Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 2ª Composição Adjunta da 13ª Junta de Recursos

Documentos relacionados
Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 2ª Composição Adjunta da 13ª Junta de Recursos

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 14ª Junta de Recursos

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 18ª Junta de Recursos

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 04ª Junta de Recursos

09ª JR - Nona Junta de Recursos

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 21ª Junta de Recursos

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 18ª Junta de Recursos

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 06ª Junta de Recursos

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social Conselho Pleno

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 2ª Composição Adjunta da 13ª Junta de Recursos

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador AUGUSTO BOTELHO I RELATÓRIO

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 4ª Câmara de Julgamento

Moacir Ap. M. Pereira OAB SP

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 12ª Junta de Recursos

Superior Tribunal de Justiça

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO A

TERCEIRA TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 2ª Câmara de Julgamento

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 10ª Junta de Recursos

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 04ª Junta de Recursos

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO A

CARTILHA SOBRE DIREITO À APOSENTADORIA ESPECIAL APÓS A DECISÃO DO STF NO MANDADO DE INJUNÇÃO Nº 880 ORIENTAÇÕES DA ASSESSORIA JURIDICA DA FENASPS

RESOLUÇÃO CRP-16 Nº 005/2012

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO CARTILHA DO ADVOGADO

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2.ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL

INSS ALTERA MAIS UMA VEZ AS CONDIÇÕES PARA A CONCESSÃO DA APOSENTADORIA ESPECIAL IMPONDO NOVOS ÔNUS PARA AS EMPRESAS

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO B

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social Conselho Pleno

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 21ª Junta de Recursos

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social Conselho Pleno

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social Conselho Pleno

EMENTA CIVIL - DANOS MORAIS - NEGATIVA NA CONCESSÃO DE PASSE LIVRE EM VIAGEM INTERESTADUAL - TRANSPORTE IRREGULAR - INDENIZAÇÃO DEVIDA.

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Nota Técnica nº 446/2010/COGES/DENOP/SRH/MP. ASSUNTO: Averbação de tempo de serviço. Referência: Processo Administrativo nº

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

LEI Nº DE 30 DE DEZEMBRO DE 1998

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social Conselho Pleno

RECORRIDA DÉCIMA TURMA DA JUNTA DE REVISÃO FISCAL

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (8ª Turma) GMMEA/apm/lf

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO A

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo XXXVI CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MEDICINA DO TRABALHO

APOSENTADORIA ESPECIAL PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE E RECONHECIMENTO DO DIREITO AOS SERVIDORES PÚBLICOS

Advogados: Marcio Chachamovich e Guilherme Portanova Av. Soledade, 442 Porto Alegre RS Fone: (51)

Superior Tribunal de Justiça

PROCESSO Nº : /2016 ASSUNTO

Faço uma síntese da legislação previdenciária e das ações que dela decorreram. 1. A LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

APOSENTADORIA ESPECIAL DO SERVIDOR PÚBLICO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

RECURSO- RECURSO VOLUNTÁRIO ACÓRDÃO 4A JJF Nº /02

LUIZ ANTONIO SOARES DESEMBARGADOR FEDERAL RELATOR

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por GIOVANNI ALVISI JARDIM.

MÓDULO DELIBERAÇÃO nº 260/2013 ARQUIVOS DE IMPORTAÇÃO. (para servidores militares)

RELATÓRIO. Informações do MM. Juízo a quo, às fls. 55/56, comunicando a manutenção da decisão agravada.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO N /GO (d) R E L A T Ó R I O

PARECER N.º 104/CITE/2014

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO. PROJETO DE LEI N o 7.927, DE 2014 (do Tribunal Superior do Trabalho)

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União

PROCESSO: RTORD

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO B

2ª TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Universidade de São Paulo. Departamento de Recursos Humanos da CODAGE. Divisão de Saúde, Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho

DESPACHO DE JULGAMENTO

MPS Ministério da Previdência Social SPS Secretaria de Políticas de Previdência Social. A Regulamentação das Aposentadorias Especiais

REGULAMENTO FINANCEIRO DA FITO

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União DESPACHO

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO - QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA - EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO - ART. 557, DO CPC.

RELATÓRIO. Após regularmente processados, vieram-me conclusos os autos por distribuição por sucessão, em abril de 2015.

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO

: DES. FEDERAL VLADIMIR SOUZA CARVALHO - 2ª TURMA

APOSENTADORIA ESPECIAL

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA PROJETO DE LEI Nº 2.804, DE 2011

P O D E R J U D I C I Á R I O

PARECER Nº 250/2015. Sob esse tema o art. 60 da Consolidação das Leis do Trabalho - Decreto Lei 5452/4, assim dispõe:

Nº COMARCA DE NOVO HAMBURGO A C Ó R D Ã O

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº AGRAVANTE: JAQUELINE MACIEL LOURENÇO DA SILVA

Portal Nacional de Direito do Trabalho Resolução nº 485 do MPS

Em Despacho nº 715/2011/GFIS/SER/ANAC, de 11/05/2011 (fls. 12 do processo

DECISÕES ATUAIS CONTRA O EXAME DE SUFICIÊNCIA DO CFC, EM DETERMINADOS CASOS (2013)

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO B

Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Gabinete do Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho. PJe-AGRAVO DE INSTRUMENTO

Supremo Tribunal Federal

Informativo 26/2015. SEGURO-DESEMPREGO PARA EMPREGADOS DOMÉSTICOS Resolução nº 754, de

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

CARTILHA PPP VERSÃO 1 ( ) O quê é?

Interessados: RESPONSÁVEIS: João Paulo Bastos Hildebrandt e Paulo Macedo de Carvalho Mesquita

Prefeitura Municipal de Porto Alegre

Transcrição:

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 2ª Composição Adjunta da 13ª Junta de Recursos Número do Processo: 44232.241846/2014-53 Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DIADEMA Benefício: 42/169.044.714-9 Espécie: APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Recorrente: CARLOS ALBERTO DE ALMEIDA Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Assunto: INDEFERIMENTO Relator: Relatório O presente processo refere-se ao pedido de aposentadoria por tempo de contribuição, formulado na Agência da Previdência Social de Diadema/SP, em 14/04/2014, pelo segurado Senhor CARLOS ALBERTO DE ALMEIDA, contando com 48 anos de idade, que foi indeferido por falta de tempo de contribuição, atividades descritas nos DSS 8030 e Laudos Técnicos não foram considerados especiais pela Perícia Médica. Foram apresentados os seguintes documentos: (Evento 03, Doc. Processo Administrativo) - DSS 8030 da empresa Esquadrias Metálicas Ideal Ltda., período de 01/09/1980 a 17/09/1986 (fls. 04/05); - Perfil Profissiográfico Previdenciário/PPP da empresa Transportadora Grande ABC Ltda., período de 13/12/1988 a 12/06/1991 (fls. 06/07); - PPP da empresa Transportadora Grande ABC Ltda., período de 15/07/1991 a 23/04/1992 (fls. 09/10); - PPP da empresa Metra - Sistema Metropolitano de Transportes Ltda., período de 01/05/1997 a 06/10/2011 (fls. 12/13) Os autos foram encaminhados à análise técnica de atividade especial, realizada pelo perito médico do INSS, ante os laudos e documentos exibidos, na qual concluiu por não enquadrar os período de 01/09/1980 a 17/09/1986 a 01/05/1997 a 06/10/2011, como atividade especial, sob a justificativa de que não há LTCAT para ruído: DSS 8030, extemporânea e não há fatores de risco no PPP, restando a análise prejudicada. (fls. 14/15) Mediante a documentação apresentada, o INSS apurou 33 anos, 00 mês e 20 dias de tempo de contribuição, equivalente a 384 meses de carência em contribuições considerada, até a data de 14/04/2014. (fls. 16/17) Deste modo, o benefício fora indeferido por falta de tempo de contribuição até 16/12/1998 ou até a Data de Entrada do Requerimento/DER, atividades descritas nos DSS 8030 e Laudos Técnicos não foram consideradas especiais pela Perícia Médica. (fls. 21/22) Ciência do Segurado acerca do indeferimento do benefício foi obtida em 01/07/2014, consoante AR acostado aos autos no Evento 04 (Doc. Aviso de Recebimento). Irresignado com a denegatória, em 01/07/2014, o Segurado interpôs recurso solicitando reanálise do período de insalubridade da empresa Esquadrias Metálicas Ideal Ltda. e da empresa Metra, onde se encontra em atividade desde 26/11/1992. Na oportunidade, o Segurado juntou aos autos suas Carteiras de Trabalho e Previdência Social/CTPS. (Evento 01, Doc. Recurso Ordinario)

Em pesquisa feita pelo Instituto, não foram localizadas ações judiciais de mesmo objeto em nome do Segurado. (Evento 05, Doc. Manifestação sobre ação judicial) O INSS apresentou contrarrazões recursais em 09/12/2014, ratificando os termos do indeferimento. Na sequência, encaminhou os autos a esta 2ª Composição Adjunta da 13ª Junta de Recursos da Previdência Social para análise e julgamento do feito. (Evento 07, Doc. Contrarrazões INSS). Diligências preliminares foram emitidas por este Conselheiro Relator a fim de que fossem redigitalizado os documentos constantes dos autos e, posteriormente, redigitalizada a CTPS apresentada pelo interessado. (Eventos 12 e 18) Foi atendido o pedido e redigitalizado os autos e a CTPS do interessado. Assim, através de despacho, os autos retornaram a esta 2ª Composição da 13ª Junta de Recursos da Previdência Social para reanálise a apreciação do feito. (Evento 21) Inclusão em Pauta Incluído em Pauta no dia 18/08/2015 para sessão nº 0408/2015, de 18/08/2015. Voto EMENTA: APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. INDEFERIMENTO. FALTA DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. ESPECIALIDADE DE PERÍODOS. ENQUADRAMAENTO INDEVIDO. NÃO PREENCHIMENTO DE REQUISITOS LEGAIS. MANUTENÇÃO DO ATO RECORRIDO. IMPOSSIBILIDADE. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL: ART. 201, 7º, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, DE 1988; ART.S 56, 64, 1º, 68, 2º E 3º E 305, 1º, DO REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL/RPS, APROVADO PELO DECRETO Nº 3.048/1999; ART. 57 DA LEI Nº 8.213/1991. RECURSO CONHECIDO E NEGADO Em face do relatório apresentado e, que os pressupostos de admissibilidade estão presentes, sobretudo a tempestividade do recurso, nos termos do 1º, do artigo 305, do Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, segue-se à análise do mérito. A aposentadoria é a prestação por excelência da Previdência Social, substituindo em caráter permanente, ou pelo menos duradouro, os rendimentos do segurado e assegurando sua subsistência e daqueles que dele dependem. Trata-se de garantia constitucional, minuciosamente tratada no art. 201, 7º, I, da Constituição Federal, de 1988, com nova redação dada pela Emenda Constitucional 20, de 1998, bem como na legislação infraconstitucional, no Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, sobretudo em seu art. 56. O benefício pleiteado exige como pressuposto carência mínima de 35 anos, se do sexo masculino, ou, de 30 anos de tempo de contribuição, se do sexo feminino. In verbis: Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; Art. 56. A aposentadoria por tempo de contribuição será devida ao segurado após trinta e cinco anos de contribuição, se homem, ou trinta anos, se mulher, observado o disposto no art. 199-A. Nos termos da legislação previdenciária, o tempo de serviço exercido alternadamente em atividade comum e atividade profissional em condições especiais que sejam ou venham a ser considerados prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, após a respectiva conversão, para complementação do benefício.

No que se refere ao período especial, a legislação previdenciária até 28/04/1995 reconhecia os períodos como especiais, quando laborados de acordo com o agente nocivo a que estivera exposto e de acordo com sua função, contudo após a publicação da Lei n 9.032 de 29 de abril de 1995, a qual alterou o artigo 57 da Lei nº 8.213/1991, o legislador passou a exigir, para o cômputo do tempo de serviço como especial, a comprovação da efetiva exposição a agentes nocivos à saúde nas atividades desempenhadas, com caráter de habitualidade e permanência. A partir de 05 de março de 1997, data da publicação do Decreto nº 2.172/1997 o segurado deverá comprovar a exposição de modo habitual, permanente, não ocasional e nem intermitente aos agentes nocivos constantes do anexo IV deste decreto, conforme inteligência do art. 66 do Decreto nº 2.172/97. O 1º do art. 64 do RPS aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 dispõe que a concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, exercido em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado no caput. Sobre a questão, na redação do Decreto nº 4.882 de 18 de setembro de 2003, que alterou o art. 68 do RPS aprovado pelo Decreto n º 3.048/99, o legislador estabelece: Art 68. "A relação dos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de aposentadoria especial, consta do Anexo IV. (...) 2º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário denominado perfil profissiográfico previdenciário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001). 3 o Do laudo técnico referido no 2 o deverá constar informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva, de medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho, ou de tecnologia de proteção individual, que elimine, minimize ou controle a exposição a agentes nocivos aos limites de tolerância, respeitados o estabelecido na legislação trabalhista. (redação dada pelo Decreto nº 4.882, de 2003)." Ressalta-se que com o cancelamento da súmula 32 da TNU, são considerados: 1) 80 decibéis, na vigência do Decreto 53.831/64. 2) 90 decibéis, a partir de 6 de março de 1997 (vigência do Decreto n. 2.172/97). 3) 85 decibéis, a partir da edição do Decreto 4.882 de 18 de novembro de 2003. Em relação ao uso dos EPIs a ser considerado insalubre e à extemporaneidade dos dados ambientais, respectivamente, temos as Súmulas 09 e 68 da Turma Nacional de Uniformização/TNU de Jurisprudência, que disciplinam: Súmula 09 da TNU: O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado. (03/12/1998) Súmula nº 68: "O laudo pericial não contemporâneo ao período trabalhado é apto à comprovação da atividade especial do segurado." A controvérsia objeto do requerimento do recurso visa a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição com o reconhecimento das atividades exercidas em condições especiais nos períodos de 01/09/1980 a 17/09/1986 e de 01/05/1997 a 06/10/2011, os quais não foram considerados pelo INSS, havendo somente o cômputo em tempo comum. Ademais, vê-se que o INSS realizou análise da especialidade dos períodos de 13/12/1988 a 12/06/1991 e de 15/07/1991 a 23/04/1992, e os enquadrou como atividade especial, no Código 2.4.4 do Anexo III do Decreto nº 53.831/1964, conforme se vê no resumo de documentos para cálculo de tempo de contribuição às fls. 16/17 dos autos, portanto, são incontroversos.

Passamos então, a análise de tais períodos não reconhecidos e não analisados pela perícia médica do INSS/Instituto Nacional do Seguro Social: DSS 8030 da empresa Esquadrias Metálicas Ideal Ltda. Período de 01/09/1980 a 17/09/1986: Atividade profissional: Ajudante de serralheiro. Agentes nocivos fumos metálicos e poeiras. No formulário DSS 8030 consta informação que a empresa não possui Laudo Técnico pericial. Desta forma, resta a análise do formulário prejudicada, não sendo cabível o reconhecimento de atividade especial do período, pois não ha habitualidade frente aos agentes nocivos indicados. PPP da empresa Metra - Sistema Metropolitano de Transportes Ltda. Período de 01/05/1997 a 06/10/2011: Cargo: Motorista. Não há exposição a fatores de risco. Ainda que o Segurado tenha exercido o cargo de motorista, contudo, não é cabível o enquadramento por função motorista, vez que a Lei nº 9.032/1995 e o Decreto nº 2.172/1997 passaram a exigir efetiva prova acerca da insalubridade alegada, não bastando a mera denominação do cargo para que seja presumidamente considerado insalubre ou perigosa a atividade. Desta forma, indevido o reconhecimento da especialidade do período. Desta feita, tendo em vista que os documentos acostados ao requerimento administrativo não alteram a contagem elaborada pelo INSS, ratifica-se a decisão proferida pelo INSS, sendo considerado que o Recorrente NÃO FAZ JUS à concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, conforme pleiteado, mantendo tempo insuficiente para sua concessão. CONCLUSÃO: Por todo o exposto, VOTO no sentido de que SE CONHEÇA DO RECURSO interposto pelo interessado, para, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO de reconhecimento de períodos especiais, sem garantir-lhe a concessão do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição por não preenchimento dos requisitos mínimos legais, nos termos da fundamentação. Relator(a) Declaração de Voto Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). CAROLINA ANDREA BUSTAMANTE ITURRIETA Conselheiro(a) Suplente Representante das Empresas Declaração de Voto Presidente concorda com voto do relator(a). MARISTELA BOSQUE FERREIRA Presidente Decisório Nº Acórdão: 3269 / 2015 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 2ª Composição Adjunta da 13ª Junta de Recursos do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação.

Participou, ainda, do presente julgamento, o(a) Conselheiro(a) CAROLINA ANDREA BUSTAMANTE ITURRIETA. Relator(a) MARISTELA BOSQUE FERREIRA Presidente