TERMOS DE REFERÊNCIA PROFESSOR(A)/ AGENTE DE COOPERAÇÃO PORTUGUÊS/ FRANCÊS



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Transcrição:

TERMOS DE REFERÊNCIA PROFESSOR(A)/ AGENTE DE COOPERAÇÃO PORTUGUÊS/ FRANCÊS 1. INFORMAÇÕES DE BASE... 2 1.1. País beneficiário... 2 1.2. Entidade Adjudicante... 2 1.3. Informações úteis sobre o país... 2 1.4. Situação atual no setor em causa... 4 1.5. Programas conexos e atividades de outros doadores... 7 2. OBJETIVO GERAL, OBJETIVOS ESPECÍFICOS E RESULTADOS ESPERADOS DO PROJETO ESCOLA+, FASE II... 9 2.1. Objetivo geral... 9 2.2. Objetivos específicos... 9 2.3. Resultados a atingir pelo professor... 9 3. HIPÓTESES E RISCOS... 9 3.1. Hipóteses subjacentes à intervenção do projeto... 9 3.2. Riscos... 9 4. ÂMBITO DO PROJETO... 10 4.1. Considerações gerais... 10 4.2 Atividades específicas... 10 4.3. Gestão do projeto... 10 5. LOGÍSTICA E CALENDÁRIO... 11 5.1. Localização... 11 5.2. Data de início do contrato e respetivo prazo de execução... 11 6. REQUISITOS... 11 6.1. Pessoal... 11 6.1. Condições contratuais... 11 7. RELATÓRIOS... 11 7.1. Elaboração de relatórios... 11 Financiamento: Execução:

1. INFORMAÇÕES DE BASE 1.1. País beneficiário São Tomé e Príncipe 1.2. Entidade Adjudicante Instituto Marquês de Valle Flôr 1.3. Informações úteis sobre o país São Tomé e Príncipe é um país localizado no golfo da Guiné, com cerca de 1.001Km 2. Segundo os últimos CENSOS, conta com uma população de 187 356 habitantes, dos quais 93 735 são homens e 93 621 são mulheres (INE, 2012). De acordo com a mesma fonte, 48,1% da população tem menos de 17 anos, o que revela uma pirâmide jovem, resultado de uma elevada taxa de natalidade. 1.3.1 O perfil da pobreza em S. Tomé e Príncipe Dados sobre o perfil da população, recolhidos através do último inquérito ao consumo dos agregados familiares, realizado em 2010, indicam que o rácio da pobreza (estimado a partir do rendimento médio) passou de 53,8% em 2000, para 49,6% da população, em 2010. No entanto, de acordo com a metodologia do custo das necessidades básicas, a percentagem da pobreza é mais elevada, estimando-se que 66% da população seja pobre (ou seja, 66% da população vive com menos de 30 mil dobras diárias per capita) (INE, 2010). Segundo dados do mesmo inquérito, 62% da população total reside em dois distritos: Mé-Zochi e Água Grande. E se em Mé-Zochi a situação da pobreza relativa diminuiu de 2000 para 2010, em Água Grande, a situação a pobreza aumentou de 39,4% para 52,% Contudo, é nos Distritos de Caué e Lembá que se registam as mais elevadas taxas de incidência da pobreza, com 84,5% e 73,7%, respetivamente (Ministério Plano e Desenvolvimento, 2012). O mesmo inquérito, ao procurar definir o perfil da pobreza em São Tomé e Príncipe, põe em evidência que a incidência da pobreza é mais elevada entre os agregados familiares chefiados por mulheres do que entre os agregados familiares chefiados por homens, com 71,3/, contra 63,4%, respetivamente. Outro dado importante a reter, é o de que é no grupo dos desempregados que a incidência de pobreza é mais elevada. Já entre a população com uma ocupação, é entre os independentes do setor privado agrícola que se encontra a maior proporção de pobres, logo seguido dos trabalhadores independentes do setor privado não agrícola, setor público e, por fim, setor privado formal. É também entre os primeiros setores referidos que a precariedade é mais frequente. Face a estas constatação, não deixa de ser alarmante que um terço da população exerça a sua atividade na agricultura, pecuária e pescas (Ministério do Plano e Desenvolvimento). 2

Um olhar sobre a pobreza em São Tomé e Príncipe, para além da perspetiva exclusivamente baseada no rendimento das famílias, pode ser complementado pelo Índice de Desenvolvimento Humano. Em 2012, o valor situou-se em 0,525, na categoria de desenvolvimento humano baixo, com a posição do país a melhorar desde 2005. A desfragmentação do índice revela que: a esperança média de vida à nascença é de 64,9 anos, enquanto; os anos esperados de escolaridade são de 10,8; a média de anos de escolaridade é de 4,7; e o Produto Interno Bruto per capita é de 1,864 (UNDP, 2013). Quando comparados com outros países da região, estes dados são animadores. Quando tomada como um todo, a região da África subsariana apresenta indicadores comparativamente mais baixos relativamente à esperança média de vida à nascença (54,9), anos esperados de escolaridade (9,3) e média dos anos de escolaridade (4,7). Apenas em relação ao produto interno bruto per capita, São Tomé e Príncipe encontra-se um pouco abaixo da média regional (2,010 PPPUS$ contra 1,864PPP US$) (UNDP, 2013). 1.3.2 Pobreza e educação Relativamente aos gastos das famílias, é de notar que 3,5% do orçamento familiar é dirigido à educação, enquanto 2,8% à saúde, sendo os Distritos mais pobres os que menos gastam com saúde e educação (Ministério do Plano e Desenvolvimento, 2012). Da análise destes dados, conclui-se que a contribuição das famílias para o setor da educação é feita num quadro de grandes constrangimentos, tanto mais elevados para as famílias constituídas por mulheres chefes de família, com desempregados e ou trabalhadores agrícolas. Os dados parecem indicar também que, apesar dos ganhos realizados ao nível da saúde e educação, o seu impacto ainda não surtiu o efeito desejado ao nível do rendimento per capita. É de esperar também que as dificuldades experienciadas pelos mais pobres condicionem investimentos privados futuros na educação, restringindo assim o acesso aos ganhos decorrentes do retorno do investimento na educação. 1.3.3 Investimentos públicos na educação Do ponto de vista do Estado e das despesas públicas, é de assinalar que a contribuição média das despesas públicas para o setor da educação, foi, no decénio entre 2000 e 2010, de 4,6% do PIB, valor acima da média regional (Ministério da Educação, Cultura e Formação, 2012). Em 2010, este valor foi de 9,2%, revelando um aumento em relação a 2002, quando se situava na ordem dos 2,7%. A parte da educação nas despesas correntes do Estado é também considerável, tendo passado de 23,8% em 2005, para 40,2% em 2009, revelando o esforço que o Estado tem vindo a colocar na educação. A prazo, espera-se que a performance económica que o país tem conhecido nos últimos anos possa reforçar quer a contribuição das famílias quer a contribuição do Estado para o setor da educação. De facto, não obstante a atual conjuntura da crise económica e financeira mundial, o país tem assistido a uma expansão da sua atividade económica, em particular desde 2009, o que se refletiu, por exemplo, na gradação do país de rendimento baixo para rendimento médio baixo nesse mesmo ano. 3

Desde 2009 que a taxa de crescimento do PIB se tem situado na ordem dos 4%. Segundo o Banco de Portugal (2013), este crescimento ficou a dever-se em grande medida à ajuda externa (com particular incidência nos projetos de reabilitação da rede viária) e ao investimento direto estrangeiro. A decomposição do PIB em termos setoriais mostra que o bom desempenho da economia se tem observado em setores como construção, agricultura, turismo e serviços. Mesmo tendo em conta os últimos dados do censo de 2012, que mostram um crescimento médio anual da população na ordem dos 3,13%, o PIB per capita tem vindo a aumentar. Complementarmente, digno de nota é também o facto de o índice de Gini ter caído de 49/%, em 2000, para 32,9/ em 2010, refletindo a melhoria na distribuição de rendimentos (Ministério do Plano e Desenvolvimento). As perspetivas futuras para a economia são animadoras apesar de se prever um abrandamento da atividade, em resultado de eventuais quedas do investimento direto estrangeiro, campanha agrícola menos favorável no caso de determinadas culturas e a desaceleração do crédito à economia (Banco de Portugal, 2013). O II Documento de Estratégia Nacional de Redução da Pobreza estima uma taxa de crescimento na ordem dos 6% em resultado de projetos de investimento, aplicação de reformas estruturais e início da exploração petrolífera agendada para 2015 (2013). Apesar da evolução positiva de vários indicadores, São Tomé e Príncipe continua a defrontar-se com desafios estruturais. Tratando-se de um arquipélago constituído por duas ilhas, o país é classificado na categoria de pequenos estados insulares em desenvolvimento 1 e também na categoria de país menos desenvolvido 2 (UN,2013). Estas classificações traduzem os desafios que têm sido enfrentados por S. Tomé e Príncipe e que devem ser tidos em conta nos esforços presentes e futuros do país. 1.4. Situação atual no setor em causa 1.4.1 Enquadramento O II Documento de Estratégia de Redução da Pobreza (Ministério do Plano e Finanças, 2012) reconhece a importância da aposta na educação, alfabetização e formação para o desenvolvimento de recursos humanos e acesso aos serviços sociais de base humanos para responder às necessidades de desenvolvimento do país (2012). A educação e o ensino secundário encontram-se assim entre as prioridades do Governo ao nível das políticas públicas para a redução da pobreza. Ao nível das políticas setoriais, cabe à Lei de Bases do Sistema Educativo de S. Tomé e Príncipe, Lei n.º 2/2003, reger o setor da educação. A Lei estabelece que todos os são-tomenses têm direito à 1 Os pequenos estados insulares são definidos a partir da sua fragilidade ambiental e social, mas também da sua fragilidade económica a fatores externos, decorrentes da sua posição geográfica e dimensão (UNCTAD: 2004). 2 Em 2003, o Conselho Económico e Social das Nações Unidas definiu país menos desenvolvido como base em três critérios (2003): 1. Baixo rendimento (com base na estimativa de três anos, do PIB per capita inferior a 750 USD); 2. Desenvolvimento humano baixo, através de um índice composto por: a. Nutrição; b. Saúde; c. Educação; d. Literacia. 3. Vulnerabilidade económica definida através do índice composto constituído pelos seguintes subcritérios: a. Instabilidade da produção agrícola; b. Instabilidade da exportação de bens e serviços; c. Importância económica de atividades não tradicionais (proporção da manufatura e de serviços modernos no PIB); d. Concentração de mercadorias exportadas; e. Pequena dimensão da economia; f. Percentagem da população deslocada em virtude de desastres naturais. 4

educação e cultura, sendo ( ) da responsabilidade do Estado, promover a democratização do ensino, garantindo o direito a uma justa e efetiva igualdade de oportunidades no acesso e sucesso escolares. Neste quadro, compete ao Estado assegurar a escolaridade obrigatória, gratuitamente, que, segundo a mesma Lei, compreende o ensino básico, com a duração de seis anos. Ainda, segundo a Lei, têm acesso ao ensino secundário os alunos que completem com sucesso o ensino básico. O ensino secundário compreende dois ciclos, cada um de três anos, e é orientado para o prosseguimento de estudos, por um lado, e, para a vida ativa, por outro. A revisão curricular, introduzida pelo Decreto-Lei 27/2010, veio contribuir para aproximar o ensino secundário dos desafios lançados pelo desenvolvimento socioeconómico de S. Tomé e Príncipe, reforçando também a componente de orientação para a integração na vida ativa. Com este diploma foram introduzidas alterações ao nível da própria estrutura do ensino secundário, assim como alterações ao nível do plano de estudos e currículos. Já em Junho de 2012 foi aprovada a Carta de Política Educativa de São Tomé e Príncipe, visão 2022 (2012), que estabelece um conjunto de estratégias para o ensino no país, tendo em vista o objetivo global de proporcionar uma educação e formação de qualidade para todos os sãotomenses, sem exceção, cumprindo assim as diretrizes dos ODM, da Conferência Mundial de Jomtien, em Tailândia, do Fórum de Dakar (Educação para Todos) e da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais em Salamanca, Espanha (2012). Ao nível do ensino secundário, a Carta estabelece como meta garantir a universalidade e gratuitidade de acesso ao Ensino Secundário de boa qualidade até à 9ª classe, no horizonte de 2017 e, até à 12ª classe, no horizonte de 2022. Para o efeito identifica três objetivos: Melhoria do acesso ao ensino secundário; Melhoria da qualidade e da eficiência do ensino e aprendizagem; Adoção de medidas que facilitem a inserção profissional e a continuidade académica dos alunos que concluem a 12ª classe. De forma transversal, é identificada a necessidade de reforço de gestão do sistema educativo. Para o efeito, são identificadas as seguintes estratégias: Reforço das funções de coordenação e planificação estratégica do MECF; Garantia de apropriação nacional dos instrumentos de política educativa e uma maior visibilidade das ações do MECF. Em conjunto, estes documentos estabelecem o quadro referencial de intervenção do Projeto Escola+, fase II, integrando-se assim nas prioridades nacionais. 1.4.2 Enquadramento do projeto Escola+, fase II A primeira fase do Projeto Escola+ foi inovadora a vários níveis. Primeiro, porque alcançou uma dimensão nacional, tendo chegado à totalidade das escolas do ensino secundário e, nesse sentido, também aos professores e alunos fora do Distrito de Água Grande (tradicionalmente, a cooperação neste setor tendia a concentrar-se no Distrito de Água Grande). Por outro lado, porque, tratando-se de uma abordagem integrada, concertou esforços em vários eixos que se interligam: reforço do parque escolar, do ensino profissional, da capacitação das competências 5

dos professores, da consolidação da capacidade de gestão das escolas; e a criação de um sistema de ensino mais adaptado às necessidades do país. Em 2013, com a primeira fase do projeto Escola + a chegar ao fim, tendo por referência os resultados alcançados, a situação no setor em causa e as prioridades do Ministério da Educação de S. Tomé e Príncipe, o Instituto Marquês de Valle Flôr e o Ministério da Educação identificaram quatro eixos estruturantes que deveriam integrar a segunda fase do Escola+, fase II: Reforço do parque escolar; Reforço das competências dos professores; Ensino Técnico-profissional capaz de dinamizar o mercado de trabalho; Reforço da capacidade de gestão e acompanhamento dos serviços centrais e escolas. Contudo, face à disponibilidade orçamental para o quadriénio 2013-2017, foi necessário concentrar o apoio em dois destes cinco eixos: capacitação dos professores e reforço da capacidade institucional dos serviços centrais do Ministério da Educação e escolas. 1.4.3 O desempenho do sistema educativo: contribuições do Projeto Escola+ Desde o ano letivo 2010/11 que os dados vêm mostrando um aumento do número de alunos no ensino secundário: Anos letivos 2010/ 2011 2011/ 2012 2012/ 2013 2013/2014 Número de alunos 11.619 13.979 15.481 17.914 Este aumento verificou-se quer ao nível do 1º ciclo do ensino secundário quer ao nível do 2º ciclo, evidenciando assim uma maior capacidade de atração e fixação. Anos letivos Total de alunos 1º ciclo do ensino Total de alunos 2º ciclo do ensino secundário secundário 2011/ 2012 12.289 1.690 2012/ 2013 13.348 2.133 2013/2014 13.785 4.129 Também o desempenho dos alunos registou uma melhoria, como demonstram os seguintes dados sobre o aproveitamento, por classe e ano letivo: Aproveitamento 1º ciclo/ via geral 2009/2010 2010/2011 2011/2012 Não Não Não 7ª classe 66% 34% 86% 14% 80% 20% 8ª classe 64% 36% 83% 17% Aproveitamento 1º ciclo/ Cursos Educação Profissional 8ª classe 86% 14% 6

Aproveitamento 2º ciclo / via geral 10ª classe 78% 22% 98% 2% 99% 1% 11ª classe 71% 29% 97% 3% Aproveitamento 2º ciclo/ Cursos Secundários Profissionalmente Qualificantes Global 99% 1% 100% 93% 7% As taxas líquidas de escolarização disponíveis reiteram esta perspetiva. Dados do Ministério da Educação, Cultura e Formação indicam um aumento de 16,9% para 24% ao nível do 1º ciclo, de 2008/09 para 2011/ 2012. De referir que os mesmos dados não estão disponíveis para o segundo ciclo. 1.4.4 O projeto Escola+, fase II Reconhecendo o importante papel do setor da educação na promoção do desenvolvimento humano sustentável, a segunda fase do Projeto Escola + apresenta-se com uma intervenção de continuidade e de consolidação do trabalho que vem desenvolvendo desde 2009 em parceria com o Ministério da Educação, Cultura e Formação de São Tomé e Príncipe e com o Camões I.P. É objetivo específico da ação: promover a melhoria do ensino secundário de São Tomé e Príncipe. Para o efeito foram identificados os seguintes resultados e atividades: Resultado Esperado 2 :: Competências dos professores melhoradas Atividades para o alcance do RE 2 A2.2 Profissionalização em serviço A2.3 Colaboração nos bacharelatos no Príncipe A2.4 Formação contínua; A2.5 Lecionação de disciplinas do 2º ciclo Resultado Esperado 4 :: Capacidade Institucional do Ministério da Educação e Escolas reforçada Atividades para o alcance do RE 4: A4.1 Comités de Acompanhamento A4.2 Reforço da Direção do Ensino Secundário A4.3 Reforço da capacidade do Departamento de Planeamento e Inovação Educativa A4.4 Reforço da capacidade do setor metodológico A4.5 Apoio à instalação do serviço de inspeção do ensino secundário A4.6 Reforço da capacidade de gestão e administração das escolas. 1.5. Programas conexos e atividades de outros doadores: O Programa de Apoio ao Desenvolvimento dos Recursos Humanos, mais conhecido pela sua sigla PADRHU, foi uma iniciativa apoiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento com o objetivo geral de contribuir para a redução da pobreza através da melhoria da qualidade dos recursos humanos, 7

do aumento de perspetivas de trabalho e de rendimento. Mais especificamente, o projeto pretendia: Aumentar as capacidades e produtividade das estruturas responsáveis pela conceção e execução dos programas de desenvolvimento dos recursos humanos; Reforçar e diversificar as oportunidades de formação e de inserção profissional dos jovens e trabalhadores; Reforçar os conhecimentos e o saber-fazer profissional das mulheres pobres chefes de família nas regiões mais desfavorecidas do país. O programa terminou em maio de 2013. Também a cooperação brasileira tem vindo a apostar na educação em São Tomé e Príncipe, quer ao nível da educação de adultos quer ao nível do ensino profissional. Tem estado também presente ao nível da alimentação escolar. Com início em janeiro de 2009 e término previsto para maio de 2013, o Projeto cooperação brasileira de Alfabetização Solidária concluiu já a sua quinta fase. Durante este período, o projeto apoiou 110 turmas de alfabetização inicial, das quais 18 turmas de alfabetização funcional, para além de 20 turmas de alfabetização inicial com atividades profissionalizantes integradas para jovens de 15 a 18 anos moradores de comunidades rurais. Do ponto de vista metodológico, as estratégias de ensino e aprendizagem tiveram por referência e foram contextualizadas à realidade das comunidades agrícolas e piscatórias, do público jovem e das mulheres. Segundo o documento resumo da ação, esta fase do projeto previa também consolidar as bases para o reforço e estruturação da educação de jovens e adultos, dentro da perspetiva de, em 2012, a execução do programa de alfabetização ser assumida por São Tomé e Príncipe (Agência Brasileira de Cooperação, 2013). Já em relação ao ensino profissional, a cooperação brasileira tem vindo a apoiar o projeto para a construção e implementação de um Centro de Formação Profissional de referência, especialmente orientado para a qualificação de jovens e adultos para a indústria e serviços. Nesse sentido, o projeto prevê a abertura de cursos nas seguintes áreas: construção civil, eletricidade, costura, mecânica de autos e informática. Complementarmente, o projeto visa ainda: a elaboração do plano estratégico de formação profissional; a capacitação de instrutores sãotomenses para o desenvolvimento dos cursos de formação nas áreas de construção civil, eletricidade, costura, mecânica de autos e informática; a capacitação de gestores para administrarem o Centro; e a aquisição de material didático e de máquinas, ferramentas e mobiliário, necessários ao desenvolvimento dos cursos de formação (Agência Brasileira de Cooperação, 2013). Quanto ao Programa de Alimentação Escolar, é objetivo da ação apoiar o Governo são-tomense na implementação do Programa de Alimentação Escolar em São Tomé e Príncipe, em articulação com o Programa de Alimentação Mundial (PAM). Numa primeira fase, o projeto trabalhou com quatro escolas, nas quais foram realizadas capacitações em serviço para a gestão do programa e adequação dos espaços de alimentação escolar (cantinas), além de se terem desenvolvido atividades de educação nutricional por meio de grupo teatral. 8

Ao nível do ensino básico, o apoio tem sido liderado pelo Banco Mundial. Depois de concluído o projeto, está prevista uma segunda fase a começar em janeiro de 2014 e término para dezembro de 2016, do Projeto Educação de Qualidade para Todos, que assenta em três intervenções: Criação de um sistema de formação em serviço de professores; Estabelecimento de um sistema de avaliação das aprendizagens no ensino básico; Melhoria da gestão das aprendizagens a nível das escolas. 2. OBJETIVO GERAL, OBJETIVOS ESPECÍFICOS E RESULTADOS ESPERADOS DO PROJETO ESCOLA+, FASE II 2.1. Objetivo geral O objetivo geral do projeto a que está associado o presente contrato é o seguinte: contribuir para o crescimento económico de São Tomé e Príncipe, aumento da empregabilidade e do retorno privado ao investimento na educação, assim como para o aumento generalizado das condições de vida da população 2.2. Objetivos específicos O objetivo específico do presente contrato consiste em contribuir para a melhoria do ensino secundário de São Tomé e Príncipe. 2.3. Resultados a atingir pelo professor Ao nível da língua portuguesa o Realizadas ações de formação em práticas de escrita; o Assegurada a lecionação de uma turma de português do segundo ciclo do ensino secundário; Ao nível do francês o Preparada ação de formação em didática aplicada ao ensino do francês; o Realizadas ações de formação específica; o Reforço / melhoria da supervisão dos professores de francês, através da atividade de reforço do setor metodológico; o Assegurada a lecionação de uma turma de francês do segundo ciclo do ensino secundário; o Coletivo de francês apoiado ao nível das reuniões metodológicas quinzenais, como parte integrante da atividade de lecionação. 3. HIPÓTESES E RISCOS 3.1. Hipóteses subjacentes à intervenção do projeto O Instituto Superior Politécnico de São Tomé e Príncipe participa ativamente na preparação e realização das ações de formação. 3.2. Riscos Ausência de regulamentação da carreira docente pode condicionar o impacto da adesão às ações de formação. 9

4. ÂMBITO DO PROJETO 4.1. Considerações gerais 4.1.1. Descrição do trabalho a realizar Com o objetivo de levar a bom termo as atividades previstas, o Projeto contrata um conjunto de professores com formação de diferentes áreas disciplinares. Tendo em conta as atividades específicas do Projeto, os professores são chamados a colaborar ao nível da lecionação, implementação de atividades de formação contínua e reforço do setor metodológico em todas as escolas de S. Tomé. Este trabalho exige um contacto com os vários intervenientes do setor da educação em S. Tomé e Príncipe: professores, gestores escolares, metodólogos, alunos e encarregados de educação. 4.1.2. Zona geográfica abrangida São Tomé e Príncipe 4.1.3. Grupos-alvo Professores são-tomenses que participam nas: o ações de formação dinamizadas no âmbito do Escola+, como formandos; o reuniões do coletivo; Alunos; Metodólogos. 4.2 Atividades específicas 1.2.1. Assegurar a lecionação de duas turmas: uma de língua portuguesa e uma turma de francês do segundo ciclo do ensino secundário; 1.2.2. Colaborar nas ações de formação de prática de escrita de língua portuguesa, como formador; 1.2.3. Colaborar nas ações de formação específica de francês: ao nível da preparação e como formador; 1.2.4. Preparar as ações de formação de didática de francês que deverão ter lugar no ano letivo 2014/ 2015; 1.2.5. Participar nas atividades de reforço ao setor metodológico. 4.3. Gestão do projeto Organigrama do projeto: IMVF (sede) Comité de Acompanhamento Coordenador nacional do Projeto Contabilista Coordenador Adjunto 1 Coordenador Adjunto 2 Coordenador Pedagógico Assessor à Coordenação Assessor à Coordenação Professores/ Agentes de Cooperação 10

Os professores agentes de cooperação reportam ao Assessor para a Coordenação 2, para questões relacionadas com o contrato de trabalho; e, ao Coordenador Pedagógico, para todos os assuntos relacionados com o desempenho das suas funções. 5. LOGÍSTICA E CALENDÁRIO 5.1. Localização A base operacional do projeto fica sediada em S. Tomé, embora compreenda idas regulares às escolas secundárias do país, incluindo Região Autónoma do Príncipe. 5.2. Data de início do contrato e respetivo prazo de execução A data prevista para o início do contrato é 01 setembro de 2014 e o prazo de execução é de 12 meses a partir dessa data. Em caso de avaliação positiva do desempenho, pode ser considerada a renovação. 6. REQUISITOS 6.1. Pessoal A participação nos concursos está aberta em condições de igualdade a todas aos cidadãos dos países membros da União Europeia e de São Tomé e Príncipe. Habilitações e competências Requisitos mínimos Licenciatura em português e francês. Experiência profissional Requisito mínimos: Três anos de experiência profissional no setor da educação. Preferencial: - experiência de lecionação no quadro de projetos de cooperação para o desenvolvimento; - experiência de lecionação em países africanos de língua oficial portuguesa. 6.1. Condições contratuais O colaborador será contratado como agente de cooperação (consultar Lei 13/ 2004) e terá direito a: Remuneração mensal de 1373,13EUR, com direito a subsídio de férias e de Natal; Uma viagem por ano; Alojamento gratuito no Bairro da Cooperação Portuguesa. 7. RELATÓRIOS 7.1. Elaboração de relatórios Deverá ser apresentado um relatório no final de cada trimestre. 11