Manual para coleta de material biológico



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Transcrição:

PROJETO MOPE: MONITORAMENTO VOLUNTÁRIO DE PESCADO Manual para coleta de material biológico Biólogo Matheus O. Freitas serranidae@gmail.com (41) 8516-5493 (Oi) / 9638-6075 (Tim) Biólogo Fabiano Grecco grecco@merosdobrasil.org (47) 9627-1504 JANEIRO 2012

Biometria (Medidas) Durante a biometria (ou seja, a medição dos animais), para cada peixe deve ser registrado sempre que possivel o comprimento total (CT), comprimento padrão (ver Figura 1) e peso total (se o peixe estiver limpo, anotar que o peso é limpo). Outras informações também devem ser anotadas, tais como: Procedência do animal (onde foi capturado), como foi capturado (que tipo de pescaria, espinhel, linha de mão, rede, etc.), data, nome do coletor dos dados. Uma opção de como fazer a medição caso não tenha uma régua ou trena, é utilizar linha de pesca. Neste caso uma única medida será necessária, o comprimento total (CT). Inicie a medição da ponta do focinho até a o fim da nadadeira caudal. Recomendamos sempre medir por baixo do peixe, medidas feitas por cima do peixe podem representar erros devido ao aumento de área. São necessárias duas medidas principais: Comprimento total do peixe (CT): Da ponta do focinho até o final do rabo. Peso total do peixe (PT): Pesar da forma mais precisa possível. Caso o peixe esteja sem as vísceras (ou buchada), sem escamas, sem cabeça ou outro tipo de limpeza, favor anotar que pesagem foi realizada. Veja na figura 1, abaixo o modelo da realização das medidas. Figura 1. Procedimento para medição dos peixes. Figura do mero (Epinephelus itajara) apenas ilustrativa, pois esta espécie tem a pesca proibida pela portaria IBAMA nº42/2007.

Procedimento para coleta de material biológico de animais mortos. 1) Realizar as medidas (Ver figura 1 acima); 2) Coletar as vísceras ou buchada - estômago, ova (ou gônada) e fígado; 3) Coletar, se possível, o terceiro espinho da nadadeira dorsal. Este espinho deve ser coletado com uma tesoura de corte ou mesmo um alicate. Cortar o mais próximo possível da base do espinho (Ver figura 2). 4) Se possível, coletar os otólitos ( pedrinhas que ficam dentro da cabeça dos peixes Figura 3). Para a coleta dos otólitos será necessário abrir a barriga do peixe e achar uma estrutura em forma de balão, que fica localizada no final da cabeça e começo da espinha dorsal do peixe (por dentro do peixe). Veja na figura 4 um exemplo desta estrutura em forma de balão que acondiciona os otólitos. Dentro desta estrutura estão as pedras. Muito cuidado com a retirada destas pedras, pois elas são frágeis. Com estas pedras conseguiremos estimar a idade do peixe. Espinhos da nadadeira dorsal Figura 2. Indicação de onde deverão ser coletados os espinhos. Nadadeira caudal

Figura 3. Otólito. Cabeça do peixe Começo da espinha. Figura 4. Foto da cabeça de um peixe (vista por dentro), indicando a estrutura em forma de balão onde se encontram os otólitos (pedras).

Procedimentos para armazenar o material coletado Etiqueta: O ideal para identificar as amostras coletadas é o preenchimento à lapis de uma etiqueta de papel vegetal. Caso não disponha de papel vegetal os dados deverão ser anotados em uma fita crepe escrita com caneta de retro-projetor, caneta esferográfica ou lápis. Sempre coloque uma etiqueta identificando a espécie do peixe, sua origem e todos os pedaços coletados (otólitos, vísceras, etc). É importante também inserir o nome do coletor e a data de coleta (exemplo na figura 5). Vísceras: As gônadas (ovas), estômago e fígado de cada peixe devem ser colocados em sacos plásticos individualizados, com as respectivas informações de tamanho. Neste caso o tamanho pode ser representado por um pedaço de corda ou linha de pesca. O armazenamento correto das vísceras é muito importante. Sendo assim, todo o material coletado, após devidamente identificado deve ser congelado o mais rápido possível e entregue à equipe de pesquisadores. Otólitos ( pedras da cabeça ) e espinhos: Os otólitos e/ou espinhos devem ser limpos em água corrente, secos e armazenados em envelopes de papel ou potes plásticos etiquetados, para estudos posteriores de idade e crescimento. Também podem ser conservados em potes plásticos com álcool comercial. Figura 4. Modelo de etiqueta de identificação.

Lista de espécies estudadas: Badejo mira Mycteroperca acutirostris Badejo de areia Mycteroperca microlepis Badejo quadrado Mycteroperca bonaci Garoupa verdadeira Mycteroperca marginata Garoupa São Thomé Epinephelus morio Caranha - Lutjanus cyanopterus Dentão Lutjanus jocu Cioba Lutjanus analis Pescada amarela Cynocion acoupa Miraguaia Pogonis cromis