DIREITO CONSTITUCIONAL CURSO DIREITO MATERIAL EXAME OAB DIREITOS DE NACIONALIDADE. Aspectos Gerais
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- Edite Osório Bergmann
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1 DIREITO CONSTITUCIONAL CURSO DIREITO MATERIAL EXAME OAB Aspectos Gerais DIREITOS DE NACIONALIDADE Ø A concessão de nacionalidade é ato de manifestação da soberania estatal; Ø Compete a cada Estado legislar sobre sua própria nacionalidade, respeitando os compromissos gerais e particulares aos quais tenha se obrigado; 1
2 Aspectos Gerais Nacionalidade Originária Nacionalidade Cidadania Diferencia os nacionais dos estrangeiros; indivíduos que possuem uma ligação pessoal com o Estado daqueles que não o tem. Conceito mais amplo; é atributo que diferencia aqueles que possuem pleno gozo dos direitos políticos daqueles que não possuem esse direito. Conceito mais restrito. Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; Critério jus soli : qualquer pessoa nascida em território nacional, mesmo que de pais estrangeiros. Exceção: nascido no Brasil for filho de estrangeiros que estejam a serviço de seu Pais, não será brasileiro nato. Nacionalidade Originária Atribuição de Nacionalidade Não se aplica Quando ambos os pais estiverem a serviço ou um deles com acompanhamento do outro; Ex: esposa estrangeira que está acompanhando embaixador a serviço de seu país; É aplicada Quando um do pais estiver a serviço e outro é nacional; Ex: Embaixador a serviço de seu país de origem se casa brasileira nata. O filho será brasileiro nato (e poderá obter dupla nacionalidade - NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional) Art. 12. São brasileiros: I - natos: b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; Critério jus sanguinis : temos um requisito adicional: o fato de qualquer um dos pais (ou ambos) estar a serviço da República Federativa do Brasil; 2
3 Atribuição de Nacionalidade Alínea c - Brasileiros Natos Art. 12. São brasileiros: I - natos: c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. 1ª Condição O indivíduo é registrado em repartição brasileira competente Registro é condição suficiente! 2ª Condição O indivíduo vem a residir no Brasil e opta, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira Nacionalidade potestativa! Nacionalidade Potestativa Atribuição de Nacionalidade Ø Filho de brasileiro que tenha nascido no exterior e vier a residir no país ainda menor será considerado brasileiro nato. Mas, a aquisição definitiva dependerá de sua manifestação após a maioridade. Ø Atingiu a maioridade? Sim. Fica suspensa a condição de brasileiro nato, enquanto não for efetivada a opção pela nacionalidade brasileira. A opção deverá ser feita em juízo e em processo que tramita perante a Justiça Federal. Art. 12. São brasileiros: II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 3
4 Alínea a Naturalização Alínea a Naturalização Ø Naturalização ordinária: concedida aos estrangeiros que cumpram os requisitos descritos em lei (Lei de imigração13.445/2017) ü A concessão da naturalização ordinária é ato discricionário do Chefe do Poder Executivo. Ø Originários de países de língua portuguesa: o processo é facilitado, sendo apenas exigidos dois requisitos: ü Residência no Brasil por um ano ininterrupto; ü Idoneidade moral. Atribuição de Nacionalidade Alínea b Naturalização Art. 12. São brasileiros: II - naturalizados: b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. Ø Naturalização extraordinária: ü Depende do cumprimento dos 03 requisitos: (Residência ininterrupta no Brasil por mais de quinze anos; ausência de condenação penal; requerimento do interessado) ü É ato vinculado do Presidente; ü Gera direito subjetivo à nacionalidade brasileira. 4
5 Portugueses residentes no Brasil Art. 12 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. Portugueses residentes no Brasil Ø São condições favoráveis concedidas para recebimento de tratamento igual ao de um brasileiro naturalizado; Ø Não há atribuição de nacionalidade (por naturalização) aos portugueses nem aos brasileiros que residam em Portugal. Ø O que existe é tão somente concessão de direitos inerentes aos nacionais do Estado; Condição Jurídica do Nacionalizado Art. 12, 2º, CRFB/88 a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. Cargos privativos de brasileiro nato Art. 12, 3º, CRFB/88, 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas; VII - de Ministro de Estado da Defesa. 5
6 Perda da Nacionalidade Art. 12 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; Não haverá perda da nacionalidade Ø Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira: Ex: Giani Canavarro (brasileiro nato) seja filho de pai italiano e tenha direito, pela lei italiana a ser também italiano nato. Nesse caso, a lei estrangeira está reconhecendo nacionalidade originária. Terá uma dupla nacionalidade. Ø Imposição de naturalização: pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Ex: Lei de um país X determina que o indivíduo somente poderá se casar com uma nacional daquele país caso obtenha sua naturalização. A naturalização é condição imposta para o exercício de um direito civil. Cancelamento de naturalização Sentença judicial em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; Somente se aplica a brasileiros naturalizados. Aquisição de outra nacionalidade Perda-mudança ou de perda da nacionalidade por naturalização voluntária; Brasileiros natos quanto a brasileiros naturalizados. Língua e Símbolos Oficiais Art. 13, CRFB/88 A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. 6
7 Aspectos Gerais DIREITOS POLÍTICOS Ø São aqueles que garantem a participação do povo na condução da vida política nacional. Ø São direitos relacionados ao exercício da cidadania; formam a base do regime democrático (soberania popular). Democracia na CRFB/88 Direitos políticos na CRFB/88 Ø Democracia semidireta ou participativa: é aquela em que o povo tanto exerce o poder diretamente quanto por meio de representantes. Ø Sistema híbrido: características da democracia direta e indireta. É adotada no Brasil. Ex: institutos típicos da democracia semidireta, como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de leis. Positivos Relacionados à participação ativa dos indivíduos na vida política do Estado. São direitos relacionados ao exercício do sufrágio. Negativos São as normas que limitam o exercício da cidadania, que impedem a participação dos indivíduos na vida política estatal. São as inelegibilidades e as hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos. 7
8 Direitos políticos positivos Art. 14, CRFB/88 A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. Sufrágio Ø Capacidade de votar e de ser votado; engloba a capacidade eleitoral ativa (direito de alistar-se como eleitor - alistabilidade e o direito de votar) além da capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado e de se eleger para um cargo público - elegibilidade) Capacidade eleitoral ativa Capacidade eleitoral passiva Sufrágio Exercício do voto Ø O voto é o instrumento para o exercício do sufrágio; Ø Deverá ser direto, secreto, universal, periódico (art. 60, 4º, CF), obrigatório (art. 14, 1º, I, CF) e com valor igual para todos (art. 14, caput). Ø A única característica que não é cláusula pétrea é a obrigatoriedade de voto; pode ser abolida mediante emenda constitucional. Plebiscito e Referendo e iniciativa popular Ø Plebiscito: a consulta se dá previamente à edição do ato legislativo ou administrativo; ( É um cheque em branco, porque seu resultado não vincula o Congresso Nacional. É improvável que isso aconteça, mas o Congresso não é obrigado, juridicamente, a votar o que o povo já decidiu em plebiscito (Ayres Brito) Ø Referendo: a consulta popular ocorre posteriormente à edição do ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo ratificar (confirmar) ou rejeitar o ato. Ø Iniciativa popular: apresentar projetos ao Congresso Nacional desde que reúnam assinaturas de pelo menos 1% do eleitorado nacional, localizado em pelo menos cinco estados brasileiros. Ex: Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010). 8
9 Capacidade eleitoral ativa Ø Exercício do direito de voto nas eleições, plebiscitos e referendos; Ø A capacidade eleitoral ativa é adquirida mediante a inscrição junto à Justiça Eleitoral; Ø Depende do alistamento eleitoral (pedido do interessado). Capacidade eleitoral ativa Art. 14, CRFB/88 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. Capacidade eleitoral ativa Capacidade eleitoral ativa Ø Brasileiros (natos ou naturalizados): poderão se alistar; Ø Estrangeiros: são inalistáveis e, portanto, não podem votar e ser votados. (capacidade eleitoral ativa + passiva). Ø Portugueses equiparados: por receberem tratamento equivalente ao de brasileiro naturalizado, poderão se alistar como eleitores. Ø O alistamento eleitoral é vedado aos conscritos, durante o serviço militar obrigatório (serviço militar inicial obrigatório). Ø O TSE considera conscritos os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar obrigatório. 9
10 Capacidade eleitoral ativa Ø Voto dos portadores de deficiência grave cuja natureza e situação impossibilite ou torne extremamente oneroso o exercício de suas obrigações eleitorais: Capacidade eleitoral ativa Ø E como fica a situação dos índios? não estará sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, relativas ao alistamento e ao exercício do voto. (Resolução TSE nº /2004) somente os índios integrados (excluídos os isolados e os em via de integração) seriam obrigados à comprovação de quitação do serviço militar para poderem se alistar (Resolução TSE n o /2001) Capacidade eleitoral passiva ALISTAMENTO E VOTO OBRIGATÓRIO ALISTAMENTO E VOTO FACULTATIVOS ALISTAMENTO E VOTO VEDADOS PARA MAIORES DE 18 ANOS PARA ANALFABETOS; MAIORES DE SETENTA ANOS; MAIORES DE DEZESSEIS E MENORES DE DEZOITO ANOS. PARA OS ESTRANGEIROS DURANTE O SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO, PARA OS CONSCRITOS. Ø Direito de ser votado, de ser eleito (elegibilidade). Ø Precisa cumprir os requisitos constitucionais para a elegibilidade e não incorrer em nenhuma das hipóteses de inelegibilidade, que são impedimentos à capacidade eleitoral passiva. 10
11 Capacidade eleitoral passiva Art. 14, CRFB/88 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; Capacidade eleitoral passiva Ø Brasileiros natos ou naturalizados poderão ser eleitos a mandatos eletivos; Ø Estrangeiros não poderão ser eleitos; Ø Portugueses equiparados: recebem tratamento equivalente ao de brasileiro naturalizado; Ø Exceção: há certos cargos políticos que são privativos de brasileiros natos (art. 12, 3º, CF/88). Capacidade eleitoral passiva Capacidade eleitoral passiva Ø Pleno exercício dos direitos políticos: é condição de elegibilidade. Indivíduos que incorrerem em hipótese de perda ou suspensão de direitos políticos não serão elegíveis. Ex: improbidade administrativa. Ø Alistamento eleitoral: é um requisito de elegibilidade. Inalistáveis (estrangeiros e os conscritos) não serão elegíveis - não podem ser votados. Ø Domicílio eleitoral na circunscrição: aquele que pretenda se candidatar deve ter seu domicílio eleitoral no local no qual irá concorrer às eleições. Ø Filiação partidária: não se admite a candidatura avulsa (desvinculada de partido político); Ø Idade mínima: deve ser considerada na data da posse. 11
12 Capacidade eleitoral passiva Ø A desfiliação e a infidelidade partidárias resultarão na perda do mandato, salvo justa causa (Ex: desvio de orientação ideológica do partido). Ø Essa regra não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor. Capacidade eleitoral passiva Art. 14, CRFB/88 VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. Inelegibilidade CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE Ø Limita o exercício do sufrágio, restringindo a participação do indivíduo na vida política. NACIONALI DADE BRASILEIRA PLENO EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS ALISTAMENTO ELEITORAL DOMICÍLIO ELEITORAL NA CIRCUNSCRIÇ ÃO FILIAÇÃO PARTIDÁRIA IDADE MÍNIMA Inelegibilidades Hipóteses de perda e suspensão 12
13 Inelegibilidade Ø Inelegibilidades absolutas: regras que impedem a candidatura e o exercício de qualquer cargo político. Ex: Art. 14, 4º - são inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. Ø Inelegibilidades relativas: regras que obstam a candidatura a certos cargos políticos, em virtude de situações específicas previstas na Constituição ou em lei complementar. Ex: i) por motivos funcionais; ii) por motivo de casamento, parentesco ou afinidade (inelegibilidade reflexa); iii) inelegibilidade relativa à condição de militar. Ø Motivo funcional: Inelegibilidades relativas Art. 14, 5º, CRFB/88: O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. PS: Poder Legislativo: Deputado ou Senador pode ser eleito para mandatos sucessivos. Inelegibilidades relativas: Por motivo funcional Ø Prefeito itinerante: o cidadão que já exerceu dois mandatos consecutivos de prefeito fica inelegível para um terceiro mandato, ainda que seja em município diferente. essa limitação só vale para o mesmo cargo. Se ele mudou de natureza do cargo. (prefeito para Governador ou legislativo), pode sim, respeitado a desincompatibilização. (TSE no REspE /AL + Recurso Especial nº /AL) Inelegibilidades: Casos especiais Ø O cidadão que já foi Chefe do Poder Executivo por dois mandatos consecutivos não poderá, na eleição seguinte, se candidatar ao cargo de Vice: Ø Os Vices também só poderão se reeleger, para o mesmo cargo, por um único período subsequente: Exemplo: Michel Temer foi Vice-Presidente no mandato , sendo reeleito para o mandato seguinte ( ). No entanto, ele não poderá se candidatar a um terceiro mandato consecutivo como Vice-Presidente. Ø STF: Os Vices, reeleitos ou não, poderão se candidatar ao cargo do titular na eleição seguinte, mesmo que o tenham substituído no curso do mandato. (Caso Mario Covas X Geraldo Alckmin). 13
14 Regra da desincompatibilização Art. 15, 6º, CRFB/88: Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. Regra da desincompatibilização Ø A desincompatibilização não é necessária quando o Chefe do Poder Executivo vai concorrer à reeleição. Só cabe quando candidato vai concorrer a um novo cargo. Ex: Governador se candidata a Senador em próxima eleição. Ø E os Vices? Precisam se desincompatibilizar? Poderão concorrer normalmente a outros cargos, preservando seus mandatos, desde que nos 06 meses anteriores ao pleito não tenham sucedido ou substituído o titular. Inelegibilidade reflexa Ø Pro grau de parentesco, casamento ou afinidade: Art. 14, 7º, CRFB/88: 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. PS: Somente afeta titular de cargo do Poder Executivo Inelegibilidade por grau de parentesco O cônjuge, parentes e afins, até o segundo grau, ou por adoção de Prefeito não poderão se candidatar a nenhum cargo dentro daquele Município (Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito). O cônjuge, parentes e afins, até o segundo grau, ou por adoção de Governador não poderão se candidatar a nenhum cargo dentro daquele Estado. Isso inclui os cargos de Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito (de qualquer dos Municípios daquele estado), bem como os cargos de Deputado Federal, Deputado Estadual e Senador, por aquele estado. O cônjuge, parentes e afins, até o segundo grau, ou por adoção de Presidente não poderão se candidatar a nenhum cargo eletivo no País. 14
15 Inelegibilidade relativa Ø Súmula Vinculante nº 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no 7º, do artigo 14 da Constituição Federal; Ø Morte durante mandato: Com a morte, cessa-se a possibilidade de influência para manipulação dos cargos. O candidato volta a ter elegibilidade. Não há aplicação da súmula vinculante 18. (Repercussão geral 678 STF) (XXIV Exame OAB) Ø Por condição de militar: Art. 15, 8º, CRFB/88: O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. Inelegibilidade: Condição de militar Ø Uma das condições de elegibilidade é a filiação partidária. Mas, o art. 143, 3º, V, CF, veda a filiação do militar a partido político. Ø TSE: caso o militar venha a candidatar-se, a ausência de prévia filiação partidária (uma das condições de elegibilidade) será suprida pelo registro da candidatura apresentada pelo partido político e autorizada pelo candidato Outros casos de inelegibilidade Art. 15, 9º, CRFB/88: Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 15
16 Ação de impugnação de mandato eletivo Art. 15, 10º, CRFB/88: O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Perda e suspensão dos direitos políticos Art. 15, CRFB/88 É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, 4º. Perda e suspensão dos direitos políticos Ø A perda se dá por prazo indeterminado, enquanto a suspensão pode se dar tanto por prazo determinado quanto por indeterminado; Ø A perda, a reaquisição dos direitos políticos não é automática após a cessação da causa; na suspensão, a reaquisição é automática. PERDA DOS DIREITOS POLÍTICOS SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA, NOS TERMOS DO ART. 5º, VIII. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO, ENQUANTO DURAREM SEUS EFEITOS (PERDA DO MANDATO ELETIVO) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, NOS TERMOS DO ART. 37, 4º 16
17 Perda e suspensão dos direitos políticos Princípio da anterioridade eleitoral O art. 37, 4º, CF/88 Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Art. 16 CRFB/88 A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. PS: Cláusula pétrea Partidos Políticos DOS PARTIDOS POLÍTICOS Art. 17 CRFB/88 É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; 17
18 Partidos Políticos Ø Não pode haver um partido político envolvendo só um E, M ou DF. Precisa ter repercussão em todo o país; Ø Não pode haver partido político que receba recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiro, nem subordinação a estes. (soberania nacional) Partidos Políticos Art. 17 CRFB/88 É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Trata-se de norma de eficácia limitada, regulamentado pela Lei nº 9.096/95. EC nº 97/2017: cláusula de barreira Ø A cláusula de barreira ou cláusula de desempenho ; Ø A finalidade é que partidos de baixa representatividade deixem de ter direito aos recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão nos próximos anos. Partidos Políticos Art. 17, 1º, CRFB/88 É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. 18
19 Partidos Políticos Ø Proibição as coligações nas eleições proporcionais: Ex: eleições para Deputado Federal, Deputado Estadual e Vereador não são admitidas coligações. Essa regra será aplicável a partir das eleições de 2020; FIM... Ø Não há mais obrigatoriedade de vinculação entre candidaturas nas 03 esferas (simetria das coligações): não se aplica o princípio da verticalização na formação de coligações. OBRIGADO PROF. DIEGO CERQUEIRA 19
DIREITOS POLÍTICOS. Introdução
Introdução Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III
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