CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ORGÃOS - FESO Centro de Ciência e Tecnologia - CCT Curso de Engenharia de Produção NAI - Núcleo de Atividades Complementares Relatório elaborado pela ONG Sustentabilidade e Participação Bernardo Nascimento Azevedo José Lucas Alves Rodrigo Pereira Soares Verone Bazílio Barros Setembro/ 2011
Introdução A ONG Sustentabilidade e Participação, preocupada não somente com os impactos ambientais gerados na Região Serrana, mas também nos aspectos sócios econômicos que envolvem o município, vem ao longo dos anos defendendo que os que cooperam com o crescimento econômico do município aja com responsabilidade e ética. Sem deixar de ressaltar a importância da Empresa Acquara S.A. no desenvolvimento econômico da região, seja na geração de empregos, seja no fornecimento de produto. A ONG tem como o objetivo minimizar as interferências causadas pela Empresa Acquara S.A.. na utilização de nascentes e nos possíveis danos à rede natural de drenagem, visando a manutenção dos recursos hídricos do meio ambiente como um todo e em respeito no atendimento à legislação específica de recursos hídricos. Problema Detectado O fato que tem ocorrido está relacionado com a utilização das nascentes d água pela a empresa Acquara S.A.. No período que antecede a instalação da empresa, o abastecimento de água para a população ocorria de maneira normal. Após a instalação da empresa, o fornecimento de água potável para a população foi seriamente comprometido, afetando diretamente o consumo de água potável da população da região.
Informações Preliminares Segundo o Instituto Estadual do Ambiente - INEA - A outorga é o ato administrativo de autorização por meio do qual o órgão gestor de recursos hídricos faculta ao outorgado o direito de uso dos recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos, por prazo determinado, nos termos e nas condições expressas no respectivo ato. Seu objetivo é assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso aos recursos hídricos. Fundamentação Teórica Legislação Procedimento: Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos (para extração de água subterrânea maior que 5.000 L/dia ou captação de água superficial maior que 34.560 L/dia ou vazão maior que 0,4 L/s). ( INEA ) Qualquer interferência promovida nas nascentes ou cursos d água no Estado do Rio de Janeiro, tanto para os proprietários rurais como urbanos, deve cumprir as determinações da Lei 7663/91, que exibe critérios e normas para obtenção do direito de uso e interferências nos recursos hídricos, ou seja, é necessário obter a outorga de direito do uso e interferências nos recursos hídricos. Para as nascentes, há outorgas de direito para captação de água superficial, barramento e canalização, cada uma delas contendo critérios e normas a serem cumpridas.
Documentos Específicos Para Captação de Água Superficial: Fotografia do local de captação com equipamento de medição instalado, no caso de empreendimento implantado ou em fase de implantação Relatório técnico contendo, no mínimo, as seguintes informações: Caracterização e descrição geral do empreendimento a ser implantado (mapas, coordenadas, croqui do local, anexo fotográfico, etc.) Caracterização da finalidade de uso da água no empreendimento Apresentação das demandas de água e sua evolução no tempo. Índices indicativos da demanda de água, tais como cotas de consumo de água (por habitante, por funcionário, por tonelada de produto, por hectare plantado, etc.). Demonstrativo de cálculo das necessidades de água e fluxograma simplificado do processo indicando as fases em que é utilizada a água. Caracterização das alternativas de abastecimento de água e de descarte de efluentes Levantamento de dados hidrológicos para os estudos de disponibilidade hídrica dos mananciais a serem explorados. Estudos comparativos entre disponibilidade hídrica e demanda. Balanço do uso da água no empreendimento (vazões utilizadas para cada finalidade de uso, especificando suas fontes de abastecimento). Levantamento de dados de usuários de recursos hídricos que poderão estar sob influência do novo empreendimento (ou ampliação). Descrição da utilização da água (períodos de utilização, função da água, destino final da água, etc.). Descrição de possíveis interferências com outros usuários devido às derivações de recursos hídricos a serem implantadas.
Conclusão: Conforme o relato, concluí-se que existe a necessidade de se tomar às providências acima mencionadas com urgência, pois os problemas apresentados comprometem ao fornecimento de água á população. O responsável técnico pelo relato acima se encontra na ONG Sustentabilidade e Participação, a disposição para atendê-los e dar maiores esclarecimentos, nos seguintes contatos, Telefone (21) 2743 0000 e pelo email:sustentabilidadeparticipacao@terra.com
Anexo : NORMAS E LEGISLAÇÃO RELACIONADAS Legislação Estadual Lei nº 3239, de 02 de agosto 1999 - Estabelece a política estadual de recursos hídricos. Decreto nº 15.159, de 24 de julho de 1990 - Estabelece a Serla como órgão técnico e executor da Política de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro. Decreto nº 2330, de 08/01/1979 - Estabelece o Sistema de Proteção dos Lagos e Cursos d'água Art. 10º - Aprovação da SERLA quanto à viabilidade e projetos de captação. Lei nº 650, de 11/01/83 - Dispõe sobre a Política Estadual de defesa e proteção das bacias fluviais e lacustres do Rio de Janeiro Art. 4º, item IV - Na política de conservação de água na natureza, envolvendo a proteção dos mananciais de água superficial e de água subterrânea. Decreto nº 40.156, de 17/10/2006 - Estabelece os procedimentos técnicos e administrativos para a regularização dos usos de água superficial e subterrânea, bem como para ação integrada de fiscalização com os prestadores de serviço de saneamento básico, e dá outras providências. Portaria Serla nº 555, de 01/02/2007 - Regulamenta o Decreto Estadual Nº 40.156, de 17 de outubro de 2006, que estabelece os procedimentos técnicos e administrativos para regularização dos usos de água superficial e subterrânea pelas soluções alternativas de abastecimento de água e para a ação integrada de fiscalização com os prestadores de serviços de saneamento e dá outras providências. Portaria Serla nº 567, de 07/05/2007 - Altera a Portaria SERLA nº 273 (11/12/2000). Estabelece os procedimentos técnicos e administrativos para emissão de OUTORGA pela Serla. Portaria SERLA nº 591, de 14/08/2007 - Estabelece os procedimentos técnicos e administrativos para emissão de declaração de reserva de disponibilidade hídrica e de outorga para uso de potencial de energia hidráulica para aproveitamentos hidrelétricos em rios de domínio do Estado. Lei nº 4247, de 16/12/2003 - Dispõe sobre a cobrança pela utilização dos recursos hídricos de domínio do Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências. Legislação Federal Lei nº 9433, de 08 de janeiro de 1997 - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e estabelece como um de seus instrumentos a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos Resolução nº 16, de 08 de maio de 2001 (CNRH) - Atuação integrada dos órgãos componentes do Conselho Nacional de Recursos Hídricos CNRH.
SOMENTE PARA CONHECIMENTO Para Extração de Água Subterrânea: Cópia da Carteira de Identidade Profissional do CREA do responsável técnico (Geólogo, Hidrogeólogo ou Engenheiro de Minas). Cópia da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) do responsável técnico pelo relatório hidrogeológico e pelo(s) teste(s) de bombeamento e recuperação do poço, acompanhado da cópia da respectiva guia de pagamento junto ao CREA/RJ, com as coordenadas Geográficas ou UTM do local de extração. A ART deve conter especificação do serviço a ser realizado (teste de bombeamento/vazão e de rebaixamento), assinatura do responsável técnico e do contratante. Relatório Geológico e Hidrogeológico. Todas as páginas deverão estar rubricadas pelo profissional responsável. As planilhas dos testes de bombeamento e recuperação e seus respectivos gráficos deverão ser apresentados em meio impresso e digital (arquivo tipo Excel). Foto(s) do(s) barrilete(s) de Controle Operacional e da boca do poço a serem outorgados. O barrilete deve conter, no mínimo, e na ordem especificada: hidrômetro, válvula de retenção, manômetro, registro de controle de vazão e torneira de coleta de amostra. Original do Relatório de Análises Físico-Química e Bacteriológica, realizadas nos últimos 6 (seis) meses, feitas por técnicos de laboratórios credenciados pelo INEA. As análises físico-químicas deverão ser entregues em meio impresso (laudo original do laboratório assinado pelo químico responsável) e em meio digital. Após a análise prévia do processo de outorga, será determinada pelo SEAGUA e pelo SEDEMA a obrigatoriedade ou dispensa de abertura de processo de Demarcação de Faixa Marginal de Proteção por parte do usuário. Caso seja necessário, o usuário será notificado a abrir o referido processo. ORIENTAÇÃO PARA PREENCHIMENTO DO CNARH O CNARH (Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos) foi desenvolvido pela Agência Nacional de Águas (ANA), em parceria com autoridades estaduais gestoras de recursos hídricos. O objetivo principal é permitir conhecer o universo dos usuários das águas superficiais e subterrâneas em uma determinada área, bacia ou mesmo em âmbito nacional. O conteúdo do CNARH inclui informações sobre a vazão utilizada, local de captação, denominação e localização do curso d'água, empreendimento do usuário, sua atividade ou a intervenção que pretende realizar, como derivação, captação e lançamento de efluentes. O preenchimento do cadastro é obrigatório para pessoas físicas e jurídicas, de direito público e privado, que sejam usuárias de recursos hídricos, sujeitas ou não a outorga (Resolução ANA nº. 317, de 26 de agosto de 2003, que instituiu o CNARH).
Para o preenchimento do Cadastro Nacional de Recursos Hídricos utilize o manual disponível no site da Agência Nacional de Águas (http://cnarh.ana.gov.br/manualcnarh.pdf)