A QUALIDADE DO GASTO PÚBLICO COMO



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Transcrição:

A QUALIDADE DO GASTO PÚBLICO COMO FERRAMENTA DE ENFRENTAMENTO À CRISE HÍDRICA DE 2015 EM MINAS GERAIS IRINA BERBERT VIDAL INÁCIO COELHO PEDRO VINÍCIUS CAMPOS

2 Painel 51/157 Redução de custos na s licitaçõe s A QUALIDADE DO GASTO PÚBLICO COMO FERRAMENTA DE ENFRENTAMENTO À CRISE HÍDRICA DE 2015 EM MINAS GERAIS Irina Berbert Vidal Inácio Coelho Pedro Vinícius Campos RESUMO No ano de 2015 o governo de Minas Gerais adotou medidas para combater a crise hídrica vivenciada. A Resolução 03 de 2015 da Secretaria de Planejamento e Gestão determinou a redução do consumo global de água em 30% por todos os órgãos do Poder Executivo Estadual a partir de fevereiro de 2015. Contudo, surge a questão: Quais critérios utilizar para reduzir o consumo de água das unidades que compõe a estrutura física do Poder Executivo? Cortes lineares poderiam ocasionar o que se chama de síndrome da simetria: unidades prediais que já economizam água sofreriam um impacto maior com um corte de 30% do que as que a consomem descomedidamente. Assim, este artigo objetiva demonstrar como a Qualidade do Gasto pode auxiliar na redução do consumo de água a fim de torná-lo eficiente e equânime. A análise fez uso da coleta de dados através de questionários e posterior análise quantitativa e qualitativa destes. Concluiu-se que no caso da água um corte linear não seria a forma mais justa de aplicar a racionalização proposta e que práticas que busquem a qualidade do gasto devem ser pesquisadas e aplicadas em todos os órgãos públicos a fim de gerar melhores resultados à gestão pública e à sociedade.

3 1 INTRODUÇÃO Nos anos de 2014 e 2015 as notícias sobre a crise de abastecimento de água ganharam grande notoriedade nas mídias. A carência de chuvas associada aos baixos níveis dos reservatórios evidenciou a necessidade da redução do consumo de água. Diante desse cenário e em conformidade com a campanha desenvolvida pela Copasa MG (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) que estabeleceu a redução de 30% do consumo de água em metros cúbicos (m³) para a sociedade civil, o Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG), estabeleceu a mesma meta de economia para todos os órgãos e entidades do Poder Executivo de Minas Gerais através da Resolução 03, de 27 de janeiro de 2015. A partir dessa determinação os setores responsáveis pela operacionalização do corte estipulado nos órgãos e entidades passaram a estabelecer as metas de redução do consumo para cada unidade predial que compunha sua estrutura, tomando como valores de referência os dados de consumo de 2014. Diante dessa atribuição, na Secretaria de Estado de Fazenda (SEF/MG), foi identificado o problema de que a racionalização do consumo de água através de um corte linear gera desigualdades nas metas estabelecidas para as unidades prediais da referida secretaria. Diante do contexto delineado o estudo inicia-se com uma breve retomada histórica a respeito do nível dos reservatórios e a disponibilidade de água em Minas Gerais a fim de evidenciar a gravidade da crise hídrica mineira. Posteriormente, o artigo apresenta o que é a qualidade do gasto público e o porquê essa ferramenta é essencial em situações nas quais cortes ou contingenciamentos são necessários. Assim, o estudo inicia sua análise quantitativa e qualitativa sobre o processo de redução do consumo de água pelas unidades prediais da Secretaria de Fazenda demonstrando como a qualidade do gasto é ferramenta indispensável neste processo.

4 1.1 Objetivos O presente artigo apresenta como objetivo geral demonstrar como a Qualidade do Gasto pode auxiliar na racionalização do consumo de água a fim de torná-la eficiente e equânime, contribuindo, deste modo, no combate à crise hídrica instalada. Para isso, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: Apresentar a metodologia utilizada pela Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais para a racionalização do consumo de água em obediência à Resolução 03, de 27 de janeiro de 2015, da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Estabelecer comparativo entre a aplicação de um corte linear e um corte não linear baseado na Qualidade do Gasto e as consequências da aplicação das respectivas metodologias. Propor, através do estudo apresentado, uma metodologia que permita otimizar a eficiência e a equidade no cumprimento da Resolução 03 pelos órgãos e entidades do Poder Executivo de MG. 1.2 Metodologia Este artigo desenvolve-se através de um estudo de caso sobre a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF/MG) apresentando caráter exploratório e descritivo e conta com análises quantitativa e qualitativa. Diante da demanda gerada pela Resolução 03/2015 SEPLAG/MG de redução de 30% no consumo global de água, tornou-se necessário levantar dados referentes a todas as unidades prediais da Secretaria de Fazenda. Para tanto, questionários foram enviados a 159 unidades que se localizam nas diversas regiões de Minas Gerais. Este questionário solicitava as seguintes informações: Consumo mensal de água (m³) no exercício de 2014; Quantidade de pessoas que trabalharam na unidade em 2014; Valor mensal das contas de água (R$) no exercício de 2014; Existência de focos de vazamento; Existência de necessidades de manutenção; Boas práticas no uso da água.

5 Este questionário foi encaminhado a todas as unidades pelo setor responsável da SEF/MG no dia 05/02/2015. Após o recebimento dos dados, estes foram consolidados em um banco de dados. Este banco de dados foi exportado para um sistema de mineração de dados disponível na Secretaria de Fazenda o que permitiu aplicar métodos estatísticos tais como a correlação e a regressão dos dados possibilitando a comparação entre variáveis. Vale destacar que após aplicação de métodos estatísticos sobre os dados também foi realizada análise crítica dos resultados a partir das informações qualitativas enviadas e possíveis particularidades de cada unidade predial. 2 BREVE HISTÓRICO: A ESCASSEZ DE ÁGUA EM MINAS GERAIS "Dados da ANA, a Agência Nacional de Águas, indicam que 55% dos municípios brasileiros podem sofrer déficit de abastecimento até 2015. Noeli Nobre No ano de 2014 vários Estados e Municípios brasileiros sofreram grave crise hídrica levando muitos a decretarem Estado de Emergência. Em 2015 este cenário não apresentou grandes transformações. As condições climáticas desfavoráveis somadas aos baixos níveis dos reservatórios geraram dificuldades na oferta de água que impactaram diretamente o abastecimento dos centros urbanos (MINAS GERAIS, 2015). Esta é a situação atualmente vivenciada no estado de Minas Gerais. A fim de demonstrar esse cenário é possível analisar os níveis dos reservatórios responsáveis pelo abastecimento da região metropolitana e colar metropolitano de Belo Horizonte, capital mineira. Segundo a Agência Nacional de Águas ANA (2010), os principais sistemas hídricos de abastecimento desta região são: Paraopeba, Rio das Velhas, Catarina, Ibirité, Morro Redondo e outros sistemas isolados (Fig. 01). Percebe-se através da Figura 01 que o sistema Paraopeba abastece 15 municípios, totalizando, segundo a Tabela 01, uma população de 4.663.777 em 2014 segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2014).

6 Entretanto dados da Copasa MG evidenciam quedas significativas do volume deste sistema entre os anos de 2013 e 2015. Considerando como referência o dia 18 de março de 2013 e este mesmo dia no ano de 2015, o sistema Paraopeba apresentou uma queda de 62,71% em seu volume passando de 252.981.025 m³ para 94.340.695 m³. Este cenário pode ser observado no Gráfico 01 divulgado pela Copasa 1 (2015) em seu site. Figura 01 Sistemas de Abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2010 2. 1 Companhia de Saneamento de Minas Gerais. 2 Disponível em:<http://atlas.ana.gov.br/atlas/forms/analise/regiaometropolitana.aspx?rme=5>

7 Tabela 01 População estimada dos Municípios abastecidos pelo sistema Paraopeba. Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014 3. Elaboração: Próprio autor. 3 Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br>

8 Gráfico 01 Volume dos reservatórios do Sistema Paraopeba. Fonte: Copasa, 2015 4. 4 Disponível em: <http://www.copasatransparente.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2015/01/vol-dos-reservart-sistema-paraopeba-18-03.png>

9 Segundo a Copasa (2015), caso não chova o suficiente e não haja redução no consumo de água (em m³) pelos municípios atendidos o sistema Paraopeba entrará em colapso em três meses (contando a partir do mês de março), não conseguindo atender mais as demandas do abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. A evolução do sistema Paraopeba, sendo esse um dos mais importantes de Minas Gerais, permite vislumbrar o cenário que se configura em Minas Gerais. Os demais sistemas de abastecimento hídrico, expostos na Figura 01, não serão analisados em profundidade no presente artigo por ultrapassar os objetivos propostos. Diante desta redução significativa do volume de água disponível para o abastecimento da população mineira, a Copasa adotou diversas medidas a fim de solucionar esse problema. Dentre essas se destaca a interrupção do abastecimento de diversos bairros de municípios mineiros em dias previamente informados. No mês de março, por exemplo, bairros do município de Divinópolis não foram abastecidos nos dias 02, 03, 06, 09, 13 e 17 5 (COPASA, 2015). Além desta medida a Copasa ainda iniciou ampla campanha de conscientização estabelecendo uma meta de 30% de redução no consumo de água, em metros cúbicos (m³,) a todos os cidadãos e empresas de Minas Gerais. Alinhando-se a essa iniciativa, o governo estadual publicou a Resolução 03, de 27 de janeiro de 2015, da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão que oficializou a obrigatoriedade da redução de 30% do consumo global de água (em m³) de todos os órgãos e entidades do poder executivo do Estado (Anexo I). Esta redução, segundo a resolução supracitada, deve ser realizada a partir do mês fevereiro de 2015 tendo como referência (para a redução) a média do consumo no exercício de 2014. Além disso, determinou-se no segundo artigo da mesma resolução, que os órgãos e entidades encaminhassem um Plano de Racionalização do Consumo de Água através da apresentação de um relatório de vistoria de todas as unidades prediais, identificando focos de vazamento, necessidades de manutenção hidráulicas e oportunidades de reaproveitamento de água a fim de priorizarem a atenção a esses pontos, auxiliando na redução do consumo. 5 Dados consultados até o dia 18/03/2015.

10 Entretanto, quando se fala em racionalização, ou, como mais utilizado, corte no consumo de água, outro assunto entra em pauta: a questão da qualidade do gasto. Essa ferramenta pode auxiliar de maneira importante a aplicação de um corte não linear no consumo trazendo maior racionalidade a este processo. 3 A QUALIDADE DO GASTO PÚBLICO COMO FERRAMENTA DE AUXÍLIO À RACIONALIZAÇÃO DE ÁGUA Nas últimas décadas evidenciou-se a intensificação e fortalecimento das pressões sociais almejando não somente maior transparência das decisões governamentais sobre utilização dos recursos orçamentários, mas, também a otimização da qualidade dos gastos. (REZENDE; CUNHA; BEVILACQUA, 2010). Entretanto, como se conceitua qualidade do gasto? Segundo Chaves (2007) apud Maia et. al. (2009) A melhoria da qualidade do gasto público redunda em melhorar a eficiência desse gasto, ou seja, determinado investimento deverá ser concluído com o menor custo possível e gerar o máximo de benefícios para a sociedade (Ibidem, p. 4). Aplicando-se tal conceito a situação aqui analisada percebe-se que a qualidade do gasto seria atingida na medida em que o consumo de água torne-se eficiente, utilizando somente o necessário para gerar os resultados finais a sociedade. Indispensável se torna, ao se tratar do alcance da qualidade do gasto, a disponibilidade de informações que permitam localizar ineficiências ou desperdícios a fim de evitar o que se chama de Síndrome da Simetria. Este termo é amplamente utilizado no estudo sobre arcabouço legal brasileiro acerca dos municípios e trata da desconsideração das particularidades desses entes federados na composição das leis. Todos os municípios brasileiros, desde a capital de São Paulo, uma das mais importantes cidades do mundo, até a mais pobre comuna do remoto sertão, têm não só a mesma forma de governo como os mesmos poderes, a mesma vasta competência para fazer quase tudo desde que possam e a mesma irresponsabilidade para não fazer tudo que não quiserem [...]. Desvirtuada dessa forma, a instituição municipal perde parte de sua flexibilidade e de sua viabilidade, pois se espera de Municípios paupérrimos e prósperos, grandes e pequenos, rurais e metropolitanos, uma atuação da mesma natureza, do mesmo tipo, da mesma amplitude. (MELLO, 1971, p. 45-49).

11 O conceito trazido por Mello (1971) demonstra que o referido tratamento isonômico entre municípios com características econômicas, populacionais, dimensionais, entre outras, muito distintas, faz com que a legislação se aplique adequadamente a alguns, beneficiando-os, enquanto não se adequa a outros, prejudicando-os. Aplicando esse conceito ao estudo da racionalização do consumo de água, a síndrome da simetria ocorre na medida em que são tratadas de maneira igual instituições com características diferentes, particularidades únicas. Isso pode gerar injustiças e ampliar desigualdades. Por analogia, aplicando -se o mesmo conceito a uma situação na qual é necessário o corte de despesas, percebe-se que, caso a tradicional prática de aplicar cortes lineares seja aplicada, elementos que apresentam gastos eficientes podem ser prejudicados enquanto outros que, por sua vez, apresentam grande grau de ineficiência em sua execução, não serão atingidos negativamente. Observa-se, portanto, o aprofundamento de desigualdades e o prejuízo à qualidade do gasto. A Resolução 03/2015 da SEPLAG determinou a redução de 30% do consumo global de água de todos os órgãos do poder executivo estadual. A Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF/MG) possui 159 unidades prediais espalhadas por todo território mineiro. Como analisado anteriormente, se um corte linear de 30% fosse aplicado a todas essas unidades é possível afirmar, mesmo sem qualquer estudo prévio, que a supracitada síndrome da simetria se manifestaria fazendo com que algumas unidades que já utilizam conscientemente a água fossem prejudicadas frente a outras que utilizam este recurso descomedidamente. A fim de evitar tal situação deve-se, portanto, utilizar como ferramenta a qualidade do gasto público gerando informações que embasem uma metodologia racional de cortes otimizando a eficiência do consumo de água. Este artigo, portanto, descreve como a SEF/MG desenvolveu e utilizou esse mecanismo para alcançar a meta proposta e auxiliar o enfrentamento da crise hídrica em Minas Gerais.

4 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA DE MINAS GERAIS 12 Como destacado na metodologia deste artigo, o questionário de levantamento de dados e informações qualitativas foi enviado a 159 unidades prediais da Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais. Entretanto, não foi possível obter dados sobre o consumo (em m³) de todas as unidades, isso porque muitas delas estão localizadas em condomínios ou prédios nos quais a água é paga conjuntamente com a taxa de condomínio; em outros casos o responsável pelo pagamento da conta de água é a prefeitura, não tendo a Unidade acesso aos dados solicitados. Assim, o presente estudo basear-se-á nas respostas obtidas que somam 125 unidades prediais localizadas nos diversos pontos do território de Minas Gerais tal como representado pela Figura 02. Cabe destacar que o tamanho dos círculos do mapa representa o volume de água consumida no exercício de 2014 quanto maior, mais elevado o volume de água e a coloração simboliza o valor (em reais) gasto em cada localidade quanto mais escura a coloração, maior o gasto com água.

13 Figura 02 Unidades Prediais da Secretaria de Fazenda. Fonte: Elaboração própria 6. Consolidando-se o consumo global (m³), o valor da conta de água (R$) e número de pessoas que trabalhavam nas unidades prediais no ano de 2014 delimita-se um panorama geral da SEF/MG, a partir das unidades prediais que informaram o consumo. A visão geral está descrita pela Tabela 02 abaixo. Tabela 02 Visão global da Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais. Consumo global da SEF Gasto total da SEF Total de pessoas da SEF 41029,69 m³ R$ 335.607,82 3238 Fonte: Elaboração própria. 6 O mapa foi gerado a partir do SAS-VA (Statisc Analysis System Visual Analytics), um sistema de mineração de dados adquirido no exercício de 2013 pela Secretaria de Fazenda de Minas Gerais.

14 Segundo o artigo 1 o, parágrafo único, da Resolução 03/2015 da SEPLAG/MG, a meta de economia será apurada em metros cúbicos a partir da média de consumo do ano de 2014 para todas as unidades prediais, em todo Estado de Minas Gerais (MINAS GERAIS, 2015, p. 1). Baseado nesta determinação, a meta de consumo a ser atingida pela SEF/MG no exercício de 2015 é de: 28720,78 m³. Este valor distribuído entre os doze meses do ano equivalem a um consumo mensal global de aproximadamente 2393,4 m³. Como, entretanto, aplicar os cortes de maneira a não prejudicar unidades que já apresentam uso consciente da água? Como justificar a racionalização? Caso a Secretaria de Fazenda escolha pela opção tradicional de aplicar um corte linear de 30% no consumo individual de cada unidade administrativa, sem considerar as particularidades de cada uma, isto poderia gerar certas injustiças além do risco de não alcançar a meta. Entretanto, por que isso ocorre? O primeiro fator já foi explicitado no capítulo 4 deste artigo ao se demonstrar o que é a síndrome da simetria aplicada à situação estudada. O risco de não se alcançar a meta, por sua vez, está diretamente relacionado com o primeiro, isto porque para uma unidade que possui alto consumo de água é mais fácil reduzir o consumo de água em 30% do que para unidades que apresentam baixo consumo de água. Há, ainda, situações nas quais a unidade predial consome abaixo do mínimo de água estabelecido pela Copasa. Isto significa que, mesmo que a unidade diminua o seu consumo de água, na fatura enviada pela Copasa estará o valor do consumo mínimo, impossibilitando o alcance desta meta e prejudicando todo o processo de racionalização da Secretaria de Fazenda. Este é o caso, por exemplo, da unidade predial localizada na cidade de Bom Despacho que consome abaixo do mínimo, mas, sua fatura apresenta o valor mínimo de consumo que é de 06 m³, como demonstrado pela Tabela 03 que possui os dados enviados por Bom Despacho. Tabela 03 Consumo mínimo da Unidade Predial de Bom Despacho. Jan Mês Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set Out. Nov. Dez.. M³ 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 Fonte: Elaboração própria.

15 Diante dos fatores elencados, percebe-se a necessidade de encontrar um padrão que possa basear o estabelecimento das metas de cada unidade a fim de evitar as consequências negativas advindas de um corte linear. Analisando estatisticamente os dados recolhidos, percebe-se ao realizar o cálculo do coeficiente de Pearson, ou coeficiente de correlação, que há uma correlação positiva muito forte (0,92) entre as variáveis x consumo (m³) e y quantidade de pessoas que trabalham nas unidades 7 como demonstrado pelo Gráfico 02 8. À primeira vista esta é uma relação óbvia, entreta nto, uma inferência fundamentada apenas na lógica não pode ser utilizada para embasar decisões importantes como cortes de despesas. Através desta análise da correlação, pôde-se, portanto, realizar estudo não a partir de um corte no consumo total de água das unidades, mas sim um corte baseado em seu consumo per capita, ou seja, unidades prediais que apresentem um consumo per capita muito mais alto que o das outras deverão, a partir desta metodologia estatística, apresentar um corte maior de água que outras. Vale destacar que o estudo não apresenta a ideia de que este corte deve ser rígido sem se considerar outros fatores circunstanciais. Essa metodologia deve ser utilizada para identificar unidades que apresentam distorções quanto ao consumo e, a partir desta informação, buscar o motivo dessa discrepância e, caso não haja nenhuma justificativa plausível, aplicar um corte superior a 30% nestas unidades o que compensaria um corte menor em unidades que já apresentam um consumo consciente. 7 Uma correlação 0,92 sugere que existe uma relação linear forte entre a quantidade de funcionários e o consumo em metros cúbicos. Um valor de correlação positivo forte significa que conforme uma variável aumenta, a segunda variável também aumenta. 8 O Gráfico 02 demonstra que, quanto mais próximos da linha de tendência os pontos estiverem distribuídos, mais provável que essa linha forneça uma boa aproximação da relação entre as variáveis em estudo

16 Gráfico 02 Gráfico de dispersão entre consumo e quantidade de pessoas. Fonte: Elaboração própria Seguindo a linha de raciocínio traçada, a Tabela 04, abaixo, apresenta o consumo médio per capita global da SEF/MG no ano de 2014 e a Tabela 05 apresenta o consumo global e o consumo per capita de três unidades prediais. Tabela 04 Consumo per capita de água na SEF/MG. Consumo Global Total de pessoas Consumo per capita Consumo per capita mensal 41029,69 m³ 3238 12,67 m³ 1,05 m³ Fonte: Elaboração própria.

17 Tabela 05 Consumo de três Unidades Prediais da SEF/MG. Unidades Consumo Global em 2014 N o de Pessoas Consumo per capita Consumo per capita mensal Monte Sião 92 m³ 5 18,4 m³ 1,53 m³ Muriaé 312 m³ 27 11,56 m³ 0,96 m³ Orlando Pereira da Silva 2024 m³ 36 56,22 m³ 4,69 m³ Fonte: Elaboração própria. A partir da Tabela 05 fica claro como um corte linear pode trazer injustiças. Percebe-se, à primeira vista, que a unidade predial de Monte Sião apresenta um consumo global menor que a unidade de Muriaé o que, ilusoriamente, pode levar a crer que esta unidade apresenta uma utilização mais eficiente da água. Entretanto, ao se analisar o consumo per capita da primeira percebe-se que esse é maior que o apresentado por Muriaé, o que pode indicar que a segunda tem um consumo mais eficiente que o da primeira. Além disto, através da análise do consumo per capita podem-se identificar outliers, ou seja, aquelas unidades que possuem um consumo per capita tão alto que se diferenciam das demais por sua particularidade neste aspecto. Esta informação permite arguir essas unidades sobre o porquê deste consumo desigual, mobilizar inspeção a fim de identificar possíveis vazamentos hidráulicos ocultos, ou, até mesmo, realizar campanhas para a redução do desperdício de água, caso nenhum outro fator seja identificado. Esse é o caso da unidade Orlando Pereira da Silva (que é um Posto Fiscal da SEF/MG) que apresenta um consumo per capita extremamente maior que a média geral da Secretaria de Fazenda, cabendo, desta maneira, um estudo qualitativo que possa identificar a causa dessa discrepância. Entretanto, como estabelecer a meta de consumo das unidades prediais baseado na quantidade de pessoas que trabalham neste local? Para responder esta questão também há um procedimento estatístico que pode ser facilmente realizado através de sistemas de informação ou, até mesmo, pelo tradicional Microsoft Excel.

18 O primeiro passo é aplicar um corte linear de 30% fazendo com que a meta final seja alcançada. A partir disto, aplicar-se-á o procedimento estatístico conhecido como regressão a fim de se encontrar o valor ideal de redução de cada unidade considerando seu consumo per capita. O procedimento é basicamente encontrar a função F(x) que descreve a linha de tendência descrita no Gráfico 02, considerando o corte de 30% estipulado. Esta função, portanto, estabelecerá um valor padrão de acordo com a quantidade de pessoas que resultará no consumo ideal de água para as unidades (baseado no comportamento do consumo das unidades prediais da SEF/MG em 2014). Não cabe a este estudo aprofundar ou demonstrar as metodologias estatísticas que resultam nesta função já que, como supracitado, essa pode ser facilmente e ncontrada a partir de ferramentas de amplo acesso. A função que descreve o consumo (em m³) em relação à quantidade de pessoas de cada unidade é: F(x) = 0,5772 + 0,7226x, sendo F(x) o consumo e a variável x a quantidade de pessoas. Desta maneira, aplicando-se a função encontrada estatisticamente para definir as metas das unidades prediais da Tabela 05, tem-se: Tabela 06 Metas de consumo per capita. Unidades Meta mensal com corte linear Em m³ Em corte percentual Meta mensal com corte não linear Em m³ Em corte percentual Monte Sião 1,07 m³ 30% 0,84 m³ 45,35% Muriaé 0,67 m³ 30% 0,75 m³ 22,7% Orlando Pereira da Silva 3,28 m³ 30% 0,74 m³ 77,44% Fonte: Elaboração própria

19 O corte não linear, portanto, resultaria em uma racionalização mais correta que leva em conta a situação atual de consumo. Desta maneira, unidades com consumo mais descomedido reduzem mais do que as que já possuem um consumo consciente. A Tabela 07 demonstra a quantidade de água (em m³) cada uma das unidades listadas acima reduziria num corte linear e no não linear. Tabela 07 Redução no consumo (em m³) das unidades supracitadas Unidades Redução corte linear Redução corte não linear Monte Sião 64,4 m³ 50,4 m³ Muriaé 218,4 m³ 241,05 m³ Orlando Pereira da Silva 1.416,8 m³ 319,68 m³ Fonte: Elaboração própria Desta maneira, as metas das Unidades Prediais da SEF/MG devem ser estabelecidas a partir da função F(x) encontrada estatisticamente o que proporcionará o alcance da meta de redução global desta Secretaria em 30% (Apêndice I). Vale destacar que aquelas Unidades que, por alguma razão, não conseguem realizar leitura do consumo (em m³) não foram consideradas na meta de redução, entretanto, estas devem ser conscientizadas e estimuladas a realizar um uso mais consciente da água. Outro fator importante a ser destacado é que, a partir das metas encontradas pela função, deve ser realizado monitoramento mensal o que gerará informações que serão subsídio para a tomada de decisão além de gerar o acompanhamento quanto ao alcance da meta. Ressalta-se, novamente, que a meta estabelecida deve ser utilizada como referência já que podem existir fatores qualitativos que justifiquem um consumo elevado por algumas Unidades. Desta maneira, necessita-se complementar os dados quantitativos com informações qualitativas que possibilitem a diminuição de incertezas no processo de tomada de decisão e de redução do consumo. Estas informações podem ser úteis na identificação de vazamentos, necessidades de manutenção, identificação de boas práticas no uso da água, entre outras.

20 4.1 Informações qualitativas sobre o consumo de água das unidades prediais da SEF/MG Na pesquisa realizada com as 159 Unidades Prediais da SEF/MG foram solicitadas informações qualitativas, quais sejam: observações importantes sobre o consumo da Unidade, focos de vazamentos e necessidades de manutenção. Como apresentado anteriormente, essas informações são úteis no processo de racionalização da água por que complementam os dados quantitativos e auxiliam o processo de tomada de decisão. Para exemplificar, apresenta-se o caso do Conselho de Contribuintes de Minas Gerais (CCMG) que se localiza na Av. João Pinheiro, n o 581 Funcionários, em Belo Horizonte. Os dados enviados por esta unidade estão representados no Tabela 08. Tabela 08 Dados do Conselho de Contribuintes de Minas Gerais. Valor da Conta de Água em 2014 Consumo Médio Mensal em 2014 (M³) Número de Pessoas Consumo Per Capita Mensal em 2014 (M³) R$330.738,95 97,5 m³ 63 1,55 m³ Fonte: Elaboração própria. Caso o corte fosse aplicado com base nestes dados a redução seria para um consumo mensal de: 46,101 m³. Entretanto, esta unidade enviou uma informação qualitativa importante que altera a visão sobre o corte que deve ser realizado nesta unidade. No campo de observações, do questionário enviado, o CCMG informou que: O CCMG recebe em média 15 pessoas/dia (advogados e estagiários). Desta maneira, o número de pessoas que fazem uso da água por dia nesta unidade aumenta, o que afetará a meta a ser estabelecida demandando análise por parte dos responsáveis pela tomada de decisão nesse caso.

21 Percebeu-se, também, através da pesquisa, que diversas unidades prediais apresentam focos de vazamentos (Quadro 01) e carecem de manutenção (Quadro 02) 9 necessitando urgentemente de consertos para evitar desperdícios de água. Esta é uma informação qualitativa de grande importância já que auxilia na redução do consumo da Secretaria de Fazenda otimizando a utilização dos recursos hídricos, além de atender ao determinado pelo artigo 3 o da Resolução 03/2015 da SEPLAG: Comporá o PRCA relatório de vistoria de todas as unidades prediais de responsabilidade de cada órgão e entidade, no qual deverão ser identificados possíveis focos de vazamento, oportunidades de reaproveitamento da água e necessidades de manutenção nas instalações hidráulicas. (MINAS GERAIS, 2015, p. 1). Quadro 01: Exemplos de focos de vazamentos nas Unidades Prediais da SEF/MG. Unidade Predial Foco de vazamento Coronel Fabriciano Mateus Leme Três Corações Varginha Existe foco de vazamento em uma descarga. Já apertamos a mesma, mas, as vezes, ela volta a vazar. Em contato com o dono do imóvel, o mesmo não quis efetuar a troca. 6 torneiras improvisadas com plásticos enrolados para conter vazamento. Duas descargas com vazamentos. 1 registro banheiro masculino da garagem Fonte: Elaboração própria. 9 A lista completa de focos de vazamento e necessidades de manutenção estão no Apêndice II e Apêndice III, respectivamente.

22 Quadro 02 Exemplos de necessidades de manutenção nas Unidades Prediais da SEF/MG. Unidade Predial Necessidades de Manutenção Camanducaia Curvelo Machado Três Pontas As mangueiras e caixas de descarga precisam de manutenção A Administração Fazendária de 2 o Nível de Curvelo necessita de uma reforma geral, não só na parte hidráulica. O prédio é antigo e, além da água, também consome muita energia (que também nos remete à água). Necessita manutenção urgente, tendo em vista os vazamentos ocorridos em 12/2014. Manutenção no banheiro feminino e masculino, cujas descargas estão desreguladas; revisão na tubulação do bebedouro público. Fonte: Elaboração própria. Estas informações permitem a elaboração de um plano de priorização orçamentária com a finalidade de sanar estes pontos o que auxiliará no alcance da qualidade do gasto público e, simultaneamente, o alcance da meta de redução estabelecida. 4.2 Boas práticas de reutilização dos recursos hídricos. O questionário enviado às Unidades Prediais também solicitava que estas informassem as boas práticas de reutilização de água realizadas ou que ainda possam ser realizadas que impactem positivamente a redução da utilização dos recursos hídricos. Essas informações podem basear ações que auxiliem o aprimoramento da qualidade do gasto público e, consequentemente, o enfrentamento à crise hídrica em Minas Gerais. Dentre as boas práticas identificadas, este estudo apresentará uma a fim de exemplificar o que fora apresentado.

23 O CCMG informou que, segundo determinação, as caixas d água devem ser, obrigatoriamente, limpas a cada seis meses. A unidade relatou, entretanto, que ao realizar a limpeza, grande parte da água que nela estava era descartada. Quando essa questão foi identificada, os responsáveis começaram a fechar o registro do imóvel alguns dias antes a fim de reduzir a quantidade de água desperdiçada. Entretanto, ainda assim, muita água era descartada. Durante o desenvolvimento do processo de racionalização na SEF/MG, utilizando-se os sistemas de informação disponíveis, pode-se realizar um cálculo de quantos dias antes da limpeza da caixa d água o registro deveria ser fechado para que o CCMG pudesse desperdiçar a menor quantidade de água possível nesse procedimento. Para tanto, os seguintes dados são necessários nesse cálculo: capacidade da caixa d água e meta de consumo diário da unidade. Dessa forma, será possível calcular quantos dias úteis uma caixa d água cheia consegue atender em cada Unidade Predial. A Tabela 09 apresenta o exemplo deste cálculo para o CCMG. Tabela 09 Contagem de dias com que o registro deve ser fechado no CCMG antes da limpeza da caixa d água. Capacidade da caixa d água Litros utilizados por dia 10 Dias para fechar o registro 20.000 litros 2.305,05 litros 8 a 9 dias antes Fonte: Elaboração própria. Vale ressaltar que esta é somente uma das diversas boas práticas de reutilização de água que foram identificadas. 10 A medida apresentada é baseada na meta mensal para 2015, já considerando a redução estabelecida, divida por 20 dias úteis que poderá ser adaptado ao mês em que a limpeza será realizada.

24 5 CONSIDERAÇÕS FINAIS O constante aprimoramento da qualidade do gasto público é essencial para o alcance da redução no consumo de água pelos órgãos e entidades do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais. Como demonstrado, no caso da SEF/MG, unidades prediais apresentam consumos desiguais e, para se aplicar um corte sobre esse consumo, as mesmas devem ser tratadas de maneira particular a fim de igualálas na eficiência da utilização dos recursos hídricos. Vale destacar que esta ação pretende auxiliar o enfrentamento à crise sendo que esse somente pode ser alcançado em plenitude com ações amplas de infraestrutura, além de conscientização e colaboração de toda a população, indústrias e agronegócio. Ressalta-se que a metodologia utilizada neste artigo aplicou-se especificamente à Secretaria de Fazenda de Minas Gerais. Entretanto, aconselha-se que todas as demais secretarias de estado utilizem métodos semelhantes ao estabelecer a redução para prevenir possíveis injustiças que ocorram no processo de racionalização. Além disto, recomenda-se que as metodologias aqui aplicadas não sejam utilizadas somente em situações tempestivas como racionalizações e contingenciamentos, mas que se torne um processo buscando maximizar as entregas para a sociedade e a eficiência do Estado. Este artigo teve como objeto de estudo a racionalização do consumo de água, entretanto, metodologias devem ser desenvolvidas para todas as despesas de custeio do setor público visando identificar focos de ineficiência e questões passíveis de aperfeiçoamento nos gastos públicos. Para tanto informações quantitativas e qualitativas são essenciais sendo que o acesso a estas pode gerar a diminuição das incertezas no processo de tomada de decisão por parte dos gestores. Concluindo, destaca-se que o estudo de padrões e metodologias devem ser contínuos para que não ocorra a estagnação em um método desenvolvido e tido como correto para aplicar à redução de água ou de qualquer outra despesa.

25 REFERÊNCIAS 1. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Atlas Brasil Abastecimento Urbano de Água. 2015. Disponível em: < http://atlas.ana.gov.br/atlas/forms/analise/regiaometropolitana.aspx?rme=5 > Acessado em: 18 mar. 2015. 2. COPASA. Copasa Transparente. 2015. Disponível em: < http://www.copasatransparente.com.br/ >. Acessado em: 18 mar. 2015 3. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cidades Minas Gerais. 2015. Disponível em: < http://cidades.ibge.gov.br/xtras/uf.php?lang=&coduf=31&search=minas -gerais >. Acessado em: 18 mar. 2015 4. LORDELLO DE MELLO, Diogo. O Município na organização nacional: bases para uma reforma do regime municipal brasileiro. Rio de Janeiro: IBAM, p.100, 1971 5. MAIA, Alexandre Paulo et al. A importância da melhoria da qualidade do gasto público no Brasil: Propostas práticas para alcançar este objetivo. In: II CONGRESSO CONSAD DE GESTÃO PÚBLICA Painel 32: Qualidade do gasto público II, 2007. Disponível em: < http://consad.org.br/wp- content/uploads/2013/02/a-import%c3%82ncia-da-melhoria-da- QUALIDADE-DO-GASTO-P%C3%9ABLICO-NO-BRASIL-PROPOSTAS- PR%C3%81TICAS-PARA-ALCAN%C3%87AR-ESTE-OBJETIVO1.pdf > Acessado em: 18 mar. 2015 6. MINAS GERAIS. Resolução SEPLAG n o 03, de 27 de Janeiro de 2015. Estabelece diretrizes para racionalização do consumo de água no âmbito do Poder Executivo Estadual. Imprensa Oficial Governo do Estado de Minas Gerais Diário do Executivo, Belo Horizonte, ano 123, n. 18, 28 jan. 2015. Caderno I, p. 7. Disponível em: <http://jornal.iof.mg.gov.br/xmlui/handle/123456789/137515?paginacorrente=01&po sicaopagcorrente=137509&linkbase=http%3a%2f%2fjornal.iof.mg.gov.br%3a80% 2Fxmlui%2Fhandle%2F123456789%2F&totalPaginas=28&paginaDestino=7&indice= 0 >. Acessado em: 15 mar. 2015. 7. REZENDE, Fernando; CUNHA, Armando; BEVILACQUA, Roberto. Informações de custos e qualidade do gasto público: lições da experiência internacional. Revista de Administração Pública, v. 44, n. 4, p. 959 a 992, 2010. Disponível em: < http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/viewarticle/6955 > Acessado em: 18 mar. 2015.

26 APÊNDICES Apêndice I Unidade Predial Meta Mensal (m³) ABAETÉ 5,6354 AIMORÉS 5,6354 ALÉM PARAÍBA 10,6936 ALFENAS 12,8614 ALMENARA 10,6936 ANDRADAS 4,1902 ARAGUARI 16,4744 ARAXÁ 18,6422 ARCOS 6,358 BARÃO DE COCAIS 4,9128 BARBACENA 18,6422 BELO HORIZONTE 1 e BELO HORIZONTE 2 345,98 BELO HORIZONTE 3 133,5356 Betim 38,875 BOA ESPERANÇA 5,6354 BOCAIÚVA 5,6354 BOM DESPACHO 7,0806 BRASÍLA DE MINAS 4,1902 CAMANDUCAIA 4,1902 CAMBUÍ 6,358 CAMPINA VERDE 3,4676 CAMPO BELO 22,2552 CAMPOS GERAIS 4,1902 CAPINÓPOLIS 9,971 CARANGOLA 9,971 CARATINGA 13,584 CARMO DO PARANAÍBA 6,358 CÁSSIA 3,4676 CATAGUASES 10,6936 CAXAMBU 4,1902 CCMG 46,101 CLÁUDIO 4,1902 CONCEIÇÃO DAS ALAGOAS 4,9128 CONGONHAS 6,358 CONSELHEIRO LAFAIETE 8,5258 CONSELHEIRO PENA 2,745 COROMANDEL 4,1902 CORONEL FABRICIANO 5,6354 Curvelo 21,5326 DFT CONTAGEM 33,0942 DFT/Belo Horizonte 101,0186 DFT/Juiz de Fora 33,0942

27 DFT/Poços de Caldas 16,4744 DIAMANTINA 8,5258 DIVINÓPOLIS 85,1214 Divisão de Manutenção de Veículos/Diretoria de Logística e Qualidade do Gasto 17,9196 Divisão de Material de Consumo e Patrimônio/Diretoria de Logística e Qualidade 28,7586 do Gasto FORMIGA 13,584 FRANCISCO SÁ 4,1902 FRUTAL 15,0292 GUANHÃES 5,6354 GUAXUPÉ 13,584 IBIÁ 4,9128 Ibirité 4,1902 INHAPIM 6,358 IPATINGA 66,3338 ITABIRA 7,8032 ITAJUBÁ 15,0292 ITAMBACURI 4,1902 ITAOBIM 3,4676 ITUIUTABA 20,0874 ITURAMA 6,358 JACUTINGA 4,1902 JANAÚBA 12,8614 JANUÁRIA 5,6354 JOÃO MONLEVADE 12,1388 JOÃO PINHEIRO 7,0806 LAGOA DA PRATA 4,9128 LAGOA SANTA 9,2484 LEOPOLDINA 25,8682 MANHUAÇU 22,9778 MANHUMIRIM 7,0806 MANTENA 4,1902 Martins Soares 12,8614 Mateus Leme 3,4676 MATOZINHOS 7,8032 MONTE CARMELO 10,6936 MONTE SANTO DE MINAS 3,4676 MONTE SIÃO 4,1902 MONTES CLAROS 73,5598 MURIAÉ 20,0874 MUTUM 4,9128 NANUQUE 7,8032 NOVA LIMA 9,2484 Núcleo de Contribuintes Externos São Paulo 17,197

28 Núcleo de Fronteira (Antigo P.F. Pedro 15,0292 Fagundes OLIVEIRA Sobrinho) 6,358 Orlando Pereira da Silva 26,5908 OURO FINO 7,0806 OURO PRETO 7,8032 PARÁ DE MINAS 15,7518 PARACATU 14,3066 PARAGUAÇU 3,4676 PARAISÓPOLIS 6,358 PASSOS 21,5326 PATOS DE MINAS 22,2552 PEDRA AZUL 5,6354 PEDRO LEOPOLDO 8,5258 PF Extrema 38,875 PIRAPORA 16,4744 PITANGUI 6,358 PIUMHI 7,0806 POÇOS DE CALDAS 42,488 PONTE NOVA 13,584 POUSO ALEGRE 41,7654 PRATA 4,1902 RESPLENDOR 4,1902 RIBEIRÃO DAS NEVES 7,0806 RIO CASCA 9,971 RIO POMBA 3,4676 SABARÁ 6,358 SALINAS 4,9128 SANTA LUZIA 9,971 SANTA VITÓRIA 4,9128 SANTO ANTÔNIO DO MONTE 4,1902 SÃO FRANCISCO 4,9128 SÃO GOTARDO 7,0806 SÃO LOURENÇO 11,4162 SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO 13,584 TEÓFILO OTONI 28,7586 TIMÓTEO 7,8032 TRÊS CORAÇÕES 10,6936 TRÊS PONTAS 4,9128 TUPACIGUARA 4,9128 UBÁ 30,9264 UBERABA 90,9022 UBERLÂNDIA 141,4842 VARGINHA 67,0564 VÁRZEA DA PALMA 5,6354 VESPASIANO 4,1902 Fonte: Elaboração própria.

29 Apêndice II Unidade Predial AIMORÉS Antônio Reimão de Melo BARÃO DE COCAIS BELO HORIZONTE 1 e BELO HORIZONTE 2 BELO HORIZONTE 3 BOA ESPERANÇA CAMANDUCAIA CAPINÓPOLIS CAXAMBU Contagem 1 o Nível e Contagem 2 o nível CORONEL FABRICIANO INHAPIM LAGOA DA PRATA LEOPOLDINA Martins Soares Mateus Leme MONTE CARMELO MURIAÉ OLIVEIRA OURO PRETO PARÁ DE MINAS Focos de Vazamento O consumo registrado é incompatível com o n o de usuários o que indica possível vazamento, ainda não detectado; Foi substituído o encanamento entre o hidrômetro e caixa de água e efetuado ajustes nas válvulas de descarga, porém o problema ainda persiste. Torneira do bebedouro, que atende ao público externo, no sentido MG > RJ. Descarga de banheiro atendimento público externo. Sim: descarga e um cano de água na parte externa do imóvel Há necessidades de manutenção nas instalações hidráulicas. Há necessidades de manutenção nas instalações hidráulicas. 2 descargas 2 mangueirinhas de banheiro, 02 registros e 02 caixas de descargas. SIM, torneiras dos 02 banheiros. 1 válvula de descarga 31 descargas Existe foco de vazamento em uma descarga. Já apertamos a mesma, mas as vezes ela volta a vazar. Em contato com o dono do imóvel, o mesmo não quis efetuar a troca. Vazamento de água ocorrido em outubro, devido à quebra de um dos canos da tubulação que abastecia o reservatório de água. Vazamentos nas descargas dos 2 banheiros da AF. Sim, solucionado de forma momentânea. Temos 03 banheiros, uma cozinha, 02 mictórios (banheiro) e um tanque(garagem), sendo 07 Torneiras, 05 registros, 05 descargas, muito antigos precisando urgentemente de reforma. Um fraco vazamento na torneira da cozinha do primeiro andar da unidade. 6 torneira improvisada com plásticos enrolados para conter vazamento. SIM: uma torneira do banheiro. Torneira localizada embaixo da escada do andar térreo. 2 Válvulas de descarga. 1 torneira banheiro feminino 1 descarga- banheiro feminino Como a construção é antiga as válvulas de descarga têm maior vazão de água, não se tratando apenas de regulagem, tendo em vista que os modelos utilizados dependem de maior volume de água

30 PEDRO LEOPOLDO PF Extrema PIRAPORA POÇOS DE CALDAS SANTA LUZIA TRÊS CORAÇÕES UBÁ O prédio é muito antigo. No próximo fim de semana, verificaremos através do hidrômetro, se houve alguma indicação de consumo de água no prédio, o que denotaria vazamento. Banheiro externo 03 torneiras, 01 registro (ducha íntima) 1 descarga com vazamento. Encanamentos velhos e já danificados. Sim. Duas descargas com vazamentos. Temos 8 descargas, 11 torneiras e 6 registros na Unidade de Ubá (AF e DF de Ubá e SEPLAG) VARGINHA Fonte: Elaboração própria. 1 registro banheiro masculino da garagem

31 Apêndice III Unidade Predial AIMORÉS ALMENARA BARÃO DE COCAIS BELO HORIZONTE 1 e BELO HORIZONTE 2 BELO HORIZONTE 3 Betim CAMANDUCAIA CAMPO BELO CAPINÓPOLIS CATAGUASES CAXAMBU Contagem 1 o Nível e Contagem 2 o nível CORONEL FABRICIANO Curvelo DFT/Belo Horizonte Ibirité ITUIUTABA Necessidade de manutenção Instalação de caixa em fibra de vidro, em substituição a caixa atual que é de alvenaria; Possível substituição do encanamento de distribuição, torneiras e caixas de descargas. SIM, TODA A REDE HIDRÁULICA DESTA UNIDADE É MUITO VELHA, CANOS DE FERRO. Sim. A AF, em conjunto com os demais órgãos que ocupam o prédio, já oficiou a Prefeitura Municipal, proprietária do imóvel, solicitando a manutenção. As obras para substituição da rede hidráulica e de esgoto do prédio tiveram início em setembro/14 e foram paralisadas no final de dezembro. Foram concluídos os banheiros de 3 andares. Faltam ainda 6 andares. A situação da tubulação é crítica, com muitos vazamentos. Temos tomado medidas paliativas, mas os vazamentos são constantes. Aguardamos a retomada da obra em 2015, visando sanar definitivamente os problemas hidráulicos do edifício, o que irá trazer uma economia significativa no consumo de água. A situação da tubulação hidráulica e de esgoto deste edifício é semelhante à do prédio da R. da Bahia. Já existe no DEOP um projeto pronto para ser executado desde 2011. Entretanto aguardamos a aprovação para início da obra. A execução desse projeto também é de extrema necessidade para o momento pelo qual estamos passando, pois além da situação precária da tubulação (de ferro fundido) é necessário fazer a substituição das descargas convencionais por caixas acopladas, que possibilitam maior economia de água. Manutenção preventiva por profissional qualificado para detectar vazamentos não visíveis e possíveis substituições de materiais hidráulicas. As mangueiras e caixas de descarga precisam de manutenção Como o prédio é constituído de dois andares, sendo que no térreo está situada a Administração Fazendária e no piso superior estão situados a EMATER e o IMA, e possui apenas um hidrômetro para aferir o consumo de todo prédio, estamos necessitando da instalação de mais um hidrômetro e de uma caixa d'agua, para que haja o controle do consumo individual por órgão e, assim, cada qual se responsabilizar e gerenciar o seu próprio consumo de água. Necessidade de troca das torneiras dos 02 banheiros. Reparo nas válvulas das descargas dos banheiros. Apesar de ter passado por reforma em 2005 e 2009, o imóvel é muito antigo e necessita de manutenção em suas instalações hidráulicas (rede de água e esgoto) Trocar todas as válvulas de descargas Descarga do banheiro A Administração Fazendária de 2 o Nível de Curvelo necessita de uma reforma geral, não só na parte hidráulica. O prédio é bem antigo e, além da água, também consome muita energia (que também nos remete à água). Instalação de torneiras com temporizador e substituição das descargas por caixa acoplada. Manutenção preventiva por profissional qualificado para detectar vazamentos não visíveis e possíveis substituições de materiais hidráulicas. Substituição dos vasos sanitários com válvulas hidráulicas por vaso com caixa agregado e válvulas econômicas. Substituição das torneiras convencionais nas pias do banheiro por torneiras com controle de vazão, automática.

32 JOÃO MONLEVADE LAGOA DA PRATA TROCAR 05 TORNEIRAS, 02 CAIXAS DE DESCARGA Necessidade de troca das válvulas de descarga dos banheiros. O imóvel é cedido pela Prefeitura e carece de manutenção. LEOPOLDINA Sim URGENTE, TENDO EM VISTA VAZAMENTOS OCORRIDOS EM 12/2014. Martins Soares Mateus Leme MURIAÉ OLIVEIRA OURO FINO OURO PRETO PARÁ DE MINAS PF Extrema PIRAPORA POÇOS DE CALDAS POUSO ALEGRE RESPLENDOR RIBEIRÃO DAS NEVES RIO CASCA SANTA LUZIA SÃO JOÃO DEL REI SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO Sete Lagoas TEÓFILO OTONI TIMÓTEO TRÊS CORAÇÕES Troca de uma torneira na cozinha do primeiro andar da unidade, pois ela está gotejando fracamente. Sim, são instalações antigas e frequentemente apresentam vazamentos. Manutenção da instalação hidráulica de uma torneira localizada embaixo da escada do andar térreo que está com um vazamento no cano que sai da parede. O vazamento foi estancado provisoriamente, mas poderá voltar. O imóvel onde está instalada a AF/Oliveira é antigo, com instalação hidráulica com canos de ferro, sendo inviável sua reforma. REPARO EM DUAS VALVULAS DE DESCARGA E UMA TORNEIRA DE PIA BANHEIRO Há necessidade de uma vistoria na rede hidráulica, e na rede de esgoto da Unidade, pois são instalações antigas, bem como a troca imediata de uma torneira e uma descarga no banheiro. Para acertar a questão da vazão de água das válvulas é necessária reforma nos banheiros SIM Necessidade de reparo da torneira da pia e mictório do banheiro masculino, torneira da pia e ducha íntima do banheiro feminino e substituição de 04 (quatro) canoplas (acabamento da válvula de descarga) SIM Algumas descargas e torneiras apresentaram vazamento e foram consertados pelo titular da Unidade SIM: 01 Descarga com problema (válvula precisa ser trocada, não há possibilidade de reparo por ser modelo muito antigo) Manutenção de registro e regulagem de descargas em 11/02/2015. Registro dos banheiros, descarga dos banheiros, torneiras da área de serviços e cozinha, reparo para torneira dos banheiros Substituição de 05 vasos sanitários antigos, para os de caixa acoplado;05 torneiras; 05 registros e modernização do encanamento da Unidade. Sim banheiros/descargas 2 torneiras, 1 CAIXA DE DESCARGA, 2 CONECTORES P ARA Registro, 2 DUCHAS HIGIÊNCIAS, 1 REGISTRO DE GAVETA, SIM, SUBSTITUIÇÃO DE NOVE TORNEIRAS DE LAVATÓRIO(BANHEIROS) E DUAS TORNEIRAS DE BANCADA/COZINHA. MANUTENÇÃO COM TROCA DOS REPAROS DE 09 DESCARGAS E TROCA DE UMA DESCARGA COMPLETA (SERVIÇOS E BOMBEIRO E PEDREIRO) E VERIFICAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS QUATRO REGISTRO. Dois registros, três válvulas e duas torneiras. Sugiro troca de 02 descargas, por serem muito antigas e ter um grande consumo Necessitamos de reparo ou troca destas duas descargas.

33 TRÊS PONTAS UBERABA VARGINHA Manutenção no banheiro feminino e masculino, cujas descargas estão desreguladas; de revisão na pia da cozinha que apresenta lentidão para o escoamento de água e sinais de entupimento; de revisão na tubulação do bebedouro público. Substituição de reparo em registro(atendimento); substituição de cano com vazamento na área externa; substituição de torneiras comum para torneiras econômicas; reparo de um banheiro masculino com dois mictórios entupidos. Necessitamos de reparo ou troca de um registro. Fonte: Elaboração própria.

34 AUTORIA Irina Berbert Vidal Inácio Coelho Especialista em Políticas Pública e Gestão Governamental. Secretaria de Estado de Defesa Social do Estado de Minas Gerais. Endereço eletrônico: irina.coelho@defesasocial.mg.gov.br Pedro Vinícius Campos Especialista em Políticas Pública e Gestão Governamental. Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais. Endereço eletrônico: pedro.campos@fazenda.mg.gov.br