Uma experiência sobre mediação pedagógica no curso de Pedagogia UMESP São Paulo



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Transcrição:

Uma experiência sobre mediação pedagógica no curso de Pedagogia UMESP São Paulo Na sociedade globalizada que estamos vivendo, as formas clássicas de ensinar, dada as transformações tecnológicas, já não mais se justificam. Nesta perspectiva, a qualificação para o trabalho sofre uma brutal modificação, na medida que a configuração dos postos de trabalho se alteram rapidamente a cada nova descoberta tecnológica. Esse processo de transformação afeta sobremaneira a sociedade em que vivemos e acarreta uma real pressão de mudança para o campo da educação. Como afirma Moran 2000 Percebe-se que a educação é o caminho fundamental para a transformar a sociedade. Isso abre um mercado gigantesco que está atraindo grandes grupos econômicos dispostos a ganhar dinheiro, a investir nesse novo nicho e que importam os processos de reorganização e gestão trazidos das empresas. (p.11) Esse quadro nos remete a um grande desafio educacional representado pela preocupação com um ensino de qualidade voltado para uma série de atividades didáticas que auxiliem o aluno. Partindo dos pressupostos básicos da teoria piagetiana, as concepções infantis combinam-se às informações advindas do meio para a construção do conhecimento que não é transmitido de forma mecânica pelo meio exterior e nem pelos adultos e nem mesmo concebido como descoberta da criança, mas sim, o resultado de um elemento ativo que procura ativamente compreender o mundo em volta, buscando resolver as interrogações provocadas. Hoje, temos muito claro que o papel do professor, ainda numa concepção piagetiana, é o de formação de homens criativos, inventivos e descobridores ou seja, ajudar o aluno na busca da autonomia, na construção de sua identidade, do seu próprio caminho, tanto na vida pessoal como na profissional. Mas, como transpor as atuais barreiras no ensino muitas vezes voltado para o mercado e que responde a crescente demanda onde predomina a transmissão do conhecimento através

de aulas maçantes e desinteressantes agravado ainda pelo número excessivo de alunos por sala e um professor mal preparado, mal pago e pouco motivado. Não podemos perder de vista que as dificuldades para a mudança na educação dependem também de uma visão ampla, aberta e sensível por parte dos administradores. As mudanças na educação dependem também de termos administradores, diretores e coordenadores mais abertos, que entendam todas as dimensões que estão envolvidas no processo pedagógico, além das empresariais ligadas ao lucro; que apóiem os professores inovadores, que equilibrem o gerenciamento empresarial, tecnológico e o humano, contribuindo para que haja um ambiente de maior inovação, intercâmbio e comunicação. (Moran 2000, p.17) Necessitamos ainda apontar o papel do aluno nessa perspectiva de mudança, pois precisam deixar a valorização da ação condutivista do professor e do diploma em detrimento da aprendizagem e passar a valorizar o ensino como um processo longo que integra todas as dimensões humanas. Outro aspecto a considerar diz respeito às possibilidades abertas pela enorme quantidade de recursos da informática na educação e como estão sendo utilizados pelos professores. Segundo Valente 1999 deparamos com usos banais dessa tecnologia, indicando falta de articulação entre o pedagógico e o técnico. Isso significa que, sem o conhecimento técnico, será impossível implantar soluções inovadoras e vice-versa, sem o pedagógico os recursos técnicos disponíveis tendem a ser subutilizados. (Pátio ano 3 n 9 mai/jul, p.21) Atualmente temos conhecimento de que a informação é processada de várias formas e que o ambiente cultural familiar contribui para a construção do conhecimento na sociedade de informação. Como afirma Valente Nos últimos anos, há um forte e interessante discurso em favor da utilização do computador no ensino como a solução para muitos dos problemas da educação. No entanto, a maioria desses problemas não pode encontrar respostas nas tecnologias digitais. De fato, u m dos principais obstáculos para utilização de aplicações informáticas que suponha uma melhoria dos processos de ensino é a carência de propostas que combinem

de maneira adequada as dimensões educativas e tecnológicas da inovação. (Pátio ano 3 n 9 mai/jul 1999) Essa reflexão nos remete a urgente necessidade de modificação na forma de ensinar. A aprendizagem resulta da interação com o mundo, com os outros, através de processos participativos onde se compartilha o ensinar e o aprender. Cada vez mais o professor deve assumir a função de auxiliar o aluno na interpretação e relacionamento de dados contextualizando-os. Não podemos mais privilegiar a aula expositiva que transmite ensinamentos e nem mesmo a avaliação como forma de verificação do grau de assimilação das informações. Apesar de ainda sentir uma forte desvalorização da tecnologia na educação, talvez decorrente da postura assumida pelos próprios alunos nos cursos de Licenciatura e Pedagogia que só valorizam os conteúdos específicos de cada curso, ou mesmo, o comportamento dos professores que permanecem nas aulas expositivas e quando solicitam trabalhos o fazem sem a orientação necessária, ou até mesmo, a desvalorização vivida na educação nas décadas de 1950 e 1960 que associavam as tecnologias às teorias comportamentais. Se faz necessário uma urgente discussão sobre a mediação pedagógica e o uso das tecnologias, j qa que o advento da informática e da telemática propiciam a alunos e professores um contato maior com pesquisas, produções científicas e sobretudo com as mais atualizadas informações. O presente trabalho procura focalizar uma tentativa de implantação da mediação pedagógica com o uso das novas tecnologias no cotidiano das aulas de Pedagogia na FACEL São Bernardo do Campo. Em consonância com os preceitos da UMESP de São Paulo que prevê no conjunto de faculdades e cursos que para ter como missão que os indivíduos e os grupos desenvolvam consciência crítica da realidade, exercitem o senso e a prática da justiça e da solidariedade, alcancem a auto-realização como fruto do esforço comum, tomem consciência de que todos têm direito a participar, de modo justo, dos frutos do trabalho e reconheçam que é útil aquilo que tem valor social. ( tese, p.61) Ainda nesta mesma Tese encontramos à p. 61 a preocupação da instituição no oferecimento de equipamentos tecnológicos para professores e alunos, esperando que

com todos esse recursos disponibilizados pela administração da Universidade para seus alunos, espera-se que os professores também os explorem em suas aulas, isto é, em suas práticas com seus alunos, preparando-os para sua utilização após a conclusão de sua formação na graduação. (p.62) A tentativa de implantação desta prática toma como referência o trabalho realizado pelo professor Jacques Vigneron do Núcleo de Educação a Distância com o uso das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação ( NTICs), resultante da participação em cursos. Em conseqüência da participação nos cursos, temos hoje, a plena consciência de que a responsabilidade de aprendizagem é compartilhada entre professor e aluno e que os recursos, ao contrário de se concentrarem em aulas expositivas, necessitam das experiências de vida dos atores envolvidos nessa aprendizagem, bem como, que permitam a escolha de caminhos, a serem percorridos no processo de aprendizagem, onde cada um faz suas escolhas e onde se cria um ambiente facilitador numa atmosfera autêntica e interessante, focalizando não mais o que e sim o como aprender. Nesta perspectiva de trabalho compartilhado, junto a este texto o relato de duas alunas, onde esclarecem com detalhes a experiência por nós realizada. RELATO A convite da professora Mara Pavani da Silva Gomes, faremos um relato de nossa experiência na disciplina EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS, do curso de Pedagogia 3º semestre noturno, UMESP Campus Vergueiro. Os primeiros encontros ocorreram em fevereiro do ano letivo de 2005 (dias: 11/02; 18/02; e 25/02) de início tivemos a apresentação e discussão do cronograma dessa disciplina. Em seguida, a professora intermediou discussões referentes: a) ao ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas e b) a mediação pedagógica e o uso das tecnologias. Posteriormente, para aprofundar as reflexões coletivas acerca do tema tratado, foi proposta uma atividade individual direcionada. Seguindo a orientação da professora, no dia 18/02/05 fomos ao Laboratório de Informática e cada aluno teve acesso a um computador. Os computadores estavam todos em rede, o que permitiu que a professora fizesse uma demonstração dos passos a serem seguidos para a realização da atividade.

Através do portal da Universidade Metodista, acessamos o SIGA -Sistema Integrado de Gestão de Aprendizagem e lemos o roteiro prévio: 1-Entrar no site: www.novaescola.com.br 2- Acessar: Grandes temas da educação e em seguida a palavra Tecnologias. 3- Escolher uma das sugestões de uso das tecnologias na sala de aula. 4- A partir do texto "Mediação Pedagógica e o Uso da Tecnologia" de Marcos T. Masetto, analisar como está se realizando a mediação pedagógica voltada para colaborar com o processo de aprendizagem dos alunos na aula do site www.novaescola.com.br 5- Fundamentar a resposta tomando como base a discussão e a reflexão dos textos estudados. 6- Enviar a atividade utilizando o SIGA - Sistema Integrado de Gestão de Aprendizagem. Assim, iniciamos a elaboração de nossa atividade individual, tendo o respaldo (auxílio) de nossa professora. A desvalorização da tecnologia em educação tem relação com as experiências vividas nas décadas de 1950 e 1960, quando se procurou impor o uso de técnicas nas escolas, baseadas em teorias comportamentais (que defendiam a auto-aprendizagem e o ritmo próprio de cada aluno nesse processo) impunham excessivo rigor e tecnicismo para se construir um plano de ensino, definir objetivos de acordo com determinadas taxionomias, implantar a instrução programada, a estandardização de métodos de trabalho para o professor e de comportamentos esperados dos alunos. As novas tecnologias provocaram inúmeras críticas dos educadores da época e uma atitude geral de rejeição ao uso dessas tecnologias na educação. Mas, não podemos nos furtar a utilização de todos os recursos possíveis para a efetivação da aprendizagem e que subjacentes a eficiência no processo de aprendizagem temos que considerar a busca dos melhores recursos, como afirma Masetto 2000 a busca dos melhores recursos para que a aprendizagem realmente aconteça, o acompanhamento contínuo do aprendiz motivando-o em direção aos objetivos educacionais, a possibilidade da interação a distância, a avaliação do processo e dos resultados da aprendizagem esperada, a reconsideração do relacionamento professor-aluno e alunoaluno.(p.136) Dois fatores novos fazem emergir a discussão sobre a mediação pedagógica e o uso da tecnologia. O surgimento da informática e da telemática que proporcionam aos usuários

uma real oportunidade de contato com as recentes informações e a oportunidade de desenvolver a auto-aprendizagem e a interaprendizagem a distância, a partir dos computadores, acarretando no surgimento de novas formas de construção e produção de conhecimentos. A tecnologia é um meio muito rico de auxílio no processo de ensino-aprendizagem. A tecnologia, quando adequada, pode proporcionar o desenvolvimento educacional e o crescimento intelectual de nossos estudantes. Pois o aluno assume papel de aprendiz ativo e participante, de sujeito de ações que o levam a aprender e a mudar seu comportamento. São ações que ele pode realizar sozinho, auto-aprendizagem, ou com o professor e seus colegas, interaprendizagem. O uso das tecnologias possibilita que os alunos tenham suas atividades orientadas não só no período de aula, mas também nos períodos entre aulas, levando-os a desenvolver um pensamento crítico capaz de situa-los frente a todo tipo de vivência desenvolvida por meio do computador, da curiosidade por buscar coisas novas, da criatividade e reflexão para se expressar, da ética para discutir os valores de nossa época e os que surgirem na nossa sociedade e na nossa profissão. Cabe ao professor, desempenhar o papel de orientador das atividades do aluno, de consultor, de facilitador da aprendizagem; preocupado em colaborar com a aprendizagem do aluno, através de objetivos comuns. Confiar na capacidade aluno, acreditando ser possível que ele assuma de forma compartilhada a responsabilidade pelo seu aprendizado e que apesar de sua pouca idade, é capaz de atitudes como respeito, responsabilidade, profissionalismo e ser um indivíduo conseqüente com seus atos, além de ter capacidade para trabalhar com tecnologias e que muitas vezes as dominam muito mais que os próprios professores possibilitando um ambiente de aprendizagem mútua muito mais interessante e motivadora. Precisamos ressaltar ainda a necessidade de escolher as técnicas que estejam de acordo com o que se pretende que os alunos aprendam. Como a aprendizagem abrange o desenvolvimento intelectual, afetivo, competências e atitudes entendemos que a tecnologia para ser usada deverá ser variada e adequada a esses objetivos, bem como estar coerentes com os novos papéis tanto do aluno, como do professor. Há necessidade ainda da

motivação por parte dos alunos e dos professores, bem como preparo para responder aos mais diferentes ritmos e formas de aprendizagem, ou seja, a flexibilidade do planejamento. Por novas tecnologias em educação podemos citar: o uso da informática, do computador, da Internet, do CD-ROM, e de outros recursos digitais de que atualmente dispomos e que podem colaborar para tornar o processo de educação mais eficiente e mais eficaz. Os uso de novas tecnologias não pode ser visto como algo isolado. Estas podem ser utilizadas em todas as disciplinas. Exemplo disso ocorreu neste semestre, na disciplina de Metodologia e Prática do Ensino SIEF e EI: Ciências, ministrada pela professora Mara, na UMESP, no curso de Pedagogia, noturno. Nossa professora propôs a seguinte atividade no SIGA. Como o tema a ser desenvolvido em nossas próximas aulas é: o que ensinar em ciências?, foi sugerido um estudo e uma reflexão prévia a partir de um roteiro colocado no SIGA que reproduzimos a seguir no intuito de elucidar a forma como têm sido realizada as aulas. Segundo Coll para que a criança atinja os objetivos finais de cada unidade didática, temos antes de identificar os fatos, conceitos e princípios que serão propostos; os procedimentos a considerar e os valores normas e atitudes indispensáveis. A fim de melhor entender esse pensamento de Coll, aplicado ao ensino de Ciências, você deverá realizar as atividades individualmente. Tomando por base o texto O que ensinar em Ciências? e sua apresentação em Power Point (disponível no SIGA); e o texto: Piaget e a nossa inteligência (também disponível no SIGA), além das sugestões de sites: http://www.educarede.org.br/educa/ensinar_e_aprender/turbine.cfm?pagina=turbine_bu sca&cd_disciplina=0&cd_ciclo=0&cd_tipo=5&cd_fonte=&id_tema=0 http://novaescola.abril.com.br/noticias/mar_05_24/index.htm; http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0179/aberto/aprende.shtml; http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/154_ago02/html/repcapa; http://www.centrorefeducacional.pro.br/piaget.html Responda as três questões: 1) As atitudes e o clima afetivo estabelecido pelo professor influenciam as ações dos alunos? Dar exemplos.; 2) Por que o ensino de conteúdos procedimentais requer a reflexão por parte do aluno?; 3) Tomar conceitos por fatos é um

hábito que está presente em seu cotidiano? Em que aspectos esse hábito auxilia ou dificulta sua interação com o mundo?. Nos encontros seguintes (04/03; 11/03; 18/03), observamos que alguns colegas de sala, mesmo tendo muito interesse pela disciplina, apresentavam dificuldades na utilização do computador; por isso, os alunos que não conseguiram terminar a atividade proposta, tiveram a oportunidade de dar continuidade à mesma, e puderam contar com o auxílio e compreensão da professora Mara. Nesse mês (março/2005), através de aulas dialógicas (entre a professora e o grupo de alunos), também analisamos e discutimos o texto A distância do quê?. Este texto aborda o tema Educação a Distância numa tentativa de redimensionar ou se fazer pensar um retorno de conceito mais amplo, a reflexão dos aspectos contidos no termo educação à distância. Assim, conforme Paulo freire... ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a construção. Por isso, a escola não é o único lugar onde se ensina e se aprende (podemos aprender e ensinar através da Internet, por exemplo). No mês de abril (01/04; e 08/04) analisamos e discutimos, através de aulas dialógicas (entre a professora e o grupo de alunos), os textos: Em direção a uma docente mediada pelas tecnologias digitais ; e Da fascinação ao desconcerto: a integração da informática na escola. O primeiro texto é referente à discussão de como um professor pode ser levado a praticar o ensino de qualidade em meio às mudanças velozes e estruturais nas esferas dos conhecimentos, saberes e práticas que ocorrem na atualidade, para que o mesmo seja devidamente valorizado por suas habilidades de administrar o desenvolvimento do processo da educação, e não mais servir como fonte única de informação. Além disso, esse texto também cita o exemplo de professores que usam e-mails para conversar, discutir e receber mensagem dos trabalhos dos alunos estabelecendo-se assim novas maneiras de acesso e comunicação entre professores e alunos independentemente do local e do horário em que estejam com suas turmas. O segundo texto mostra que toda proposta educativa pode ser mediada pelo uso (e fascínio) das tecnologias da informação e da comunicação, tornando-se relevante à consideração dos aspectos pedagógicos (evitando-se o desconcerto).

Depois disso, seguindo as orientações de nossa professora; estudo e reflexão dos textos mencionados, iniciamos a elaboração (em trio) de um questionário para ser aplicado em três docentes que lecionam nas SIEF - Séries Iniciais do Ensino Fundamental - em escolas diferentes. Por tudo isso, é perceptível que essas aulas têm nos motivado em demasia, pois a professora tem muito cuidado no planejamento e seleção dos conteúdos das aulas nas várias linguagens das novas tecnologias oportunizando-nos novas fontes de conhecimentos como, por exemplo indicações de sites e textos, os quais compartilhamos com colegas de trabalho (professoras de Educação Infantil e do ensino Fundamental). Analisar materiais nas várias linguagens das novas tecnologias para aplicação em sala de aula. Estamos conseguindo realizar a interdisciplinaridade das tecnologias de comunicação e informação no ambiente educativo, constatando a relevância do uso de novas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem. Esse tema e a maneira que vem sendo trabalhado têm nos instigado a ponto de pensarmos na possibilidade de desenvolver estudos (pesquisa) mais específicos futuramente.