5000 Avaliação preliminar



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Transcrição:

Avaliação preliminar 5000 5000 Avaliação preliminar O objetivo da etapa de avaliação preliminar é a realização de um diagnóstico inicial das áreas potencialmente contaminadas (APs), o que será possível realizando-se levantamento de informações disponíveis sobre cada uma das áreas identificadas na etapa anterior e do reconhecimento das mesmas através de inspeções de campo. Resumidamente, a execução dessa etapa possibilitará: levantar informações sobre cada AP de modo a subsidiar o desenvolvimento das próximas etapas do gerenciamento de ACs; documentar a existência de evidências ou fatos que levem a suspeitar ou confirmar a contaminação nas áreas em avaliação, possibilitando sua classificação como, AP ou exclusão do cadastro; estabelecer o modelo conceitual inicial de cada área em avaliação; verificar a necessidade da adoção de medidas emergenciais nas áreas. A Ficha Cadastral de ACs deve ser utilizada como guia para obtenção de informações, tanto na coleta dos dados existentes quanto na realização da inspeção de reconhecimento da área (ver seções 5101 e 5102). Os dados obtidos na avaliação preliminar permitem estabelecer uma primeira classificação das áreas anteriormente identificadas como APs, além de serem utilizados para atualizar o Cadastro de ACs e indicar a seqüência de etapas que deverão ser executadas dentro do gerenciamento de ACs, visando racionalizar recursos técnicos e econômicos. Quando a área em questão for classificada como uma, os dados coletados serão a base para o planejamento das investigações a ser realizadas durante a etapa de investigação confirmatória, como, por exemplo, a definição dos pontos de coleta de amostras e a profundidade de investigação, entre outros. Caso sejam obtidos dados que comprovem a existência de contaminação de uma área, permitindo a classificação desta como uma AC, cumprindo-se as exigências estabelecidas para tal, ou seja, trabalhos correspondentes aos da etapa de investigação confirmatória (conforme seção 6000), a área poderá ser classificada como AC. Durante a etapa de avaliação preliminar podem também ser obtidas evidências que indiquem a necessidade de adoção de medidas emergenciais, visando à proteção da saúde da população ou outros bens a proteger. Os dados coletados devem ser interpretados com o intuito de formular hipóteses sobre as características da fonte de contaminação, as prováveis vias de transporte dos contaminantes (meios por onde podem se propagar), Projeto CETESB GTZ atualizado 11/1999 1

5000 Avaliação preliminar a distribuição espacial da contaminação e os prováveis receptores ou bens a proteger atingidos. Dessa forma, pode-se estabelecer um modelo conceitual inicial da área (Modelo conceitual 1), que será utilizado como base para o planejamento das etapas posteriores do gerenciamento, o qual deverá ser atualizado na etapa de investigação confirmatória e consolidado durante a execução das etapas do processo de recuperação de ACs. Na Figura 5000-1, é apresentado um fluxograma mostrando a seqüência dos procedimentos da etapa de avaliação preliminar, os quais são descritos a seguir. Cadastro de ACs AP Avaliação preliminar Coleta de dados existentes Estudo histórico Estudo sobre meio físico Inspeção de reconhecimento da área Vistoria (observ. em campo) Entrevistas AC exclusão Classificação 1 Ficha Cadastral de ACs Modelo conceitual 1 Figura 5000-1: Fluxograma da etapa de avaliação preliminar. 1 Coleta de dados existentes Muitas vezes as áreas a ser avaliadas nessa etapa já dispõem de informações levantadas por diferentes motivos que podem ser úteis na realização do diagnóstico inicial da área. Tais informações podem auxiliar na identificação das atividades desenvolvidas no passado, assim como na caracterização do meio físico, levando a um melhor conhecimento da área quanto à contaminação e seus possíveis impactos nas áreas vizinhas. 2 Projeto CETESB GTZ atualizado 11/1999

Avaliação preliminar 5000 Na Tabela 5000-1, são apresentados exemplos de fontes, tipos de informações e documentos normalmente utilizados na etapa de avaliação preliminar. Fontes de informação Tipos de informações Documentos a consultar Proprietário ou responsável pela área Órgão de controle ambiental Ministério Público Prefeitura Empresas de planejamento do uso e ocupação do solo Empresas prestadoras de serviços especializados, como perfuradoras de poços, aerofotogrametria, firmas de engenharia civil, empresas de abastecimento de água Meios de comunicação Corpo de Bombeiros Entrevistas com moradores, funcionários, técnicos da agência ambiental e prefeitura, etc. Institutos (geológico, agronômico, química, pedológico, metereológico, etc.), universidades História operacional e ambiental da área Histórico ambiental e operacional da área, dados sobre o meio físico Informações sobre a situação legal da área Utilização atual/futura da área e vizinhança Informações sobre os bens a proteger localizados próximos à área, histórico operacional da área Descrição geológica e hidrogeológica da área, história do uso do solo e utilização da área, drenagens, bens a proteger, histórico das operações na área, disposição de substâncias, layout da área, informações geotécnicas Ocorrências de fatos marcantes relacionados à área Mapas históricos e plantas de segurança contra incêndio, medidas de segurança tomadas na área Histórico geral da área, processos, operação, disposição de substâncias Comportamento dos contaminantes, geologia, hidrogeologia, metereologia da área, etc. Registros de produção, armazenamento e disposição de substâncias e resíduos na área, fluxogramas e plantas industriais Processos, relatórios e cadastros Processos Plano diretor, plantas da área Mapas, fotografias aéreas e relatórios Relatórios contendo mapas perfis descritivos de poços e sondagens, fotografias aéreas multitemporais, plantas das edificações, mapas com utilidades Jornais, revistas e livros Relatórios, mapas, croquis Registros das entrevistas executadas Textos de revistas especializadas, teses, dissertações, livros Tabela 5000-1: Fontes e tipos de informação específicos sobre cada área levantada durante a etapa de avaliação preliminar. Projeto CETESB GTZ atualizado 11/1999 3

5000 Avaliação preliminar 1.1 Estudo histórico A realização do estudo histórico possibilita a reconstituição da maneira como foram desenvolvidas as atividades de manejo, produção, armazenamento e disposição de substâncias em uma área, além da evolução do uso e ocupação do solo nas adjacências e o posicionamento dos bens a proteger. Esse trabalho é de grande importância, sendo indispensável no estudo de fontes de contaminação desativadas, onde, em geral, não existe mais uma administração vigente e os processos administrativos, assim como o histórico da área vão se perdendo com o passar do tempo. O levantamento histórico requer uma grande disponibilidade de tempo para registrar todos os dados disponíveis sobre as atividades ocorridas na área em estudo e arredores, constituindo-se em uma tarefa interdisciplinar, exigindo conhecimento histórico-social, urbanístico, administrativo, além de conhecimentos sobre processos industriais, substâncias químicas e o meio ambiente em geral. Como pode ser visualizado na Tabela 5000-1, várias fontes de informação podem ser consultadas para a execução do estudo histórico, como órgãos de controle ambiental, prefeituras e proprietários da área. Algumas dessas fontes podem, inclusive, fornecer informações contidas em laudos de análises que comprovem a existência de contaminação na área, permitindo sua classificação como AC. A interpretação de fotografias aéreas multitemporais é uma técnica a ser destacada como uma ferramenta das mais importantes para a realização do estudo histórico, como discutido na seção 3200. Para facilitar e organizar a execução e apresentação dos resultados do estudo histórico, como sugestão para uma melhor organização e visualização dos trabalhos que foram ou forem sendo realizados, propõe-se a utilização de um formulário em que constem todas as informações obtidas, em ordem cronológica, dos eventos. Esse formulário pode seguir o formato apresentado na Tabela 5000-2, tomando-se como exemplo um levantamento histórico realizado em um complexo industrial. 4 Projeto CETESB GTZ atualizado 11/1999

Avaliação preliminar 5000 Unidades de Cloro/soda Ácido sulfúrico BHC produção Informações Início de operação 1946 1946 1946 Encerramento 1982 1986 1986 Condições do edifício Demolido, escombros no local, paredes em pé Demolido, alguns escombros no local Matériasprimas/Quantidade Produtos/Quantidade Cloreto de sódio, 130 t/dia Mercúrio, 40 kg/dia Soda cáustica, 75 t/dia Cloro líquido, 55 t/dia Hipoclorito sódio, 40 t/dia Ácido clorídrico, 60 t/dia Hidrogênio, 20.000 m 3 /dia - Enxofre, 639 t/mês Cal hidratada, 85 kg/mês Terra infusória, 95 kg/mês Pentóxido de vanádio Ácido sulfúrico, 1.850 t/mês Semidemolido, paredes em pé Cloro líquido, 312 t/mês Benzeno, 148 t/mês BHC 16%, 400 t/mês BHC 40% Resíduos Borra de enxofre Isômeros de BHC dispostos em vários locais na área Efluentes liquidos Lançados no córrego Lançados no córrego Lançados no rio Fluxograma de processo Sim (anexo) Sim (anexo) Sim (anexo) Tabela 5000-2: Exemplo de tabela a ser utilizada em estudo histórico em um complexo industrial. 1.2 Estudo sobre o meio físico O levantamento de dados sobre o meio físico objetiva principalmente determinar as vias potenciais de transporte dos contaminantes e a localização e caracterização de bens a proteger que possam ser atingidos. Desta forma devem ser coletados dados geológicos, hidrogeológicos, hidrológicos, geomorfológicos e metereológicos, que podem ser obtidos junto aos órgãos de controle e planejamento ambiental, universidades, institutos de pesquisa (geológico e agronômico, entre outros), empresas de abastecimento de água, empresas perfuradoras de poços etc. (ver tabela 5000-1). Projeto CETESB GTZ atualizado 11/1999 5

5000 Avaliação preliminar 2 Inspeção de reconhecimento da área Durante a inspeção de reconhecimento, a área deve ser vistoriada detalhadamente, além de serem realizadas entrevistas com pessoas do local, de modo que se possa adquirir informações que não seriam obtidas com base na simples observação, como por exemplo, a natureza das substâncias utilizadas, entre outras contidas na Ficha Cadastral. Deve-se destacar que os técnicos designados para a execução desta inspeção devem possuir formação adequada para estarem aptos a responder e interpretar tais questões. Recomenda-se desta forma, a constituição de uma equipe multidisciplinar. Na entrevista realizada com pessoas que possam estar ou terem estado ligadas à área em questão, como funcionários atuais ou antigos do empreendimento e moradores vizinhos, as seguintes informações poderão ser obtidas: locais de disposição ou infiltração de resíduos; acidentes ocorridos; paralisação do funcionamento; índice de doenças nos funcionários, moradores, animais; manuseio das substâncias; reclamações da população; problemas com a qualidade do ar, água e solo; reformas realizadas na área. Durante a inspeção deve ser realizada uma verificação sobre a necessidade da tomada de medidas emergenciais, em função da possibilidade de existência de risco de incêndio e explosão, ou de riscos iminentes aos bens a proteger. 3 Classificação 1 Segundo definição, uma área pode ser classificada como quando, após a realização da etapa de avaliação preliminar, são observadas indicações que induzem a suspeitar da presença de contaminação. O registro destas indicações deve ser realizado utilizando-se a Ficha Cadastral de ACs, que constitui-se no elemento central do procedimento de classificação de áreas. As informações obtidas no preenchimento da Ficha Cadastral de ACs (ver seção 5101), durante a etapa de avaliação preliminar, possibilitam uma nova classificação da área, a qual pode permanecer como AP, ser identificada como, ou ser excluida do Cadastro em função das evidências quanto à sua não contaminação. 6 Projeto CETESB GTZ atualizado 11/1999

Avaliação preliminar 5000 Para classificar as áreas como suspeitas (s), deve-se levar em consideração o projeto, a forma de construção e operação do empreendimento considerado e a ocorrência de eventos que possam indicar a possibilidade de transporte de contaminantes e destes atingirem bens a proteger. Os responsáveis pela classificação de uma área específica devem ser os técnicos especializados designados para realização da etapa de avaliação preliminar em cada área específica. Pode-se considerar que áreas onde esteja sendo ou foi realizada disposição de resíduos de maneira inadequada, não atendendo as normas vigentes, podem ser classificadas como suspeitas. Desta forma, devem ser observadas as respostas obtidas nos itens 2.1, 2.6, 2.10, 2.13 e 2.14 da Ficha Cadastral, que dão indicações sobre a adequabilidade da forma de construção e operação da área. As áreas industriais e comerciais, além dos postos de serviço, podem ser consideradas como áreas suspeitas desde que as atividades desenvolvidas nestas áreas, como por exemplo, produção, armazenamento, tratamento e disposição final de resíduos e efluentes, sejam realizadas de forma inadequada. Desta forma, devem ser observadas as respostas obtidas nos itens 3.6, 3.8, 3.9 e 3.10, que dão indicações sobre as condições das instalações e operação nesses empreendimentos. No caso de fontes de contaminação desconhecidas ou outras fontes, como acidentes, fontes relacionadas à atividade agrícola, etc., devem ser observados os itens 4.1, 4.2, 4.5 e 4.6. Em geral, para todos os tipos de fontes de contaminação, os itens 5.10, 5.15 e 5.16 podem ser utilizados para classificar áreas como suspeitas, pois estes indicam se existe a possibilidade de ocorrência de contato entre os contaminantes e os bens a proteger, no caso águas subterrâneas e superficiais. Os itens 6.1, 6.3, 6.4, 6.5 podem indicar a ocorrência de eventos ou a presença de substâncias em determinados locais, que levem a suspeitar da presença de contaminação na área. Por outro lado, os itens 5.8, 5.11 e 5.14 subsidiam a classificação das áreas como AC, considerando a constatação da existência de resultados analíticos que atestem a existência de contaminação, por ocasião da realização da etapa de investigação confirmatória. 4 Estabelecimento do modelo conceitual inicial O modelo conceitual definido ao final da etapa de avaliação preliminar (Modelo conceitual 1) constitui-se numa síntese das informações obtidas até este momento, devendo representar a situação da área quanto à possível contaminação existente e sua relação com a vizinhança, incluindo os bens a proteger nela existentes. Tal modelo pode ser documentado através de texto explicativo ou representado por uma ilustração em que encontrem-se identificadas as fontes de contaminação, os bens a Projeto CETESB GTZ atualizado 11/1999 7

5000 Avaliação preliminar proteger e as vias de transporte e contato entre os poluentes provenientes da área e os bens a proteger, devendo ser mantido no cadastro (físico ou informatizado). Esse modelo se constituirá na base para a definição dos objetivos, dos métodos e das estratégias a ser utilizados durante as etapas posteriores, devendo ser atualizado em função da execução de novas etapas do gerenciamento de ACs. Dessa forma, durante a etapa de investigação confirmatória o modelo pode ser atualizado (Modelo conceitual 2, ver seção 6000), sendo na etapa de investigação detalhada definido um modelo (Modelo conceitual 3) que se constituirá em uma representação mais realista da AC, sendo a base para realização da análise de risco e da definição do projeto de remediação. Durante ou após a execução da remediação da ACs o modelo conceitual também poderá ser atualizado. Na Ficha Cadastral de Acs, o modelo conceitual deve ser apresentado, ao final de cada atualização desta, no seu item 9 (ver seção 5101), croqui da área/modelo conceitual. Neste item, o modelo conceitual pode ser mostrado através de uma ilustração ou croqui, ou descrito através de uma tabela em que devem ser registradas as fontes de contaminação, os mecanismos de liberação dos contaminantes e as principais vias de transporte dos contaminantes (ver Figura 5000-4). 5 Apresentação dos resultados Os resultados obtidos na etapa de avaliação preliminar devem ser apresentados em relatórios e armazenados no cadastro físico, contendo uma compilação das informações obtidas e suas fontes, além de ilustrações, como mapas em escalas adequadas ao tamanho da área avaliada. As escalas utilizadas para confecção desses mapas podem, por exemplo, variar de 1:2.000 a 1:500. Os dados obtidos no preenchimento da Ficha Cadastral de ACs devem ser armazenados no cadastro informatizado, conforme destacado na seção 4000. Para ilustrar os resultados obtidos na etapa de avaliação preliminar, foi confeccionada a Figura 5000-2, a partir das Figuras 3000-2 e 3000-3 (ver seção 3000), visando mostrar exemplos hipotéticos de apresentação dos resultados das etapas do gerenciamento de ACs. Nessa figura, são mostrados os resultados das observações efetuadas na etapa de avaliação preliminar, definindo-se o uso do solo ao redor da indústria metalúrgica, considerada como AP, na etapa anterior de identificação de APs. Nessa figura, são apresentados o posicionamento dos bens a proteger localizados dentro de um raio aproximado de 1000 m ao redor da área. 8 Projeto CETESB GTZ atualizado 11/1999

Avaliação preliminar 5000 LEGENDA LIMITE DA REGIÃO PRIORITÁRIA REGIÃO A SER AVALIADA VI POÇO DE ABTECIMENTO RESERVATÓRIO HIDROGRAFIA INDÚSTRIA QUÍMICA INDÚSTRIA ELETROELETRÔNICA INDÚSTRIA METALÚRGICA POSTO DE SERVIÇO ÁREA DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS MATA HORT CHÁCAR DE RECREIO ZONA RESIDENCIAL BAIXA DENSIDADE N ESCALA 0 0,25 0,50 0,75 1,0km Figura 5000-2: Bens a proteger e uso do solo ao redor da área sob avaliação. Na Figura 5000-3 é apresentado um exemplo de um croqui da indústria metalúrgica hipotética. Nessa figura, são apresentadas as posições das edificações localizadas na área sob avaliação e também algumas edificações localizadas próximas a esta. Projeto CETESB GTZ atualizado 11/1999 9

5000 Avaliação preliminar LEGENDA REGIÃO A SER AVALIADA VI MATA RESERVATÓRIO HIDROGRAFIA HORT INDÚSTRIA METALÚRGICA CHÁCAR DE RECREIO ZONA RESIDENCIAL BAIXA DENSIDADE INDÚSTRIA METALÚRGICA EDIFICAÇÕES Figura 5000-3: Localização das edificações na área da indústria. A Figura 5000-4 é um exemplo de como pode ser feita a representação das informações coletadas em função das observações efetuadas durante a inspeção de reconhecimento da área executada na etapa de avaliação preliminar. Essas informações devem ser registradas no item 9 da Ficha Cadastral de ACs, através de um croqui e cortes (seções esquemáticas) e tabelas, que representam o modelo conceitual inicial dessa área (Modelo conceitual 1). 10 Projeto CETESB GTZ atualizado 11/1999

Avaliação preliminar 5000 CROQUI DA ÁREA / MODELO CONCEITUAL Croqui/Seção esquemática Modelo conceitual [utilizar as siglas P (com potencial), S (com suspeita) e C (confirmado)]. Figura 5000-4: Representação do modelo conceitual inicial na Ficha Cadastral de ACs. Projeto CETESB GTZ atualizado 11/1999 11

5000 Avaliação preliminar A Figura 3000-3, obtida na etapa de identificação de APs, deve ser atualizada após a execução da etapa de avaliação preliminar. As áreas avaliadas, conforme mostrado na figura 5000-5, recebem nova classificação. Por exemplo, após esta etapa, a indústria metalúrgica avaliada passou a ser considerada uma área suspeita de contaminação (). REGIÃO DE INTERESSE AP AC AP LEGENDA LIMITE DA REGIÃO DE INTERESSE ESCALA 0 0,375 0,75 1,125 1,5km ÁREA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS LIMITE DA REGIÃO PRIORITÁRIA VI POÇO DE ABTECIMENTO BENS A PROTEGER RESERVATÓRIO HIDROGRAFIA INDÚSTRIA QUÍMICA INDÚSTRIA ELETROELETRÔNICA INDÚSTRIA METALÚRGICA POSTO DE SERVIÇO ÁREA DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS AP AC CLSIFICAÇÃO ÁREA POTENCIALMENTE CONTAMINADA ÁREA SUSPEITA DE CONTAMINAÇÃO ÁREA CONTAMINADA Figura 5000-5: Classificação das áreas após etapa de avaliação preliminar 12 Projeto CETESB GTZ atualizado 11/1999