DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITOS POLÍTICOS E SISTEMAS ELEITORAIS (ARTS 14 AO 17)



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Transcrição:

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITOS POLÍTICOS E SISTEMAS ELEITORAIS (ARTS 14 AO 17) Atualizado em 02/12/2015

DIREITOS POLÍTICOS E SISTEMAS ELEITORAIS (ARTIGOS 14 a 17) GENERALIDADES Os direitos políticos estão disciplinados na CF88 no capítulo IV do título II, também no catálogo específico dos direitos e garantias fundamentais.todas essas normas, pelas suas características, podem ser identificados como regras que definem o exercício da soberania popular no ordenamento jurídico pátrio. Recebem o nome de direitos políticos exatamente por estarem relacionadas com a participação do povo na condução da vida política nacional. Sabe-se que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio dos seus representantes eleitos, ou diretamente, nos termos da própria Constituição. A parte referente ao exercício do poder pelos representantes eleitos foi classificada como democracia indireta ou representativa. Já a parte que previu a atuação do povo diretamente na condução da coisa pública foi classificada, de modo natural, como democracia direta. Juntando essas duas faces da mesma moeda, concluiu-se que a democracia da RFB pode ser classificada como uma democracia semidireta ou participativa, consagrando, assim, um sistema híbrido. CONCEITOS BÁSICOS Antes de partir para o enfrentamento da teoria dos direitos políticos, é indispensável estabelecer algumas delimitações conceituais. NACIONALIDADE Nacionalidade nada mais é do que o vínculo de natureza jurídica e política que liga um indivíduo a determinado Estado soberano. Este conceito, está atrelado à noção de povo, que, por sua vez, nada mais é do que o conjunto de nacionais de um Estado, não se confundindo com o conceito de nação, nem com o de população. CIDADANIA Muito cuidado para não confundir cidadania com nacionalidade. Isso porque enquanto o nacional é aquele que possui com o Estado um vínculo jurídico-político, cidadão, por seu turno, é o nacional que esteja no pleno gozo dos seus direitos políticos.

Assim, é possível concluir que nem todo nacional é cidadão, muito embora, a rigor, todo cidadão possa ser considerado um nacional, ressalvada a hipótese do português equiparado. SUFRÁGIO Este direito está atrelado tanto exercício da capacidade eleitoral ativa quanto ao desempenho da capacidade eleitoral passiva. Assim, em singela síntese, pode-se concluir que sufrágio nada mais é do que o Direito Público subjetivo de votar e de ser votado. VOTO Se sufrágio é o direito de votar e de ser votado, voto, por sua vez, é o instrumento político através do qual este direito se manifesta, ou seja, é o ato que tem por finalidade concretizar e tornar exequível o direito de sufrágio. ESCRUTÍNIO Se voto é o ato por meio do qual se exercita o direito de sufrágio, escrutínio, por sua vez, é o modo, a forma, a maneira, por meio do qual é exercido o direito de voto.nessa perspectiva, o escrutínio pode ser classificado de duas formas: público ou secreto. MODALIDADES DE DIREITOS POLÍTICOS Na seara dos direitos políticos positivos serão analisados os direitos ativos (relacionados com a capacidade eleitoral ativa), bem como os direitos passivos (estes, por sua vez, atrelados à noção de capacidade eleitoral passiva). Já no âmbito dos direitos políticos negativos, toda a abordagem será voltada para o estudo das inelegibilidades, bem como da perda e suspensão de tais direitos. DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS Os direitos políticos positivos podem ser identificados a partir de normas constitucionais de ampliação, que fomentam o exercício da cidadania, habilitando o cidadão tanto para votar, quanto para ser votado. CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA Os direitos políticos ativos são aqueles que investem o cidadão da capacidade eleitoral ativa, vale dizer, do direito de votar.

Ocorre que para exercer o direito de voto, o sujeito precisa ter o documento comprobatório da sua condição de cidadão, qual seja o título de eleitor, que é adquirido mediante o alistamento. Por isso, para que este direito possa efetivamente ser exercido o indivíduo precisa preencher as chamadas condições de alistabilidade. Pela CF88, tais condições são: Nacionalidade brasileira; Idade mínima de 16 anos; e Não ser conscrito durante o serviço militar obrigatório. Ainda segundo previsão do Texto Maior, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos, e facultativos para os analfabetos, os maiores de setenta e para os maiores de dezesseis e menos de dezoito anos. CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA Os direitos políticos passivos, por sua vez, são aqueles que investem o cidadão da capacidade eleitoral passiva, é dizer, do direito de ser votado. Ocorre que do mesmo modo que para o exercício da capacidade eleitoral ativa foi exigido o preenchimento das condições de alistabilidade, em igual sentido, para o exercício da chamada capacidade eleitoral passiva também será exigido o preenchimento de condições, só que, desta vez, chamadas condições de elegibilidade. Assim, para que determinado sujeito possa se eleger a um cargo público, além de ter de preencher todas as condições de ele igualdade, não poderá incidir em nenhuma das inelegibilidades, nem nas hipóteses de privação dos direitos políticos. À luz da CF88, são condições de elegibilidade, na forma da lei: A nacionalidade brasileira; Esta condição é uma regra que, como tal, comporta exceção, qual seja aquela relacionada ao português equiparado ao brasileiro. É que, como lá em Portugal o brasileiro com residência permanente no país pode ter título de eleitor, votar e eventualmente ser votado, em nome da reciprocidade, aqui no Brasil, portugueses também poderão ostentar os mesmos direitos, desde que não sejam cargos privativos de brasileiros natos.

O pleno exercício dos direitos políticos; Estar na plenitude do gozo ou exercício dos direitos políticos é uma condição de elegibilidade extremamente importante, afinal, de nada adiantar o sujeito ter título de eleitor, preencher todas as condições para ser eleito, se estiver com os seus direitos políticos perdidos ou suspensos. O alistamento eleitoral; Segundo esta condição, um dos requisitos para ser eleito é ser eleitor. Assim, para poder ser votado, primeiro, é preciso poder votar. Exemplos de eleitores que não podem ser eleitos são os analfabetos e os jovens de dezesseis e dezessete anos. Isso porque, embora gozem da capacidade eleitoral ativa (direito de votar), não preenchem as demais condições para o exercício da capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado) ou incidem em algumas das hipóteses de inelegibilidade. Pela Constituição, não podem se alistar como eleitores os estrangeiros, e durante o serviço militar obrigatório os conscritos. O domicílio eleitoral na circunscrição; Sobre essa condição de elegibilidade, é preciso advertir que domínio eleitoral não se confunde com domicílio civil. Domicílio civil é o local onde a pessoa mantém residência com ânimo definitivo, vale dizer, com a intenção de morar. Já o domicílio eleitoral, por sua vez, é o local onde a pessoa está inscrita perante a justiça eleitoral, ou seja, é a sede política do cidadão. Segundo o TSE é possível que o domicílio eleitoral seja distinto do domicílio civil, desde que reste comprovada a existência de algum tipo de vínculo com a sede política. A filiação partidária; A filiação partidária se apresenta como condição de elegibilidade já que no Brasil não se admire a chamada candidatura autônoma ou avulsa. Entretanto, é necessário pontuar que este requisito também admite exceção. Trata-se de hipótese rara, mas existe. É o caso do militar que conta com mais de dez anos de serviços. A idade mínima de: 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do DF; 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; 18 anos para Vereador.

Segundo entendimento do TSE, a idade mínima para o cargo eletivo haverá de ser comprovada no momento da posse. SOBRE OS MILITARES A situação de elegibilidade do militar foi disciplinada no texto da Constituição. À luz do artigo 14, o militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: 1. Se contar com menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; 2. Se contar com mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. De fato, duvidas não restam que o militar da ativa não pode se dedicar ao exercício da atividade político-partidária. Caso o militar alistável conte com mais de dez anos de serviço, o dispositivo constitucional prevê que este sujeito seja agravado pela autoridade superior, só passando para a inatividade no ato da diplomação, caso venha a ser eleito. Ora, pela própria ordem cronológica dos acontecimentos, percebeu-se que este indivíduo somente passará para a inatividade depois de eleito, quando for diplomado. Ou seja, isso que dizer que quando ele foi eleito ele ainda estava na atividade, tendo sido apenas agregado pela autoridade superior. A título de curiosidade, agregação é a situação na qual o militar da ativa deixa de ocupar a vaga na escala hierárquica de seu Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, nela permanecendo sem o número. Daí vem a indagação: se o militar da ativa não pode se dedicar ao exercício da atividade político-partidária, como admitir que um militar que apenas foi agregado pela autoridade superior, mas que ainda está na ativa, possa ser eleito? Resposta: admite-se por se tratar de uma ressalva promovida pelo próprio legislador constituinte. Assim, pelo próprio raciocínio constitucional, a condição de elegibilidade da filiação partidária não é exigida do militar da ativa que conta com mais de dez anos serviço. Já na inatividade, após a sua eleição e diplomação, aí caberá ao eleito filiar-se a partido político. DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS

Direitos políticos negativos são normas constitucionais de restrição que limitam o exercício da cidadania. Tais direitos estão divididos nos institutos de inelegibilidade e da perda e suspensão de direitos políticos. INELEGIBILIDADES As inelegibilidades são limitações constitucionais que impedem o cidadão do direito político de ser votado. Tais limitações têm por finalidade proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. Deste modo, não se deve confundir inelegibilidade com inalistabilidade. Pela inelegibilidade se impede a eleição do sujeito, a possibilidade dele vir a ser votado e eleito para assumir um cargo público eletivo. Já pela inalistabilidade, o que se impede é a possibilidade do sujeito se alistar como eleitor perante a justiça eleitoral. Cabe ressaltar que a Constituição consagra algumas hipóteses de inelegibilidades, porém abre margem para que lei complementar defina outras modalidades que assegurem o seu fim. As inelegibilidades podem ser divididos em absolutas ou relativas. INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS As inelegibilidades absolutas são aquelas que vedam a eleição do sujeito para qualquer cargo eletivo. Segundo o artigo 14 da CF88, são inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. Inalistáveis são aqueles que não preenchem as condições de alistabilidade. Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e os conscritos, durante o serviço militar obrigatório. Assim, é possível concluir que são absolutamente inelegíveis os estrangeiros, os conscritos, bem como os analfabetos (este último inelegíveis, porém alistável). Aos autores não referenciados, todos os direitos reservados.