RESTITUIÇÃO DE PARCELAS APÓS O ENCERRAMENTO DO GRUPO CONSORCIAL-DECISÃO DA RECLAMAÇÃO 3.752/GO - INCIDIÊNCIA DOS JUROS MORATÓRIOS



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Transcrição:

RESTITUIÇÃO DE PARCELAS APÓS O ENCERRAMENTO DO GRUPO CONSORCIAL-DECISÃO DA RECLAMAÇÃO 3.752/GO - INCIDIÊNCIA DOS JUROS MORATÓRIOS Consórcio é uma reunião de pessoas, físicas e/ou jurídicas, em grupo fechado, promovida pela administradora, que tem a função de gestora dos negócios do grupo, com o fim de propiciar aos seus integrantes a aquisição de bens, por meio de autofinanciamento. Cada consorciado contribui mensalmente com um valor correspondente ao resultado da divisão de 100% (cem por cento) do valor do bem, base do plano, pelo número de meses fixados para a duração do seu grupo de consórcio. Conforme dispõe o art. 10 da lei 11.795/08, por meio do contrato de Consórcio é criado um vínculo obrigacional entre os consorciados, e destes com a administradora, para proporcionar a todos iguais condições perante o grupo consorcial. Corroborando com este entendimento, o professor César Fiúza cita Maria Helena Diniz que define a prática consortil da seguinte maneira: Consórcio para aquisição de bens e serviços é forma de associação de pessoas, que se reúnem para a obtenção de capital, a fim de adquirir, mediante pagamento de contribuições mensais, idêntica espécie de bens duráveis, móveis ou imóveis, em quantidade equivalente ao número de integrantes do grupo, utilizando-se para tanto de sistema combinado de sorteios e lances, ficando o montante sob fiscalização bancária e administração de empresa especializada. (FIUZA, 2002, P.692) Assim, o consórcio é um contrato formal classificado como sendo de adesão, uma vez que suas cláusulas são idênticas para todos os integrantes do grupo, sendo predefinidas pela administradora e pré-aprovadas pelo órgão regulamentador. (FIUZA, 2002, P.692) Após longos anos de discussão acerca do momento para a restituição dos valores pagos aos consorciados desistentes/excluídos ficou consignado

que a restituição imediata das parcelas pagas prejudicaria o caminhar correto do grupo, haja vista que o grupo de consumidores ao qual pertencem os consorciados desistentes ou excluídos não pode ser prejudicado pela inadimplência de um determinado consorciado, pois se assim fosse entendido, estar-se-ia beneficiando um interesse individual em detrimento da coletividade de consorciados, cujo mandatário é a administradora. Dessa forma, o consorciado que no decorrer do grupo vier a ser excluído por inadimplência ou desistir de participar das assembléias, deverá aguardar o decurso do prazo de 30 (trinta) dias após o encerramento do grupo, para que lhe sejam restituídos os valores pagos durante a sua participação no grupo consorcial. Com isso, após uma verdadeira batalha jurídica, a Ministra Ellen Gracie, em decisão prolatada no Recurso Extraordinário 571572 QO-ED/BA, datada de 26/08/2009, determinou que até que seja criado órgão de uniformização de jurisprudência dos Juizados e Turmas recursais, deverá prevalecer a aplicação da jurisprudência do STJ, em razão da sua função constitucional de segurança jurídica e da devida prestação jurisdicional. Destarte, após a decisão exarada pela colenda segunda seção do Superior Tribunal de Justiça, o acórdão da reclamação 3.752/GO pacificou o entendimento de que todos os grupos formados antes da entrada em vigor da lei 11.795/08, no que tange ao momento da restituição, deverão ocorrer somente após o encerramento do grupo, a fim de manter a segurança jurídica do negócio. A partir deste precedente do STJ e como conseqüência lógica desta decisão, persistiria, ainda, nas milhares de ações em curso perante o Judiciário, a seguinte controvérsia: Quando restaria caracterizada a mora da Administradora de Consórcio em relação ao consorciado excluído ou desistente do grupo? Qual seria, portanto, o termo a quo da incidência dos juros moratórios, nas ações desta natureza?

Sem entrar na discussão acerca dos limites a serem empregados às taxas de juros, é priorizado no presente texto, o momento de incidência dos juros moratórios. Para esta abordagem cumpre frisar os ensinamentos de Limongi França a respeito do instituto da Mora: A mora é a inexecução culposa ou dolosa da obrigação (mora debitoris), bem como a recusa de recebê-la (mora creditoris) no tempo, no lugar e na forma devidos. ( FRANÇA, Rubens Lomingi, Manual de Direito Civil, 4º Volume, Tomo I, Editora Revista dos Tribunais, 1969, p.148) A mora do devedor configura-se quando este não cumprir, por sua culpa, a prestação devida na forma, tempo e lugar estipulados. A mora do devedor é a não realização do pagamento no tempo, local e modo convencionados em face da sua inexecução culposa. Em nosso ordenamento jurídico pátrio, o instituto da mora está disciplinado da seguinte forma, no art. 394 do Código Civil: Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Com isso acerca do momento da incidência dos juros moratórios, cumpre destacar que: Os juros moratórios são devidos a partir da constituição da mora, independente da alegação de prejuízo; nas obrigações a termo, são devidos a partir do vencimento; nas obrigações sem fixação de prazo certo, com a interpelação, notificação e protesto; se a obrigação em dinheiro for líquida, contar-se-ão a partir do vencimento; nas ilíquidas, desde a citação inicial para a causa. (FARINELI, Jéssica Ramos, InfoEscola, São Paulo, 11 de mar. 2010)

As decisões proferidas nos processos de restituição de parcelas, cuja fundamentação se dá pela decisão prolatada na reclamação 3.752/GO, qual seja, restituição dos valores pagos 30 (trinta) dias após o encerramento do grupo consorcial, constituem uma obrigação a termo, sendo configurada a mora somente após o decurso do prazo do acima assinalado. Por se tratar de uma obrigação a termo não se pode aplicar a regra geral das obrigações ilíquidas para a incidência dos juros, também tipificadas no art. 405 do CC/2002 1 e art. 219 do CPC 2 vez que, à época da citação não há descumprimento por parte da Administradora, pois, caso assim se imagine, estar-se-ia desrespeitando a decisão legal que determina que a restituição dos valores deverão ocorrer após o encerramento (vencimento) do grupo. Como forma de sedimentar o exposto acima, alguns julgados do E. Superior Tribunal de Justiça e dos Juizados Especiais Cíveis: O Valor a ser devolvido deverá ser corrigido monetariamente, desde o efetivo desembolso até o pronto pagamento, observando-se os índices publicados pela CGJMG, acrescidas de juros no importante de 1% ao mês, contados a partir do 31º dia após o encerramento do grupo. (proc nº: 5588134-37.2009.8.13.0702 JEC de Uberlândia M.M juiza SORAYA BRASILEIRO TEIXEIRA) Assim, segue o entendimento: Referidas importâncias deverão ser corrigidas monetariamente desde o respectivo desembolso, observando-se os índices publicados pela CGJMG e acrescidas de juros de 1% ao mês a contar do trigésimo dia após o fim do grupo. (proc nº: 1656690-26.2009.8.13.0035 JEC de Araguari M.M juiz Pedro Vivaldo de Souza Noleto) 1 Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. 2 Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição

Este entendimento, também acompanha a decisão o Recurso Especial n. 1033193/DF, julgado em 12/08/2008 pela terceira turma do Superior Tribunal de Justiça, cujo relator fora o Min. Massami Uyeda, senão vejamos: EMENTA: RECURSO ESPECIAL - CONSÓRCIO - DESISTÊNCIA RETENÇÃO DOS VALORES PAGOS - IMPOSSIBILIDADE - RESTITUIÇÃO EM ATÉ 30 (TRINTA) DIAS CONTADOS DO TÉRMINO DO PLANO, MOMENTO A PARTIR DO QUAL INCIDEM OS JUROS DE MORA - PRECEDENTES - RECURSO PARCIALMENTE PROVIMENTO. 1. A restituição dos valores vertidos por consorciado ao grupo consorcial é medida que se impõe, sob pena de enriquecimento ilícito dos demais participantes e da própria instituição administradora. 2. O reembolso, entretanto, é devido em até 30 (trinta) dias após o encerramento do grupo, data esta que deve ser considerada como aquela prevista no contrato para a entrega do último bem.(g.n.) 3. Os juros de mora, na espécie, incidem, tão somente a partir de quando se esgota o prazo para a administradora proceder ao reembolso e, por qualquer motivo, não o faz, momento em que sua mora resta caracterizada. 4. Recurso parcialmente provido. Dessa forma, os juros moratórios deverão ser fixados depois de transcorridos 30 dias do encerramento do grupo, oportunidade em que a Administradora de Consórcio estará em mora com sua obrigação, sendo este entendimento salutar para o regular andamento do grupo consorcial e faz valer a melhor interpretação da norma.