LEVANTAMENTO PARCIAL DAS ADEQUAÇÕES DA REDE HOTELEIRA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ NA HOSPEDAGEM DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA.



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Transcrição:

LEVANTAMENTO PARCIAL DAS ADEQUAÇÕES DA REDE HOTELEIRA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ NA HOSPEDAGEM DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA. Luana Jung de Araujo 1 ; Priscila Karvat Geremias 1 ; Isadora Balsini Lucio 2 ; Larissa Regis Fernandes 2 1. Alunas do Curso Técnico em Hospedagem do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense Campus Camboriú. 2. Professores orientadores, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense Campus Camboriú. 1 INTRODUÇÃO As pessoas que apresentam algum tipo de deficiência auditiva podem ser também consideradas surdas, pois esta deficiência é vista como uma incapacidade parcial ou total da audição do portador desta deficiência. Antigamente, as pessoas que apresentavam algum tipo de necessidade especial, no caso, auditiva eram discriminadas perante a sociedade, pois as pessoas achavam que os cidadãos que apresentavam algum tipo de deficiência não possuíam a capacidade que as pessoas ditas como normais tinham. De acordo com Gordon (1974) apud Buscaglia (2006): quem cria os incapazes é a sociedade. Enquanto a maior parte das deficiências é produto do nascimento e de acidentes, o impacto debilitante da vida das pessoas frequentemente não é resultado tanto da deficiência quanto da forma como os outros definem ou tratam o indivíduo (...). As pessoas que apresentam algum tipo de necessidade especial podem ter nascido com essa anomalia ou até mesmo podem ter adquirido ao longo de sua vida. Hodiernamente, já se sabe que essas pessoas também têm capacidade tanto para estudar quanto para praticar determinados esportes, e também apresentam condições de ter uma vida normal, como qualquer outra pessoa, mas claro, que com algumas delimitações, variando conforme a deficiência que a pessoa apresenta, mas mesmo assim elas ainda sofrem muito preconceito perante a sociedade. A deficiência auditiva foi identificada no Brasil pelo Decreto de número 5.296 de 2004, conforme os seguintes parâmetros: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (DB) ou mais; aferida por audiograma nas frequências de 500 HZ; 1.000 HZ; 2.000 HZ e 3.000 HZ, (BRASIL, 2004). Conforme alguns dados analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2000, no Brasil foram diagnosticado que 14,5% da população apresentava algum tipo de necessidade especial, sendo assim mais de 5,7 milhões de pessoas eram portadoras de deficiência auditiva. Já no senso de 2010 foram identificados que mais de 6,7% da população brasileira é possuidora de algum tipo de necessidade especial, sendo que mais de 1,1% da população apresenta deficiência auditiva severa, (IBGE, 2010). O turismo para pessoas com necessidades especiais, no caso auditiva, pode ser considerado um meio de inserir essas pessoas na sociedade. Entretanto são poucos os destinos turísticos e os meios de hospedagem, que no caso seria os hotéis, que estão aptos para receber este tipo de turista. Conforme um hóspede que apresenta algum tipo de necessidade especial chega à um determinado hotel, e logo na sua recepção ele não é bem recepcionado, pelo fato de não haver profissionais atuando como intérpretes da Língua Brasileira dos Sinais (LIBRAS), este hóspede fará um marketing negativo para o destino turístico e também para o hotel.

Conforme Barreto (2006): a atividade turística é um importante meio de inclusão. E para tornar possível esta inclusão foram criadas leis que garantem direito à acessibilidade, estas são impostas todo e qualquer estabelecimento, seja ele voltado para o turismo ou não, seguir a essas normas estabelecidas pela lei nº 10.098 de 19/12/2000. Com a realização deste projeto de pesquisa, dando-se ênfase ao turismo para pessoas que possuem algum tipo de necessidade especial, que no caso é auditiva, procura-se por meio deste identificar se os hotéis do município de Balneário Camboriú apresentam uma estrutura compatível para receber este tipo de turista. O projeto de pesquisa é beneficiado com a Bolsa Interna de Iniciação Científica, concebida pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense Campus Camboriú. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral: Identificar o preparo dos meios de hospedagem de Balneário Camboriú para receber pessoas que apresentam algum tipo de deficiência auditiva. 2.2 Objetivos Específicos: a) Identificar a legislação para pessoas com necessidades especiais auditivas, bem como sua aplicação em meios de hospedagem; b) investigar o percentual de pessoas com necessidades especiais auditivas que procuram por hospedagem no município de Balneário Camboriú; c) identificar o percentual de hotéis que possuem pessoas que dominam a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS); d) diagnosticar adaptações físicas nas unidades habitacionais e áreas comuns do hotel para deficiente auditivos, bem como o cumprimento na legislação neste aspecto; e) verificar se há interesse dos donos de hotéis em ter um profissional proficiente em LIBRAS atuando na área; f) diagnosticar se há empresas que oferecem curso para intérpretes de LIBRAS e se o mesmo se torna viável para os donos e funcionários dos hotéis. 3 MATERIAL E METÓDOS Este projeto de pesquisa foi desenvolvido por meio da pesquisa exploratória, pois os estudos em cima do tema foram realizados através de uma pesquisa mais aprofundada, pelo fato do tema ainda ser pouco explorado pelos pesquisadores. Gil (1999) define a pesquisa exploratória: "é desenvolvida no sentido de proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato. Portanto, esse tipo de pesquisa é realizado, sobretudo, quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil formular hipóteses precisas e operacionalizáveis". Como há muitos hotéis em Balneário Camboriú, optamos escolher os hotéis que são conveniados com a ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), aplicando em cada um deles um questionário e, além disto, fizemos algumas anotações a respeito da estrutura física do hotel, verificando se o mesmo está de acordo com as leis e se há ou não avisos e adaptações para deficientes auditivos. Tivemos como população amostra os meios de hospedagem, especificamente os hotéis do município de Balneário Camboriú que são conveniados com a ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), onde entrevistamos os gerentes e recepcionistas destes hotéis. Foram identificados por meio de entrevistas e questionários abertos e fechados alguns problemas que o projeto abrange, tais como: o percentual da demanda de pessoas com

deficiência auditiva; a aplicação e cumprimento da legislação referente ao tema e a disponibilidade de cursos profissionalizantes na área de LIBRAS. Após a análise destes dados, pode-se verificar se realmente há uma necessidade de implantar o profissional capacitado em LIBRAS para atender a demanda de pessoas com deficiência auditiva. Segundo Bruyne, Herman e Schoutheete (1977) "O estudo de caso justifica sua importância por reunir informações numerosas e detalhadas com vista em apreender a totalidade de uma situação. A riqueza das informações detalhadas auxilia num maior conhecimento e numa possível resolução de problemas relacionados ao assunto estudado". Também foram feitas algumas coletas de dados por meio de pesquisas bibliográficas, sendo que foi bastante difícil conseguir materiais para o desenvolvimento desse projeto, pelo fato do tema ainda ser pouco explorado e de não ter nenhum projeto como este que envolvem o município de Balneário Camboriú. O município de Balneário Camboriú possui cerca de 118 meios de hospedagem, dentre eles estão as diversas categorias de hotéis, pousadas, motéis, etc. que são cadastrados na Secretaria do Turismo do município. Balneário Camboriú apresenta 18 hotéis associados à Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), sendo que 11 desses hotéis foram entrevistados e responderam aos questionários. Os hotéis entrevistados foram: Barra Sul Hotel; Hotel Bella Camboriú; Hotel Bhally; Hotel Candeias II; Hotel Genova; Infinity Blue Resort Spa; Marambaia Cassino Hotel; Hotel Pires; Hotel Rieger; Hotel Sanfelice; Hotel San Remo. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Não existe nenhuma lei ainda em vigor no Brasil que obrigue os hotéis e os meios de hospedagem no geral para que tenham um profissional qualificado atuando como intérprete da Língua Brasileira dos Sinais. Foi identificado que 90,9% dos hotéis entrevistados não possuem nenhum profissional qualificado em Língua Brasileira dos Sinais (LIBRAS), mas 9,09% dos hotéis possuem profissionais qualificados nessa área. Cerca de 72,2% dos hotéis talvez tenham o interesse de contratar um profissional que atue como intérprete de LIBRAS, pois a demanda de pessoas que procuram por esses serviços ainda é muito baixa, sendo que 18,1% dos hotéis não têm interesse nenhum de contratar esse tipo de profissional e apenas 9,09% dos hotéis têm interesse em ter um profissional desses atuando em seu hotel. Apenas 9,09% dos hotéis entrevistados disseram que seu hotel apresenta uma demanda significativa de pessoas com deficiência auditiva para que o hotel tenha um profissional atuando como intérprete de LIBRAS e 90,9% disseram que não têm demanda para que esse serviço se torne viável, consequentemente 90,9% dos hotéis não possuem registro do número de pessoas com deficiência auditiva que foram atendidas no próprio hotel, apenas 9,09% apresenta esse registro solicitado, mas o número é muito baixo, pelo fato de ser bastante difícil de identificar se a pessoas que está se hospedando é realmente surda, pois geralmente essas pessoas estão acompanhadas por pessoas que são ouvintes. Um gerente de um hotel da região informou que em nove anos que o mesmo atua nessa área ele só recebeu um hóspede que apresentava deficiência auditiva. Em relação à sinalização luminosa do tipo estroboscópio presente dentro da unidade habitacional (quarto/apartamento) que pisca para a chamada dos surdos, nenhum dos hotéis entrevistados possuem esse equipamento, pelo fato da demanda ser baixa e porque esse equipamento se torna inviável para o hotel, pelo seu alto custo. Para pessoas que apresentam deficiência auditiva o ideal é que nas unidades habitacionais tenha televisores com legendas para melhor entendimento do hóspede, mas como foi identificado somente 18,1% dos hotéis possuem esse equipamento com essa função de legenda ou Close Caption, e 81,8% não possuem esses televisores diferenciados. Outro requisito que em quase todos os lugares seja públicos ou não já têm são os símbolos internacionais de sanitários, que conforme dados levantados somente 36,3% dos hotéis têm

esses símbolos diferenciados, que é uma imagem colorida de bonequinhos (vermelha se for feminino, azul se for masculino) e em baixo poderá estar escrito também masculino/feminino ou poderá estar escrito só as iniciais M/F, como também não é obrigatório que tenha escrito, mas tendo o desenho já está correto, sendo que 63,6% dos hotéis não possuem o desenho como explicado acima, e alguns não têm nada escrito/ilustrado. Os surdos não têm como se comunicar por telefones normais, e então existe um telefone diferenciado para essas pessoas, que é com teclado e com um visor ao qual a pessoa que está do outro lado da linha fala normalmente e o sistema do próprio telefone traduz tudo o que foi dito e realiza os sinais (Língua Brasileira dos Sinais) conforme o que foi oralizado pela pessoa. Nenhum dos hotéis entrevistados do município possuem esse equipamento pelo fato de ser caro e acaba se tornando inviável para os hotéis. A sinalização em casos de emergência é algo que já é exigido por lei e conforme a norma da ABNT NBR 13434-2 Sinalização de segurança contra incêndio e pânico, (ABNT NBR 13434-2 Norma Brasileira, 2004), e é obrigatório todos os empreendimentos e estabelecimentos públicos apresentarem sinalização em casos de emergência, sendo que os hotéis também deveriam cumprir, mas foi identificado que somente 63,6% dos hotéis têm sinalização em casos de emergência e 36,3% não têm avisos nem sinalização em casos de emergência. Em relação aos avisos presentes dentro dos hotéis, deveriam ser de uma maneira diferenciada, ou seja, deveriam apresentar mais ilustrações e se fosse algo escrito deveria ser escrito conforme as regras da Língua Brasileia dos Sinais para que as pessoas que apresentam deficiência auditiva também conseguissem compreender, sendo assim, foi identificado que somente 18,1% dos hotéis possuem essa diferenciação nos avisos e 81,8% não apresentam nenhuma diferenciação na escrita dos avisos presentes dentro do empreendimento. Os dados identificados através do questionário foram analisados separadamente, e os resultados coletados foram colocados em gráficos e tabelas juntamente com o percentual de cada pergunta fechada, para melhor a visualização e para melhorar o entendimento. 5 CONCLUSÃO Com a execução deste projeto de pesquisa, concluímos diversos fatores contemplando desde como são as dificuldades dos deficientes auditivos até o que os meios de hospedagem, no caso os hotéis disponibilizam para este tipo de hóspede. Foi identificado que a deficiência só foi reconhecida no Brasil a partir de alguns decretos, e somente depois disso tornou-se possível a implementação de novas leis contribuindo para uma vida igual à todas pessoas, não importando suas delimitações. A demanda de pessoas com deficiência auditiva que procuram por hospedagem no município de Balneário Camboriú, ainda é muito baixa, tanto pelo fato de não ter pessoas qualificadas trabalhando como intérpretes da Língua Brasileira dos Sinais (LIBRAS), como também pelo fato da maioria dos meios de hospedagem, que no caso são os hotéis de Balneário Camboriú, sendo que 90,9% dos hotéis não possuírem uma estrutura e nem profissionais adequados para receber esse tipo de turista. Os deficientes auditivos utilizam a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para poder se comunicar com as pessoas, para tanto é necessário que hotéis tenham um profissional atuando na área como intérprete de LIBRAS, mas com a coleta de dados realizada em onze hotéis de Balneário Camboriú, associados à Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), foram diagnosticado que apenas um hotel do município possui um profissional atuando como intérprete de LIBRAS além de que a maioria dos hotéis não possuem equipamentos necessários para segurança e bem estar de pessoas com deficiência auditiva.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT NBR 13434-2 Norma Brasileira, 2004. Disponível em: <http://ricardocasarino.files.wordpress.com/2008/06/nbr-13434-2004-simbolos-desinalizacao-de-seguranca-contra-incendio-e-panico.pdf>. Acesso em: 27 maio 2012. ASSOCIAÇÃO Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa Catarina, 2012. Disponível em: <http://www.abih-sc.com.br/>. Acesso em: 23 maio 2012. BARRETO, Luiz, 2006. Apud. BRASIL, Presidência da República do. Casa Civil: Subchefia para Assuntos Jurídicos, 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm>. Acesso em: 15 maio 2012. BRASIL, Presidência da República do, 2004. Casa Civil: Subchefia para Assuntos Jurídicos, 2004. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm>. Acesso em: 15 maio 2012. BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE. Apud. Metodologia da Pesquisa Aplicável às Ciências Sociais, 1977. Disponível em: <http://www.geocities.ws/cienciascontabeisfecea/estagio/cap_3_como_elaborar.pdf>. Acesso em: 17 maio 2012. GIL. Apud. Metodologia da Pesquisa Aplicável às Ciências Sociais, 1999. Disponível em: <http://www.geocities.ws/cienciascontabeisfecea/estagio/cap_3_como_elaborar.pdf>. Acesso em: 16 maio 2012. GORDON, Dr. Sol (1974), apud BUSCAGLIA(2006), SILVA (1986). Portadores de Necessidades Especiais ( PNE s) e o Mercado de Trabalho Brasileira,[200?]. Disponível em: <http://monografias.brasilescola.com/administracao-financas/portadores-necessidadesespeciais-pnes-mercado-trabalho.htm>. Acesso em: 17 maio 2012. IBGE-INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=438&id _pagina=1>. Acesso em: 17 maio 2012.