Estado da Arte em Enfermagem de Saúde Mental Aida Cruz Mendes acmendes@esenfc.pt
Porquê investigar? Investigação em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica A experiência individual é necessariamente limitada e enviesada Uma boa qualidade de cuidados necessita de evidência empírica Disciplina e profissão com exercício autónomo Sinergias entre Clínica e Investigação
Investigação em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica Que maturidade tem a investigação em enfermagem de saúde mental e psiquiátrica?
Percurso e indicadores 1909-1999 A scientific approach is essencial to psychiatric nursing practice 1913 - Criação do primeiro curso de especialização em enfermagem psiquiátrica 1954 1º Mestrado em enfermagem psiquiátrica (terapeutas) 1954 1º curso doutoramento em enfermagem 1980 - Grau de mestre para a prática avançada de enfermagem 2004 APNA recomendação de mestrado para prática avançada de ESMP (APRN- PMH) Advanced practice registered nurses (APRN) earn master s degrees in psychiatric-mental health nursing and assume the role of either Clinical Nurse Specialist or Nurse Practitioner.
Recursos ISI Journal Citation Reports Ranking: 2010: Impact Factor: 1.058 ISI Journal Citation Reports Ranking: 2010: Impact Factor: 1.025 Impact factor: 0.977 2009 Journal Science Reports, Thomson Reuters Impact factor: 0.41 2010 Journal Science Reports, Thomson Reuters
Evidência para a prática de enfermagem Os relatórios nacionais e internacionais Há numerosos tratamentos eficazes para um grande número de perturbações mentais Mas, As enfermeiras de psiquiatria estão conscientes da eficácia dos seus tratamentos e intervenções? Estarão a desenvolver verdadeiramente PBE? Há documentação acerca da natureza e resultados dos seus cuidados?
Utilização de Evidência 1 2 3 4 1 - intervenções baseadas em boa evidência 2 Intervenções baseadas na opinião de peritos 3 Intervenções baseadas na tradição 4 Intervenções nocivas Baker, 1996: 15% McKenna e Cutcliffe, 2000
Área 1 intervenções baseadas em boa evidência Eficácia de intervenções nas famílias de doentes com esquizofrenia (Mari, J e Streiner, D. 1996; NCCMH, 2010) Terapia cognitivo-comportamental reduz a frequência e intensidade dos sintomas medicamente não explicados (Speckens et al. 1995) e na redução do tempo de hospitalização e em readmissões em DMG (NCCMH, 2010) Intervenções psicossociais em doentes com perturbações bipolares (Crowe, M et al, 2010) Arteterapia em doentes com esquizofrenia na redução de sintomas negativos (NCCMH, 2010)
Fontes de conhecimento para a prática Estudo de Yadav e Fealy (2011) N = 9614 n = 750 -> 145 Aprendo com cada doente como um ser individual (88,3%; χ= 4,44) A minha experiência pessoal (85,5%; χ= 4,16) Um pouco mais de 1/5 da amostra (21,4%) relataram que raramente ou nunca obtiveram informação através de artigos publicados em revistas de enfermagem e 42,7% usam estas fontes só por vezes 16º lugar numa lista de 22 fontes
Razões Falta da melhor ou da adequada evidência, indisponibilidade ou inacessibilidade (HSE, 2007) Falta de conhecimento e competências em procurar, rever e usar a evidência, falta de tempo e recursos ( Fealy, 1999) Falta de robustez da evidência empírica, necessidade de investigação RCT para testar as intervenções (Parahoo, 1999; Fealy, 2009)
Análise de artigos publicados Revista Enfermeiras Cuidadores Jovens Idosos Adultos saudáveis Adultos doença psiquiátrica Archives 9 11 1 5 9 27 Issues 17 12 10 5 18 16 Perspect ives 5 2 0 1 2 2 JAPNA 7 3 2 0 7 9 total 38 28 13 11 36 54 (30%) Zauszniewski e Suresky (2004) 2001-2003: 180 Revista Enfermeiras Cuidadores Jovens Idosos Adultos saudáveis Psiquiatria ligação Adultos doença psiquiátrica SPESM 2 7 (30,4%) 4 1 3 6 (26%) 2009-2011: 23
Níveis de evidência
Níveis de evidência
Análise de artigos Tipo de artigo N Tipo de artigo N Opinião 3 Qt: transversal descritivo Relato de experiência Revisão teórica/inv 4 Qt: transversal, descritivo-correlacional 14 Qt: Grupo critério 1 Ql: Estudo caso 3 Qt: Quasi-experimental 1 Ql: fenomenológica 1 Qt: pré-experimental 1 Ql: etnográfica 1 Qt: instrumento medida Ql: s/ especificação, Descritivos, compreensivos 6 4 3 2 2009-2011: 44
Análise de livros de actas
Análise artigos: estudo de Zauszniewski e Suresky (2004) só 11% avaliavam a eficácia de intervenções de enfermagem; Mais de 1/3 destes avaliaram resultados de intervenções em crise (36%); 20% a eficácia de TCC; 12% de intervenções dinâmicas; 12% técnicas de redução do stress; apoio a cuidadores (12%); técnicas de observação para promover a segurança (8%)
Análise de artigos: estudo Mendes (2012) Dos estudos Quantitativos 3 estudam resultados de intervenções 1 para redução ansiedade (Jacbson vs dinâmica de grupos) 1 para melhoria do estado mental e dependência (Snoezelen) 1 para melhoria de hábitos alimentares e actividade física (psicoeducação)
Análise de artigos Dos estudos Qualitativos 4 exploram intervenções 1 identificação de benefícios por familiares (Fallon) 1 aumento de informação de familiares (grupo de ajuda) 1 redução ansiedade (aconselhamento) 1 adesão regime terapêutico (relação de ajuda)
Em conclusão Apesar de uma longa história de diferenciação disciplinar Apesar de se reconhecer a importância da investigação para a qualidade dos cuidados A prática ainda é fortemente influenciada pela tradição, por tentativa e erro e pela autoridade É necessário, Mais investigação e de melhor qualidade Equipas de investigação com peritos tanto em clínica como em investigação Maior ligação entre academia e prática
Obrigada pela vossa atenção