O filme O ódio retrata uma sociedade envolvida pela miséria, revolta e corrupção. Onde três jovens de diferentes origens étnicas, deambulam por Paris num estado de agitação provocado pela morte de um amigo às mãos da polícia, que se vai agravando pouco a pouco, até serem levados para um beco sem saída. O ódio é originado pelos contextos familiares, sociais e económicos, geradores de comportamentos agressivos e violentos. A desestruturação familiar, como a falta do pai ou da mãe, são um dos motivos que contribuem para o desequilíbrio a nível educacional e emocional dos jovens, que é possível observar através da ligação com os outros, da linguagem desadequada, da entoação da voz, do olhar e da postura. Apesar disto é possível observar um sentimento de proteção e afetividade entre os três jovens que protagonizam o filme. O facto de viverem numa zona socialmente instável, devido à presença de vários grupos rivais, também é um dos pontos que faz com que haja uma acumulação de raiva e agressividade que posteriormente gera violência. A existência de entidades corruptas, tal como a polícia, também afeta as personagens do filme que se sentem injustiçadas e incompreendidas. O contexto económico contribui para a falta de estudos que leva à pouca formação quer a nível linguístico quer comportamental. Apesar de todos estes fatores é possível observar diferentes níveis de revolta nos elementos do grupo, facto que é ilustrado na parte final do filme quando um deles é pressionado para disparar contra um elemento de um grupo rival, mas não o faz. Trabalho realizado por: Inês Coelho nº14 12ºB Joana Alves nº16 12ºB Patrícia Matias nº24 12ºB
O filme que vimos é um bom exemplo sobre a influência que os contextos exercem na vida de cada um. Ao longo do nosso percurso estamos sujeitos a diferentes contextos e cada um tem o seu peso no nosso desenvolvimento, uns mais que outros. Cada contexto tem as suas características específicas mas não é isolado. Os contextos influenciam-se mutuamente. Percebemos que as personagens principais ao longo do filme foram diretamente influenciadas pelos seus contextos sociais, educacionais e familiares. O mesmo acontece connosco, mesmo que não tenhamos essa consciência. Podemos referir, contextos, como uma serie de sistemas inter-relacionados: O microssistema que engloba as relações com os nossos amigos, com colegas e com professores por exemplo. São considerados os contextos mais diretos e próximos de cada um; o mesossistema que corresponde aos elos de ligação formados entre ambientes; o exossistema que engloba os ambientes nos quais não participamos diretamente, por exemplo o locar de trabalho dos nossos pais não é frequentado por nós, mas acaba por nos influenciar indiretamente; o macrossistema que abrange os valores e as ideologias da nossa cultura e o cronossistema que relaciona o conceito de tempo com os nossos contextos, ou seja, inclui as nossas mudanças. Todos esses sistemas estão relacionados entre si e afetam o nosso desenvolvimento. No caso deste filme, o microssistema teve um grande papel nas decisões que foram tomadas pelas personagens. Com casos deste género conseguimos compreender melhor a papel dos contextos, que pode passar despercebido. Afetam muito os nossos comportamentos. Apesar disso é também importante ter em conta que nós também afetamos os meios em que estamos inseridos. As nossas características levam-nos a fazer interpretações das situações e através disso, formar os nossos comportamentos. O processo contexto-indivíduo é dinâmico. Matilde Pina Nº21 12ºB
Eu nos contextos - Reflexão sobre o filme O Ódio O filme La Haine (O ódio) relata-nos a história de um grupo de rapazes que moram num bairro social e que apresentam um conjunto de comportamentos e atitudes influenciados por estes locais. A linguagem pouco adequada tal como o uso de palavrões, conjugada com os seus modos grosseiros e até o tom com que falam revelam-nos uma grande agressividade. As personagens principais do filme apresentam-se geralmente de fato de treino ou com um visual descontraído e confortável combinado com ténis, o que revela alguma falta de interesse em vestirem-se bem pois também não têm nenhum propósito para isso, afinal para estarem no bairro com os amigos a fumar e a conviver não é preciso cuidar do visual, para além de que são as roupas mais comuns nestes contextos. Vivem em casa das mães com o resto da família (pelo menos dois deles) e para os extras e despesas pessoais recorrem a roubos e vendas, por exemplo. Estes rapazes usam uma arma durante o filme que no final veio a revelar-se mortal e a provocar uma tragédia, tendo esta sido roubada a um polícia. Os polícias também não têm atitudes adequadas, apresentando igualmente uma grande agressividade e consequente atitude de discriminação. Estas pessoas que moram em bairros sociais, geralmente têm baixos rendimentos, ou porque um dos elementos, suporte da família, faleceu cedo devido a uma vida complicada e penosa, ou porque simplesmente decidiram abandoná-los. São geralmente famílias numerosas, pelo que as dificuldades são acrescidas. Enfim, pode considerar-se que vivem vidas bastante complicadas e passam por situações muito traumáticas ao longo das suas vidas, o que desperta consequentemente o seu lado mais agressivo, o ódio à vida e até o facto de não encontrarem uma justificação para viverem estes problemas e nestas condições é o que os leva a ter a adotar estes comportamentos e atitudes, funcionando provavelmente como autodefesa para não sofrerem mais. Apanham mocas# regularmente, para afastar os males e porque é a normalidade dentro dos grupos e contextos que se inserem. Contudo, dentro destas sociedades também há um grande respeito entre eles e têm um maior espírito de entreajuda, tratando-se quase como família. O respeito pelos mais velhos também é de notar. A má linguagem entre eles não é interpretada como falta de respeito ou falta de educação, mas sim como normalidade nos seus contextos, assim como todos os outros comportamentos observáveis que apresentam, tantos bons como maus. Para concluir, e para todos nós: eu sou eu sim, mas também sou o reflexo daquilo que está à minha volta e do que vivi. Trabalho realizado por: Rita Santos, 12ºD, nº19
O ódio corrói-nos por dentro como ácido sulfúrico. Consome-nos e toma conta de nós; comanda-nos e interfere em toda a nossa vida. Mas como podemos impedir que isto aconteça, se o ódio é o único sentimento que conhecemos ou experienciámos em toda a nossa vida? Se tudo o que sentimos desde que nascemos é revolta e raiva. Não há esperança, felicidade ou paz interior, apenas um vazio negro e esfomeado que não tem outro objetivo senão infiltrar-se por todo o nosso ser e tirar-nos tudo o que de bom já sentimos, deixando apenas a memória de sentir ódio. Deixa-nos amargos, agressivo e voláteis. Viramo-nos contra os nossos e afastamo-los, ou pior, lutamos para mantê-los próximos, de forma a termos onde libertar os nossos sentimentos, porque nessa altura já não pensamos racionalmente, somos guiados pelo ódio e deixamos de existir como nós mesmo. Tornamo-nos num corpo funcional cheio de rancor, revolta e raiva, que só quer destruir tudo o que lhe aparece à frente. E o pior... O pior é quando uma pessoa sabe. Quando sente que já não consegue. Quando o ódio já é demasiado e a força para lutar é escassa. Quando nos sentimos a afundar e queremos sair desse abismo desconhecido, mas nada parece ajudar para tal. O meio que nos rodeia empurra-nos para baixo. Por vezes, até as pessoas com quem nos damos pioram a situação, quer o saibam, ou não. O ódio corrói-nos por dentro como ácido sulfúrico, mas o ácido não tem mente própria. Jéssica Pereira nº10 Sara Lopes nº19 12ºG
Ao longo do filme podemos ver as personagens principais inseridas em diferentes contextos, como por exemplo, a família, os amigos, a interação com a polícia e com os repórteres, etc. Podemos ver que estas personagens provêm de um bairro social, e que também parecem ser desfavorecidas. As características das personagens são diversas, sendo que, Vinz apresenta comportamentos violentos e um ódio descomunal em relação aos polícias (sendo isto evidente quando ele imagina alvejar um polícia). Hubert é um pacifista (podemos ver isto nas várias vezes que ele tenta convencer Vinz a livrar-se da arma que encontrou) e Saïd está no meio-termo entre o comportamento dos outros dois. Pedro Pereira Nº16 12ºG
As emoções são algo inato ao ser humano e influenciam-nos, quer seja na nossa forma de pensar ou de agir. Mas não se enganem: nem todas nascem connosco. São chamadas de emoções principais aquelas que todos nós conseguimos experimentar, que não podemos evitar. No entanto há também as emoções secundárias, aquelas que adquirimos e/ou aprendemos através do processo de socialização, no local onde vivemos, na nossa sociedade, no meio onde estamos inseridos, estes são aqueles contextos que realmente podemos culpar por sentirmos estas últimas. Porque temos de sentir vergonha de fazermos algo que nos faz sentir bem? Porque temos de nos sentir culpados, mesmo quando não o somos? A vergonha e a culpa são apenas pequenos exemplos das emoções desagradáveis e, por vezes, desnecessárias que somos obrigados a experimentar, mesmo que nós não nos vejamos representados nesses ideais da sociedade em que estamos inseridos. No entanto, claro que estes sentimentos são fundamentais, mas quando os experimentamos devidamente. Sejamos realistas, o facto de conseguirmos experimentar estas emoções não é o que nos difere dos psicopatas e sociopatas? Podermos experimentar emoções é algo a que devíamos dar valor. Cada indivíduo sente e experimenta as mais diversas emoções de forma diferente e isso é algo tão rico, mas a que as pessoas não dão o devido valor. Sentir tristeza é bom, não pensem que não é. O facto de sabermos que estamos tristes requer que saibamos o que é estar feliz. O que eu quero dizer é: para sermos felizes, sendo isto um objetivo geral e comum a todos nós, precisamos saber o que é a tristeza, sentir! É basicamente esta última palavra que falta a esta nossa sociedade, a este nosso mundo atual, falta o sentir, o saber sentir, o sentir sem medo! Chega de nos dizerem o que podemos ou não podemos sentir, por quem podemos sentir. Não podemos ter medo de nos sentirmos vulneráveis e fracos aos olhos dos outros, de parecermos ridículos se expressarmos os nossos sentimentos, porque isto não é verdade. Temos de sair das nossas zonas de conforto, acabar com este tabu. E falo agora num tom especial para os do sexo masculino, basta de nos dizerem que não podemos mostrar os nossos sentimentos, que somos menos homens por o fazer! As emoções são importantes e digo isto com toda a certeza possível. São elas que nos fazem ser diferentes dos outros, são uma imagem do que acreditamos, são a nossa imagem e se há algo mais precioso que isto, façam-me o favor de dizer. Ricardo Brito nº18 12ºG
No filme "La Haine" estão presentes contextos socias, familiares e sociais. As personagens demonstram comportamentos de agressividade, tanto para com estranhos como para as pessoas mais próximas de si. Este tipo de comportamento pode não ser apenas visto como um ato agressivo pois, é também, uma forma de demonstrar afeto. Mas nem todos os indivíduos são iguais pois é possivel reparar que uma das personagens é mais consciente do que os amigos que revelam ser mais revoltados. A sua educação, a ausência e falta de preocupação dos pais e as dificuldades económicas é algo importante de se observar. As atitudes não nascem connosco, formam-se e aprendem-se no processo de socialização, a partir do meio onde vivemos, logo, este meio cheio de violência, leva as personagens a agir com o tipo de violência. O meio social tem uma grande importância na forma como interpretamos o mundo. No filme, estão também presentes os processos de influência social. Na normalização, o grupo cria normas influenciando-se uns aos outros. Um exemplo é a linguagem pouco cuidada. Este também pode ser um exemplo para o conformismo que também está um pouco presente no filme. A obdiência não é frequente mas, se observarmos bem, vemos a sua presença. Susana Galvão nº21 12ºG