ANÁLISE DO INDICE DE LESÕES EM ATLETAS PROFISSIONAIS DE FUTSAL FEMININO. Ramos LCS, Rodrigues AP, Freitas PLS, Horn BL, Napoleone FMGG, Licurci MGB.



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Transcrição:

ANÁLISE DO INDICE DE LESÕES EM ATLETAS PROFISSIONAIS DE FUTSAL FEMININO Ramos LCS, Rodrigues AP, Freitas PLS, Horn BL, Napoleone FMGG, Licurci MGB. Universidade do Vale do Paraíba. Faculdade Ciências da Saúde. Av. Shishima Hifumi, 2911, Urbanova. São José dos Campos- SP. E-mail: leriane.celine@gmail.com Resumo- O Futsal é um jogo de muito contato e os jogadores têm de se deslocar constantemente durante a partida. Na maior parte do jogo, trata-se de rápidas e pequenas corridas, efetuando muitos tipos de movimentos que exigem ao mesmo tempo potência e controle do corpo devendo também arrancar e parar constantemente, mudar de direção, saltar e chutar. O futsal feminino no Brasil, entre preconceitos, dúvidas, credibilidade, conseguiu vencer barreiras importantes na sociedade. Observamos a equipe de futsal feminino, Buzzo Sports/Fadenp, representante da cidade de São José dos Campos, com o objetivo de identificar as lesões mais frequentes neste esporte. Pudemos concluir que o índice de lesões durante o período de meses, houve a prevalência das lesões em joelho, totalizando 2 lesionadas (%), seguida de lesões no tornozelo, sendo estas, 17 lesionadas (2%), e evidenciadas 11 lesões nos adutores de coxa (1%), o principal tipo de lesão foi o entorse, o que sugere um trabalho multidisciplinar a fim de minimizar estas lesões e proporcionar melhora na atuação dos atletas e sucesso para equipe. Palavras-chave: Futsal, entorse de joelho, lesões esportivas. Área do Conhecimento: Ciências da Saúde/ Fisioterapia. Introdução O Futsal é um jogo de muito contato, no qual o adversário pode ser empurrado com o corpo e atacado com os pés quando tem a bola ou no momento de apoderar-se dela. Os jogadores têm de se deslocar constantemente durante todo o jogo. Na maior parte do jogo, trata-se de rápidas e pequenas corridas e, entre estas, o esforço se dá na velocidade da marcha e do trote, razoável tempo para recuperação no momento que o jogador não disputa diretamente com a bola. O jogador deve efetuar muitos tipos de movimentos que exigem ao mesmo tempo potência e controle do corpo devendo também arrancar e parar constantemente, mudar de direção, saltar e chutar (POLIZELLI, 28). Entre Preconceitos, dúvidas, credibilidade, o futsal feminino no Brasil conseguiu vencer barreiras importantes na sociedade, e hoje cada vez mais praticantes estão à procura de escolinhas de futsal e clubes para jogar, e mais, algumas equipes que disputam a Liga Nacional oferecem as atletas além de salários, alojamentos, alimentação e um fator primordial hoje em dia, a universidade (CORTEZ, 2). A Fisioterapia desportiva tem como objetivo fazer um trabalho utilizando técnicas específicas para prevenir lesões esportivas nos atletas, ou ainda tratar e recuperar esse atleta, para que o mesmo esteja apto a treinar e competir novamente (GABRIEL; CARRIL; PETIT, 21). A motivação para este estudo foi devido ao grande número de lesões traumato-ortopédicas ocorridas no futsal, as quais prejudicam a equipe em conseqüência da ausência de atletas em partidas importantes, o que causa o enfraquecimento do time, bem como o prejuízo financeiro para o clube, cuja responsabilidade é também, arcar com o salário das jogadoras inativas. Com o objeivo de diminuir as lesões neste esporte, o estudo identificou as lesões traumatoortopédicas mais frequentes na equipe, para assim poder alertar os profissionais envolvidos com a preparação física e recuperação das atletas, a darem maior ênfase no treinamento para os seguimentos corpóreos mais acometidos. Matérias e Métodos Observamos a equipe de futsal feminino, a Buzzo Sports/Fadenp, representante da cidade de São José dos Campos. Para o estudo analisamos as fichas clinicas contendo o nome, idade, sexo, a região da lesão, o tipo da lesão, a posição 1

exercida no futsal e o tempo em que está jogando pelo clube. Fizeram parte deste estudo aproximadamente cinquenta atletas do sexo feminino, entre dezesseis e vinte e um anos de idade, das categorias sub-17 e sub-21. Esta análise foi referente aos meses de janeiro de 21 à julho de 212. O responsável pela equipe e o fisioterapeuta da equipe assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido concordando em participar deste estudo e o mesmo foi conduzido de acordo com a Resolução 19/9 do Conselho Nacional de Saúde. Este estudo foi aprovado pelo CEP/Unitau sob protocolo 8/12. Os treinos da equipe são realizados cinco vezes por semana com duração de três horas por dia, separados em treinamentos com bola (técnico e tático), físico, musculação e jogos na média de 1 por semana, alternando um jogo em casa, porém não sendo a mesma quadra utilizada nos treinos, e outro jogo fora, em outras cidades. Essas observações nos treinamentos e nos jogos realizados pela equipe têm como objetivo buscar um melhor entendimento sobre o mecanismo das lesões e um maior conhecimento sobre a modalidade esportiva. Resultados Nossos resultados demonstraram que quanto ao local da lesão observou-se que o sítio de maior acometimento no ano de 21 foi o joelho (17 lesões- 4%), correspondendo a maioria das ocorrências, seguido por lesão no tornozelo (9 lesões- 21%) que representaram um percentual inferior. A lesão nos adutores de coxa ( 7 lesões- 1%) também representou uma significativa ocorrência das lesões nessa temporada, totalizando 4 lesões neste ano. Na temporada de 211, o joelho continuou sendo o local mais acometido ( lesões- 21%), enquanto que a lesão no tibial anterior ou posterior aumentou significativamente ( lesões- %), e o tríceps sural apareceu neste ano com uma porcentagem importante juntamente com a lesão de tornozelo (4 lesões- 14%), em relação às apresentadas no ombro e quadríceps ( lesões- 11%), perfazendo um total de 28 lesões com as demais. E no 1º semestre de 212, as lesões encontradas tiveram predomínio em tornozelo ( 4 lesões- 27%), seguido de lesões no joelho, quadríceps ( lesões- 2%), tríceps sural e adutores de coxa (2 lesões- 1%), e ombro ( 1 lesão- 7%) totalizando lesões neste semestre. Como se observa na Figura 1. 12 9 OMBRO JOELHO ADUTORES DE COXA QUADRÍCEPS TIBIAL ANTERIOR/POSTERIOR TRÍCEPS SURAL 21 211 212 TORNOZELO COLUNA LOMBAR Figura 1 Seguimentos corpóreos acometidos nos anos de 21/211/212. Em relação ao tipo da lesão, em 21 encontramos um percentual muito elevado no tipo entorse (2 lesões- %), seguido de estiramento muscular (12 lesões- 28%), e com um percentual inferior, somando-as, encontramos fadiga muscular, ruptura ligamentar e lombalgia (4/2/2 lesões consecutivas- 19%). Em 211, a entorse continuou como principal lesão, porém com uma quantidade menor de lesionadas em relação ao ano de 21 (7 lesões- 2%), seguida no aumento da lesão tipo contratura muscular e fadiga muscular (ambas lesões- %), e com uma porcentagem inferior de estiramento muscular (4 lesões- 14%), as demais lesões corresponderam a 28%. No 1º semestre de 212, encontramos com maior índice a lesão tipo contratura muscular que apresentou percentual crescente durante os anos ( lesões- %), seguida de tendinite e entorse ( ambas 4 lesões- 27%), e com uma porcentagem menor o estiramento muscular (2 lesões- 1%), neste semestre foram sofridas apenas esses tipos de lesões. Conforme se observa na Figura 2. 2

24 21 12 9 ENTORSE TENDINITE FADIGA MUSCULAR CONTRATURA MUSCULAR RUPTURA LIGAMENTAR SUB-LUXAÇÃO 21 211 212 ESTIRAMENTO MUSCULAR LOMBALGIA Figura 2- Tipos de lesões ocorridas nos anos de 21/211/212. Em relação ao índice de lesões durante os anos de 21, 211 e 1º semestre de 212, constatou-se a prevalência das lesões em joelho, totalizando 2 lesionadas (%), seguida de lesões no tornozelo, sendo estas, 17 lesionadas (2%), e evidenciadas 11 lesões nos adutores da coxa (1%); Conforme a figura. 2 2 1 4 2 11 1 9 OMBRO ADUTORES DE COXA TIBIAL ANTERIOR/POSTERIOR TORNOZELO 17 JOELHO QUADRÍCEPS TRÍCEPS SURAL COLUNA LOMBAR Figura - Indice de lesões conforme o seguimento corpóreo. Em relação ao tipo das lesões ocorridas, prevaleceu o entorse, resultando 4 lesões (4%), seguido de estiramento muscular com lesões (21%), e com um índice menor a contratura muscular, sendo 1 lesões (12%). As demais lesionadas somaram 27%, correspondendo a 24 lesões, totalizando 8 lesões neste período. Conforme observa-se na figura 4. 2 2 1 4 9 1 ENTORSE FADIGA MUSCULAR RUPTURA LIGAMENTAR ESTIRAMENTO MUSCULAR 1 TENDINITE CONTRATURA MUSCULAR SUB-LUXAÇÃO LOMBALGIA Figura 4- Índice de lesões conforme o tipo da lesão. Discussão Os estudos que abordam o tema lesões esportivas apontam o futsal com maior porcentagem de lesões, seguido do handball e basquete. Alguns estudos afirmam que atletas do sexo feminino apresentam maior risco de lesão (DE LOES, 199), diferente de Messina D.F.; Farney W.C.; Delee J.C. (1999), que não descrevem diferença significativa entre os sexos. Relatam também que o risco de lesão, em ambos os sexos são maiores durante os jogos em comparação com períodos de treinamento. Gantus e Assumpção (22) publicaram dados divergentes, relatando que 4,8% das lesões ocorrem durante os jogos e,2% em treinos, sendo este estudo em atletas profissionais. Em nosso estudo, classificamos quanto a localização anatômica das lesões por segmento anatômico: tronco (cabeça e pescoço, coluna cervical, torácica, lombar e cintura pélvica), membros inferiores (coxa, joelho, perna, tornozelo e pé) e membros superiores (ombro, braço, cotovelo, antebraço, punho e mão). As lesões ocorreram em sua grande maioria em MMII (91,8%) seguidos de MMSS (4,%) e tronco (,49%), conforme tabela 1. Raymundo et al. (2) em seu estudo, encontraram resultados semelhantes com predominância de lesões em MMII de 88,1%, porém com incidência de 8,% no tronco e,% em MMSS.

Tabela 1- Lesões segundo o segmento Anatômico. Segmento Anatômico Nº Lesões % MMSS 4 4, Tronco,49 MMII 79 91,8 Total 8 1 A predominância das lesões quanto ao local acometido, segundo nosso estudo, ocorreu no joelho representando % das lesões, seguido pelo tornozelo com 2%, e os adutores de coxa com 1% (figura ). Resultado este que diverge com Soares e Neto (21) onde foram encontrados lesões com maior índice em tornozelo (%) seguido por joelho (22%). Segundo Kurata, D. M.; Junior, J. M.; Nowotny, J. P. (27) a prevalência se da também no tornozelo ( 2,%), seguidos por joelho ( 17,%) e pé (14,4%). Já Hebert et al. (2) assemelhase com os resultado obtidos em nosso trabalho, pois quantificou as lesões nos segmentos corpóreos em relação ao futsal, onde a predominância foi lesões de joelho (22,1%), quadríceps (21,%) e tornozelo (17,2%), dentre outros. Em relação ao tipo de lesão, durante toda temporada, houve uma predominância de entorse (4%), seguido de estiramento muscular (21%), e contratura muscular (12%), dentre outros (Gráfico 4). Segundo Santos et al (211) confirmam que o entorse é a principal lesão que acomete atletas do futsal. Os estudos de Kurata, D. M.; Junior, J. M.; Nowotny, J. P. (27) verificaram que a incidência de lesões típicas deste esporte quanto a classificação do tipo é o entorse (,8%), ruptura ligamentar (12,7%), dentre outros tipos. As sobrecargas geradas pela atividade esportiva podem causar lesões e traumas em todo organismo, segundo Amatuzzi M.; Greve J. M. D. ; Carazato J. G. (24) e Araujo et al. (199), afirmam que o futsal é um jogo caracterizado como uma atividade de grandes esforços de caráter intermitente. A agilidade dos acontecimentos e ações durante uma partida requer do atleta um preparo para reagir aos mais diferentes estímulos, de maneira rápida e eficiente (LIMA; SILVA; SOUZA, 2). Nas lesões de uso excessivo, fatores intrínsecos e extrínsecos podem trazer importância igualável em seu desenvolvimento. Sendo exemplos de fatores intrínsecos: a idade, o sexo e fatores anatômicos, como as discrepâncias de comprimento ósseo, os desequilíbrios musculares, os maus alinhamentos das articulações ou das extremidades, a fadiga, a falta de flexibilidade e fraqueza muscular. São exemplos de fatores extrínsecos: os erros de técnica e de treinamento, o mau equipamento, o ambiente pobre, o mau terreno e o supertreinamento (MELLION, 1997). Portanto a prevenção, a potencialização máxima das funções dos atletas e a orientação do treinamento estão diretamente relacionadas ao desempenho do atleta, tornando clara a necessidade do fisioterapeuta durante os treinos e não somente na recuperação do atleta. Portanto, é de extrema importância de um trabalho de condicionamento muscular como medida profilática em relação as lesões O trabalho da fisioterapia desportiva evidenciase diferente das outras, pois sempre que for detectado algum déficit e iniciar um processo de reabilitação do atleta, o profissional deve-se mostrar muito rápido e efetivo, e com foco na recuperação osteomioarticular, o retorno ou a readaptação de suas funções técnicas desportivas, e prevenir recidivas de lesões. Conclusão As atletas praticantes de futsal feminino de São José dos Campos apresentaram susceptibilidade a lesões, observou-se que o joelho foi a região mais acometida, e o entorse foi à lesão que se apresentou com maior frequência. Este estudo foi divergente com a maioria das pesquisas existentes neste âmbito, o que sugere mais estudos e pesquisas científicas com o intuito de revelar informações pertinentes que direcionem uma intervenção segura e eficaz no sentido de minimizar a ocorrência de lesões e evitar recidivas Uma importante sugestão é o trabalho multidisciplinar, onde o papel do fisioterapeuta desportivo é atuar diretamente com o educador físico, acompanhando os treinos técnicos, táticos e físicos para entender a biomecânica e a fisiologia do esforço do atleta e o mecanismo de lesão. Assim sendo, quando o fisioterapeuta desportivo iniciar a reabilitação de um atleta lesionado, o mesmo irá buscar o retorno do atleta a atividade no menor tempo possível, a recuperação osteomioarticular, a prevenção de recidivas de lesões e a readaptação do domínio da técnica desportiva do mesmo. O que poderá proporcionar melhoria na performance do atleta e o sucesso da equipe. 4

Referências - AMATUZZI M.; GREVE J. M. D. & CARAZATO J. G. Reabilitação em medicina do esporte. São Paulo: Roca, 24. - ARAÚJO, T.L.; ANDRADE, D.R.; FIGUEIRA JÚNIOR, A.J. & FERREIRA, M. Demanda fisiológica durante o jogo de futebol de salão, através da distância percorrida. Revista da Associação de Professores de Educação Física de Londrina. Londrina, v.11, n.19, p.12-2, 199. - CORTEZ, Lucélia de Cássia; Universidade do Vale do Paraíba. A preparação do futsal feminino. São José dos Campos, 2. - DE LOES M. Epidemiology of sports injuries in the Swiss organization Ÿouth and Sports 1987-1989. Injuries, exposure and risks of main diagnoses. Int J Sports Med 199;1:14-8. - GABRIEL, Maria R. Serra; PETIT, J. Diaz; CARRIL, Maria L. De Sande. Fisioterapia em traumatologia, ortopedia e reumatologia. Rio de Janeiro: Revinter, 21. 42P. - GANTUS MC, ASSUMPÇÃO JD. Epidemiologia das lesões do sistema locomotor em atletas de basquetebol. Acta Fisiátrica 22;9:77-84. - HEBERT, S. et. al., Ortopedia e traumatologia: princípios e praticas..ed. Porto Alegre: Artmed, 2. - KURATA, D. M.; JUNIOR, J. M. & NOWOTNY, J. P. Incidências de Lesões em Atletas Praticantes de Futsal. Iniciação Científica CESUMAR Centro Universitário de Maringá. v.9, n.1, p.4-1, jan./jun., 27. Disponível em: www.cesumar.br/pesquisa/periodicos/index.php/ic cesumar/article/viewpdfinterstitial/478/2. Acesso em: Abr. 27. - POLIZELLI, Adriano Borges. Análise Eletromiografica do músculo adutor e abdominal inferior durante atividade do chute em jogadores de futsal. São José dos Campos, SP, 29. 1 disco laser : Dissertação (mestrado) - Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos, 28. - RAYMUNDO, J. L. P. et al. Perfil das lesões e evolução da capacidade física em atletas profissionais de futebol durante uma temporada. Revista Brasileira de Ortopedia, jun. 2. Disponível em: http://www.rbo.org.br/materia.asp?mt=17&ididio ma=1. Acesso em: 7 jan. 2. - SANTOS, F., SANTOS, L., FERREIRA, A., DA COSTA, R.. Prevalência de lesões de membros inferiores em atletas de futsal feminino dos jogos universitários de Pernambuco. Revista de Trabalhos Acadêmicos, América do Norte, 2, jun. 211. Disponível em: http://www.revista.universo.edu.br/index.php/1reta 2/article/view/. Acesso em: 29 Ago. 212. - SOARES, H.; NETO, C. S. P. Lesões intervenientes nas posições táticas no futsal. Disponível em:<www.ferrettifutsal.com.br>. Acesso em: 7 jan. 212. - SITE CBFS: http://www.futsaldobrasil.com.br/29/cbfs/origem. php. Acesso em: 29 março 211. - SITE Futsal do Brasil: http://www.futsaldobrasil.com.br/29/ligafeminina 21/historico.ph. Acesso em 1 Abril 211. - LIMA, A. M. J.; SILVA, D. V. G. & SOUZA, A. O. S. Correlação Entre as Medidas Direta e Indireta do VO2 max em Atletas de Futsal. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v.11, n., mai./jun., 2. Disponível em: www.scielo.br/pdf/rbme/v11n/a2v11n.pdf. Acesso em: 1 jun 29. - MESSINA DF, Farney WC, Delee JC. The incidence of injury in Texas high school basketball. A prospective study among male and female athletes. Am J Sports Med 1999;27:294-9.