1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM SAMANTHA CORREA VASQUES RELATÓRIO ESTÁGIO CURRICULAR III- SERVIÇOS DA REDE HOSPITALAR: UNIDADE DE RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA PORTO ALEGRE 2014
2 SAMANTHA CORREA VASQUES RELATÓRIO ESTÁGIO CURRICULAR III- SERVIÇOS DA REDE HOSPITALAR: UNIDADE DE RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA Trabalho elaborado como requisito parcial para aprovação na disciplina de Estágio Curricular III- Rede Hospitalar, da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora Orientadora: Denise Tolfo Silveira Enfermeira Supervisora: Giane Campos da Silva Camargo PORTO ALEGRE 2014
3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...4 2 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO...5 2.1 ÀREA FÍSICA...5 2.2 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL...5 3 ATIVIDADES REALIZADAS EM CAMPO DE ESTÁGIO...7 3.1PASSAGEM DE PLANTÃO À BEIRA DO LEITO/ROUND...7 3.2 ADMISSÃO DO PACIENTE NA URPA...7 3.3 ALTA DA UNIDADE DE RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA...8 3.4PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM REALIZADOS DURANTE O ESTÁGIO...9 3.5 ATIVIDADES GERENCIAIS EXPERENCIADAS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO...10 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...11 REFERÊNCIAS...12
4 INTRODUÇÃO O relatório, como documento científico, tem por finalidade informar com clareza as atividades realizadas, atuando ativamente na formação do estudante, uma vez que facilita a organização de dados, informações e resultados (CALDAS, 2002). O presente relatório objetiva descrever as atividades realizadas pela a autora do trabalho na Unidade de Recuperação Pós Anestésica do Hospital (URPA) de Clínicas de Porto Alegre, durante a disciplina de estágio curricular III- Serviços Hospitalares, no período compreendido entre os meses de março e maio do ano de 2014. A Unidade de Recuperação Pós Anestésica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre fornece cuidados ao paciente na fase de recuperação da anestesia até que os reflexos protetores estejam presentes, os sinais vitais retornem à normalidade e seja recuperada a consciência, além de estabelecer medidas para controle da dor no período pós-operatório imediato (HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, 2014). A escolha do campo se deu pelo interesse da autora em aprofundar os conhecimentos relacionados ao cuidado de enfermagem no período perioperatório, além das vivências em unidades de internação cirúrgica do referido hospital, oportunizadas pela realização de práticas disciplinares e estágios extracurriculares ao longo da graduação em enfermagem.
5 2 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO A Unidade de Recuperação Pós Anestésica juntamente com a Unidade de Bloco Cirúrgico, o Centro Cirúrgico Ambulatorial e o Centro de Esterilização de Materiais compõem o Serviço de Enfermagem em Centro Cirúrgico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (Hospital de Clínicas de Porto Alegre, 2014) A URPA oferece atendimento às mais diversas especialidades cirúrgicas exceto os procedimentos oftalmológicos realizados no CCA, às cirurgias cardíacas e transplantes hepático, pulmonar e cardíaco que recebem atendimento diretamente no Centro de Terapia Intensiva do Hospital. 2.1 ÁREA FÍSICA DA UNIDADE A URPA conta com 18 leitos destinados a pacientes adultos distribuídos em uma das salas denominada salão, cinco leitos para atendimento de pacientes submetidos a cirurgias pediátricas, um leito de isolamento e cinco leitos destinados a pacientes que necessitam de cuidados intensivos, que constituem a UTI/URPA. Além destas estruturas a unidade conta com uma rouparia, uma sala de lanches, sala de chefia de enfermagem, um almoxarifado, quarto para médico plantonista, dois expurgos e um sanitário para pacientes. 2.2 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL A equipe de profissionais que atuam na URPA divide- se em equipe médica, equipe de enfermagem e de apoio. A equipe médica conta com um médico anestesista e um médico intensivista, além de três residentes da especialidade de anestesiologia, um fixo na URPA mais dois pertencentes à equipe de cuidados pós-anestésicos (CPA). A equipe de enfermagem é composta por enfermeiros e técnicos de enfermagem distribuídos em diferentes turnos de trabalho, são eles: manhã,
6 intermediário manhã, tarde, intermediário tarde, intermediário noite, noite 1, noite 2, noite 3 e o turno de final de semana. No turno da manhã (das 7 às 13 horas) a equipe de trabalho é composta por dois enfermeiros e nove técnicos de enfermagem. O turno intermediário manhã (das 10 às 16 horas) conta com dois enfermeiros e três técnicos de enfermagem. O turno da tarde (das 13 às 19 horas) conta com dois enfermeiros e nove técnicos de enfermagem. O turno intermediário tarde (das 16 às 22 horas) conta com dois enfermeiros e três técnicos de enfermagem já o turno intermediário noite (das 19 horas a 1 da manhã) conta com o acréscimo de dois técnicos de enfermagem à equipe. O turno da noite (19 às 7 horas) conta com dois enfermeiros e seis técnicos de enfermagem. Somam- se a esses profissionais a chefia da unidade exercida por uma enfermeira. A equipe de apoio é constituída pelos auxiliares administrativos, auxiliares de higienização, entre outros profissionais.
7 3 ATIVIDADES REALIZADAS EM CAMPO DE ESTÁGIO Inicialmente, foi possível acompanhar a enfermeira supervisora na execução das suas tarefas gerenciais e assistenciais, a fim de conhecer as rotinas e procedimentos da unidade. Gradativamente, pude assumir estas atividades que continuaram sob supervisão da enfermeira até o final do estágio. A seguir são descritas as atividades realizadas pela acadêmica no período de permanência na URPA. 3.1 PASSAGEM DE PLANTÃO/ ROUND A BEIRA DO LEITO A passagem de plantão na URPA e na UTI/URPA é realizada à beira do leito do paciente. O enfermeiro do turno anterior relata à enfermeira que está assumindo o próximo turno dados sobre a identificação do paciente, idade, cirurgia e técnica anestésica realizada no procedimento, o estado geral e possíveis intercorrências ocorridas durante o período de permanência na URPA. Após a passagem de plantão, a enfermeira que assume o turno é responsável por informar e discutir os casos de cada paciente com o médico plantonista da anestesia, a fim de definir condutas adequadas para cada caso. 3.2 ADMISSÃO DO PACIENTE NA URPA O paciente é conduzido do bloco cirúrgico à sala de recuperação pósanestésica pelo médico anestesista que estava presente em sua cirurgia, este relata à equipe de enfermagem e/ou ao plantonista e residente da anestesiologia presente na URPA dados sobre a identificação do paciente, idade, classificação da Associação Americana de Anestesiologia (ASA), salientando as comorbidades apresentadas pelo indivíduo, cirurgia e técnica
8 anestésica realizada, além de possíveis intercorrências ocorridas durante o período transoperatório. A admissão é feita pela enfermeira e pelos técnicos de enfermagem responsáveis pela respectiva escala de leitos. Assim, são avaliados pela equipe de enfermagem estado de consciência, sinais vitais, padrão respiratório, queixas de dor e náuseas, permeabilidade de acessos venosos e a infusão de soluções e soroterapia pelos mesmos, localização e estado da ferida operatória e bloqueio anestésico, se for o caso. Após, o enfermeiro é responsável por organizar o prontuário do paciente além da ficha de controle de sinais vitais que fica à cabeceira do paciente. Na conclusão da admissão do paciente na unidade são realizadas a evolução e prescrição de enfermagem. A evolução de enfermagem é construída a partir da avaliação do estado geral do paciente na chegada à URPA, salientando a cirurgia e a técnica anestésica realizada. A prescrição de enfermagem resulta do julgamento clínico que o enfermeiro exerce sobre a condição de cada paciente admitido e também de acordo com a cirurgia realizada pelo mesmo, selecionando assim, quais cuidados devem ser administrados pela equipe de enfermagem no período de permanência na unidade de recuperação pós- anestésica. Usualmente, são prescritos cuidados relacionados ao gerenciamento e controle da dor, avaliação da ferida operatória, monitoramento de sangramentos, cuidados com administração de medicamentos e soroterapia e prevenção de infecções, além de outros cuidados que o enfermeiro em sua avaliação julgar pertinentes. Considerando a diversidade de pacientes que internam na URPA, é também de responsabilidade do enfermeiro realizar os aprazamentos das prescrições médica e de enfermagem, indicando assim o melhor horário para administração de fármacos e dos cuidados de enfermagem a serem realizados. 3.3 ALTA DA UNIDADE DA RECUPERAÇÃO PÓS- ANESTÉSICA Os critérios para alta do paciente da URPA são avaliados a partir da aplicação da escala de Aldrete e Kroulik. Esta escala leva em consideração
9 alguns itens a serem avaliados no paciente, como a estabilização dos sinais vitais, orientação no tempo e espaço e controle da dor. Avalia-se também a ausência de sangramentos ativos, o controle de náuseas e vômitos e diurese presente. Além disso, é importante que em caso de bloqueio anestésico, a sensibilidade e mobilidade dos membros inferiores estejam presentes (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2014). Atingindo esses critérios, o paciente terá alta da URPA, podendo ser encaminhado à unidade de internação ou à alta hospitalar. Quando o paciente é encaminhado à unidade de internação, realiza- se uma avaliação do estado geral do paciente, além da revisão do prontuário e da checagem da prescrição médica e de enfermagem. Após, realiza-se contato com o enfermeiro responsável pela recepção deste paciente na unidade de internação informando lhe pelo telefone sobre o caso. Em caso de alta hospitalar, após a avaliação do enfermeiro sobre o estado geral do paciente, iniciam-se manobras de deambulação, estímulo à diurese espontânea e aceitação de dieta por via oral. Concluída esta etapa, é de responsabilidade do enfermeiro informar e orientar paciente e acompanhante, se houver, sobre os cuidados no período pós- operatório, como uso dos medicamentos prescritos e sobre o retorno às consultas médicas. Em ambos os casos, a alta deve ser assinada pelo médico anestesista da URPA e a evolução deve ser registrada pelo enfermeiro. 3.4 PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM REALIZADOS DURANTE O ESTÁGIO Além das atividades relacionadas à admissão e alta ao paciente foram oportunizadas à acadêmica a realização de procedimentos e técnicas de enfermagem. Abaixo, listo algumas das atividades realizadas: - Sondagem vesical de alívio masculina e feminina; - Sondagem vesical de demora masculina e feminina; - Sondagem nasoenteral e nasogástrica; - Punção de vaso venoso periférico; - Cuidados com dreno de tórax;
10 - Curativo de cateter peridural; - Aspiração do Tubo orotraqueal (TOT); - Aferição do CUFF do balonete do Tubo orotraqueal; - Coleta de exames sanguíneos via cateter venoso central e cateter arterial; - Retirada de cateter venoso central; - Cuidados com pressão arterial média (PAM) invasiva, pressão venosa central (PVC), pressão intra-abdominal (PIA). - Aplicação da escala de Glasgow. - Transporte de paciente para realização de exames fora da URPA. 3.5 ATIVIDADES GERENCIAIS EXPERENCIADAS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO Além das atividades já descritas também pude acompanhar a realização das atividades gerenciais desempenhadas pelo profissional enfermeiro da URPA, como o controle de fármacos psicotrópicos, solicitação de fármacos psicotrópicos à farmácia, organização da escala de técnicos de enfermagem mensal e diária, preenchimento do relatório diário sobre a situação da unidade quanto ao número de pacientes e substituição, folgas e férias do quadro de funcionários, além da organização do turno de trabalho conforme a escala de cirurgias previstas para o dia.
11 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Acredito que ter escolhido a Unidade de Recuperação Pós Anestésica como campo para realização do meu último estágio com acadêmica de enfermagem foi de suma importância para aprimorar e aprofundar meus conhecimentos relacionados ao cuidado de paciente em período perioperatório. Considero assim que atingi objetivos aos quais me propus no início deste estágio e acredito que a vivência neste ambiente me proporcionou aprendizado e crescimento pessoal e profissional, que refletirão em minha futura atuação como enfermeira. Agradeço ao acolhimento que recebi pela equipe da Unidade de Recuperação Pós Anestésica, em especial a minha enfermeira supervisora que sempre demonstrou paciência e competência para solucionar minhas dúvidas e colaborar de maneira a propiciar meu crescimento ao longo do estágio, sem este apoio o bom aproveitamento do estágio seria impossível. Agradeço também às outras enfermeiras, com quem tive a oportunidade de conviver nesse período que contribuíram de igual maneira para meu aprendizado. Por fim e não menos importante agradeço aos profissionais técnicos de enfermagem por todos os ensinamentos, e pela paciência que demonstraram em todo o período de estágio.
12 REFERENCIAS CALDAS, H.C. de G. O que é, para que serve e como se guiar na elaboração de um relatório experimental. Universidade Federal de São João del Rei, set 2012. Disponível em: < http://www.ufsj.edu.br/portalrepositorio/file/dcnat/relatorio.pdf>. Acesso em: 01 mai. 2014. HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE. Serviço de Enfermagem em Centro Cirúrgico: Atividades Assistenciais. Disponível em: http://www.hcpa.ufrgs.br/content/view/343/538. Acesso em: 01 mai. 2014. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. SRPA- Sala de Recuperação Pós Anestésica. Disponível em: http://www.meac.ufc.br/arquivos/biblioteca_cientifica/file/protocolo%20an ESTESIOLOGIA/salarecuperacaoposanestesica.pdf. Acesso em: 05 mai. 2014.