Decisão de Pregoeiro n 0010/2012-SLC/ANEEL Em 10 de agosto de 2012. Processo n.: 48500.003482/2012-97 Licitação: Pregão Eletrônico n. 63/2012 Assunto: Análise da IMPUGNAÇÃO AO EDITAL apresentada pela empresa GHS INDUSTRIA E SERVIÇOS LTDA. I DOS FATOS A sociedade GHS Industria e Serviços Ltda. apresentou impugnação datada de 8 de agosto de 2012 ao Edital do Pregão Eletrônico n. 63/2012. 2. A empresa argumenta, em síntese, que: a. O que se pode inferir dos serviços objetos do edital é, a bem da verdade, uma miscelânea de serviços diferenciados e que, por força de lei, deveriam estar separados em lotes distintos, mesmo porque, a lei não permite que os serviços de TRATAMENTO QUÍMICO DE ÁGUA não podem estar incluídos nos serviços de manutenção e operação eletromecânica. b. [...] os serviços de Tratamento Químico da Água não podem ser licitados num mesmo procedimento licitatório que vise a manutenção. Mesmo porque, para tais serviços a lei estabelece que a licitante que vier a sagrar-se vencedora, deverá ter registro no Conselho Regional de Química e no Conselho Regional de Biologia. c. Vossa Senhoria haverá de reconhecer as irregularidades e ilegalidades constantes do Edital da Licitação, MODALIDADE PREGÃO ELETRÔNICO DE n.º 63/2012, aqui apontadas, para que no novo instrumento convocatório expressamente conste: a) a desvinculação dos serviços de tratamento químico da água dos serviços de manutenção e operação eletromecânica; b) a exigência do registro da empresa que vai realizar os serviços de tratamento químico junto ao Conselho Regional de Química da 12.ª Região; c) a exigência do registro da empresa que vai realizar os serviços de tratamento químico junto ao Departamento de Polícia Federal; e d) comprovação de vínculo empregatício do profissional de engenharia química com a empresa licitante.
Fl. 2 da Decisão de Pregoeiro n. 0010/2012-SLC/ANEEL, de 10/08/2012. II DA ANÁLISE 3. Após análise das razões apresentadas pela impugnante, consignamos o seguinte. 4. A área demandante, SAF, por meio do Memorando n. 1280/2012-SAF/ANEEL, informou: 2. Primeiramente cumpre esclarecer que o que esta ANEEL pretende contratar é a operação e manutenção preventiva e corretiva dos sistemas de ar condicionado, e que o fornecimento de insumos e o tratamento químico da água são meramente acessórios e decorrentes do trabalho de manutenção. 3. No tocante à suposta vedação legal de contratar o tratamento químico juntamente com a manutenção e operação eletromecânica não procedem as alegações do impugnante. Importante ressaltar que o tratamento da água no Distrito Federal já é realizado pela CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal, e que o tratamento pretendido pela ANEEL visa tão somente preservar os equipamentos de ar condicionado desta Agência, mas especificamente as torres de resfriamento. 4. Não é tecnicamente aconselhável a desvinculação dos serviços de tratamento químico da água do serviço de manutenção do sistema de ar condicionado, posto que o tratamento químico da água enquadra-se como importante atividade para a perfeita manutenção dos aparelhos de ar condicionados. O planejamento de execução do serviço de manutenção exposto no Anexo I do edital foi todo elaborado de forma que o tratamento químico ocorresse simultaneamente a outras tarefas de manutenção do sistema de ar condicionado. 5. É sabido que a regra é o parcelamento do objeto de que trata o 1º do art. 23 da Lei Geral de Licitações e Contratos, cujo objetivo é o de melhor aproveitar os recursos disponíveis no mercado e ampliar a competitividade, mas é imprescindível que se estabeleça que a divisão do objeto seja técnica e economicamente viável. Do contrário, existindo a possibilidade de risco ao conjunto do objeto pretendido, não há razão em fragmentar inadequadamente os serviços a serem contratados. 6. Por pertinente, trago à tela posição de Marçal Justen Filho: O fracionamento em lotes deve respeitar a integridade qualitativa do objeto a ser executado. Não é possível desnaturar certo objeto, fragmentando-o em contratações diversas e que importam o risco de impossibilidade de execução satisfatória. (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 10. ed. São Paulo: Dialética, 2004. p. 209). 7. No que tange à necessidade de registro no CRQ, o que a Resolução Normativa nº 23, do CRQ, estipula é que os serviços relacionados às atividades de química sejam de responsabilidade técnica de profissionais da área. O edital atendeu a esta obrigatoriedade ao exigir que os serviços fossem acompanhados por químico ou engenheiro químico designado pela CONTRATADA. A fim de evitar restrição de competitividade, o Edital previu expressamente a possibilidade de subcontratar esse serviço. 8. Além disso, o TCU, em sede da Decisão nº 557/02, Plenário (Dou 07/06/2002) ao analisar representação referente à contratação de pessoa jurídica especializada em engenharia para execução indireta por preço global de Serviços de Manutenção dos Sistemas de Ar Condicionado Central, Individual, Tratamento Químico das Torres de Refrigeração e
Fl. 3 da Decisão de Pregoeiro n. 0010/2012-SLC/ANEEL, de 10/08/2012. Exaustão/Ventilação Mecânica do Edifício- Sede se manifestou da seguinte forma, acerca da necessidade de profissional específico para tratamento químico: 2.3 Dos fatos 2.3.1 A empresa representante promoveu a impugnação do Edital do referido Pregão, em 14/01/2002 (conf. doc. fls. 04/22) com base no art. 113, 1º da Lei nº 8.666/93. 2.3.2 No termo de impugnação foi solicitada a alteração da modalidade da licitação para Tomada de Preços ou Concorrência com base no art. 5º do Decreto nº 3.555/2000 ( fls. 99/109), sob a alegação de que o tratamento químico das torres de refrigeração, exaustão/ventilação mecânica por não ter a natureza de serviço comum, deveria ser enquadrado na categoria de serviços de engenharia, estes últimos não previstos na modalidade Pregão. 2.3.3 Reivindica, também, a inclusão e quantificação do engenheiro químico como responsável técnico, com base no art. 17º da Resolução CONFEA nº 218/73 ( às fls. 89/95).... 2.4 Análise Técnica... 2.4.5 Observa-se a existência de previsão de um Engenheiro Químico responsável pelos serviços relacionados com o Tratamento Químico das Torres de Refrigeração, no item 09 das Prescrições Finais do Termo de Referência - Anexo I do Edital de Pregão nº 01/2002 GRA/MF/RJ (às fls. 42): A empresa contratada deverá dispor de um Engenheiro Químico registrado em entidade profissional competente ( CRQ) como responsável técnico direto pelos serviços. 2.4.6 Constata-se, também, a previsão de 1 Engenheiro Responsável na Equipe Fixa, na Planilha de Preço do Termo de Referência - Anexo I do Edital de Pregão nº 01/2002 GRA/MF/RJ ( fls. 45). 2.4.7 Em função da análise procedida, considero que improcedem as alegações pela empresa representante consubstanciadas nos subitens 2.3.2 e 2.3.3. 9. Ou seja, vê-se que para o TCU, não só é factível a execução de tratamento químico no serviço de manutenção do sistema de ar condicionado, como para tal basta o acompanhamento de responsável técnico (seja Eng. Químico ou químico), não procedendo, portanto, a impugnação de que este tipo de serviço somente poderá ser feito por empresa com registro no CRQ, pois, o que realmente tem relevância é a existência de responsável técnico por este serviço. 10. No tocante ao uso de produtos químicos de comercialização restrita, a empresa está sujeita à legislação vigente, não cabendo à ANEEL exigir de antemão o cadastro no Departamento de Polícia Federal. Caso a opção técnica do Engenheiro Químico ou Químico responsável pelos trabalhos envolva a utilização de produtos sujeitos ao controle da Polícia Federal, a empresa deverá buscar a aprovação junto aos órgãos competentes. 5. A comprovação de vínculo de trabalho do profissional indicado como responsável técnico pelo tratamento químico da água é exigida no momento da assinatura do Contrato, conforme item 12.4.3 do Edital. 12.4 Na assinatura do Contrato, será exigida da CONTRATADA:
Fl. 4 da Decisão de Pregoeiro n. 0010/2012-SLC/ANEEL, de 10/08/2012. 12.4.3 A comprovação de vínculo de trabalho dos profissionais indicados na fase de habilitação, conforme item 8.4.1.3 e 8.4.1.4 deste Edital. III DO DIREITO 6. A impugnação foi apresentada no prazo previsto nos termos do art. 18 do Decreto Federal n. 5.450/05. IV DA DECISÃO 7. Diante do exposto, o Pregoeiro decide NEGAR provimento à impugnação apresentada pela sociedade GHS Industria e Serviços Ltda. e manter os termos do Edital do Pregão Eletrônico n. 63/2012. BRUNO MINORU AKIMOTO Pregoeiro
Processo n.: 48500.003482/2012-97 Licitação: Pregão Eletrônico n. 63/2012 Assunto: Impugnação ao edital apresentada pela sociedade GHS Industria e Serviços Ltda. Adoto, na íntegra, o relatório e os fundamentos enfocados pelo Pregoeiro, para, no mérito, NEGAR provimento à impugnação apresentada pela sociedade GHS Industria e Serviços Ltda., e manter os termos do Edital do Pregão Eletrônico n. 63/2012. Brasília, 10 de agosto de 2012. UBIRATÃ BARTOLOMEU PICKRODT SOARES Superintendência de Licitações e de Controle de Contratos de Convênios