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Transcrição:

Operadora: Bom dia. Sejam bem-vindos à teleconferência da Anima Educação referente aos resultados do 2T15. Estão presentes os senhores Daniel Castanho, Diretor Presidente da Companhia; e Gabriel Ralston Correa Ribeiro, Vice-Presidente Financeiro. Informamos que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Empresa. Em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas para investidores e analistas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso alguém necessite de alguma assistência durante a conferência, por favor, solicite a ajuda de um operador, digitando *0. O áudio está sendo apresentado simultaneamente na Internet, no endereço www.animaeducacao.com.br/ri. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Anima, projeções e metas operacionais e financeiras constituem-se em crenças e premissas da Diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições do setor e outros fatores operacionais podem afetar o desempenho futuro da Anima e podem conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações. Agora gostaríamos de passar a palavra ao Sr. Daniel Castanho, que iniciará a apresentação. Por favor, Sr. Daniel, pode prosseguir. Daniel Castanho: Obrigado. Bom dia a todos nesta divulgação dos nossos números do 1S15 e do 2T. Indiscutivelmente, estamos passando, não somente no setor de educação, mas no Brasil inteiro, por um momento de crise, de reestruturação, mas também enxergamos como um momento de oportunidade. Na Anima, nossa origem, além de efetivamente sempre investirmos em marcas locais, em qualidade, nos professores, no ambiente de trabalho, para que sempre sejamos uma Empresa muito boa para se trabalhar, nós surgimos reestruturando empresas. Compramos a UNA em 2013, depois a UniBH, Unimonte, e sempre foram reestruturação onde tivemos que desenvolver muito as pessoas para identificar oportunidades, para entregar processo e, principalmente, para sermos diligentes em relação aos investimentos, sempre de acordo com a estratégia. Nunca fomos levianos ou pudemos ser complacentes em nossa história. Sempre fomos muito diligentes, isso faz parte do DNA da Anima, e este é um momento onde exercemos com muito mais propriedade essas nossas competências. 1

Sabemos efetivamente quando temos que avançar, quando podemos ousar, mas, por outro lado, quando temos que recuar e, principalmente, quando temos que agachar para dar um salto. Normalmente, quando há uma crise em um país, como aconteceu em 2008 e 2009, o setor de educação acaba tendo um delay em relação aos impactos da crise. Isso sempre acontece, historicamente, em todos os países, todos os ambientes. O setor de educação nunca é afetado logo de cara quando existe uma crise, é um pouco depois. E há outra coisa: em países onde existe financiamento estudantil, quando as pessoas perdem o emprego, elas acabam voltando para a academia para que possam estudar, se desenvolver, adquirir outras competências para que então possam voltar ao mercado de trabalho. Quando não há financiamento, aí a crise é diretamente proporcional. Quando há, acaba se tornando uma crise inversamente proporcional em relação ao setor de educação. O que vemos este ano é que não sabemos se o financiamento que teremos é suficiente ou não para anular essa crise que enxergamos agora. Parte dessa redução, parte do que vemos este ano de crise no setor de educação é decorrente de redução de vagas do FIES e de não termos ainda outro financiamento privado, mas que deveremos ter. Vemos os movimentos dos bancos para que, assim que haja uma clareza maior em relação ao FIES, devamos ter não somente o financiamento governamental, mas também outros financiamentos privados, e o setor de educação deve entrar em uma estabilidade muito maior nos próximos meses, em 2016 etc. Um dos grandes motivos não é somente a redução de vagas, mas a falta de clareza e a maneira turbulenta com que aconteceram as mudanças no FIES. De toda maneira, vemos uma maturidade muito maior, um desejo das pessoas, dos estudantes, de fazerem universidade. O que está acontecendo neste momento é que, muitas vezes, quando analisamos e perguntamos para os alunos, eles não estão desistindo de fazer universidade. A universidade hoje, quem sabe, é o maior sonho do brasileiro, o maior sonho das pessoas que nunca tiveram a possibilidade de fazer universidade. O que está acontecendo é que muitas vezes eles querem ter uma clareza um pouco maior, se terá ou não FIES, como ficará a economia, e estão adiando um pouco o ingresso na universidade. É isso que temos visto, e temos trabalhado para conversar com os alunos, entender e, quem sabe, mostrar a esse aluno que vale a pena adiar seis meses, ou adiar um ano esse desejo dele de fazer universidade. Até porque acreditamos que, no Brasil, o grande problema do País, tirando as exceções, o core é a produtividade. E em produtividade, ou compramos tecnologia, ou desenvolvemos pessoas. E é assim que acreditamos. 2

Educação é a saída. Educação tem que deixar de ser prioridade para o País e se tornar efetivamente premissa. Tem que ser um dos grandes pilares do desenvolvimento do País. Neste ano, como o Gabriel, que está ao meu lado, reportará a todos vocês, para que depois possamos responder as perguntas, fechamos esse 1S crescendo não somente em receita, mas em EBITDA e lucro, do outro lado tendo a geração de caixa um pouco comprometida pela questão do FIES, pelo não pagamento do Governo até agora; entretanto, ainda segurando a evasão e tendo um trabalho muito focado, muito forte, não só nos projetos que são os portadores de futuro, os que levarão a Anima a ter uma qualidade muito maior, uma marca muito melhor, e fazer com que o diploma desse aluno seja muito reconhecido no mercado, que ele entre aqui de um jeito e saia muito melhor, muito mais preparado para desenvolver o seu projeto de vida. Eu gostaria, então, de passar para o Gabriel, que discorrerá um pouco sobre o reflexo desse trabalho que estamos fazendo, principalmente durante esse 1S, em números, e depois poderemos debater, discutir sobre como imaginamos que será o futuro, ou como enxergamos o cenário nos próximos meses e anos. Obrigado. Gabriel Ralston Correa Ribeiro: Bom dia a todos. Obrigado, Daniel. É um prazer estar aqui novamente, para reportar os resultados do 2T. Passaremos pela apresentação que foi disponibilizada em nosso site de RI. O Daniel cobriu boa parte do que está na primeira página, os destaques do semestre. Reconhecendo que nosso ciclo de negócio é semestral, focaremos bastante a discussão nos resultados do semestre, porque acho que dá para ter uma visão mais clara sobre as tendências, o que está acontecendo, expurgando eventuais efeitos pontuais de um trimestre versus o outro. Então, todos os números estão com uma base semestral, mas todo o detalhe está no release que foi disponibilizado ontem à noite, com a separação por trimestre. O Daniel falou bem sobre como foi esse 1S. Confirmamos os bons resultados do início do ano. Vimos crescendo nossos negócios de forma consistente, principalmente o negócio de graduação, e traduzindo todo esse esforço em ganhos de margem. Fechamos com R$117 milhões de EBITDA, com uma evolução tanto nos números reportados, 1,5 p.p. de ganho de EBITDA versus o ano passado; e mesmo se trouxermos a São Judas para a base do ano anterior, em uma análise proforma, um ganho até um pouco maior, de 2,2 p.p. O grande desafio do semestre, sem dúvida, foi a geração de caixa, o que vimos no 1T e se repetiu no 2T. Um consumo do nosso capital de giro quase que exclusivamente por conta do novo calendário do FIES que vem sendo executado pelo Governo. Isso consumiu quase R$100 milhões em caixa da Companhia nesse 1S. Quando olhamos os indicadores operacionais, e aí principalmente evasão e índices de atraso de mensalidade, acho que o 1S ainda não mostra nenhum tipo de piora nesses números; pelo contrário, nossa evasão, como mostraremos aqui, foi até um pouco melhor, a evasão durante o semestre. 3

4 Transcrição da Teleconferência Mas o grande desafio ainda está por vir, que é todo o processo de rematrícula para o 2S, onde grande parte da evasão se materializa. Então, ainda existe um trabalho para acontecer antes de podermos comemorar de forma plena esses resultados. E os índices de atraso estão bastante em linha com os números históricos, não temos visto nada que nos preocupe de forma mais relevante até o momento. Entrando especificamente nos números, primeiro falando sobre os resultados do ensino superior, segregando a HSM dos resultados, vemos uma evolução consistente na base total de alunos, 48% no 2T15 versus o 2T14. E aí, de novo, trazendo a base de alunos da São Judas para o 2T, um crescimento de cerca de 3%, um pouco abaixo do que foi o reportado no 1T, mas não por conta da graduação, e sim, como veremos aqui, pelos números, principalmente, do Pronatec. Nas páginas seis e sete, vemos os mesmos números abertos por linha de negócio, com a graduação puxando o crescimento, com 60% na base reportado, pósgraduação com 12%. E vale destacar o Pronatec: vemos uma queda expressiva, de 35% no número de alunos do Pronatec, apesar de uma base relativamente menor, e aí basicamente porque tivemos ingressantes, uma grande leva de alunos que entrou em maio do ano passado; pouco mais de 5.000 alunos ingressantes, principalmente em cursos de 12 e 18 meses, que é a duração dos cursos do Pronatec. E esses alunos que entraram nos cursos de 12 meses estão concluindo seus cursos. Então, essa redução é natural, uma vez que não houve novos editais, não tivemos nenhuma nova vaga aprovada em editais para este ano, e nem temos muita expectativa de que isso aconteça, dado o cenário de restrição que o Governo está impondo. O que devemos enxergar na base de alunos do Pronatec de agora até o final do ano é que, à medida que os alunos vão se formando, ela deve ir se reduzindo, e praticamente encerraremos as turmas do Pronatec que hoje estão cursando conosco no início do ano que vem. E no EAD, uma base ainda pequena de alunos, refletindo o início das nossas operações em janeiro deste ano. Na base proforma, na página sete, são exatamente os mesmos números, mas, de novo, considerando a São Judas desde o início do ano passado, para que tenhamos uma base um pouco mais comparável. Na página oito, abrimos o detalhe da evasão durante o semestre. E aí, é importante falar, sempre medimos a evasão em três estágios: o primeiro estágio é a evasão de ingressantes, ou seja, os alunos que cancelam suas matrículas. De fato tivemos uma evasão de ingressantes nesse início de semestre um pouco maior que a média, acho que um pouco pela turbulência do FIES, e também pelas nossas políticas mais conservadoras de admissão de aluno, onde o aluno precisa efetivamente pagar a matrícula para se matricular. Acredito que entramos com uma base um pouco mais limpa no semestre, e isso se traduziu em uma evasão um pouco menor. Na parte de cima do slide, vemos uma queda nos números reportados, de 7,2% para 6,5%. E segregando a São Judas,

temos até uma melhora um pouco mais acentuada, chegando a 6,1%, olhando somente UNA, Unimonte e UniBH nessa base. Como eu disse, aqui temos uma vitória, uma primeira batalha vencida, mas ainda temos o desafio da rematrícula, que acontece agora, principalmente nesse mês de agosto. Traduzindo isso em números financeiros, de novo olhando para o acumulado do ano, temos um incremento de receita de 61%, chegamos a R$432 milhões no semestre, evoluímos em lucro bruto e resultado operacional. Temos uma diminuição de margem natural, tanto margem bruta quanto margem operacional, principalmente pela incorporação da São Judas, que trabalha com margens menores e causa diluição nas margens consolidadas. No slide dez, separamos esses efeitos, para que possamos visualizar, de novo, em uma base um pouco mais comparável. No proforma, trazemos a São Judas para o 1S14, e aí vem um crescimento de receita de 15% e uma evolução de margem de 0,6 p.p. Olhando apenas para o negócio base, sem São Judas, temos um crescimento um pouco maior, de 16%, e uma pequena diluição de margens, de 0,8 p.p. em margem bruta. E a São Judas, um destaque importante aqui, também cresce de forma consistente, 12% contra o ano passado, e tem uma evolução importante de margens, de 3,7 p.p. Isso é basicamente reflexo dos primeiros movimentos de integração, mas principalmente pelo crescimento que conseguimos com a São Judas, dentro da mesma base de capacidade instalada; ou seja, dentro dos campi que já existem, e muito em cursos que já existem. Temos um ganho de alavancagem operacional importante nesse 1S. Passando para os resultados da HSM, aí também vale a pena falar um pouco sobre o momento da HSM. Vínhamos em um esforço de reestruturação grande, de integração com a Anima ao longo do ano passado. Já concluímos boa parte desses esforços, e enxergávamos o ano de 2015 como um ano importante para iniciar o processo de crescimento, principalmente na linha de escola de negócios. E infelizmente, o negócio da HSM é um dos nossos negócios que sente de forma mais rápida os impactos da desaceleração econômica, uma vez que boa parte da sua receita está atrelada a negócios diretamente com empregos, pegando principalmente as verbas de marketing e de treinamento e capacitação das nossas empresas parceiras. Sentimos nesse 1S os efeitos disso, com essas verbas sendo contingenciadas nas empresas, e isso acaba se refletindo nas três linhas de negócio. Realizamos no 2T quatro eventos que foram muito bem-sucedidos do ponto de vista de público, de aceitação e de retorno, de feedback dos participantes. Mas já prevendo uma desaceleração, revisamos o calendário o tiramos dois dos programas que estavam programados para o 3T, o Primeiros 90 Dias e o Grandes Decisões Sobre 5

6 Transcrição da Teleconferência Pessoas. Eles saem do calendário, voltamos para um calendário de 11 eventos para o ano, um pouco abaixo dos 12 eventos que realizamos no ano passado. Na escola de negócio, apesar de vermos o número de contratos praticamente estável versus o que fizemos no mesmo período do ano passado, o que temos visto é uma redução do ticket médio desses contratos, com propostas um pouco menos complexas e com uma duração um pouco menor, também; de novo, reflexo das empresas sendo um pouco mais cautelosas neste momento para os investimentos em pessoas. E no negócio editorial, seguimos em um ritmo bom de lançamentos de livros, com números relativamente estáveis na revista e na plataforma de conteúdo digital. A tradução disso em números financeiros é uma queda de receita de 11%. E aí, olhando as linhas específicas de patrocínio, dos eventos, os programas in company, como falei, com redução do ticket médio, e de publicidade na revista. Esses três efeitos somados, principalmente, que provocam essa queda de 11% de receita. A HSM tem uma sazonalidade natural de 1S e 2S, historicamente ela sempre perde dinheiro no 1S. Perdemos R$1,2 milhão a mais do que havíamos registrado no mesmo período do ano passado, e isso é basicamente perda de receita, parcialmente compensada pelos esforços de reestruturação que já vínhamos implementando. Então, temos uma redução de custo, mas que não foi suficiente para compensar a queda de receita que vimos nesse período. Falando sobre os números consolidados, no slide 15 vemos a soma do ensino superior com HSM, um crescimento de 58%, de novo, na base reportada, com melhoria de 1,5 p.p. de margem EBITDA e um crescimento de 31% no resultado líquido ajustado. Como eu disse, fechamos com R$117 milhões de EBITDA, 26,5% de margem e pouco mais de R$98 milhões de resultado líquido ajustado. Esses números estão todos ajustados e o detalhe está na página 16 por dois itens não recorrentes. O primeiro é de despesas de reestruturação, basicamente os custos de demissão de algumas pessoas na São Judas, a maior parte desse valor está lá, na medida em que fazemos a integração do centro de serviços compartilhado e, efetivamente, desligamos algumas áreas que antes eram servidas diretamente pela São Judas e passam a ser servidas pelo nosso time em Belo Horizonte. Estou falando basicamente das áreas de back office. Então, tem um primeiro momento de desligamentos para, depois, ganhar um pouco mais de eficiência. E por último, como já havíamos amplamente antecipado e divulgado, passamos todos os efeitos do cancelamento do contrato com a Whitney pelo resultado deste trimestre. No total, foram R$53,8 milhões, dos quais, como também já havíamos divulgado, R$46 milhões foram o efeito efetivo em caixa neste trimestre, e o resto foram uma baixa de ativos e um adiantamento que havíamos feito no 4T14, além das despesas com assessores e consultores que estavam nos ajudando nesse processo. Não tem absolutamente mais nada pendente olhando para frente. Tudo passa pelo resultado neste trimestre, e, para haver um entendimento melhor, estamos segregando esses números dos resultados reportados. Falando de geração de caixa, como eu já havia antecipado, temos uma geração de caixa operacional, de novo, excluindo o efeito da Whitney, de R$111,7 milhões, isso

representa 95% do nosso EBITDA ajustado, portanto há uma aderência muito forte entre o EBITDA e a geração de caixa operacional. Mas praticamente toda essa geração de caixa fica represada no nosso capital de giro, e, como vocês verão no próximo slide, temos o detalhe mostrando que isso é basicamente pela conta do FIES. Investimento de CAPEX de quase R$35 milhões, um consumo de caixa de R$22 milhões no semestre, atividade de financiamento de R$13 milhões, a última parcela da aquisição da HSM, que foi paga no 1T15, e o reflexo do pagamento de dividendos e o distrato da Whitney de R$46 milhões. Com isso, encerramos o trimestre com cerca de R$35 milhões em caixa. No slide 19, vemos esse efeito que relatei agora, do consumo de caixa pelo FIES. O contas a receber de FIES cresce praticamente todo o efeito que vemos no capital de giro líquido, uma vez que o contas a receber não-fies e os outros ativos e passivos se anulam. Então, houve um incremento importante no prazo médio de recebimento, principalmente do FIES. Nos números do não-fies, continuamos vendo um patamar estável, excluindo aquelas reclassificações que fizemos de períodos anteriores, competências anteriores no 4T14 e no 1T15. Expurgando esses efeitos, continuamos com números estáveis, por volta de 51 dias no nosso contas a receber de não-fies. Isso se reflete em uma PDD relativamente estável no semestre. Vemos no 1S14 2,8%, mostrando os números no slide 20, contra o 1S15 de 3,1%, pegando todos os efeitos. Segregando o ensino superior não-fies, para olhar a base de alunos que não tem o benefício do FIES, no trimestre temos um benefício de quase 2 p.p., principalmente pela reversão de algumas provisões que havíamos feito conservadoramente na São Judas. Na medida em que fomos conhecendo mais a carteira, isso nos permitiu tirar um pouco dessas provisões. E olhando para o número do semestre, esses efeitos praticamente se anulam, porque essas provisões a mais haviam sido feitas no 1T. Então, quando olhamos para o semestre, percebemos um pequeno aumento, mas nada que gere uma preocupação adicional ainda, como já havíamos antecipado. No slide 21, todo o detalhamento do nosso investimento de CAPEX, os quase R$35 milhões foram gastos, e uma pequena diluição do ponto de vista de percentual da receita. Praticamente mantivemos o patamar de investimentos de manutenção em R$8,4 milhões, e continuamos com um programa de investimentos em expansão, basicamente divididos em investimento em tecnologia educacional e projetos de expansão. Como o Daniel falou, nesse primeiro momento tentamos ganhar eficiência no dia-a-dia para poder proteger esses investimentos, que acreditamos que serão as novas plataformas de crescimento, melhoria e diferenciação das nossas marcas. Então, investimos no EAD, investimos em CRM, na nossa plataforma de ERP, e principalmente nos projetos de inovação acadêmica, que já têm alguns pilotos rodando e começam a se materializar de forma mais clara para todos nossos alunos a partir do ano que vem. 7

8 Transcrição da Teleconferência Do lado da expansão física, principalmente os investimentos para expansão no interior de Minas Gerais, que seguem a pleno vapor, e os aumentos de capacidade que fizemos no início do ano nos campi da São Judas, que permitiram esse crescimento de ganhos de alavancagem operacional. Na página 22, chegando ao final da apresentação para abrir para perguntas, vemos uma queda em nosso retorno sobre o capital investido. Do que foi 2014, e olhando para os últimos 12 meses, ou seja, o 2S14 com o 1S15, cai de 29% para 23%, quase que exclusivamente pelo efeito do aumento do capital investido por conta do FIES. Vemos esse efeito muito claramente no ROIC, ainda com uma taxa de retorno bastante favorável, principalmente se a olharmos sem os ativos intangíveis não amortizáveis, acima de 50%. Falando de disponibilidades líquidas, fechamos junho com R$35 milhões em caixa, como eu havia dito, e uma dívida líquida de R$114 milhões. Se olharmos para o EBITDA dos últimos 12 meses, ainda temos uma alavancagem relativamente baixa com os números que fecharam em junho. Para finalizar, e abrir para suas perguntas, as grandes mensagens são que de fato fechamos um bom semestre. Estamos bastante contentes com os resultados atingidos até agora, tanto de crescimento quanto ganhos de eficiência, mas estamos de fato vendo um cenário bastante complexo pela frente se configurando, como o Daniel falou, não só pelo capital de giro do FIES, mas também pelos efeitos da crise, potencializados pelos problemas que vivenciamos com o FIES. Como o Daniel reforçou, e eu reitero aqui, nos sentimos preparados para isso. Nós vínhamos antecipando esses problemas, preparando e revisando planos para passar por toda essa turbulência da melhor forma possível. Daniel Castanho: Só para complementar, no primeiro momento, todas as discussões em relação ao FIES, de uma maneira muito equivocada, sempre colocaram as instituições de ensino sendo apontadas como os grandes beneficiados em relação ao FIES. Hoje, acho que há um amadurecimento da sociedade como um todo, e também do Governo, do Ministério da Fazenda principalmente, não só do Ministério da Educação, de que o grande beneficiado, efetivamente, é o aluno. Ontem até saiu uma reportagem no Jornal Nacional representando muito isso. O grande beneficiado são os alunos e, efetivamente, a sociedade como um todo, o País como um todo. O que é um grande desafio, assim como nós somos muito mais criteriosos em relação aos investimentos que estamos fazendo, e acredito que todas as empresas do Brasil estão na mesma página, e os alunos também. Os alunos cada vez mais estão buscando instituições que tenham marcas reconhecidas pelo mercado, marcas muito bem posicionadas, e que efetivamente agreguem valor a cada dia. A cada aula que ele assista, ele tem que sair muito melhor do que entrou. As instituições de ensino, indiscutivelmente, mais preparadas para qualificar esse aluno e que tenham as marcas mais reconhecidas é que serão, de maneira muito mais

criteriosa, as escolhidas pelos alunos. É assim que temos trabalhado, é nisso que temos acreditado, e é para isso que nós a cada dia trabalhamos com todo o nosso time. Gostaria agora de abrir para as perguntas. Obrigado. Luciano Campos, HSBC: Bom dia. Minha primeira pergunta é em relação ao comentário que vocês fizeram sobre evasão, que o desafio ainda se encontra pela frente, mas, ao mesmo tempo, vocês estão relativamente satisfeitos com aquilo que conseguiram atingir nesses dois primeiros trimestres do ano. Eu gostaria que vocês pudessem explicar um pouco melhor que tipo de ações vocês tomaram que os ajudaram a manter a evasão relativamente controlada no semestre, e se vocês já têm uma visão clara de um grupo de alunos que poderia ter ainda um risco maior de evasão porque, na verdade, esperavam ter acesso ao FIES e acabaram sendo frustrados com isso. Essa é minha primeira pergunta. Obrigado. Gabriel Ralston Correa Ribeiro: Bom dia, Luciano. Obrigado pela pergunta. Os resultados são frutos de políticas que sempre tivemos dentro da Anima, e no primeiro momento em que fomos tentados a revê-las, acabamos sustentando uma política que acreditamos ser sustentável, o que começa no processo de matrícula. Todos vão lembrar de toda turbulência que vivemos em janeiro, fevereiro e março, com bastante incerteza com relação ao FIES e os alunos com pouca informação sobre todo o processo, com o sistema do FIES fechado durante boa parte do que seria o natural processo de matrícula de anos anteriores. Talvez, nossa decisão mais importante naquele momento tenha sido a de não criar regras flexíveis de matricula para os alunos que se manifestavam dizendo eu quero estudar, mas eu dependo do FIES ou eu não tenho certeza etc. Fomos bastante consistentes com o que sempre fazemos, que é tratar o FIES como uma forma de pagamento, e não como uma forma de matrícula. Os alunos que se matricularam conosco no início do semestre de fato se matricularam, pagando as primeiras mensalidades e sabendo que se eles não conseguissem o FIES, eles haviam assumido um compromisso perante a instituição para o semestre como um todo. Como eu disse durante o call, medimos evasão em três grandes momentos: temos a evasão de ingressante; a evasão durante o semestre; e depois a evasão de virada de semestre. A diferença básica entre as três é que a evasão de ingressantes é totalmente invisível para vocês, ela é transparente, porque quando divulgamos os números de ingressantes, divulgamos o número líquido dos alunos que cancelaram suas matrículas antes do início das aulas. Eles vieram, se matricularam, ficaram com medo 9

da situação, pediram cancelamento, e os números que divulgamos de base de alunos que iniciou o semestre e de ingressantes são líquidos desses alunos que desistiram. Então, esse número foi maior que a média histórica. Quando avaliamos esse número versus os anos anteriores, tivemos um número maior de cancelamentos no início do ano do que tínhamos, mas os alunos que ingressaram, ingressaram com mais firmeza, se eu puder usar essa palavra, e estão mais engajados no processo. Todo o trabalho que é feito de retenção foi intensificado; desde os algoritmos que usamos como preditivos de evasão, os times de retenção, de proximidade com os alunos, relacionamento com os coordenadores. De novo, são todas políticas que já estão muito estabelecidas na Anima, que só fizemos reforçar e repriorizar durante o semestre, e que, de certa forma, contribuem para esse resultado. Por último, já antecipando o que seria a evasão de virada e a diferença é que durante é o aluno que efetivamente vem e cancela, ou que abandona o curso durante o semestre; e o de virada é o que conclui o semestre, mas não retorna para o próximo, e essa é a única em que ainda não temos total visibilidade, porque o processo está em andamento, o que já vimos fazendo para antecipar todo esse movimento é que antecipamos o calendário de uma série de ações que, de novo, fazemos de forma consistente todos os semestres. Para dar um exemplo, sempre temos um acompanhamento alunos que estão com pendencias acadêmicas e financeiras, e tratamos os dois grupos de forma bastante diferente, reforçando as tutorias, aconselhamento e toda a parte acadêmica para quem tem pendencias acadêmicas. E na parte financeira, de fato conseguimos antecipar algumas das campanhas de quitação de dívida para facilitar a vida do aluno, para trazer o problema que ele sempre deixava para a última hora, para tentar antecipar toda essa discussão e, de novo, chegarmos ao processo em agosto um pouco mais tranquilos. Quanto à segunda parte da pergunta, se existe um grupo de alunos que estão na expectativa de FIES, não sei se era isso que você ia complementar, Luciano... Luciano Campos: Isso. Era se vocês conseguem mensurar de alguma forma um grupo de alunos que vocês acham que sejam de mais risco para essa evasão de virada, então. Gabriel Ralston Correa Ribeiro: Não. Quando analisamos a base hoje, e os índices de atraso de mensalidade são indicadores importantes disso, essas duas pendencias que monitoramos, acadêmicas e financeiras, como eu disse, estão hoje dentro do padrão dos números históricos. Então, não tem nada que acenda a luz amarela, mas de fato só saberemos e divulgaremos quando ela de fato acontecer. 10

Luciano Campos: Mais duas perguntas, Gabriel, são rápidas: a primeira é na parte de M&A, se o cenário atual freia o seu ímpeto em M&A, ou se vocês ainda continuam avaliando as várias oportunidades que sempre tiveram mapeadas, dentro do projeto maior da Anima; e se já tem alguma indicação de um ajuste de preços da aquisição, se os potenciais vendedores estão mais sensíveis a esse momento ou não, se continua uma discussão difícil. E a segunda, bem rapidamente, é sobre fluxo de pagamento do FIES. Só para ficar claro, o novo calendário de FIES já aumentaria o prazo de recebimento normal. Eu gostaria de confirmar com vocês se, além de ter estipulado um novo calendário, está havendo um atraso em relação a este calendário que foi estipulado. Obrigado. Daniel Castanho: Em relação ao M&A, em dezembro, quando fechamos com a Whitney, naquele momento estávamos conversando com outras instituições de ensino e, claro, quando fechamos a Whitney, paramos as outras conversas, efetivamente. Hoje, no setor de educação, quando algumas instituições que antes não pensavam em fazer nada, não pensavam em vender etc., com essas mudanças do FIES, menos pelas mudanças em si e mais pela incerteza que está acontecendo nesse momento, alguns grupos com marcas muito interessantes têm refletido e pensado sobre a possibilidade de vender. Até a palavra vender não é muito utilizada, e sim, quem sabe, passar para alguém que possa continuar aquele legado, aquela história que eles vêm trazendo até hoje. Então, fazendo parte de um grupo, já falei isso outras vezes, eu acredito que não necessariamente vender, mas que com o processo de amadurecimento das instituições de ensino no Brasil, será muito difícil alguém estar completamente isolado, completamente sozinho. Você pode ter algum acordo operacional com alguém, não necessariamente vender, não acordo de sociedade, mas investimentos na área de inovação, na área acadêmica, e assim por diante. Eu este momento, como eu falei anteriormente, o momento de crise também é um momento de oportunidade, um momento em que as pessoas acabam saindo do salto e querendo conversar, discutir, querendo buscar alternativas melhores para que se tornem mais eficientes. Isso tem acontecido. Acho que há um amadurecimento muito forte do setor como um todo, está todo mundo bastante ligado ao que está acontecendo, e buscando alternativas. Do outro lado, ainda há uma lembrança dos possíveis valores de dezembro, quando falamos de alguma negociação. Então, temos conversado com alguns grupos, com algumas instituições. Existe a possibilidade de fazermos alguma coisa, entretanto, ainda não existe nada muito mais sólido, ou o que eu poderia falar de algo muito forte 11

12 Transcrição da Teleconferência no pipeline, porque ainda há uma diferença muito grande em relação à percepção de valores. Mas é nesses momentos que também surgem boas oportunidades para que façamos alguma coisa, e consigamos também expandir para outras regiões com uma educação de qualidade. Gabriel Ralston Correa Ribeiro: A médio e longo prazo, o M&A continua sendo uma das vertentes de crescimento da Anima. Como o Daniel falou, continuamos olhando, mas também olhando com muito mais critério. Nossa expectativa de retorno e a precificação de todo o risco que todos nós estamos enxergando, não só no nosso setor de educação, mas no Brasil, têm que estar refletidos em todas as negociações daqui para frente. E especificamente sobre o fluxo de FIES, Luciano, o que vimos no 1S foi que, sim, houve alguns atrasos do cronograma que havia sido divulgado, principalmente nos primeiros pagamentos, na competência de dezembro. Mas o que temos visto nos últimos meses é que o cronograma vem sendo seguido, às vezes com alguns dias de atraso, mas de certa forma respeitando os prazos. De novo, com alguns dias de atraso, mas nada como meses de atraso, como vimos no início do ano. Então, isso começa a dar um pouco mais de visibilidade, o planejamento de caixa continua sendo algo bastante relevante e importante, mas na principal variável de caixa deste ano, começamos a ter um pouco mais de segurança para afirmar o que acontecerá. Luciano Campos: Obrigado. Rubens Couto, Itaú BBA: Bom dia. Obrigado pelas perguntas, são duas rápidas. A primeira é meio chata, e me desculpem se vocês comentaram isso no call, eu acabei não ouvindo. Será que vocês poderiam dividir alguma coisa em termos de como foi o processo de captação nesse 2S? Se tem sido tão desafiador quanto vocês esperavam, e o que podemos esperar para esse 2S. E outra pergunta rápida também, em relação à tendência de margem bruta para o 2S, parece que esse efeito que ocorreu na Unimonte foi isolado, mas existe um risco para as outras faculdades, que com essa desaceleração do intake você tenha um risco de ter classe menos eficientes a partir do 3T? Como vocês estão enxergando isso? Um pouco mais de cor sobre isso seria ótimo. Obrigado. Gabriel Ralston Correa Ribeiro: Obrigado pelas perguntas, Rubens. Sobre o processo de captação, infelizmente não podemos dar um guidance específico sobre o que está acontecendo. O que podemos

13 Transcrição da Teleconferência dizer é que o processo ainda está acontecendo. Ele tem um calendário bastante atípico, porque ficou sem visibilidade de FIES, o processo de FIES só começou agora, com a disponibilização de vagas agora. Bastante gente estava esperando isso acontecer. Mas o que temos visto é o que o Daniel reportou lá no início do call. Um cenário mais difícil, e esperamos que não somente esse vestibular, mas também os próximos vestibulares tenham um pouco desse reflexo da desaceleração econômica, os alunos com medo de se comprometer com investimentos de mais longo prazo, e educação é um investimento de mais longo prazo, e tudo potencializado pelo FIES. Então, estamos nos preparando para um cenário difícil, e torcendo por um cenário melhor, com as coisas se recuperando ao longo do tempo. Isso é um pouco da filosofia. E já entrando na segunda pergunta, porque acho que está intimamente ligada a isso, nossa cabeça, o nosso modus operandi neste momento é esse: se preparar para o pior e esperar pelo melhor. E o que nós vimos em termos de margem bruta, e o que podemos vir a ver para os próximos trimestres, especificamente na Unimonte, de fato apostamos em algumas turmas a mais, com expectativa de uma captação melhor no final do processo; abrimos algumas turmas durante a manhã, para tentar promover o campus de manhã, e acabamos sofrendo uma ineficiência, que já estamos corrigindo para o 2S. Temos a vantagem da modularização, que nos permite fazer essas correções. O resto do efeito não está necessariamente ligado ao negócio da graduação. Nós perdemos um pouco de eficiência na pós-graduação e perderemos no Pronatec. Um dos grandes desafios que temos em termos de margem para o 2S é o Pronatec, porque a base de alunos começa a encolher, e de fato não teremos reposição desses alunos. Então, principalmente em valores absolutos, veremos um resultado um pouco menor de Pronatec para os próximos meses, com um encolhimento de base. Acho que o nosso projeto acadêmico, cuja modularização permite ganhos de eficiência em um cenário um pouco mais difícil, é uma grande vantagem neste momento, e agora temos que colocá-lo para funcionar nos próximos semestres, para manter a eficiência e proteger as nossas margens, que é claramente a prioridade da Companhia. Daniel Castanho: Rubens, apenas complementando, em relação à nossa visão neste momento na captação e para frente, nós comentamos, mas vale reforçar aqui, que existem dois grandes fatores que estão influenciando muito esse vestibular, especificamente de 2S. Um é uma redução da possibilidade de financiamento. Isso acontece porque há uma redução do FIES, e ainda não há nenhuma alternativa de financiamento privado, que deve acontecer assim que tivermos uma clareza um pouco maior do que estamos chamando de FIES 2.0, e com essa clareza falar essas são as regras, isso aqui é o produto oferecido de financiamento do Governo.

Aí sim, os bancos devem entrar, oferecendo outros tipos de produtos, não tão bons quanto o FIES, mas bons o suficiente para atender grande parte da população, grande parte dos que querem estudar. Quando há um financiamento que é imbatível e ilimitado, aí nenhum outro player entra fazendo financiamento privado. Quando há um financiamento que é muito bom, como o FIES, entretanto limitado, aí sim temos margem para que outras instituições financeiras possam oferecer, e isso é o que deve acontecer no próximo semestre. E outro fator é que agora há agora apenas o FIES e o PRAVALER, são as duas opções, é muito mais restrito; e do outro lado há essa insegurança em relação aos alunos, eles pensam o que eu vou fazer agora, em vez de esperar seis meses ou um ano para que eu possa fazer o meu curso?. O que não temos visto, muito pelo contrário, são os alunos desistindo de fazer faculdade, desistindo de fazer universidade. Muito pelo contrário. O FIES acabou trazendo uma cultura para pessoas que antes não tinham a intensão de fazer universidade, não pensavam em fazer universidade. Agora, os estudantes praticamente têm o FIES como direito adquirido. Ou seja, não me tire o direito de ir para a universidade. O País ficou muito mais justo. Antes, havia apenas uma camada de pessoas muito mais ricas que iam para universidades públicas, portanto, sem pagar, e com o financiamento abriu-se a possibilidade para que todas as outras pessoas também possam ingressar na universidade, e essa cultura é que faz com que, quem sabe, tenhamos um movimento para frente mais forte. Estamos bastante esperançosos, acreditamos que talvez nos próximos 12 meses, além de haver uma clareza em relação ao FIES, o amadurecimento em relação à população que quer estudar e ir para o ensino superior, também haja outros financiamentos privados. Esse é o cenário que estamos enxergando. Rubens Couto: Está bem claro. Obrigado. Só um follow-up ainda nesse tema: acho que vocês fizeram um panorama geral, mas em termos de reação da competição a esse novo cenário, vocês têm percebido nas praças em que vocês atuam um movimento mais agressivo em termos de preço? Acho que isso era uma expectativa do mercado, mas já está de fato acontecendo? Ou vocês acham que talvez esse movimento aconteça mais no início do ano que vem? É isso, obrigado. Gabriel Ralston Correa Ribeiro: Não temos visto esse movimento acontecendo nas praças onde atuamos. Em alguma delas, posso falar especificamente sobre Belo Horizonte, onde temos uma produção bastante relevante no mercado, nós optamos por não entrar nesse jogo de preço e desconto. Então, junto com aquela decisão lá atrás, de janeiro, de não facilitar e criar regras flexíveis para a matrícula, a outra decisão que também tomamos e vimos reforçando 14

interna e externamente foi a de não usar preços e descontos como forma de inflar artificialmente a base de ingressantes. Estamos bastante conscientes disso, e não temos visto isso de forma agressiva nas praças onde atuamos. Rubens Couto: Está ótimo. Obrigado. Bruno Giardino, Santander: Bom dia a todos. Com relação ao FIES, à alocação de contratos para o 2S, notamos que há uma diversidade de cursos, uma quantidade razoável de cursos com uma, duas, três vagas por curso dentro de um campus. Isso poderia ser um problema para vocês, no sentido de que há pouco FIES para determinado curso, e aí, se você eventualmente não formar essa turma, você acaba perdendo esse contrato de FIES? Vocês sabem se existe a possibilidade de realocar esse contrato para outro curso, que tenha a sala formada? Gabriel Ralston Correa Ribeiro: A princípio, quanto aos critérios de alocação de vagas do FIES, também recebemos essa semana a informação, juntos de todos vocês, então o processo está bem no início para entendermos exatamente como serão as regras. E infelizmente, não temos 100% de visibilidade sobre todos os passos que o MEC irá tomar, e já tomou, para fazer a alocação de vagas de agora para frente. O que imaginamos é que, independentemente de haver poucas vagas por turma, nenhuma das vagas que foram aprovadas está em turmas que estão em risco. Acho que já temos uma claridade bastante grande de quais são as turmas que irão abrir, fizemos um esforço enorme de otimização de oferta, vimos fazendo; fazemos isso todo semestre, e nesse semestre de forma ainda mais intensa. Então, acho que todas as vagas ofertadas são vagas que efetivamente serão preenchidas. Ou seja, não há nenhuma turma que não será ofertada em que dependamos desse passo adicional do MEC. Daniel Castanho: Bruno, só reforçando o que o Gabriel colocou, além disso, já estamos bem mais familiarizados com isso aqui na Anima, e temos a modularização. Essas vagas, no meio do ano elas são muitas vezes complementares às salas que já existem. Esse ponto que você colocou é o contrário; nós temos ali, e aí teremos um, dois ou três alunos a mais naquelas turmas. O comprometimento, as salas que abrirão ou não, a análise que fizemos, isso nós já temos. Isso, nós temos que fazer isso. Essa análise criteriosa de integração de turmas, ou modularização, baseada em competência e não em conteúdo, isso já aconteceu, já existe. 15

Aproveitando o seu comentário, é isso o que causa as incertezas em relação ao Ministério da Educação. É claro que está todo mundo empenhado em resolver isso etc., mas o que pedimos ao MEC é que haja mais clareza em relação aos critérios. Não sei se alguém conseguiu verificar quais são os critérios que foram adotados para essa divisão de vagas. É isso que estamos pedindo ao MEC, e é isso que deve acontecer. Mas, indiscutivelmente, falado pelo próprio Ministro, ele falou eu quero oferecer as melhores vagas, para os melhores alunos estudarem nas melhores instituições. Queremos entender como ele está fazendo isso, ou como o MEC pretende fazer isso. Bruno Giardino: Muito claro. Obrigado. E uma segunda pergunta rápida, a respeito da remuneração variável: essa redução se refere ao programa de 2014, que foi pago agora em abril, ou refere-se à provisão para o resultado de 2015? Gabriel Ralston Correa Ribeiro: É referente ao passado. Normalmente, o nosso programa de remuneração variável tem um calendário deslocado. Ele começa a valer a partir de abril e termina em março do ano seguinte, justamente para pegar os resultados de vestibular que se materializam em março. Então, sempre o fazemos deslocado do ano fiscal; ou seja, ele não segue exatamente o ano calendário. Fazemos a provisão e pagamos efetivamente no 2T. O que aconteceu foi que tínhamos um volume de provisões passadas que estava maior do que o valor efetivamente pago, porque ele é baseado em metas individuais, e normalmente nem todo mundo chega às metas. Então, ele está para trás, e não para frente. Bruno Giardino: Perfeito. Muito obrigado. Gabriela Cortez, Banco do Brasil: Bom dia. A minha pergunta é com relação aos custos com pessoal e aluguel, em que houve um aumento. Eu entendo que em pessoal foi por reajuste e também por uma maior contratação, mas queria entender melhor porque aumentaram tanto as despesas com aluguel, e se podemos esperar esse novo patamar para os próximos períodos. A outra pergunta é bem simples: vocês têm o percentual de ingressantes de FIES exclusivos da São Judas? Obrigada. 16

Gabriel Ralston Correa Ribeiro: Bom dia, Gabriela. Obrigado pelas duas perguntas. Você falou bem, está bem explicado no release o que aconteceu com as despesas de pessoal. Além de um pouco de aumento de quadro ao longo período, também os dissídios coletivos. E em aluguel; os nossos contratos de aluguel são todos contratos de longo prazo, e, como todos os contratos no Brasil, eles têm um indexador. Então, o que acontece normalmente é que a cada ano, no aniversário do contrato, nós temos um reajuste em linha com a inflação. Neste ano, e isso vem acontecendo ao longo dos últimos trimestres, também vimos ampliando nossa capacidade instalada. Aumentamos alguns campi em Belo Horizonte, e o aumento de área vem com um aumento do valor absoluto. E talvez o principal fator que explique esse aumento sejam os alugueis do interior de Minas Gerais, que começam a aparecer nos resultados. Normalmente, negociamos uma carência com os proprietários desses imóveis, reconhecendo que demora para o MEC vir fazer todas as visitas e autorizações, mas eles já começam a aparecer nos nossos resultados a partir deste ano. Então, além do aumento da capacidade que fizemos, e esse aumento de capacidade normalmente já vem com a receita atrelada a ele, nosso número absoluto sobe, e o do interior de Minas Gerais ainda não tem uma receita substancial. Em um dos nossos campi já lançamos a pós-graduação, que não depende do MEC, mas a graduação ainda depende. Então, temos um aumento absoluto do aluguel e ainda não temos a contrapartida de receita, porque estamos esperando as autorizações. Daniel Castanho: Em relação à São Judas, a base em FIES do intake da São Judas neste ano foi de 10,8%. Era essa é sua pergunta? Gabriela Cortez: Isso mesmo. Está ótimo. Obrigada. Fábio Levy, BTG Pactual: Bom dia. Minha primeira pergunta é sobre a dinâmica de ticket médio que vocês estão praticando. Quando olhamos o ano contra ano no ticket bruto, vemos um crescimento de 9% ex-são Judas, e com São Judas de 15% ano contra ano; mas quando tentamos calcular o ticket médio da receita líquida, vemos que o crescimento está em um patamar um pouco menor. Queria entender um pouco mais esse gap, sobre essa dinâmica de ticket ano contra ano. Eu lembro que vocês haviam comentado que parte da dinâmica de descontos da São Judas aos poucos poderia ser retirada, para tentar minimizar esse nível de desconto. Queria entender se vocês já estão conseguindo ter essa tentativa de redução na São Judas. Essa é minha primeira pergunta. 17

E a segunda pergunta é sobre sua estratégia de vocês no EAD. Eu imagino que ainda haja alguma dificuldade para as aprovações dos polos e crescimento orgânico ainda demorado, e que boa parte da estratégia para EAD deveria passar, obviamente, por M&A. Passando por M&A, nos processos de escolha das empresas que vocês querem adquirir, o fato de a empresa target ter um mix grande de EAD tem sido um dos principais critérios para vocês escolherem as empresas para adquirir? E que nível de alavancagem vocês poderiam suportar, dependendo do tamanho da empresa target? São essas minhas duas perguntas. Obrigado. Gabriel Ralston Correa Ribeiro: Bom dia, Fábio. Obrigado pela pergunta. Tentando dar um pouco mais de luz na primeira questão, sobre o ticket médio bruto e líquido, e essa é uma tendência que já vem há algum tempo, temos feito aumentos de preços basicamente em linha com nossa inflação de custo; no ano passado, foram cerca de 8% que fizemos em média nos nossos cursos. E o ticket médio bruto vinha crescendo um pouco acima disso, basicamente por mix. Tínhamos um crescimento mais forte em cursos como engenharia e saúde, e isso puxava o ticket para cima, basicamente por mix, porque os reajustes estavam bastante alinhados, independentemente da categoria. Desde a aquisição da São Judas, os números se confundem bastante. Por isso é importante olhá-los com bastante cautela. Porque, como você mesmo disse, e já havíamos antecipado para todos, a São Judas tem uma política de preços diferentes. Ela tem uma lista de preços bruta relativamente alta, e depois ela trabalha com descontos que são oferecidos para a maior parte dos alunos, e isso gera uma percepção de ticket médio bruto e líquido muito grande, muito distorcida. Mas, na verdade, isso faz parte da precificação da instituição. Vimos tentando achar caminhos de otimizar isso, como já fazemos nas nossas operações também, e essa continua sendo uma oportunidade a ser explorada, de buscar as pequenas ineficiências e são pequenas ineficiências; não há grandes ineficiências para ir otimizando e melhorando a precificação no curso a curso. Quando olhamos o que aconteceu recentemente, segregando a São Judas, você falou que caiu um pouco, distanciou um pouco a evolução do ticket bruto do líquido. É difícil olhar para esse número, porque ele tem vários efeitos, não só descontos estão aí dentro. Temos, por exemplo, todos os descontos de ProUni, e o mix de ProUni pode variar um pouco trimestre a trimestre, pela proporção de alunos de ProUni dentro da base. Outro fator importante: em Belo Horizonte, tivemos um aumento de ISS de 1 p.p., passou de 2% para 3%. Todas essas coisas acabam poluindo essa análise, e por isso gostamos de olhar para o bruto, porque o bruto é de fato o que o aluno que paga está pagando, principalmente em nossas operações, e conseguimos ver uma evolução um pouco mais limpa. 18

Daniel Castanho: Fábio, em relação ao EAD, não temos nenhum problema em dizer que estamos atrasados em relação ao EAD. Recentemente, o Arthur assumiu a vice-presidência de EAD na Anima. Ele tem uma experiência muito forte, por ter gerido grandes instituições de ensino, e nosso foco está efetivamente em poder dividi-lo agora no curto prazo, estruturar e lançar todos esses programas para que eles se tornem mais relevantes, não necessariamente através de M&A, e eu já explicarei o porquê. Redesenhamos toda a área de ensino a distância, e estamos agora bastante empenhados, integrando toda a nossa produção de conteúdo, seja a do 20%, seja a de 100% EAD. Esse é o processo que é hoje liderado pelo Arthur, há dois ou três meses, e estamos caminhando muito fortemente para que tenhamos uma maior relevância do EAD a partir do próximo semestre. Por outro lado, como olhamos o mercado de EAD hoje? É um mercado muito concentrado, não somente em instituições, porque são poucas as autorizadas pelo MEC, mas também em cursos, com um modelo que, independentemente do que aconteça, acreditamos que é um modelo que mudará bastante. Brincando aqui, acho que o título é muito verdadeiro: temos hoje ensino a distância, e não aprendizagem a distância. A grande pergunta que nos fazemos aqui na Anima não é se temos ou não EAD, mas como a tecnologia mudará a relação professor/aluno, como a tecnologia pode agregar mais valor efetivamente para o aluno. Seguindo essa pauta, desenhamos e estamos trabalhando em um processo de EAD, em um modelo de negócio e em um produto que acreditamos ser bastante diferenciado, e é o que devemos lançar simultaneamente. O foco é ampliar o EAD, para que ele fique mais relevante pela nossa base de alunos, e, do outro lado, investir muito em todos aqueles pontos que o Gabriel coloca, em relação à inovação acadêmica. Grande parte disso são investimentos em tecnologia, que não necessariamente afetarão apenas o EAD, mas também a sala de aula presencial. Então, quando analisamos o processo de M&A, hoje, qualquer processo de M&A seria comprarmos uma base maior, mas teríamos outro trabalho. Teríamos o trabalho de reconstruir, ou o trabalho de reestruturação para uma base nova. Isso é um pouco da análise que temos. Comprar uma instituição de EAD hoje, em um modelo que acreditamos que deve mudar, não faria muito sentido para nós neste momento. Por isso que uma instituição que tenha efetivamente EAD, o M&A puro-sangue EAD não faz sentido hoje para a Anima. Não enxergaríamos isso. Em relação à nossa alavancagem, o número que temos aqui é em torno de 2x, 2,5x o EBITDA. Esse é um número que temos, inclusive, aprovado em nosso Conselho, e 19

esse é o número que trabalharíamos como uma alavancagem máxima, que é muito próximo do que teríamos caso não tivéssemos feito a Whitney. É isso. Fábio Levy: Está ótimo. Ainda sobre EAD, só para identificar, estamos vendo um arcabouço regulatório na tentativa de fazer uma remodelagem do sistema do EAD pelo Governo. Então, Daniel, no momento em que vocês estão construindo internamente um modelo de EAD, eu imagino que haja algumas conversas com o Governo para ter uma adaptação mais próxima do que o Governo pensa na remodelagem desse arcabouço do EAD. Se você pudesse nos passar o que vocês esperam dessa remodelagem que o Governo quer fazer com relação a essa regulamentação do EAD. Obrigado. Daniel Castanho: Fábio, esta é uma opinião muito nossa, uma opinião da Anima, e não necessariamente um consenso do setor como um todo, mas o que acreditamos é que não existe melhor regulador do mercado do que o próprio mercado. Hoje, quanto ao futuro do EAD, eu não sei nem se teremos um puro-sangue EAD ou um puro-sangue presencial. Cada vez mais temos visto o ensino híbrido. Se o ensino é híbrido, se a educação é híbrida, a instituição é híbrida. Se o Governo autoriza que a instituição X está apta para oferecer um curso de administração presencial, não existe mais um curso presencial ou à distância. Se você está apto a oferecer um curso de administração, e seus CPCs, reconhecimento, ENAD, você tem nota 3, nota 4, se o Governo diz ser satisfatório ou muito bom, essa instituição automaticamente deveria estar credenciada para oferecer não só o presencial, mas também o a distância. O a distância é simplesmente um formato para que você entregue. É o formato do delivery. É muito mais pela comodidade do aluno. Considerando que, em um momento inicial, o próprio campus presencial seja o seu polo. O que defendemos é que todas as instituições de ensino que sejam credenciadas pelo MEC não autorizadas; porque você autorizou, fez o curso e depois foi credenciado, tanto faz se essa instituição oferecerá presencial ou a distância. E certamente será um ensino híbrido. Então, o que acreditamos, o que defendemos é que deve haver um credenciamento praticamente automático de todas as instituições de ensino, sendo que a faculdade pode oferecer os cursos que ela oferece no presencial também a distância, o centro universitário idem, e a universidade idem. Acreditamos que deve acontecer algum movimento nesse sentido. Estamos trabalhando não necessariamente com esse cenário, mas acreditamos fortemente que esse é o melhor caminho, o caminho mais lógico, o caminho mais sensato que o Governo deve seguir. As outras medidas, sempre elevando cada vez mais a qualidade de ensino. 20