 925 5,20 3ª Feira 526 544 674 666 638 724 734 739 885 856 845 4,85 4ª Feira 550 589 638 743 737 741 764 726 881 867 860 4,57 5ª Feira 506 559 599 680 661 703 712 760 823 805 886 5,76 6ª Feira 477 487 566 628 619 621 656 677 766 814 729 4,33 Sábado 209 232 240 297 272 317 306 289 347 397 345 5,14 Domingo 217 203 261 259 287 319 257 274 333 382 317 3,86 Não Ident. 405 161 569 180 209 527 156 Total 3.042 3.215 3.693 4.036 4.333 4.377 4.810 4.443 5.149 5.602 5.063 5,23 3.3 - Acidentes de trabalho por hora de acidente Quanto às horas em que ocorreram os acidentes de trabalho, podemos observar que, em 2007, à semelhança do que se tem verificado desde 2001, o período entre as 8h e as 12h registou um maior número de acidentes (1.734 casos), seguindo-se o período das 12h às 16h (1.435). O período menos sinistrado é o das 4h às 8h (292). Quadro nº 14 N.º de Acidentes de trabalho por hora do acidente (2001-2007) 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 0-4h 239 154 156 281 330 312 302 4-8h 234 201 210 232 290 285 292 8-12h 1.428 1.419 1.486 1.548 1.744 1.754 1.734 12-16h 1.125 1.039 1.077 1.193 1.418 1.509 1.435 16-20h 592 564 571 672 800 796 752 20-24h 315 298 304 337 358 451 392 N/Identif. 400 702 1.006 180 209 495 156 Total 4.333 4.377 4.810 4.443 5.149 5.602 5.063 18

3.4 - Acidentes por número de horas trabalhadas Em 2007, os acidentes, ocorreram maioritariamente 3 a 6 horas após o início do trabalho, com 1.542 (30,5%). A sinistralidade ocorrida entre 1.ª a 3.ª hora de trabalho também regista um número de ocorrências elevado, com 1.386 acidentes (27,4%). Quadro nº 15 Número de acidentes segundo o número de horas trabalhadas 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 < 1 h 1h a 3h >3h a 6h >6h a 8h > 8h N/Identif. Total 429 442 502 471 585 562 492 1.134 1.211 1.412 1.216 1.390 1.486 1.386 1.173 1.265 1.436 1.243 1.479 1.597 1.542 572 598 659 621 696 759 724 182 189 206 226 259 241 258 843 672 595 666 740 957 661 4.333 4.377 4.810 4.443 5.149 5.602 5.063 19

4 Causas e consequências dos acidentes de trabalho 4.1 - Acidentes de trabalho por acção condutora da lesão A picada de agulha, à semelhança com os anos anteriores, continua a assumir, em 2007, um lugar de destaque como a acção que mais acidentes de trabalho provocou - 1.632 (32,2%). A queda do trabalhador é a segunda acção na origem/causa de acidentes de trabalho - 1.016 acidentes (20,1%). Quadro nº 16 N.º de Acidentes de trabalho por acção condutora da lesão 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2007 Tx. Média Cresc. Anual Corrente eléctrica 6 4 7 7 5 10 3 7 2 5 6 0,00 Entalamento entre objectos Esforços excessivos ou movimentos inadequados Pancada/corte provocado por objectos 56 55 83 69 117 94 128 125 125 146 168 11,61 266 376 464 567 544 659 668 745 714 825 852 12,35 267 416 456 463 479 607 594 624 554 620 625 8,88 Picada de agulhas 791 1.128 1.173 1.355 1.562 1.604 1.570 1.689 1.566 1.758 1.632 7,51 Produtos contaminados/infectados por agentes biológicos 35 69 63 110 100 103 141 146 150 137 209 19,57 Queda de objectos 64 121 107 131 113 112 140 151 143 168 147 8,67 Queda do trabalhador 583 664 653 769 914 911 881 1021 880 1.091 1.016 5,71 Radiações 1 1 2 4 5 0 2 2 5 3 1 0,00 Substâncias/ preparações nocivas 60 76 79 58 75 71 67 98 92 110 128 7,87 Temperaturas extremas 21 21 44 25 32 31 22 32 19 32 15-3,31 Não identificado 68 111 84 135 90 131 161 170 193 254 264 14,53 Total 2.218 3.042 3.215 3.693 4.036 4.333 4.377 4.810 4.443 5.149 5.063 8,60 20

4.2 - Acidentes de trabalho por agente de lesão Quanto ao agente que provoca a lesão, salienta-se que existe um número significativo de casos onde não foi identificado o agente da lesão - 1.598 casos (31,6%). Tal como se verificou nos anos anteriores também no ano de 2007 as ferramentas/instrumentos/utensílios registaram a maior prevalência de acidentes - 2.205 (43,6%), seguindo-se os pavimentos - 631 (12,5%). Quadro nº 17 N.º de Acidentes de trabalho por agente de lesão Tx. 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Média Cresc. Anual Máquinas 35 61 48 79 70 75 64 64 58 54 70 7,18 Meios de transporte 101 107 92 143 159 135 137 148 208 187 185 6,24 Ferramentas/ 1.400 1.205 1.411 1.653 1.879 1.991 2.154 1.569 2.059 2.363 2.205 Instrumentos/Utensílios 4,65 Instalações eléctricas 7 13 9 10 20 15 12 11 15 21 9 2,54 Recipientes sobre pressão 11 17 20 13 17 16 8 9 16 9 10-0,95 Fornos/ Fornalhas/Estufas 12 18 17 20 15 5 12 7 10 3 9-2,84 Escadas ou rampas móveis 167 164 163 209 205 195 170 176 201 228 205 2,07 Pavimentos 410 411 482 560 578 545 661 547 651 667 631 4,41 Produtos químicos 51 64 68 71 98 74 106 135 88 108 92 6,08 Agentes biológicos 114 93 87 110 5 11 13 24 56 24 28-13,1 Radiações 1 6 3 6 1 3 5 5 1 0-100 Factores ambientais 13 18 4 8 13 12 26 19 24 62 21 4,91 Não identificado 720 1.038 1.289 1.154 1.274 1.302 1.444 1.729 1.758 1.875 1.598 8,3 Total 3.042 3.215 3.215 4.036 4.333 4.377 4.810 4.443 5.149 5.602 5.063 5,23 21

4.3 - Acidentes de trabalho por tipo de lesão O tipo de lesão mais frequente, foi a ferida com 2.025 (40%) ocorrências, seguindo-se as situações de entorses ou distensões, com 714 (14,1%) casos. Salienta-se, no entanto, que cerca de 25,5% dos casos não foram identificados. A maior taxa média de crescimento anual reporta-se às electrocussões, com 17,46%. Quadro nº 18 N.º de Acidentes de trabalho por tipo de lesão 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Tx. Média Cresc. Anual Contusões ou esmagamento 373 410 457 526 516 546 650 519 649 749 700 6,5 Feridas 1.101 964 1.022 1.200 1.469 1.754 2.080 1.303 1.750 2.162 2.025 6,28 Queimaduras 46 74 54 63 60 49 55 46 62 59 36-2,42 Entorses ou distensões 354 414 493 611 646 622 746 591 744 771 714 7,27 Fracturas 163 168 205 210 180 178 202 176 224 170 174 0,66 Intoxicações agudas ou asfixias 15 20 21 42 18 21 27 28 20 31 14-0,69 Electrocussões 1 4 0 10 3 1 1 2 1 3 5 17,46 Luxações 63 62 50 71 158 142 103 90 145 123 97 4,41 Amputações ou arrancamentos 7 2 2 8 4 1 3 2 16 8 3-8,12 Não identificado 919 1.097 1.389 1.295 1.279 1.063 943 1.686 1.538 1.526 1.295 3,49 Total 3.042 3.215 3.215 4.036 4.333 4.377 4.810 4.443 5.149 5.602 5.063 5,23 22

4.4 - Acidentes de trabalho segundo a parte de corpo atingida A parte do corpo mais afectada por acidente de trabalho foi as mãos, com 2.365 (46,7%) casos, seguindo-se o tronco, com 661 (13,1%) acidentes. Em 2007, verificámos que a lesão a nível da cabeça apresenta a maior taxa média de crescimento anual (8,29%). Quadro nº 19 N.º de Acidentes de trabalho por parte do corpo atingida CABEÇA OLHOS TRONCO BRAÇOS MÃOS PERNAS PÉS MÚLTIPLAS N/IDENT Total 1997 106 117 331 162 1.560 229 262 178 97 3.042 1998 115 134 387 198 1.646 253 268 214 0 3.215 1999 109 129 479 217 1.806 302 273 267 111 3.693 2000 145 139 428 236 2.047 289 357 291 104 4.036 2001 164 137 505 288 2.150 380 374 251 84 4.333 2002 173 175 516 257 2.198 349 363 271 75 4.377 2003 188 169 597 319 2.332 335 441 359 70 4.810 2004 198 194 534 266 2.133 324 378 324 92 4.443 2005 222 208 626 348 2.374 436 497 307 131 5.149 2006 230 246 729 376 2.601 475 493 373 79 5.602 2007 235 218 661 325 2.365 420 434 310 95 5.063 Tx. Média Cresc. Anual 8,29 6,42 7,16 7,21 4,25 6,25 5,18 5,70-0,21 5,23 23

4.5 - Acidentes de trabalho por gravidade A maioria dos acidentes de trabalho não provocou qualquer tipo de incapacidade (3.259). Houve, no entanto, um número relativamente elevado de incapacidade temporária - 1.581 casos. A incapacidade permanente apresenta a taxa de crescimento médio anual mais elevada (7,55%). Quadro nº 20 N.º de Acidentes de trabalho por gravidade 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Tx. Média Cresc. Anual S/ inc. 1.973 2.114 2.433 2.828 2.903 2.806 3.065 2.738 3.172 3.578 3.259 5,15 Incap.perm. 42 106 141 110 394 407 460 465 496 1.111 87 7,55 Incap. Temp. 969 948 1.074 1.096 983 959 1.061 862 1.104 716 1.581 5,02 Morte 2 2 1 1 3 2 2 2 N/identi 58 45 45 52 204 221 376 375 195 136 8,90 Total 3.042 3.215 3.693 4.036 4.333 4.377 4.810 4.443 5.149 5.602 5.063 5,23 24

5 - Análise do n.º de dias perdidos em acidentes 5.1 - Acidentes de trabalho por período de dias de ausência ao trabalho Em 2007, os acidentes de trabalho, na sua maioria (3.718), causaram menos de 1 dia de ausência. As ausências entre 1 a 8 dias registaram 458 casos, e os períodos de ausência superiores a 90 dias, 122 casos. A taxa média de crescimento anual mais elevada (6,28%) é a relativa aos acidentes de trabalho com menos de 1 dia de ausência. Quadro nº 21 Acidentes de trabalho por dias de ausência ao trabalho 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Tx. Média Cresc. Anual < 1 dia 2.023 2.153 2.524 2.713 2.911 3.028 3.338 3.182 3.700 4.041 3.718 6,28 1 a 8 dias 280 305 375 438 471 383 477 419 466 519 458 5,04 9 a 15 dias 210 239 240 292 288 274 299 250 289 289 254 1,92 16 a 30 dias 231 201 221 191 261 283 281 231 273 281 260 1,19 31 a 60 dias 156 153 152 198 207 188 197 171 186 223 173 1,04 61 a 90 dias 57 60 60 95 92 97 95 86 105 90 78 3,19 > 90 dias 85 104 121 109 98 124 123 104 130 159 122 3,68 Total 3.042 3.215 3.693 4.036 4.328 4.382 4.810 4.443 5.149 5.602 5.063 5,23 25

5.2 - N.º de dias perdidos/recidivas por acidentes de trabalho No ano em estudo, os dias perdidos por acidentes (49.034) e por recidivas (3.668) perfazem um total de 52.702 dias de ausência dos funcionários por motivo de acidente de trabalho (ver quadro 22). Desde 1997, tem havido oscilações no número de dias perdidos por acidentes de trabalho. Porém, importa salientar que o ano de 2006 registou o maior número de dias perdidos (58.476) e 1997 conta com o menor número (41.990). Quadro nº 22 Acidentes de trabalho por grupo de pessoal segundo o número de dias perdidos (2006) Nº dias perdidos Nº de recidivas Total dias perdidos 1997 36.742 3.545 40.287 1998 38.240 3.750 41.990 1999 40.862 3.845 44.707 2000 40.612 2.619 43.231 2001 43.891 2.900 46.791 2002 48.384 3.243 51.627 2003 48.124 1.393 49.517 2004 42.351 2.647 44.998 2005 49.919 3.030 52.949 2006 55.992 2.484 58.476 2007 49.034 3.668 52.702 26

6 - Principais conceitos utilizados Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de Novembro (Acidentes de serviço e doenças profissionais no âmbito da Administração Pública Acidente em serviço O acidente de trabalho que se verifique no decurso da prestação de trabalho pelos trabalhadores da Administração Pública; Doença profissional a lesão corporal, perturbação funcional ou doença que seja consequência necessária e directa da actividade exercida pelo trabalhador e não represente normal desgaste do organismo; Incapacidade temporária parcial a situação em que o sinistrado ou doente pode comparecer ao serviço, embora se encontre ainda impossibilitado para o pleno exercício das suas funções habituais; Incapacidade temporária absoluta a situação que se traduz na impossibilidade temporária do sinistrado ou doente comparecer ao serviço, por não se encontrar apto para o exercício das suas funções; Incapacidade permanente parcial a situação que se traduz na desvalorização permanente do trabalhador, que implica uma redução definitiva na respectiva capacidade geral de ganho; Incapacidade permanente absoluta a situação que se traduz na impossibilidade permanente do trabalhador para o exercício das suas funções habituais ou de todo e qualquer trabalho; Recidiva lesão ou doença ocorridas após a alta relativa a acidente em serviço em relação às quais seja estabelecido nexo de causalidade com o mesmo; Lei n.º 100/97, de 13 de Setembro, e DL n.º 143/99, de 30 de Abril (Regime Geral Trabalhadores por conta de outrem de qualquer actividade, seja ou não explorada com fins lucrativos) Acidente de trabalho É acidente de trabalho aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza directa ou indirectamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte. Acidente in itinere - são todos aqueles acidentes que ocorrem no trajecto para e do local de trabalho, incluindo as deslocações entre o local de trabalho e o de refeição, assim como os acidentes ocorridos quando o trajecto normal de deslocação do trabalhador relevante para a qualificação do acidente como de trabalho tenha sofrido desvios determinados por necessidades atendíveis do trabalhador. 27