INVESTIGAÇÃO medicina veterinária



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Transcrição:

98 Revisão de Literatura Reprodução Animal Revista INVESTIGAÇÃO medicina veterinária PRINCIPAIS AFECÇÕES DA PRÓSTATA EM CÃES PROSTATE DISORDERS IN DOGS Renata Sitta Gomes Mariano 1 ; Ricardo Andres Ramirez Uscategui 1 Regina Mendes Medeiros 1 ; Felipe Farias da Câmara Barros 1 Wilter Ricardo Russiano Vicente 1 ; Pedro Paulo Maia Teixeira 2 1. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP, Jaboticabal, Brasil 2. Universidade de Franca, UNIFRAN, Franca, Brasil RESUMO A próstata é a única glândula sexual dos cães machos, e possui grande importância clínica devido à quantidade de afecções que acometem estas espécies. Este trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica das principais afecções que acometem a próstata no cão. Os principais sinais clínicos das doenças prostáticas estão relacionados ao sistema urinário, digestório e locomotor, podendo estar presentes simultaneamente ou não. Algumas condições que podem acometê-la são: hiperplasias benignas (aumento de tamanho), neoplasias (benigna e/ou maligna), inflamações (prostatites), presença de cistos entre outras. Ela se localiza logo abaixo da bexiga e quando aumentada pode comprimir a uretra, dificultando assim a saída da urina. Assim, conclui-se que este trabalho possui grande importância na clínica veterinária por abranger os principais assuntos referentes à próstata do cão, facilitando o diagnóstico de suas principais afecções. Palavras-chave: próstata, cães, afecções. ABSTRACT The prostate is the only male sex gland of dogs, has great clinical importance in dogs due to the amount of diseases that affect these species. This paper aims to present a literature review of the major diseases that affect the prostate. The main clinical signs of prostate disease are related to the urinary system, digestive and musculoskeletal and may occur simultaneously or not. Some of the problems that can afflict it are benign hyperplasia (enlargement), hyperplasia malignant (cancer), inflammation (prostatitis), presence of cysts among others. It localized just below the bladder and when increased can compress the urethra, thus hindering the passage of urine. Them, conclused that this review has great importance in a veterinary clinic cover the main issues related to the prostate of the dog facilitating the diagnosis of its main conditions. Keywords: prostate, dogs, disorders.

INTRODUÇÃO A próstata é a única glândula sexual dos cães machos. Caracteriza-se por ser andrógeno dependente, oval, bilobulada, composta por tecido glandular e estromal, que circunda a uretra caudal no colo da vesícula urinária (EVANS e ELAHUNTA, 2001), e apresenta como principal função a produção de fluido para a primeira e terceira frações do ejaculado (ENGLAND et al., 1990). Ela é encontrada em todos os mamíferos, mas possui maior importância clínica no homem e no cão devido à quantidade de afecções que acometem estas espécies (APARÍCIO et al, 2006). No cão parece não existir predisposição racial (SEOANE e CASTRO, 2008). Sua função é produzir o fluido para a primeira e terceira frações do ejaculado, o qual fornece um ambiente propício para a sobrevivência e motilidade dos espermatozóides durante a ejaculação (PIMENTEL, 2008). Embriologicamente, a próstata é formada por brotos originários da uretra pélvica, por volta da sexta semana de gestação. A glândula situa-se no interior do abdômen após o nascimento, até que ocorre a degeneração do úraco remanescente por volta dos 2 meses de idade, e depois desta época, a próstata assume posição na cavidade pélvica (LAUFER, 2001). A próstata de animais pré-púberes é um pequeno aumento de volume nodular em torno da porção proximal da uretra. Durante a puberdade, a próstata já cresceu até suas proporções maduras, limitando-se dorsalmente pelo reto, e ventralmente pela sínfise pubiana e parede abdominal. Com o passar do tempo a próstata continua a aumentar de volume por hiperplasia, e se desloca cranialmente. Por volta dos 4 anos de idade, aproximadamente metade da glândula está localizada no abdômen, e por volta dos 10 anos, a próstata pode estar em posição completamente abdominal (SLATTER, 1998). Sua localização pode variar em função da distensão da bexiga e de possíveis alterações neste órgão. No exame radiográfico devese ter atenção na demilitação da bexiga em relação a próstata, na ocorrência de dúvidas é indicado o exame ultrassonográfico e ou radiográrico contrastado, principalmente se a suspeita clínica for a presença de cistos paraprostásticos. (FERNANDES, 2006). A relação anatômica entre a próstata, a uretra proximal e a bexiga reflete a elevada frequência das afecções prostáticas, devido à infecção ascendente (APPARÍCIO et al., 2006). LEAV et al. (2001); MAHAPOKAI et al. (2000) e HEVERHAGEN et al. (2004) citam que as doenças prostáticas como a hiperplasia prostática benigna (HPB), prostatites, cistos e neoplasias são enfermidades comuns em cães machos não castrados, podendo sendo o volume prostático em cães afetados duas a seis vezes maior do que no cão normal (LAROQUE et al., 1994; BRANDÃO et al., 2006). As doenças prostáticas são comuns em cães idosos e podem se manifestar no que se denomina síndrome prostática, com sinais clínicos relacionados ao sistema urinário, digestório e locomotor, podendo estar presentes simultaneamente ou não. Sinais clínicos mais comuns incluem: disúria, gotejamento de sangue pelo pênis acompanhado ou não de micção, hematúria e infecções urinárias não responsivas ao tratamento médico, tenesmo, dificuldade em defecar (disquezia), fezes secas em formato de fita com presença de estrias de sangue (hematoquezia) e dificuldade de locomoção. Outros sinais menos específicos e característicos de infecções agudas, tais como hipertermia, febre, letargia e vômito, também podem estar presentes. As complicações relacionadas às afecções prostáticas incluem infecções urinárias recidivantes, doença renal crônica, hidronefrose e hérnia perineal (APARÍCIO et al, 2006). 99 O diagnóstico das afecções prostáticas é baseado na presença de sinais clínicos, detecção de alterações anatômicas durante a palpação, radiografia e ultrassonografia (VERTEGEN, 1998; PACLIKOVA et al., 2006). Há grande similaridade entre os sinais clínicos das patologias que acometem a próstata havendo também a possibilidade de ocorrer concomitantemente duas ou mais alterações, portanto o diagnóstico destas alterações é um grande desafio sendo a escolha do procedimento correto para concluir um diagnóstico preciso de grande importância; exame ultrassonográfico e a radiografia abdominal são métodos não invasivos e que permitem visualização da próstata (DI SANTIS, 2003). Sabe-se que a avaliação do tamanho da próstata é um fator importante no diagnóstico das doenças da glândula e é efetuada, habitualmente, através do toque retal, do exame radiográfico e da ultrassonografia (VIANA, 2015). Neste aspeto, a ultrassonografia destaca-se por ser uma técnica muito superior a radiografia uma vez que através dela são obtidas maiores informações no que diz respeito a estrutura, tamanho, forma e arquitetura interna do órgão; já a radiografia abdominal permite detectar se o aumento do volume da próstata é leve ou moderado, com deslocamento dorsal do cólon e deslocamento cranial da bexiga (MURASHIMA, 2001). Também citado por BRUN et al. (1998) a utilização da laparoscopia para a realização de aspirado prostático em cães experimentalmente. Através de coleta única, é possível obter amostras das células prostáticas em todos os animais. Este trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica das principais afecções que acometem a próstata no cão, ressaltando sua etiologia, sinais clínicos e tratamento.

100 DESENVOLVIMENTO Afecções prostáticas A próstata do cão pode ser considerada uma sede de diversas afecções que constituem um problema comum nos cães adultos e idosos (Purswell et al., 2000). As doenças da próstata são comumente encontradas em cães idosos e podem ser manifestadas no que se denomina síndrome prostática, com sinais clínicos relacionados ao sistema urinário, digestório e locomotor. As principais afecções prostáticas dos cães incluem Hiperplasia Prostática Benigna, prostatite aguda ou crônica, abcessos, cistos, cistos paraprostáticos e neoplasias (VANNUCCHI et al., 1997). A neoplasia prostática que é mais encontrada é o adenocarcinoma, não sendo hormônio-dependente. Os sinais clínicos dessas afecções variam de acordo com o tipo e gravidade da lesão. É comum que aconteçam de forma simultânea, por exemplo, cisto prostático com abscedação, hiperplasia prostática benigna e neoplasia prostática com prostatite bacteriana (PIMENTEL, 2008). O cão desenvolve espontaneamente a hiperplasia prostática e o adenocarcinoma prostático, com características similares às observadas em humanos, porém, no cão, as neoplasias são mais agressivas e invasivas. Desta forma, o cão tem sido utilizado, extensivamente, como modelo experimental na medicina, contribuindo para avanços na área da urologia humana, principalmente para os casos de tumores independentes de andrógenos (FORK et al., 2008; GADELHA, 2008; LEAV E GERALD, 2006; LEROY e NORTHREP, 2009). Abcessos Prostáticos Os abcessos prostáticos podem variar em tamanho e número, normalmente ocorrem por infecção bacteriana ascendente, sendo que 70% dos casos a bactéria envolvida é a Escherichia coli, enquanto microorganismos anaeróbicos são encontrados em 19% dos casos e Mycoplasma em 1% (MULLEN et a., 1990). O abcesso caracteriza-se por lesões esféricas repletas de exudado purulento, incluídas em uma cápsula espessa, e pode ser resultante da dissolução dos mecanismos de defesa da uretra, podendo também apresentar-se como secundário a prostatite supurativa, culminando com a formação de abcessos (FONSECA-ALVES et al., 2010; APPARÍCIO et al., 2006). Prostatite Bacteriana A inflamação da próstata pode ser aguda ou crônica. A fonte de inflamação é geralmente uma infecção ascendente do trato urinário com Escherichia coli, Proteus spp., estafilococos ou estreptococos. Podem se formar microabscessos dentro do parênquima ou podem se desenvolver grandes abscessos flutuantes, distorcendo a forma da glândula (APPARÍCIO, 2006). Em pacientes comprometidos com prostatite aguda, é comum a presença de dor. Podem se encontrar presentes constipação, tenesmo, retenção urinária ou incontinência. Ao toque retal ou palpação retal a prostata pode se apresentar geralmente dolorosa e esponjosa. Os episódios agudos não resolvidos de prostatite progridem para uma afecção crônica. A glândula cronicamente inflamada fica menos dolorosa, aumenta de volume e pode ficar assimétrica. Não é incomum o gotejamento de sangue e exsudato provenientes do pênis (BOJRAB, 2005). O exame radiográfico pode revelar uma mineralização parenquimatosa granular. Com a ultrassonografia a glândula pode exibir-se como estrutura difusa a multifocalmente hipercóica, podendo haver mineralização multifocal. Somente a ultra-sonografia não diferencia a prostatite crônica de hiperplasia ou neoplasia. Nos exames laboratoriais complementares, podem estar presentes no hemograma leucocitose neutrofílica com desvio à esquerda, neutrófilos tóxicos e degenerados; hematúria, piúria e bacteriúria são comuns na urinálise; também pode ser observada a elevação das concentrações séricas da fosfatase alcalina, alanina transaminase e creatinina (SMITH, 2008). O tratamento da prostatite bacteriana crônica baseia-se na administração de agentes antibióticos, sendo difícil a cura da infecção. Os benefícios da castração são incertos nestes casos, não obstante, a involução prostática ajudaria ao menos para impedir a recidiva da infecção (NASCIMENTO, 2009). Hiperplasia Prostática Benigna A HPB é a afecção prostática mais frequente no cão (DIAS et al, 2002), cerca de 100% dos cães não castrados desenvolvem evidencias histológicas de hiperplasia com o avançar da idade (SHIMOMURA et al, 2009). Consiste no aumento do tamanho da próstata, como resultado de um estímulo hormonal constante através de androgênios em animais de idade avançada (DIAS et al, 2002). Não há predisposição racial, o que se sabe é que animais de grande porte são mais acometidos (DE MARZO et al., 1999).

Animais castrados não apresentam hiperplasia prostática, mas podem apresentar outras alterações, como prostatites que podem ser agudas ou crônicas podendo formar abscessos; neoplasias, que não são freqüentes; a metaplasia escamosa e os cistos que podem ser prostáticos ou paraprostáticos (LADDS, 1993 ;FERNANDES, 2006). No cão dois padrões histológicos são identificados: a hiperplasia prostática glandular (HPg) e a hiperplasia prostática cística (HPc). A HPg caracteriza-se histologicamente por aumento simétrico da próstata, onde apenas células secretoras são proliferativas e o epitélio hipertrófico e hiperplásico projeta-se em direção ao lúmen. A HPc caracteriza-se pela presença de epitélio do tipo cúbico, com formação de grandes cavidades e aumento na relação estroma/epitélio, com áreas de hiperplasia glandular intercaladas com focos de atrofia (SHIMOMURA et al, 2009). Os sinais clínicos mais comuns são tenesmo anal com fezes em forma de fita, hematúria ou corrimento uretral transparente, disúria, infecção do trato urinário, hipertermia, depressão, anorexia, vômito, diarreia, dor abdominal caudal, dor lombar e/ ou comprometimento de membro (DIAS et al, 2002). Devido à obstrução do canal pélvico pela próstata aumentada de volume, a defecação se torna difícil. Disquezia é muito mais comum que a disúria. O esforço resultante pode levar à ruptura do diafragma pélvico, resultando em hérnia perineal (JOHNSTON et al., 2001; DIAS et al, 2002). O toque retal revela a próstata indolor, com aumento de volume simétrico, e com consistência esponjosa normal. As culturas bacterianas são negativas (LEAV et al., 2001). O exame histopatológico associado a biópsia são procedimentos necessários para a obtenção do diagnóstico definitivo, mas raramente é indicada, a menos que a resposta ao tratamento seja insatisfatória (SLATTER, 1998). Os objetivos terapêuticos consistem na redução do tamanho da próstata e no alivio dos sinais de obstrução do canal pélvico. O tratamento recomendável é a castração. A involução permanente da próstata e o alivio dos sinais clínicos ocorrem em 2 a 3 semanas (SLATTER, 1998). Cistos Prostáticos e Paraprostáticos Os cistos prostáticos são cavidades não sépticas preenchidas com fluido, no interior ou exterior à próstata. Eles podem ser únicos ou múltiplos e são classificados de acordo com sua etiologia (FROES et al., 2003). Os de ocorrência mais comum, segundo são: a) Congênitos: geralmente localizados na base da bexiga com comprometimento da superfície prostática; são pouco freqüentes e acredita-se serem vestígios embrionários dos ductos müllerianos; b) Cistos associados à metaplasia escamosa: o lúmen glandular apresentasse repleto de queratina, levando a obstrução. Usualmente estão relacionados ao hiperestrogenismo; c) Cistos de retenção: formam-se a partir da obstrução de ductos excretores com posterior retenção do material secretado palas células epiteliais; d) Cistos associados à HPB: são indubitavelmente os mais freqüentes, relacionados à hiperplasia e ao aumento na secreção das células acinares (FERNANDES, 2006). Cistos prostáticos parenquimatosos ocorrem dentro do parênquima prostático ou possuem uma comunicação física com o mesmo. São comuns nos cães e podem se associar a HPB. Desconhece-se sua etiologia, mas alguns deles são congênitos (FERNANDES, 2006). 101 Neoplasia Prostática O cão é a única espécie, além do homem, em que o câncer de próstata espontânteo ocorre com uma freqüência significativa. Histologicamente podem ser classificadas em adenocarcinoma e carcinoma indiferenciado (TESKE et al., 2002). Os fatores envolvidos no processo de carcinogênese são representados principalmente por um desequilíbrio hormonal advindo com a idade (TERAZAKI, 2009). O local específico de origem das neoplasias prostáticas no cão ainda não foi identificado, mas acredita-se que o componente hormonal andrógeno não é suficiente para desencadear o processo de carcinogênese (MOURA, 2004). As neoplasias prostáticas acometem na maioria das vezes os cães mais idosos; o prognóstico é desfavorável. Não há necessidade de influência hormonal androgênica direta oriunda dos testículos, porque a castração não impede o carcinoma prostático (SLATTER, 1998). Estudos demonstram que cães não orquiectomizados apresentam adenocarcinoma prostático com comportamento biológico agressivo ocorrendo inclusive metástase em linfonodos ilíacos e sublombares, pulmão e ossos, enquanto que em cães orquiectomizados essa estatística é bem reduzida (CORNELL et al., 2000). O carcinoma prostático pode ser focal ou disseminado, por toda a glândula; a metástase é comum. É observada a metástase local na bexiga, reto, pelve, vértebras lombares, e musculatura pélvica. A metástase à distância é menos comum (SLATTER, 1998). Os sinais clínicos são: debilitação dos membros pélvicos, edema, estrangúria, tenesmo, poliúria, polidipsia e emaciação. Também

podem ocorrer hematúria, sangramento uretral e incontinência urinária (SLATTER, 1998). O prognóstico ruim desta afecção pode ser atribuído, em parte, ao diagnóstico tardio (MOURA, 2004). CONCLUSÕES Diante da presente revisão de literatura, conclui-se que as doenças prostáticas são raras em gatos e comuns em cães idosos. A próstata de cães adultos e idosos é sem dúvidas nenhuma a sede para diversas afecções principalmente para a HPB e para as prostatites. É importante o diagnóstico precoce dos processos patológicos para que possamos usar uma melhor conduta terapêutica no cão e termos um bom prognóstico, visto que clinicamente as diferentes prostatopatias são similares, entretanto o que as diferencia é o exame histopatológico a partir da biópsia prostática, mesmo não sendo de rotina na prática clínica, mas existem recursos diagnósticos de fácil acesso tais como a ultrassonografia e o raio-x. A castração também pode ser considerada um método de se prevenir as afecções, uma vez que estudos mostraram que a incidência das doenças em animais orquiectomizados é bem reduzida. REFERÊNCIAS APPARÍCIO, M.; VICENTE, W.R.R.; PIREZ, E.A.; MOSTACHIO, G.Q.; RIBEIRO, A.P.C.; COVIZZI, G.J.; GADELHA, C.R.F.; CARVALHO, M.B. Omentalização prostática em cães. Braz J vet Res anim Sci 43 (6): 754-761, 2006. BRANDÃO, C.V.S., et al.; Orquiectomia para redução do volume prostático. Estudo experimental em cães. Archives of Veterinary Science, v. 11, n. 2, p. 7-9, 2006. BRUN, M.V.; BECK, C.A.; PIGATTO, J.A.T.; OLIVEIRA, R.T.; SILVA FILHO, A.P.F. Técnica para a realização de aspirado prostático por laparoscopia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CBCAV, (3: Belo Horizonte, 1998). Anais... Belo Horizonte: Colégio Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária, 1998a. p. 102. BOJRAB, M.J. Técnicas atuais em cirurgia de pequenos animais. P. 370, 3 ed, Editora Roca. 2005. 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