VACINAÇÃO PRÉ E PÓS-TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS ADULTO



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Transcrição:

VACINAÇÃO PRÉ E PÓS-TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS ADULTO Os candidatos a transplantes de órgão sólidos, os receptores, seus comunicantes domiciliares, os doadores e a equipe assistencial devem ter seus esquemas vacinais avaliados e atualizados, como medida preventiva de complicações infecciosas nos pacientes transplantados. Entretanto, a imunogenicidade de algumas vacinas é menor em indivíduos com disfunção terminal de órgãos e em imunossuprimidos. Adicionalmente, por questões de segurança, vacinas com microrganismos vivos são contra-indicadas para pacientes imunossuprimidos, sendo recomendada sua administração anteriormente ao transplante. Desta forma, o esquema vacinal deve ser iniciado logo após a inclusão do indivíduo em lista de espera, e reiniciado após o transplante, quando o nível de imunossupressão for reduzido ao menor possível, o que na maioria das vezes corresponde ao período após seis meses do transplante. Abaixo seguem recomendações gerais e específicas sobre a imunização em transplantes de órgãos sólidos em adultos. RECOMENDAÇÕES GERAIS 1. Iniciar o esquema de vacinação antes do transplante, logo após a inclusão do paciente em lista de espera. Reiniciar, após o transplante, quando houver diminuição da imunossupressão inicial (em geral seis meses pós-transplante). 2. Pacientes transplantados não devem receber vacinas de vírus vivos. Exemplos: MMR/SCR (sarampo, caxumba e rubéola), varicela, febre amarela. RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS Na Tabela consta a imunização recomendada conforme consensos nacionais e internacionais.

Tabela - Recomendação vacinal para candidatos a transplantes, receptores de órgãos sólidos, doadores, contatos domiciliares e equipe assistencial Vacina Tipo Pacientes Doadores Contatos Pré-Tx Pós-Tx Domiciliares e Equipe Assistencial Difteria/Tétano I Sim Sim Sim Sim H. influenzae b 1 I Sim Sim Sim Sim Hepatite A 2 I Sim Sim Sim Sim Hepatite B 2 I Sim Sim Sim Sim Pneumococcus # I Sim Sim Não Não Influenza (Gripe) I Sim Sim Sim Sim Meningococcus 3* I Sim Sim Sim Sim Pólio oral 4 VA Não Não Sim Não Pólio inativada 4 I Sim Sim Não Sim MMR/SCR 4 VA Sim Não Sim Sim Varicela 5 VA Sim Não Sim Sim Febre amarela 6 VA Sim Não Sim Sim Raiva 7 I Sim Sim Sim Sim Tx, transplante; VA, vírus vivo atenuado; I, microorganismo inativado, fragmentado ou recombinante; MMR/SCR, sarampo, caxumba e rubéola 1 Para indivíduos não previamente vacinados menores de 19 anos; 2 Para indivíduos com sorologia negativa; 3 Conforme orientações dos órgãos de saúde pública locais; 4 Apenas indivíduos não vacinados previamente; 5 Para indivíduos com história prévia de doença negativa; 6 Em situações especiais de risco; 7 Em situações especiais de risco, e no pós-tx associar imunuglobulina #: Pneumo 13 aprovada para maoires de 50 anos. Apenas na rede particular. *: meningococo C ou meningococo tetravalente (A,C,W,Y) Esquemas e algumas considerações específicas por vacina: A. Dupla adulto (difteria e tétano): 3 doses para pacientes sem esquema básico (0, 2, 6m), com 1 dose de reforço a cada 10 anos. B. Haemophilus influenzae b: indicar para pacientes até 18 anos, 2 doses (0, 1-2m). C. Vírus da hepatite A: avaliar sorologia, e indicar a vacina para os negativos, 2 doses (0, 6m).

D. Vírus hepatite B: avaliar sorologia, e indicar a vacina para os negativos HbsAg e Anti-Hbs - Contatos domiciliares e equipe assistencial: dose simples (20mcg), esquema convencional 3 doses (0, 1, 6m). - Doadores: dose simples (20mcg), esquema quatro doses (0, 1, 2, 6m). - Indivíduos em lista para transplante de rim: dose dobrada (40mcg), esquema quatro doses (0, 1, 2, 6m). - Indivíduos em lista para demais transplantes de órgãos: dose simples (20mcg), esquema quatro doses (0, 1, 2, 6m). - Transplantados: dose dobrada (40mcg), esquema quatro doses (0, 1, 2, 6m). E. Pneumococcus (PPV 23): 1 dose pré-tx, e revacinar após 5 anos. Preferencialmente Pneumo 13, aprovada para maoires de 50 anos. Dose única e, após 3 meses, 1 dose Pneumo 23. Apenas na rede particular. F. Vírus Influenza (Gripe): vacinar anualmente, no outono. G. Meningococcus: pode ser feita. Seguir orientações dos órgãos de saúde pública locais. H. Pólio: para indivíduos em lista e transplantados, indicar a vacina inativada, quando houver a necessidade de vacinação. Os contatos domiciliares (ex.: filhos, netos) também devem receber a vacina inativada. I. MMR/SCR (sarampo, caxumba e rubéola): indicar apenas antes do tx. Idealmente, 2 doses com 1 mês de intervalo. Aguardar 3 semanas para transplantar. Contra-indicar para transplantados. J. Varicela: indicar apenas antes do tx, para indivíduos com história prévia negativa 2 doses (1, 2m). Aguardar 3 semanas para transplantar. Contra-indicar para transplantados. K. Febre amarela: indicada conforme situação epidemiológica. Aguardar 3 semanas para transplantar. Contra-indicar para transplantados. Novas vacinas: A. HPV: vacina recombinante. Não há estudos em transplantados, porém pode ser utilizada se indicação médica específica.

B. Toxóide tetânico / toxóide diftérico reduzido / Pertussis acelular (Tríplice acelular do adulto): pode ser utilizada em transplantados, porém não há dados sobre imunogenicidade. Disponível apenas na rede privada. C. Rotavírus: indicada para crianças. Contactantes de transplantados podem receber. D. Herpes-zoster: vírus vivos em alta concentração; contra-indicada para transplantados.

MODELO DE FICHA DE ENCAMINHAMENTO PARA VACINAÇÃO BÁSICA, / / Ao Centro de Imunizações / UBS Encaminho o(a) paciente, ( ) candidato a transplante de / ( ) transplantado de / ( ) contato domiciliar / ( ) doador, para vacinação: ( ) dt ( ) dtpa ¹ ( ) Poliomielite inativada (Salk) ( ) Hepatite B 4 doses ( 0, 1, 2 e 6 meses) ( ) dobro da dose se Tx renal ( ) Hepatite A se IgG (-) para hepatite A ( ) Pneumococo 13conjugada¹ dose única, e após 3 meses a Pneumo 23 dose única ( ) Pneunococo 23 ( ) Sarampo, caxumba, rubéola² ( ) Varicela² - se negar ter tido ( ) Meningococo C ( ) Meningococo tetravalente ¹ ( ) Hib ( ) Influenza no outono ( ) Febre amarela² : apenas se imunocompetente ( ) HPV¹ ¹: apenas na rede particular ²: aguardar 4 semanas para transplantar. CONTRA-INDICADAS APÓS O TRANSPLANTE. Atenciosamente,

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Weber DJ, Rutala WA. Immunization of immunocompromised persons. Immunol Allergy Clin North Am 2003; 23: 605-634. Ljungman P. Vaccination in the immunocompromised host. In: Plotkin SA, Orenstein WA (Ed.): Vaccines.4th Ed. Philadelphia:Saunders, 2004. p.155-168. Manual dos Centros de referência para Imunobiológicos Especiais. 3ª edição, 2006. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica-Brasília: Ministério da Saúde 2006. Danzinker-Izakov L, Kumar D and the AST Infectious Diseases Community of Practice. Vaccination in Solid Organ Transplantation. Am J Transplant 2013; 13:311-317. Realização: Comissão de Infecção em Transplantes / COINT-ABTO Apoio: CRIE-HCFMUSP