A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE NEGÓCIOS PARA ABERTURA DE UM EMPREENDIMENTO. Processos e Estratégias para tomada de decisão.



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Transcrição:

A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE NEGÓCIOS PARA ABERTURA DE UM EMPREENDIMENTO. Processos e Estratégias para tomada de decisão. Autor: HELTON FORTI Instituição ANHANGUERA EDUCACIONAL Bauru-SP RESUMO As micros e pequenas empresas têm muita dificuldade de permanecerem no mercado por muitos anos, principalmente por não estarem preparadas tecnicamente para as concorrências e os riscos de falência. O objetivo desse estudo é preparar os micros- empresários para atuar no mercado competitivo, bem como prepará-los com as estratégias de tomada de decisão. Usando a revisão bibliográfica como estratégia de pesquisa, os estudos levantados para o Plano de Negócios, permitem que sejam feitas análises técnicas, onde a empresa possa conhecer seus riscos, bem como todas as vantagens e possibilidades de crescimento. Dessa forma, o estudo consegue atingir o objetivo principal que é demonstrar quais as vantagens e estratégias para gerir um negócio, para que o mesmo atinja um ótimo plano de marketing, um planejamento financeiro preciso e principalmente manter a qualidade dos produtos/serviços. Palavras-Chave: Plano de Negócios, Micros e pequenas empresas ABSTRACT The micro and small businesses have a hard time staying in the market for many years, mainly because they are not technically prepared for the competitions and the risk of bankruptcy. The aim of this study is to prepare micro-entrepreneurs to operate in a competitive market, as well as prepare them with the strategies of decision making. Using the literature review as a research strategy, the studies raised to the Business Plan, provide technical analysis to be made, where the company can meet its risks, as well as all the advantages and opportunities for growth. Thus, the study can reach the main goal is to demonstrate the advantages and strategies for managing a business, so that it reaches a great marketing plan, financial planning and especially need to maintain the quality of products / services. Keywords: Business Plan, Micro and small enterprises

Introdução Quando pensamos em abrir um negócio, não podemos apenas pensar em alugar um imóvel e vender as mercadorias ou prestar o serviço. Todo empreendimento deve ser planejado, é preciso fazer levantamentos, estudar o mercado e principalmente definir o capital a ser investido, para isso contamos com a ajuda essencial do Plano de Negócios. O Plano de Negócio é um documento que especifica, em linguagem escrita, um negócio que se quer iniciar ou que já está iniciado, normalmente escrito pelo empreendedor, reunindo informações tabulares e escritas de como o negócio é ou deverá ser. O Plano de Negócios direciona o empreendedor nas tomadas de decisão, quanto deverá ser investido, qual o capital de giro, qual nicho de mercado, entre outras informações importantes para abertura de um negócio. Com essas informações o empreendedor corre menos riscos de falência prematura, ou até mesmo perda de dinheiro com investimentos sem fundamentos. Este trabalho pretende auxiliar o novo empreendedor ou até mesmo aquele empreendedor que quer melhorar o seu negócio, a pensar no futuro, avaliar seus riscos e oportunidades, e classificar suas idéias, contendo um material base que determina uma linha central de atuação da empresa. Objetivo O presente artigo tem como objetivo um aprofundamento sobre a importância de um Plano de Negócios (PN) para abertura de novos empreendimentos. Busca-se apontar as principais vantagens na utilização desta ferramenta na minimização dos riscos associados à abertura de novos empreendimentos. Justificativa Muitas empresas fecham as portas por não terem planejamento e conhecimento suficientes para gerir uma empresa. O PN implicará no conhecimento do negócio em questão, dos riscos e vantagens das empresas, bem como as ferramentas corretas na gestão de negócios, a fim de aumentarem o lucro e estarem preparadas para a competitividade. Através de um bom planejamento e das estratégias de negócios, as empresas estarão aptas a encarar a concorrência e enfrentar com segurança o mercado moderno e globalizado. Método de Pesquisa O presente artigo tem caráter exploratório, que segundo ALVES (2007, p. 54) torna mais explícito o problema e aprofunda as idéias sobre o objeto de estudo, além de permitir o levantamento bibliográfico, usando como estratégia de pesquisa a revisão bibliográfica. Conforme analisado por ALVES (2007, p. 55) é a pesquisa elaborada exclusivamente a partir de fontes já elaboradas Livros, artigos científicos, publicações periódicas. Contudo, a análise de Dias (2006, p.43) para este tipo de pesquisa é a busca para a solução de um problema com base em contribuições teóricas publicadas em documento. Alves (2007, p. 55) ainda explica, que o método tem como vantagem cobrir uma ampla gama de fenômenos que o pesquisador não poderia contemplar diretamente.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Este capítulo tem como finalidade apresentar a estrutura do PN para abertura de novos empreendimentos, bem como as ferramentas para a tomada de decisão. Projeto do Negócio e Planejamento Estratégico Toda empresa deve ter um objetivo, o que ela pretende com a abertura, quais os pontos, quais pessoas e mercado ela pretende focar, porém muitas são totalmente inexperientes nesse quesito. Primeiramente uma empresa deve ter um projeto, ou seja, o que, quem, por que, quando, onde, como e quanto à empresa deseja alcançar seu objetivo. Com o planejamento estratégico (PE), ela definirá a forma de alcançar seu objetivo (BIAGIO; BATOCCHIO, 2006). O Projeto identificará as necessidades do empreendimento, ou melhor, levará a análise entre a proporção dos objetivos pessoais e ao pretendido no empreendimento. Com o projeto uma empresa tem eficácia, eficiência, qualidade e produtividade, pois nele tem-se definido as medidas, para que haja mínima possibilidade de erros e com grandes probabilidades de acertos nas tomadas de decisões (BERNARDI, 2009). O PE possibilita a identificação das oportunidades para se atingir resultados satisfatórios. São analisados pontos fracos e fortes do empreendimento, bem como da concorrência. No PE devem ser considerados o crescimento, a taxa de lucratividade, a rentabilidade, o risco e as características econômicas, de forma que a empresa esteja embasada nas formas de chegar ao sucesso como também ao insucesso, sendo este último o fechamento da empresa (BERNARDI, 2009). Toda empresa deve ter sua missão e visão, ou seja, quais são suas inspirações e crenças (visão) e qual a razão e seu propósito (missão), também não menos importante determinar os princípios e valores que a empresa pretende desenvolver no mercado. Com o PE a empresa consegue um conhecimento como um todo, ou seja, conhece os riscos de insucesso e as possibilidades de crescimento, pois está sujeita às mudanças que influenciam em seu funcionamento, por isso, devem ser feitas revisões, atualizações constantes em suas estratégias (BIAGIO; BATOCCHIO, 2006). Existem algumas análises que permitem identificar as forças e as fraquezas, as oportunidades e as ameaças no caminho que a empresa irá percorrer até seu objetivo, entre elas a análise SWOT. A matriz SWOT é mais utilizada em empresas privadas, pois avalia o ambiente de mercado em que a empresa atua. Os pontos fracos e fortes devem ser identificados, bem como analisadas as ameaças e oportunidades em seus ambientes internos e externos, para que a matriz SWOT seja obtida. Após todas as informações obtidas, a análise poderá ser feita para que os objetivos e problemas sejam equacionados. Segundo Biagio e Batocchio (2006, p. 87), Não basta que a análise SWOT seja feita apenas uma vez. A matriz deve ser revista em espaços regulares de tempo e essa freqüência depende da dinâmica de mercado onde os negócios da empresa estão inseridos (BIAGIO; BATOCCHIO, 2006, p. 87). Por fim, um PE tem diferentes situações que podem ocorrer em diversas áreas, que por conseqüente acarreta em diferentes desempenhos de um empreendimento. Plano de Marketing O Plano de Marketing (PM) é um dos itens mais importantes para a abertura de uma empresa, pois define a forma que o produto será levado ao consumidor. Um PM bem planejado pode despertar o desejo de compra, bem como revelar a necessidade de adquirir determinado produto, para tanto, o mesmo deve conter os seguintes princípios: como o produto deve ser

utilizado, para que o mesmo se torne conhecido; como o produto desperta a necessidade no consumidor; como o produto será lembrado pelo consumidor; como o produto será divulgado; e como o produto será vendido (BIAGIO; BATOCCHIO, 2006). A empresa também deve definir os objetivos de marketing, ou seja, os objetivos estratégicos e suas metas para o futuro. Também é muito importante analisar como a empresa irá escolher, criar e fornecer valor no produto, obviamente segmentando um mercado, definindo qual tipo de cliente será focado, qual a promoção e a propaganda ideal para o produto, deixá-lo atrativo, identificar pontos positivos e fortes a fim de proporcionar satisfação na hora da aquisição. O ponto de distribuição desse produto é muito importante, de forma a analisar qual a região o produto é mais adquirido, almejado e procurado (BERNARDI, 2009). Todas essas estratégias, citadas anteriormente, são estratégias para que a empresa, baseada em estudos e pesquisas de mercado, corra menos riscos em sua abertura e que reaja ao mercado competitivo com mais segurança. Hoje em dia, uma empresa sem estrutura, sem conhecimento e sem gestor líder dificilmente consegue permanecer no mercado por muitos anos. Uma pesquisa feita pelo SEBRAE, 2012, revela que 35% das empresas fracassam no primeiro ano de operação e 71% não conseguem chegar a cinco anos de vida. Em comum, essas empresas apresentam sinais de que foram deficientes principalmente em duas questões fundamentais: estruturação do negócio ou planejamento prévio e administração. Portanto, conhecer o melhor possível o ramo do negócio que se escolheu é fundamental. Ainda falando sobre PM, Biagio e Batocchio (2005, p. 138) afirmam: Se a empresa não puder atingir seus clientes, não conseguirá permanecer por muito tempo no negócio. Muitos já fracassaram pela deficiência em sua estratégia de marketing, apesar de terem boas condições de sucesso (BIAGIO; BATOCCHIO, 2006, p. 138). Contudo, uma empresa para ter sucesso precisa ter um projeto, um planejamento, um ótimo plano de marketing e controle em suas finanças, sendo este último o assunto do próximo capítulo. Plano Financeiro A empresa deve se preocupar com a viabilidade do negócio, com a capacidade de liquidez e como o capital será formado para o empreendimento. O Plano Financeiro (PF) ajuda a empresa demonstrar projeções bem preparadas e fundamentadas, a fim de transmitir uma imagem de estabilidade e de ganhos, sendo assim tornando o negócio atraente (BERNARDI, 2009). O PF deve conter um balanço patrimonial, demonstração de resultados, plano de investimentos, fluxo de caixa e planilha de custos. Balanço Patrimonial O balanço patrimonial é dividido em três partes: ativo, passivo e patrimônio líquido. O ativo são todos os bens e os direitos da empresa, já o passivo e o patrimônio liquido são as

obrigações da empresa, representando os saldos da empresa, através dos ciclos das operações, recebimentos e pagamentos (BIAGIO; BATOCCHIO, 2006). O balanço patrimonial é demonstrado em duas colunas, sendo que de um lado esquerdo estão relacionados os ativos e do lado direito estão relacionados os passivos e os patrimônios líquidos. Abaixo, quadro explicativo. ATIVO PASSIVO. Circulante. Circulante Deve constar tudo que a empresa possui e que podem ser transformados em dinheiro: saldo de caixa, saldos em conta corrente nos bancos, duplicatas a receber, aplicações financeiras de curto prazo e estoques.. Realizável a longo prazo. Exigível a longo prazo Deve conter bens e diretos que não podem ser transformados em dinheiro: aplicações financeiras de longo prazo, ações de outras empresas, etc.. Permanente. Patrimônio liquido Deve demonstrar bens e direitos que não são vendidos e que tenham vida útil: imóveis, máquinas e equipamentos, veículos. Deve constar as obrigações que serão liquidadas durante o exercício fiscal: salários, impostos, duplicatas a pagar aos fornecedores, etc. Deve conter as obrigações que serão liquidadas com prazo superior a um ano: financiamento a longo prazo. Deve demonstrar os investimentos, lucros e prejuízos acumulados durante o tempo de operação da empresa. Quadro 1. Fonte: BIAGIO; BATOCCHIO, 2006. Demonstrativo de Resultados O demonstrativo de resultados é o resumo das receitas, despesas e lucro ou prejuízo num determinado período. Em caso de empresas novas o demonstrativo de resultados deve ser projetado para um prazo de cinco anos, já para empresas existentes históricos de três anos e projeções de três anos futuros (BIAGIO; BATOCCHIO, 2006). O demonstrativo de resultados deve conter a receita bruta de venda e as deduções.

Abaixo, quadro explicativo para novas empresas. Discriminação 2012 2013 2014 2015 2016 1. Receita bruta de vendas 2. (-) Deduções 3. Receita líquida de vendas 4. (-) Custo dos produtos vendidos 5. Margem de contribuição 6. (-) Despesas operacionais 6.1. Despesas administrativas 6.2. Despesas de marketing 6.3. Despesas gerais 6.4. Depreciação acumulada 7. Resultado operacional 8. Receitas financeiras 9. (-) Juros de financiamento 10. Resultados antes do IR 11. (-) IR alíquota - 15% 12. Lucro líquido Quadro 2. Fonte: BIAGIO; BATOCCHIO, 2006. Plano de Investimentos O plano de investimento parte de uma necessidade de recursos materiais e humanos necessários ao funcionamento do empreendimento e também como objetivo conhecer os custos e condições de compra para que os mesmos (custos) possam ser estimados corretamente. Quanto uma empresa gasta ou se iniciar? Não há uma regra, um valor fixo ou até mesmo valor planejado, sempre haverá imprevistos e necessidades de gastos inesperadamente. Normalmente não se investe numa empresa somente em seu início, costuma-se desembolsar também durante o andamento. Para tanto, é necessário um cronograma físico-financeiro junto com o plano de investimento, de forma a projetar os futuros gastos de investimentos (BERNARDI, 2009). Há necessidade de se programar os investimentos pré-operacionais, os investimentos fixos - que entram como patrimônio da empresa, o capital de giro suporte de vendas a prazo e com a capacitação profissional treinamentos.

Fluxo de Caixa Fluxo financeiro nada mais é que um controle financeiro de curto prazo, onde são administradas as entradas e saídas, demonstrando se a empresa terá ou não dinheiro para pagar as contas. A pessoa encarregada de gerenciar o fluxo de caixa deve ser bem preparada e ágil para as tomadas de decisões, pois é possível, com antecedência, observar as oscilações do caixa. Por exemplo, detectar que dia o caixa ficará negativo e tomar a melhor decisão para prevenir juros exorbitantes (BIAGIO; BATOCCHIO, 2006). O fluxo de caixa como pode observar, é de extrema importância para que uma empresa não entre no negativo e consequentemente feche. Muito pelo contrário, com um bom controle a empresa só cresce, podendo gerar lucros de investimentos de verba não utilizada em determinado período. Planilha de Custos O custo de um produto deve ser bem elaborado, não podendo deixar nenhuma observação para trás, senão o preço final não terá o retorno esperado. Muitas empresas falem por não saber formar o preço correto, consequência de um custo mal calculado. Os custos e despesas de uma empresa devem ser detectados para que sejam repassados ao preço final do produto. Existem os custos fixo e variável, sendo o primeiro que não depende da quantidade produzida/vendida e o segundo que depende da quantidade produzida/vendida. Os impostos e contribuições também devem estar embutidos no custo do produto. Para a elaboração da planilha de custos, devem ser considerados todos os gastos e despesas da empresa, para determinar a margem que será embutida no preço do produto (BIAGIO; BATOCCHIO, 2006). Gestão da Qualidade A qualidade é conhecida por proporcionar valor aos produtos, no entanto, esse valor é definido de diferentes formas e por diferentes grupos ou camadas da sociedade e a percepção das pessoas é diferente em relação aos mesmos produtos ou serviços, em função de suas necessidades, experiências e expectativas; a qualidade pode ser entendida como o grau de satisfação dos requisitos do produto, consistindo na condição necessária para garantir o sucesso de uma operação de manufatura, sendo, dessa forma, a base para a competitividade entre as empresas. Por qualidade, entende-se a capacidade do produto ou serviço de cumprir o objetivo ao qual se destina (PALADINI, 2006). A empresa é avaliada por sua qualidade, que é a preocupação dada à produtividade, eficiência e até mesmo pela sobrevivência no mercado. Gerenciar prevenção de problemas faz parte do plano da qualidade, como também a forma de inspeção e os testes de recebimentos de matéria-prima e testes nos produtos finais antes da entrega. O produto deve se garantido e testado de todas as formas antes de ser entregue ao cliente final. No caso de empresas grandes e o sistema de qualidade adotado tiver certificações, estas deverão ser impressas nos produtos, de forma a dar mais credibilidade e confiança aos consumidores. Exemplos: ISO9001, ISO14001, etc (BIAGIO; BATOCCHIO, 2006). A certificação da qualidade, além de aumentar a satisfação e a confiança dos clientes, reduz custos internos, aumenta a produtividade, melhora a imagem e os processos e possibilita fácil acesso a novos mercados. Uma organização que se propõe a programar uma política de gestão, voltada para a Qualidade, tem consciência de que a sua trajetória deve ser reavaliada, sendo que a empresa precisa pôr em prática atividades que visam estabelecer e

manter um ambiente, no qual as pessoas, trabalhando em equipe, consigam um desempenho eficaz, na busca das metas e missões da organização (PALADINI, 2006). Ferramentas para a Qualidade As ferramentas apóiam e auxiliam na tomada de decisões, onde serão solucionados problemas e situações serão resolvidas. As ferramentas foram desenvolvidas, a fim de fornecer aos participantes do processo, fácil entendimento e aplicação, pois são simples e ao mesmo tempo fortes, e auxiliam diretamente na resolução e no controle de problemas de qualidade. Sendo elas 7 ferramentas: Diagrama de processo; Análise de Pareto; Diagrama de Ishikawa; Diagrama de correlação; Histograma; Cartas de controle de processo; Folhas de verificações (CORREA; CORREA, 2008). Segundo Correa; Correa (2008), os objetivos das ferramentas podem ser representados da seguinte forma: a) Diagrama de Processo: o objetivo é a listagem de todas as fases do processo, de forma simples e de rápida visualização e entendimento, são utilizados símbolos padronizados e universalmente aceitos para cada fase de um processo. A forma de apresentação como fluxograma, é normalmente utilizada, para a apresentação de serviço. b) Análise de Pareto: o objetivo é classificar em ordem decrescente, os problemas que produzem os maiores efeitos e atacar esses problemas inicialmente. Desta forma, a capacidade de solução disponível será direcionada exatamente para onde os resultados sejam maximizados. c) Diagrama de Ishikawa: o objetivo é apoiar o processo de identificação das possíveis causa-raízes de um problema, identificados após uma Análise de Pareto. Os problemas classificados entre os mais importantes na análise de Pareto serão objetos de análise através de diagramas de causa e efeito ou diagramas de espinha de peixe, como também, são chamados devido à sua forma. Figura 1 Diagrama de causa e efeito para o problema. Fonte: Correa e Correa 2008. p. 217.

d) Diagrama de Correlação: o objetivo é explorar possíveis relações entre os problemas e o tempo ou entre os problemas e as possíveis causas. O uso dos diagramas como ferramenta utiliza racionalmente os dados existentes e os transforma em informações úteis ao direcionamento das análises de problemas pelo pessoal da linha de frente. e) Histograma: é uma forma gráfica de apresentação dos dados obtidos em uma observação, de forma a simplificar a comparação de suas frequências de ocorrência. A amplitude dos intervalos de classe de um histograma é obtida dividindo-se a amplitude dos dados pela quantidade de intervalos de classe que se deseja. f) Cartas de Controles de Processo: o objetivo é manter o controle de um processo, através do acompanhamento do comportamento de uma ou várias medidas importantes. Geralmente, as cartas de controle de processos possuem as informações e os aspectos. g) Folhas de Verificação: o objetivo é garantir que o ganho obtido pela aplicação das seis anteriores não seja perdido ou esquecido, depois que os problemas já resolvidos deixarem de ocupar as atenções da operação. As folhas de verificação devem conter, de forma simples, objetiva e clara, o procedimento correto a ser seguido e as verificações, que deverão ser feitas no processo para evitar a re-ocorrência dos problemas. Podem ser representadas por um aviso afixado ao lado do posto de trabalho. Um exemplo bastante conhecido de folha de verificação é o chamado check list, que os pilotos seguem antes de decolar a aeronave. A qualidade pode ser definida como uma questão de vida ou morte. Sua empresa só sobreviverá se for a melhor no seu negócio, sendo que as ferramentas da qualidade foram desenvolvidas para auxiliar a qualidade no processo. Considerações Finais Este artigo apresenta um processo para elaborar o plano de negócios, com bases teóricas e técnicas que auxiliam na abertura de uma empresa, bem como nos melhoramentos de empresas que já atuam no mercado. O processo ajuda até mesmo uma pessoa sem formação acadêmica a elaborar um plano de negócio, colaborando positivamente, pois a maioria dos empreendedores que inicia um negócio conhece tecnicamente o produto objeto da empresa ou conhece os caminhos para a comercialização dos produtos, contudo não estão embasados com as informações técnicas de gerenciamento. O maior benefício que o plano de negócio apresenta, é o que é preciso ter e o que é preciso controlar, porque muitas empresas passam a ter o conhecimento da importância de uma atividade que não executava e passa a executar somente após conhecer e elaborar seu plano de negócio.

Referências BIAGIO, L. A.; BATOCCHIO, A. Plano de Negócios: Estratégia para Micro e Pequenas Empresas. 1. Ed.São Paulo: Manole, 2006. BERNARDI, L. A. Manual de Plano de Negócios: Fundamentos, Processo e Estruturação. 1 ª ed.são Paulo: Atlas, 2009. PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade - Teoria e Praticas. 2 ª ed. São Paulo: Atlas, 2006. CORREA, L. H.; CORREA A. C. Administração de Produção e Operações Manufatura e Serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2008. PORTER, M.E. Estratégia Competitiva. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. DIAS, Maria Cristina T. R. Monografia passo a passo. 5ª ed. Campinas: Alínea, 2006. ALVES, Magda. Como Escrever Teses e Monografias. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2007. http://www.sebrae.com.br/momento/quero-abrir-um-negocio/planeje-sua-empresa/plano-denegocio. (DATA: 15.03.12)