Aplicação das ferramentas da Ergonomia no setor de atendimento de uma agência bancária



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Transcrição:

Aplicação das ferramentas da Ergonomia no setor de atendimento de uma agência bancária Fádua Maria do Amaral SAMPAIO 1 ; Fernando Salomé JORGE 1 ; Wemerton Luís EVANGELISTA 2 1 Estudante de Engenharia de Produção. Instituto Federal Minas Gerais (IFMG) campus Bambuí. Rod. Bambuí/Medeiros km 5. CEP: 38900-000. Bambuí-MG. 2 Professor Orientador IFMG. RESUMO Sendo grande a competitividade entre as empresas no mercado, é fundamental por parte das mesmas a adoção de técnicas que garantam a sua sobrevivência. Uma das técnicas constantemente adotadas é a Ergonomia, que se refere à adaptação do trabalho ao homem, visando melhorar, de forma integrada, a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas. Baseado nestas informações foi desenvolvido o presente estudo, cujo objetivo foi analisar ergonomicamente o trabalho realizado pelos atendentes de uma agência bancária, a partir da aplicação de técnicas específicas ao estudo ergonômico. Assim sendo, foi possível comprovar, através da aplicação do Questionário Nórdico, que os atendentes possuem riscos de desenvolvimento de DORT (Distúrbios Osteomusculares relacionados ao Trabalho), visto que os mesmos relataram que tiveram problemas nos últimos 12 meses em punhos e mãos. Por meio do questionário Moore e Garg constatou-se que há riscos de desenvolvimento de disfunções músculo tendinosas pelo fato da alta frequência e duração dos esforços realizados. Os resultados do Checklist de Couto indicaram que o risco de ocorrerem lesões músculo-esqueléticas nos atendentes bancários é considerado de moderada importância. Desta forma, foram sugeridas possíveis intervenções, tais como a ginástica laboral e paradas para descanso durante a realização das atividades. Palavras-chave: Análise ergonômica, Moore e Garg, questionário Nórdico. INTRODUÇÃO Segundo Evangelista (2011), as empresas têm, de modo geral, procurado adotar cada vez mais estratégias que permitam garantir sua competitividade no mercado. Entre essas estratégias adotadas encontram-se aquelas relacionadas à saúde do trabalhador, uma vez que é um dos fatores atualmente valorizado por consumidores.

Assim sendo, o estudo da ergonomia passa a ser de grande interesse, uma vez que se trata, de acordo com IIDA (2005), de um conjunto de ciências e tecnologias que visa a adaptação confortável e produtiva entre o ser humano e seu trabalho. Foi desenvolvido, portanto, o presente estudo de caso visando uma análise, do ponto de vista ergonômico, do trabalho realizado por atendentes de uma agência bancária localizada na cidade de Bambuí / MG. MATERIAL E MÉTODOS Uma das ferramentas utilizadas foi o questionário checklist de Couto que é composto por 25 perguntas (Quadro 1) relacionadas às características do trabalho como a sobrecarga física, os níveis de força aplicados com as mãos, o posto de operação, a postura, entre outros. Sendo assim, as questões foram respondidas pelos próprios observadores, sendo a avaliação feita de maneira geral nos atendentes durante a realização das tarefas. A cada pergunta foi atribuído um SIM ou NÃO sendo que as respostas que implicam em riscos ergonômicos aos trabalhadores são atribuídas um ponto ao score total. Em seguida, foi realizada a soma dos scores, e, a partir daí, o risco biomecânico pôde ser interpretado, com base no Quadro 2. Quadro 1 - Checklist de Couto 1- Sobrecarga Física 1.1 - Há contado da mão ou punho ou tecidos moles com alguma quina viva de objetos ou Sim (0) Não (1) ferramentas? 1.2 - O trabalho exige o uso de ferramentas vibratórias? Sim (0) Não (1) 1.3 - O trabalho é feito em condições ambientais de frio excessivo? Sim (0) Não (1) 1.4 - Há necessidade do uso de luvas? Sim (0) Não (1) 1.5 - Entre um ciclo e outro há a possibilidade de um pequeno descanso? Ou há pausa Não (0) Sim (1) bem definida de cerca de 5 a 10 minutos por hora? 2- Força com as Mãos 2.1 - Aparentemente as mãos têm que fazer muita força? Sim (0) Não (1) 2.2 - A posição de pinça (pulpar, lateral ou palmar) é utilizada para fazer força? Sim (0) Não (1) 2.3 - Quando usados para apertar botões, teclas ou componentes, para montar ou inserir, Sim (0) Não (1) ou para exercer compressão digital, a força de compressão exercida pelos dedos ou pela mão é grande? 2.4 - O esforço manual detectado é feito durante mais que 10% do ciclo ou é repetido Sim (0) Não (1) mais que 8 vezes por minuto? 3 - Postura no Trabalho 3.1 - Há algum esforço estático da mão ou do antebraço como rotina na realização do Sim (0) Não (1) trabalho? 3.2 - Há algum esforço estático do braço ou do pescoço como rotina na realização do Sim (0) Não (1) trabalho? 3.3 - O trabalho pode ser feito sem extensão ou flexão forçadas do punho? Não (0) Sim (1) 3.4 - O trabalho pode ser feito sem desvio lateral forçado do punho? Não (0) Sim (1) 3.5 - Há abdução do braço acima de 45 graus ou elevação dos braços acima do nível dos Sim (0) Não (1) ombros como rotina na execução da tarefa? 3.6 - Existem outras posturas forçadas dos membros superiores? Sim (0) Não (1) 3.7 - O trabalhador tem flexibilidade na sua postura durante a jornada? Não (0) Sim (1) 4 - Posto de Trabalho 4.1 - O posto de trabalho permite flexibilidade no posicionamento das ferramentas, Não (0) Sim (1)

dispositivos e componentes, incluindo inclinação dos objetos quando isto for necessário? 4.2 - A altura do posto de trabalho é regulável? Não (0) Sim (1) 5 - Repetitividade e Organização do Trabalho 5.1 - O ciclo de trabalho é maior que 30 segundos? Não (0) Sim (1) 5.2 - No caso de ciclo maior que 30 segundos, há diferentes padrões de movimentos (de Não (0) Sim (1) forma que nenhum elemento da tarefa ocupe mais que 50% do ciclo? 5.3 - Há rodízio (revezamento) nas tarefas? Não (0) Sim (1) 5.4 - Percebe-se sinais de estar o trabalhador com o tempo apertado para realizar sua Sim (0) Não (1) tarefa? 5.5 - A mesma tarefa é feita por um mesmo trabalhador durante mais que 4 horas por dia? Sim (0) Não (1) 6 - Ferramenta de Trabalho 6.1 - Para esforços em prensão: - O diâmetro da manopla da ferramenta tem entre 20 e 25 mm (mulheres) ou entre 25 e 35 mm (homens)? Para esforços em pinça: O cabo não é muito fino nem muito grosso e permite boa estabilidade da pega? Não (0) Sim (1) 6.2 - A ferramenta pesa menos de 1 kg ou, no caso de pesar mais de 1 kg, encontra-se suspensa por dispositivo capaz de reduzir o esforço humano? Quadro 2 - Interpretação do Checklist de Couto. Escore (pontos) Acima de 22 Entre 19 e 22 pontos Entre 15 e 18 pontos Entre 11 e 14 pontos Abaixo de 11 pontos Nível de risco ergonômico Ausência de riso Pouco significativo Moderada importância Significativo Muito significativo Não (0) Sim (1) Outro método utilizado foi o de Moore e Garg, que analisa o risco de desenvolvimento de disfunções músculo tendinosas em membros superiores. Tal método foi aplicado pelos próprios observadores, a partir da seguinte tabela: Quadro 3 - Método de Moore e Garg. Fator Intensidade do Esforço (FIT) Leve Tranqüilo 1,0 Algo de pesado Percebe-se algum esforço 3,0 Pesado Esforço nítido; sem mudança de expressão facial 6,0 Muito pesado Esforço nítido; muda a expressão facial 9,0 Próximo do máximo Usa tronco e ombros 13,0 Fator Duração do Esforço (FDE) < 10% do ciclo 0,5 10-29% do ciclo 1,0 30-49% do ciclo 1,5 50-79% do ciclo 2,0 Igual ou maior que 80% do ciclo 3,0 Cronometra-se o ciclo. Cronometra-se o tempo de esforço do ciclo Fator Freqüência do esforço (FFE) < 4 por minuto 0,5 4-8 por minuto 1,0 9-14 por minuto 1,5 15-19 por minuto 2,0 Mais que 20 por minuto 3,0 Considerar as diversas ações Técnicas.- quando o esforço for estático considerar a freqüência máxima. Fator Postura da Mão, Punho e Ombro (FPMPO) Muito boa Neutro 1,0

Boa Próxima do neutron 1,0 Razoável Não neutron 1,5 Ruim Desvio nítido 2,0 Muito ruim Desvios próximos do extremo 3,0 Avaliar com auxilio de video-tape. Fator Ritmo Trabalho (FRT) Muito Lento =<80% 1,0 Lento 81-90% 1,0 Razoável 91-100% 1,0 Rápido 101-115% (apertado, mas ainda consegue 1,5 acompanhar) Muito Rápido 116% (apertado, e não consegue acompanhar) 2,0 Fator Duração do Trabalho (FDT) = < 1 hora por dia 0,25 1-2 horas por dia 0,50 2-4 horas por dia 0,75 4-8 horas por dia 1,0 > 8 horas por dia 1,50 Inseridos todos os fatores de multiplicação, procedeu-se ao cálculo, conforme a Equação 1. FIT x FDE x FFE x FPMPO x FRT x FDT [Eq. 01] O resultado obtido na equação 1 foi interpretado conforme o quadro a seguir. Quadro 4 - Interpretação do critério de Moore e Garg Índice Nível de risco ergonômico < 3,0 Baixo Risco 3,0 a 7,0 Duvidoso > 7,0 Risco Também foi utilizado o questionário Nórdico de auto-preenchimento, que permite o levantamento dos problemas músculo-esqueléticos. Neste há um desenho dividindo o corpo humano em 9 partes. Todos os funcionários dos postos de trabalho analisados tiveram que responder sim ou não para três situações envolvendo essas 9 partes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a aplicação da ferramenta Checklist de Couto, obteve-se os resultados dispostos no Quadro 5. Quadro 5 Scores obtidos à cada característica do trabalho pelo Checklist de Couto Características do Trabalho Scores Totais Sobrecarga física 4 Força com as mãos 3 Postura no trabalho 4 Posto trabalho 2 Repetitividade e organização do trabalho 2 Ferramenta de trabalho 0 TOTAL 15

O valor total obtido indica que o risco de ocorrerem lesões músculo-esqueléticas nos atendentes bancários é considerado de moderada importância. Já em relação ao critério semiquantitativo de Moore e Garg os resultados obtidos foram os seguintes: Quadro 6 Fatores analisados e seus respectivos multiplicadores Fatores Multiplicadores Fator Intensidade do Esforço (FIT) 1,0 Fator Duração do Esforço (FDE) 3,0 Fator Freqüência do esforço (FFE) 3,0 Fator Postura da Mão, Punho e Ombro (FPMPO) 1,5 Fator Ritmo Trabalho (FRT) 1,0 Fator Duração do Trabalho (FDT) 1,0 TOTAL 13,5 Sendo assim, foi feita a multiplicação entre estes valores, conforme indicado na equação 1, obtendo um índice equivalente a 13,5, que corresponde a um risco ergonômico. O motivo dos métodos citados anteriormente terem tais resultados se deve ao fato dos atendentes não terem flexibilidade na postura durante a jornada de trabalho, esforço manual feito durante mais que 10% do ciclo, sem revezamento de tarefas e pausa para descanso, o que pode levar ao surgimento de doenças funcionais como a DORT. Em relação ao questionário Nórdico foi possível constatar que os problemas mais críticos estão relacionados ao ombro direito, punhos e mãos, cujas porcentagens de funcionários afetados, nos últimos 12 meses, foram de 33,3% e 50%, respectivamente. CONCLUSÕES Foi possível comprovar que os atendentes possuem riscos de desenvolvimento de DORT, pois os mesmos relataram através do questionário nórdico que tiveram problemas nos últimos 12 meses em punhos e mãos. Por meio do questionário Moore e Garg constatou-se que há riscos de desenvolvimento de disfunções músculo tendinosas pelo fato da alta frequência e duração dos esforços realizados. O checklist de Couto indica que o risco de ocorrerem lesões músculoesqueléticas nos atendentes bancários é considerado de moderada importância. Desta forma, foram sugeridas possíveis intervenções, tais como a ginástica laboral e paradas para descanso durante a realização das atividades. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EVANGELISTA, Wemerton Luis, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, agosto de 2011. Análise ergonômica do trabalho em um frigorífico típico da indústria suinícola do Brasil. Orientadora: Ilda de Fátima Ferreira Tinôco. Coorientadores: Fernando da Costa Baêta e Amaury Paulo de Souza. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2005.