UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA PRISCILLA TALAMÁS SBANO



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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA PRISCILLA TALAMÁS SBANO NÍVEIS DE CÁLCIO PARA CODORNAS JAPONESAS EM POSTURA Boa Vista, RR 2012

PRISCILLA TALAMÁS SBANO NÍVEIS DE CÁLCIO PARA CODORNAS JAPONESAS EM POSTURA Trabalho acadêmico apresentado como prérequisito para conclusão do Curso de Bacharelado em Zootecnia, da Universidade Federal de Roraima. Orientadora: Profa. Dra. Regina Tie Umigi Boa Vista, RR 2012

Dados Internacionais de Catalogação na publicação (CIP) Biblioteca Central da Universidade Federal de Roraima S113n Sbano, Priscilla Talamás. Níveis de cálcio para codornas japonesas em postura / Priscilla Talamás Sbano. Boa Vista, 2012. 35 f. : il. Orientadora: Profa. Dra. Regina Tie Umigi. Monografia (graduação) Universidade Federal de Roraima, Bacharel em Zootecnia. 1 Consumo de ração. 2 - Coturnix Coturnix Japonica. 3 - Desempenho. 4 Produção de ovos. 5 Mineral 6 Qualidade do ovo. I - Título. II - Umigi, Regina Tie (Orientadora). CDU 636.082:598.17

PRISCILLA TALAMÁS SBANO NÍVEIS DE CÁLCIO PARA CODORNAS JAPONESAS EM POSTURA. Trabalho acadêmico apresentado como prérequisito para conclusão do Curso de Bacharelado em Zootecnia da Universidade Federal de Roraima. Defendida em 09 de novembro de 2012 e avaliada pela seguinte banca examinadora: Profa. Dra. Regina Tie Umigi Orientadora/Curso de Zootecnia UFRR Profa. MSc. Raimifranca Maria Sales Véras Curso de Zootecnia UFRR Prof. Dr. Ricardo Alves da Fonseca Escola Agrotécnica - UFRR

À Deus, a minha mãe e meu pai (in memoriam), Nancy Rosário Talamás, Rogério Sbano, meu irmão Jerônimo Talamás Sbano e minha tia Carmen Tereza Talamás Talamás, por terem participado e acompanhado todo meu trajeto até o dia de hoje..

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, que proporcionou a mim, aos meus familiares e amigos este momento de muito orgulho e felicidade. A minha família que sempre acreditou e me incentivou a seguir em frente, e que em muitas ocasiões serviram como degraus em minha vida para que eu vencesse os obstáculos impostos pela vida. À Universidade Federal de Roraima pela criação do curso de Bacharelado em Zootecnia, no qual aprendi que, tudo que se faz com amor se faz bem feito. Ao corpo docente do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Roraima por terem me auxiliado a ampliar meus conhecimentos. À professora Rosana Colatino, que no primeiro dia de aula nos recebeu com muito carinho e nos relatou a importância da nossa profissão. À professora Raimifranca Maria Sales Véras, pelo acolhimento, incentivo e conselhos dados nos momentos difíceis da minha vida universitária, por demonstrar que sou capaz de ir muito mais longe do que imaginava e orientar como agir perante as diversas situações. À professora Regina Tie Umigi, que prontamente se dispôs a me orientar neste trabalho, ensinando a gostar da área de avicultura e demonstrando que a vida profissional não é tão fácil quanto pensamos, pois no mercado de trabalho temos que ter pulso firme e simpatia ao mesmo tempo. Ao professor Ricardo Alves da Fonseca pelo enriquecimento deste trabalho. Ao Sr. Hudson, proprietário do codornário Paraíso, por permitir o desenvolvimento deste trabalho científico. Aos meus amigos Dayanna Care, Dryelle Vieira de Oliveira, Jorge Macedo, Larisse Souza de Campos Oliva, Raimundo Erasmo e Thalles Nascimento, que sempre apoiaram, incentivaram e ajudaram na realização deste trabalho. A todos aqueles que direta ou indiretamente acompanharam minha vida acadêmica.

RESUMO O experimento foi desenvolvido em uma granja comercial de codornas poedeiras, localizado na Cidade de Boa Vista-RR e teve duração de 63 dias. Objetivou-se com este trabalho determinar a exigência nutricional de cálcio em dietas para codornas japonesas na fase de postura. Utilizaram-se 240 codornas japonesas fêmeas (Coturnix coturnix japonica) com 68 dias de idade, peso médio de 160 ± 3,06 g e com taxa inicial de postura de 94%. A dieta administrada baseou-se em milho e farelo de soja extrusada. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), constituído por quatro tratamentos (2,80; 3,00; 3,20 e 3,40% de cálcio), seis repetições e 10 aves por unidade experimental. Analisou-se consumo de ração, produção de ovos por ave dia, produção de ovos por ave alojada, produção de ovos comercializáveis, viabilidade, percentagem de ovos com defeitos, peso do ovo, massa de ovo por ave dia, conversão alimentar por massa de ovos, conversão alimentar por dúzia de ovos, peso e rendimento de gema, albúmen e casca, gravidade específica e espessura de casca. Somente os parâmetros percentagem de gema e albúmen obtiveram diferença estatística (P<0,05), os demais mostraram não haver diferença significativa. O nível de 2,80%, correspondendo ao consumo diário de 647 mg de cálcio, para codornas japonesas em fase de postura, no Estado de Roraima, pode ser utilizado sem prejudicar o desempenho das aves e a qualidade dos ovos. Palavras-chave: Consumo de ração. Coturnix coturnix japonica. Desempenho. Produção de ovos. Mineral. Qualidade do ovo.

ABSTRACT The experiment was conducted in a commercial laying japanese quail farm, located in the city of Boa Vista, RR and lasted 63 days. The aim of this study was to determine the nutritional requirement of calcium in the diet of laying Japanese quails. A total of 240 female Japanese quail (Coturnix coturnix japonica), 68 days old, average weight of 160 ± 3,06 g and an initial laying rate of 94%. The diet was based on corn and extruded soybean meal. The experimental design was completely randomized, consisting of four treatments (2.80, 3.00, 3.20 and 3.40% calcium), six replications of 10 birds each. We analyzed feed intake, egg production, production of commercial eggs, egg weight, egg mass, feed conversion per egg mass, feed conversion per egg dozen, egg quality (yolk, albumen and shell), and specific gravity. Among the results, only the items percentage of yolk and albumen achieved significant differences (P <0.05), the others showed no significant difference. This demonstrates that the level of 2.80%, corresponding to a daily intake of 647 mg of calcium in the diet of laying Japanese quails, in the State of Roraima, can be used without harming the bird performance and egg quality. Key words: Feed intake. Coturnix coturnix japonica. Performance. Egg production. Mineral. Egg quality.

LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Composição percentual e calculada das rações do experimento... 19 Tabela 2 - Tabela 3 - Tabela 4 - Tabela 5 - Tabela 6 - Consumo de ração (CR), produção de ovos por ave dia (OAD), produção de ovos por ave alojada (OAA) e viabilidade (VIAB) de codorna japonesa... 24 Produção de ovos comercializáveis (OC), porcentagem de ovos com defeitos (DEF), ovos sem casca (SC) e ovos com casca fraca (CF) de codorna japonesa... 25 Peso do ovo (PO), massa de ovos por ave dia (MODIA), conversão alimentar por massa de ovao (CAMO), conversão alimentar por dúzia de ovos (CADZ) de codorna japonesa em função do nível de cálcio na dieta... 26 Peso e rendimento de gema (G), albúmen (A) e casca (C), gravidade específica (GE) e espessura de casca (EC) dos ovos de codornas japonesas em função do nível de cálcio na dieta... 27 Peso inicial das aves, peso final, diferença de peso em função do aumento do nível de cálcio na dieta... 29

LISTA DE FIGURAS Gráfico 1 - Temperatura máxima e mínima do período experimental... 23 Gráfico 2 - Gráfico 3 - Porcentagem de gema de acordo com os diferentes níveis de cálcio... 28 Porcentagem de albúmen de acordo com os diferentes níveis de cálcio... 28

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 10 2 OBJETIVO... 11 3 CORTUNICULTURA... 12 3. 1 A COTURNICULTURA NO BRASIL... 12 3. 2 CRIAÇÃO DE CODORNAS NA REGIÃO NORTE... 12 4. CÁLCIO PARA CODORNAS NA FASE DE POSTURA... 14 4. 1 EXIGÊNCIA DE CÁLCIO PARA CODORNA JAPONESA... 16 5. MATERIAL E MÉTODOS... 18 5. 1 PRODUÇÃO DE OVOS E OVOS COMERCIALIZÁVEIS... 19 5. 2 CONSUMO DE RAÇÃO... 20 5. 3 PESO MÉDIO DOS OVOS... 20 5. 4 MASSA DE OVOS... 20 5. 5 CONVERSÃO ALIMENTAR... 20 5. 6 PERDA DE OVOS... 21 5. 7 VIABILIDADE DAS AVES... 21 5. 8 PESO ESPECÍFICO DOS OVOS... 21 5. 9 COMPONENTES DO OVO... 21 5. 10 ESPESSURA DA CASCA... 22 5. 11 ANÁLISES ESTATÍSTICAS... 22 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES... 23 7. CONCLUSÃO... 31 REFERÊNCIAS... 32

10 1 INTRODUÇÃO A codorna japonesa (Coturnix coturnix japonica) surgiu no Japão em 1910 através do cruzamento de codornas provenientes da Europa com espécies selvagens. A partir de então, iniciou-se a sua exploração visando produção de carne e ovos. No Brasil, esta espécie foi introduzida na década de 50 (BAUNGARTNER, 1994). Dentre as principais características que têm contribuído para o aumento da criação de codornas no país podemos citar: o rápido crescimento, a precocidade na produção (35 a 42 dias), a alta produtividade (média de 300 ovos/ano), ocupam pequenos espaços, a longevidade em alta produção (14 a 18 meses), o baixo investimento e, consequentemente, o rápido retorno financeiro (ALBINO; BARRETO, 2003; PINTO et al., 2002). A maioria dos criadores de codornas utilizam as exigências nutricionais de forma semelhante aos frangos e galinhas, porém as codornas exigem mais proteína e menos cálcio na dieta, não sendo, então, aconselhável alimentar as codornas com rações destinadas à criação destas outras aves (SILVA et al., 2011). Dentre os minerais, normalmente suplementados em dietas de poedeiras, cálcio e o fósforo, estão altamente relacionados com a produção e qualidade dos ovos (COSTA et al., 2010). Desta forma, estes devem estar disponíveis em quantidades e proporções adequadas para atender as necessidades nutricionais dos animais, considerando os vários fatores que interferem no metabolismo destes: idade, raça, categoria, sistema de produção adotado, ambiente local, entre outros fatores (GOMES et al., 2004). O desequilíbrio (excesso ou deficiência) de cálcio interfere na absorção do mesmo e do fósforo, uma vez que ambos estão interligados, devido a relação Ca:P no metabolismo (FURTADO, 1991), assim como um desbalanço nos níveis de fósforo podem causar deficiência de cálcio (SILVA et al., 2011). Levando-se estas informações em consideração e não excluindo, portanto, as particularidades da linhagem, alimentação, manejo e do clima, torna-se necessário a constante averiguação das exigências nutricionais de cálcio para codornas poedeiras.

11 2 OBJETIVO Objetivou-se com este trabalho determinar a exigência nutricional de cálcio, em dietas, para codornas japonesas na fase de postura.

12 3 COTURNICULTURA 3.1 A COTURNICULTURA NO BRASIL Tem-se observado que a coturnicultura está se firmando como excelente alternativa de agronegócio no Brasil. Na década de 90, o aumento no consumo de ovos de codorna no país promoveu grande incentivo ao crescimento da atividade. Atualmente, esse alimento está se tornando cada vez mais presente na mesa dos brasileiros (SILVA et al., 2007). O produtor deve integrar práticas de manejo, nutricionais, higiênico e de bem estar, associando-se também à nutrição, com a finalidade de buscar o máximo potencial produtivo das aves, além de melhorar o desempenho das codornas e a qualidade de seus ovos, possibilitando um incremento na renda do produtor. Dados relativos ao alojamento de codornas para o ano de 2010 foram publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comparando-se o efetivo de codornas de 2009/2010 foi constatado que houve um crescimento de 13,10%, passando de 11.485.093, para 12.992.269 em seu rebanho, tendo destaques as regiões: Centro-Oeste com 34,40%, Sudeste com 19,60% e a Norte com 9,21%. As demais regiões, Sul e Nordeste, apresentaram redução do efetivo em 5,10% e 2,20%, respectivamente. Considerando a produção de ovos neste mesmo período, 2009/2010, os dados mostram que foram produzidos 232.398 milhões de dúzias do produto, representando um aumento significativo de 20,80%. Os Estados de maior produção de ovos foram: São Paulo (59,30%) e Espírito Santo (9,80%), sendo que este último teve perda de participação em comparação a 2009 (IBGE, 2010). 3.2 CRIAÇÃO DE CODORNAS NA REGIÃO NORTE A criação de codornas na região Norte do país possui pouca expressão quando comparadas às demais regiões, representando um total de 0,54% do efetivo do rebanho, ficando a região Sudeste com 68,52%, seguido pela região Sul com 15,55%, região Nordeste com 10,04 % e região Centro-Oeste com 5,35% (IBGE, 2010). Segundo dados apresentados pelo mesmo órgão de pesquisa, para o ano de 2010, foram observados um acréscimo no efetivo de codornas na Região Norte, na ordem de 9,21%, quando comparado com 2009, gerando um aumento na produção de ovos de 6,26%.

13 Somente os Estados do Acre, Amazonas, Pará e Tocantins foram contabilizados para a região em questão. Quando comparados com o ano anterior, o Estado do Acre foi aquele que obteve o maior percentual de produção (45,16%), seguido pelo Estado do Pará, com um pequeno aumento de 0,98%. O Estado do Amazonas manteve a sua produção estável entre os anos de 2009/2010 e o Estado do Tocantins apresentou redução na sua produção em 13,80%. No Estado de Roraima há apenas dois codornários, destinados para a produção de ovos, os quais atendem a demanda da população local. Porém, de acordo com os pesquisadores do IBGE, os dados gerados por esses empreendimentos não apresentam representatividade no efetivo de codornas e de produção, quando comparados aos demais Estados, sendo assim, omitidos pelo órgão.

14 4 CÁLCIO PARA CODORNAS NA FASE DE POSTURA As aves requerem cálcio para um adequado crescimento, utilização eficiente dos alimentos, formação da casca do ovo, transmissão de impulsos nervosos, coagulação sanguínea, contração muscular, ativação de sistemas enzimáticos e envolvimento com a secreção de diferentes hormônios (SÁ et al., 2004). Os alimentos mais utilizados na alimentação das aves são o milho e o farelo de soja, os quais possuem baixos teores de cálcio, tornando a sua suplementação sempre necessária. Comumente utiliza-se calcário calcítico, por ser uma fonte rica em cálcio e abundante na natureza (SILVA et al., 2011). A concentração de cálcio no sangue e nos tecidos devem-se manter constantes. Para que isso seja possível, ocorre um intercâmbio contínuo entre os níveis sanguíneos e ósseos, onde o cálcio dietético absorvido seria responsável pelo aumento na concentração desse íon na corrente sanguínea se não fosse a deposição imediata de parte desse mineral no tecido ósseo (CARNEIRO; JUNQUEIRA, 2004). O cálcio é prontamente absorvido em todos os segmentos do intestino, principalmente duodeno e jejuno e sua velocidade de sua absorção é maior do que qualquer outro íon, exceto o sódio (BERNE; LEVY, 1998). Quanto maior a necessidade deste mineral, maior será a sua absorção, porém isto ocorre até determinado nível de ingestão. Para que essa absorção seja facilitada é necessário ter um ph baixo, pois este é necessário para solubilizar este elemento químico (HAYS; SWENSON, 1996). Quando a ingestão é adequada, as necessidades podem ser supridas através do aumento da absorção intestinal. No entanto, se a ingestão for inadequada, este aumento não será suficiente para garantir o suplemento do mineral, havendo então um estimulo das glândulas urobranquiais que irão secretar calcitonina, que reduzirá a concentração de cálcio, diminuindo a reabsorção óssea e aumentará a perda de íons de cálcio e fósforo na urina (CHAMPE; HARVEY, 1996). Segundo Furtado (1991) a deficiência de cálcio limita o aproveitamento do fósforo absorvido e o excesso tende a reagir com o fósforo, formando compostos insolúveis na luz intestinal, ou seja, o desequilíbrio entre estes minerais afetam a relação e interfere no processo de absorção de ambos os componentes.

15 Quando em excesso, o cálcio pode interferir na digestibilidade de outros minerais, tais como fósforo, magnésio, manganês e zinco, causando deficiência secundária, além de alterar a utilização do fósforo, devido a alteração da relação cálcio: fósforo (Ca:P) (ANDERSON; BRAKE; HARVENSTEIN, 1995). Entretanto, altos níveis de fósforo também podem causar deficiência de cálcio, o que requer maior atenção, pois o fósforo participa de funções metabólicas essenciais no metabolismo do cálcio (SILVA et al., 2011). A formação da casca do ovo é um processo lento, o qual dura aproximadamente 20 horas. A casca é constituída, principalmente, por cristais de carbonato de cálcio (CaCO 3 ), os quais começam a se formar 10 horas após a ovulação. A velocidade de depósito de casca é de 0,30 a 0,35 g/hora, o que representa cerca de 130 mg de cálcio e 190 mg de íons carbonato, depositados por hora (ALBINO; BARRETO, 2003). A precipitação do carbonato de cálcio sobre a casca pode ser representada da seguinte maneira: HCO - 3 + Ca ++ CaCO 3 + H + Vale salientar que o bicarbonato necessário pra este processo é produzido no interior das células da glândula da casca pela desidratação do gás carbônico (CO 2 ), na presença da enzima anidrase carbônica. Para a obtenção do carbonato de cálcio, é necessário que ocorra a reabsorção uterina do cloro (Cl - ) e do sódio (Na + ) numa proporção diferente de 1 (Na + > Cl - ) (ALBINO; BARRETO, 2003). Ainda na glândula da casca, quando da formação da casca, a precipitação de cada molécula de carbonato (CO - 3) induz o retorno ao sangue de dois íons H +, os quais são neutralizados pelos íons bicarbonato, cuja concentração plasmática diminui durante a formação da casca. Isso poderia diminuir o ph sanguíneo, se não fosse a intervenção de dois mecanismos compensadores: 1. À nível pulmonar: a hiperventilação, que elimina mais CO 2 e permite restabelecer o equilíbrio, no sentido de manter o ph constante; 2. À nível urinário: a excreção dos prótons e a reabsorção de íons bicarbonato aumentam durante a formação da casca. O sangue é a principal fonte do cálcio da casca, mas existem, também, outras fontes, tais como: alimentícia, apetite específico para cálcio e reabsorção óssea (o que pode causar sérias deficiências físicas e produtivas nas aves) (ALBINO; BARRETO, 2003). Um dos fatores que levam a perda da qualidade da casca é a ascite, um distúrbio metabólico, resultante do estresse térmico. Ambientes com alta temperatura e baixa umidade, faz com que as aves ofeguem, como meio de dissipar calor, uma vez que as mesmas não

16 possuem glândulas sudoríparas. O resfriamento evaporativo, como resultado da ofegação termorregulatória, é muito benéfico à sobrevivência das aves em ambientes muito quentes. Entretanto, juntamente com o aumento da evaporação de água do sistema respiratório durante a ofegação, existe uma perda simultânea do dióxido de carbono corporal (a fonte de carbonato do corpo e da casca do ovo) (FARIAS; SANTOS 1997). Quando o dióxido de carbono é perdido, o resultado é chamado de alcalose respiratória, o que por sua vez leva a um desequilíbrio de água, eletrólitos e íons hidrogênio. Cada uma dessas situações de desequilíbrio pode levar à mortalidade ou morbidade. Adicionalmente a estas consequências biológicas negativas, ocorre associadamente um aumento do número de ovos de casca mole e mau desenvolvimento ósseo, ambos afetando a qualidade da produção (FARIAS; SANTOS 1997). 4.1 EXIGÊNCIA DE CÁLCIO PARA CODORNA JAPONESA Os minerais são elementos essenciais para uma boa nutrição animal, pois fazem parte em praticamente todas as vias metabólicas do organismo animal, tendo funções importantes na reprodução, crescimento, metabolismo energético, entre outras funções fisiológicas vitais para manutenção da vida e aumento da produtividade do animal (COSTA et al., 2007). A determinação correta das exigências nutricionais para codornas é de grande importância, uma vez que a dieta é, talvez, o principal fator ambiental que determina se as aves vão crescer até seu potencial genético máximo (OLIVEIRA et al., 2002). Dentre os macrominerais, o cálcio e o fósforo são os minerais de maior importância na nutrição animal, pois eles são necessários, não apenas, para obtenção de uma ótima taxa de crescimento, mas também por serem os principais formadores da matriz mineral, contribuindo com 95%. Influenciando assim, a produção e a qualidade dos ovos, além da taxa de postura, do peso dos ovos, da conversão alimentar e do ganho de peso (GOMES et al., 2004). Deve-se disponibilizar o cálcio e o fósforo em quantidades e proporções adequadas às necessidades dos animais, levando em consideração idade, raça, categoria ou situação fisiológica e o sistema de produção adotado (GOMES et al., 2004) Segundo Masukawa et al. (2001) as codornas destinadas à produção de ovos são capazes de ajustar a ingestão de cálcio de acordo com suas necessidades para a formação da casca dos ovos. Alguns autores relatam que o excesso deste macronutriente pode

17 comprometer negativamente o consumo de ração, que consequentemente afeta a produção de ovos. De acordo com Costa et al. (2007) o consumo de quantidades inadequadas de cálcio e fósforo pode provocar problemas de anormalidades esqueléticas, aumento da mortalidade, redução na produção e má qualidade da casca do ovo com altos índices de quebra. Portanto, no sentido de se adequar os níveis nutricionais com o máximo desempenho econômico dessas aves, a alimentação de poedeiras tem sido alvo de inúmeras pesquisas. Todavia, ainda existem muitas controvérsias entre pesquisadores a respeito da suplementação ideal de cálcio e de fósforo para codornas. Em se tratando da exigência de cálcio para codornas, vários trabalhos foram realizados, alguns resultados mostram que as porcentagens 2,0% (VIEIRA et al., 2012), 2,5% (GARCIA MARTINS; MURAKAMI, 2000; NRC, 1994), 3,2% (BARRETO et al., 2007) 3,4% (INRA, 1999), 3,5% (BRANDÃO et al., 2007; COSTA et al., 2010; ), e 3,05 3,15% (SILVA, 2009), são suficientes para atender a demanda nutricional das aves sem afetar seu desempenho produtivo.

18 5 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido em uma granja comercial de codornas poedeiras, localizado na Cidade de Boa Vista-RR e teve duração de 63 dias, subdividido em três períodos de 21 dias, compreendidos no período de abril a junho de 2012. Foram utilizadas 240 codornas japonesas fêmeas (Coturnix coturnix japonica) com 68 dias de idade, peso médio de 160 ± 3,06 g e com taxa inicial de postura de 94%. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), constituído por quatro tratamentos (2,80; 3,00; 3,20 e 3,40% de cálcio), seis repetições e 10 aves por unidade experimental. As aves foram alojadas em gaiolas de arame galvanizado, com dimensões de 33 x 33 x 15 cm (comprimento x largura x altura), perfazendo um total de 1.089 cm², dispostas em esquema de bateria e com cinco andares. Cada gaiola abrigou 10 animais e a área disponível foi de 108,9 cm 2 /ave. O comedouro utilizado era do tipo calha e o bebedouro tipo nipple. Em se tratando do manejo sanitário, as excretas foram retiradas diariamente e a lavagem do galpão foi realizada uma vez por semana. Durante todo o período experimental a alimentação foi fornecida duas vezes ao dia e a água à vontade. Diariamente no mesmo horário do manejo nutricional foram mensuradas a temperatura e a umidade relativa do galpão. O termômetro de bulbo seco e bulbo úmido foi colocado ao lado das gaiolas, onde estão alojadas as aves selecionadas, em uma altura mediana da bateria. No mesmo período da manhã foram recolhidos, contabilizados e registrados todos os ovos, inclusive aqueles com a casca quebrada, trincada, com casca mole e sem casca. As dietas foram formuladas para serem isocalóricas com 3.018Kcal de EM/Kg e isoprotéicas com 20% de PB/Kg de ração. Para atender a necessidade fósforo disponível foram utilizadas as indicações de Costa et al. (2007) e os demais nutrientes foram baseados nas recomendações do NRC (1994) e Silva (2009). A composição química e valores nutricionais dos ingredientes utilizados na formulação da dieta foram obtidos da Tabela Brasileira para Aves e Suínos (2011) (ROSTAGNO et al., 2011). A composição das dietas experimentais está apresentada na Tabela 1.

19 Tabela 1 Composição percentual e calculada das rações do experimento. Ingredientes (%) Níveis de cálcio (%) 2,80 3,00 3,20 3,40 Milho 56,630 56,630 56,630 56,630 Soja extrusada 32,370 32,370 32,370 32,370 Calcário 5,950 6,480 7,011 7,541 Sal 0,067 0,067 0,067 0,067 DI-Metionina 0,141 0,141 0,141 0,141 Premix 3,100 3,100 3,100 3,100 Inerte 1,742 1,212 0,681 0,151 Total (Kg) 100 100 100 100 Composição calculada Proteína bruta (%) 20 20 20 20 Energia metabolizável (kcal/kg) 3018 3018 3018 3018 Cálcio 2,80 3,00 3,20 3,40 Fósforo disponível 0,31 0,31 0,31 0,31 Sódio 0,165 0,165 0,165 0,165 Cálcio: 150 g/kg; fósforo: 69 g/kg; sódio: 40 g/kg; metionina: 35 g/kg; zinco: 1.500 mg/kg; cobre: 190 mg/kg; ferro: 1.300 mg/kg; fluor: 690 mg/kg; manganês: 1.300 mg/kg; iodo: 25 mg/kg; selênio: 6,2 mg/kg; colina: 6.000 mg/kg; ácido fólico: 6,17 mg/kg; niacina: 350 mg/kg; biotina: 2,5 mg/kg; ácido pantotênico: 175 mg/kg; vitamina A: 156.250 U.I./kg; vitamina B1: 37 mg/kg; vitamina B12: 500 µ/kg; vitamina B2: 85 mg/kg; vitamina B6: 24,75 mg/kg; vitamina D3: 50.000 U.I./kg; vitamina E: 312,5 U.I./kg; vitamina K3: 24,5 mg/kg. O programa de iluminação utilizado foi de 17 horas de luz diária, permanecendo o mesmo até o término do período experimental. Este fornecimento de luz foi controlado por um relógio automático (timer), que permitiu acender e apagar as luzes automaticamente durante o período da noite e da madrugada, conforme o procedimento adotado em granjas comerciais. Nos Foram observados e avaliados os seguintes parâmetros: 5.1 PRODUÇÃO DE OVOS E OVOS COMERCIALIZÁVEIS Diariamente foram coletados os ovos e a cada 21 dias foram obtidos a produção média de ovos, computando o número de ovos produzidos diariamente e incluindo os quebrados, trincados e sem casca. A produção de ovos foi expressa em porcentagem sobre a média de aves alojadas e do período (ovo/ave- alojada e ovo/ave- dia, respectivamente). Outro parâmetro calculado foi a porcentagem de ovos comercializáveis, onde foi considerado somente aqueles ovos viáveis a comercialização, excetuando-se portanto, os ovos

20 com casca frágil e sem casca. 5.2 CONSUMO DE RAÇÃO Este dado foi obtido no final de cada período de 21 dias, mensurando-se a quantidade de ração consumida pelo número de aves de cada unidade experimental divididos por 21 dias, e foi expresso em gramas de ração consumida por ave dia, a fim de se obter o consumo de ração. Foram pesados e descontados as sobras e desperdícios da quantidade de ração pesada para todo o período. Em casos de mortalidade, o consumo médio foi descontado e corrigido, para obter o consumo médio verdadeiro para a unidade experimental em questão. 5.3 PESO MÉDIO DOS OVOS Logo após a coleta, todos os ovos íntegros produzidos em cada unidade experimental durante o 19 e 20 dia de cada período foram pesados, em uma balança analítica, de precisão de 0,001 g, e para obtenção do peso médio no respectivo período, foi calculada a média dos pesos dos ovos obtidos durante os dois dias de pesagem. 5.4 MASSA DE OVOS O peso médio dos ovos foi multiplicado pelo número total de ovos produzidos no período, obtendo-se assim a massa total de ovos por período. Esta massa total de ovos foi dividida pelo número total de aves do período e também pelo número de dias do período, sendo finalmente expressa em gramas de ovo/ ave/ dia. 5.5 CONVERSÃO ALIMENTAR Neste parâmetro, foram avaliados a conversão por dúzia de ovos, expressa pelo consumo total de ração em quilogramas dividido pela dúzia de ovos produzidos (Kg/dz) e a conversão por massa de ovos, obtida pelo consumo de ração em quilogramas dividido pela massa de ovos produzidas em quilogramas (Kg/Kg).

21 5.6 PORCENTAGEM DE OVOS COM DEFEITOS Para determinação de ovos perdidos em cada período de 21 dias, foi computado diariamente nesta categoria o número de ovos quebrados, trincados, com casca mole e sem casca. A relação entre os ovos com defeitos totais de ovos produzidos durante cada período foi expressa em percentagem para cada tratamento. 5.7 VIABILIDADE DAS AVES A mortalidade das aves foi subtraída do número total de aves vivas, sendo os valores obtidos convertidos em percentagem no final de cada período. 5.8 PESO ESPECÍFICO DOS OVOS Aos 19 e 20 dias, de cada período, todos os ovos íntegros coletados foram imersos e avaliados em soluções de NaCl com densidade variando de 1,000 a 1,100 g/cm 3 com intervalos de 0,010 g/cm 3 entre elas, sendo a densidade ou peso específico dos ovos medido por meio de um densímetro. 5.9 COMPONENTES DO OVO Para a obtenção dos componentes do ovo, foram identificados e logo após a coleta pesados, individualmente, quatro ovos íntegros (separados aleatoriamente) de cada unidade experimental, em uma balança com precisão de 0,001g. Após a pesagem, foram quebrados os mesmos para pesar e registrar o peso de cada gema e a respectiva casca foi lavada e seca ao ar para posterior obtenção do peso. O peso do albúmen foi obtido pela diferença entre o peso do ovo menos o peso da casca mais o peso da gema.

22 5.10 ESPESSURA DA CASCA A espessura da casca foi obtida por meio da medição de cada casca resultante da avaliação do componente do ovo. A espessura foi medida incluindo-se as membranas. A espessura da casca de cada ovo foi resultante da média proveniente de três leituras tomadas em três pontos distintos na região equatorial da casca. As leituras foram obtidas por meio de um paquímetro digital. 5.11 ANÁLISES ESTATÍSTICAS Os parâmetros foram submetidos a análises estatísticas de acordo com o programa Sistema para Análises Estatísticas - SAEG (2009). O modelo estatístico para a análise de variância foi: Y ik = + T i +e ik Em que: Y ik = valor observado relativo às codornas, alimentadas com ração contendo o nível de cálcio i e na repetição k; = média geral do experimento; T i = efeito do nível de cálcio i, para i = 1, 2, 3 e 4; e ik = erro aleatório associado a cada observação. Os dados foram analisados e posteriormente, os efeitos dos níveis de cálcio foram estimados por meio de análise de variância pelos modelos de regressão linear e quadrática.

01/abr 06/abr 11/abr 16/abr 21/abr 26/abr 01/mai 06/mai 11/mai 16/mai 21/mai 26/mai 31/mai Temperatura ( C) 23 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES Segundo Albino; Barreto (2003), a faixa de conforto térmico para codornas na fase de postura é em torno de 18 a 22 C, com umidade relativa entre 65 e 70%. Durante o experimento foi observado que a temperatura média (Gráfico 1) encontrada pela parte da manhã e da tarde foram de 26 ± 0,9 C e 30,5 ± 2,4 C, respectivamente, com umidade relativa entre 87% no período da manhã e de 71% à tarde. Contudo, as temperaturas registradas não prejudicaram o desempenho das codornas, uma vez que as mesmas mantiveram desempenho dentro da faixa considerada pela espécie. Gráfico 1 Temperatura máxima e mínima do período experimental. 40,0 38,0 36,0 34,0 32,0 30,0 28,0 26,0 24,0 22,0 20,0 18,0 16,0 Temperatura do Período Experimental Temperatura Máxima de Conforto Temperatura Mínima de Conforto Temperatura da Manhã Temperatura da Tarde As médias referentes ao consumo de ração, a produção de ovos por ave/dia e ave alojada e viabilidade das codornas japonesas, estão apresentados na Tabela 2.

24 Tabela 2 - Consumo de ração (CR), produção de ovos por ave dia (OAD), produção de ovos por ave alojada (OAA) e viabilidade (VIAB) de codorna japonesa. Parâmetros Níveis de cálcio (%) 2,80 3,00 3,20 3,40 Média 1 CV(%) CR (g/ave/dia) ns 23.02 23,81 23,74 23,90 23.12 6,23 OAD (%) ns 91,80 89,68 91,09 89,66 90,56 2,16 OAA (%) ns 86,84 82,98 86,93 85,88 85,66 4,50 VIAB (%) ns 88,33 86,00 90,00 86,67 87,75 17,20 1 CV = Coeficiente de variação ns = Não significativo Conforme observado na Tabela 2, nenhum dos parâmetros avaliados apresentou diferença significativa (P>0,05) conforme o aumento dos níveis de cálcio na ração. Portanto, o nível de 2,80% foi suficiente para atender a demanda diária das aves sem que houvesse uma redução significativa no desempenho das mesmas. Os níveis de cálcio, não influenciaram o consumo de ração das aves. Dados semelhantes foram encontrados por Barreto et al. (2007) e Masukawa et al. (2001) os quais trabalharam com níveis variando entre 1,6 a 3,6% de Ca e de 2,0 a 3,5%, respectivamente. Portanto o menor nível de cálcio utilizado neste trabalho é suficiente para atender a demanda diária das codornas sem afetar seu desempenho. De acordo com Macari; Maiorka (2002) um dos fatores que intervêm na absorção do cálcio é o seu nível de inclusão na dieta. Aves que consomem dietas com excesso deste mineral apresentam menores taxas de absorção, e isto está ligado, provavelmente, com a saturação da proteína transportadora de cálcio de membrana. Os resultados encontrados para produção de ovos por ave dia não foram significativos (P>0,05). Os dados obtidos se assemelham com os valores encontrados por Vieira et al. (2012) os quais trabalharam com níveis de cálcio entre 2,0 e 3,0% e ficou abaixo dos resultados encontrados por Costa et al. (2010) e Barreto et al. (2007), sendo que os mesmos recomendaram os níveis de 3,5% e 3,2% respectivamente. O valor encontrado para o parâmetro produção de ovos por ave alojada também não foi observado efeito significativo (P>0,05), concordando com os trabalhos de Vieira et al. (2012), Costa et al. (2010) e Barreto et al. (2007), os quais trabalharam com níveis variáveis de cálcio na dieta. Vale ressaltar que estes dados são encontrados nos manuais de galinhas poedeiras, já para codornas, são poucos os trabalhos científicos que determinam este parâmetro. Estes dados são de grande importância para o produtor, pois permite que ele consiga acompanhar a taxa de mortalidade do lote.

25 Os dados relativos à viabilidade não foram significativos (P>0,05) e durante o período experimental (nove semanas), foi observado um índice de mortalidade de 0,88%, correspondendo a uma mortalidade semanal de 0,10%, resultados que permaneceram abaixo dos encontrados por Oliveira (2007). Este autor relata que ao observar vários lotes de uma granja comercial foi observada uma mortalidade semanal de 0,48%, acumulado até a 52ª semana. Os dados de Produção de ovos comercializáveis (OC), porcentagem de ovos com defeitos (DEF), ovos sem casca (SC) e ovos com casca fraca (CF) de codorna japonesa, estão apresentados na Tabela 3. Tabela 3 - Produção de ovos comercializáveis (OC), porcentagem de ovos com defeitos (DEF), ovos sem casca (SC) e ovos com casca fraca (CF) de codorna japonesa. Parâmetros Níveis de cálcio (%) 2,80 3,00 3,20 3,40 Média 2 CV(%) OC (%) ns 91,26 88,88 90,09 89,00 89,81 4,73 DEF (%) ns 0,58 0,91 1,11 0,73 0,84 79,24 SC (%) 0,51 0,46 0,50 0,48 - - CF (%) 0,07 0,45 0,61 0,25 - - 1 CV = Coeficiente de variação ns = Não significativo Os parâmetros apresentados na Tabela 3 não foram significativos (P>0,05), constatando que o menor nível de cálcio estudado (2,80%), não prejudicou a sua qualidade. Resultado semelhante foi encontrado por Barreto et al. (2007). Os dados de ovos com defeitos não apresentaram efeito significativo (P>0,05), portanto o menor nível de cálcio foi suficiente para suprir as necessidades diárias de cálcio. Conforme observado na Tabela 2, a porcentagem de ovos com defeito dos níveis de 3,00; 3,20 e 3,40% de cálcio foram superiores em 56,89; 91,38 e 25,86% quando comparados ao menor nível estudado. Este resultado, possivelmente, foi em função aos fatores de inclinação e manutenção das gaiolas, tipo de material utilizado para a fabricação das gaiolas, estresse nutricional e/ou ambiental (ascite), entre outros (HAMILTON, 1982). Os dados referentes ao peso do ovo, massa de ovos por ave dia, conversão alimentar por massa de ovo, conversão alimentar por dúzia de ovos de codornas japonesas em função do cálcio na dieta, encontram-se na Tabela 4.

26 Tabela 4 - Peso do ovo (PO), massa de ovos por ave dia (MODIA), conversão alimentar por massa de ovo (CAMO), conversão alimentar por dúzia de ovos (CADZ) de codorna japonesa em função do nível de cálcio na dieta. Parâmetros Níveis de cálcio (%) 2,80 3,00 3,20 3,40 Média 1 CV (%) PO (g) ns 10, 202 10,534 10,279 10,350 10,34 2,16 MODIA(g/ave/dia) ns 8,10 9,03 8,95 8,76 8,93 5,33 CAMO (Kg/Kg) ns 2,57 2,53 2,66 2,62 2,59 7,42 CADZ (Kg/dz) ns 0,33 0,34 0,34 0,33 0,34 6,07 1 CV = Coeficiente de variação ns = Não significativo Para o peso do ovo, podemos observar que não houve diferença significativa (P>0,05). Dados semelhantes foram encontrados por Barreto et al. (2007) os quais trabalharam com níveis de cálcio entre 2,0 a 3,5%. Já em relação ao trabalho de Costa et al. (2010) e Vieira et al. (2012) que trabalharam com níveis de cálcio entre 2,0 a 3,0% e 2,0 a 3,5% respectivamente, percebe-se que os valores para este mesmo parâmetro foram acima do encontrado neste trabalho. No Estado de Roraima, este parâmetro não é utilizado pelos produtores, uma vez que os ovos são vendidos por cartelas e/ou unidades independentemente do seu peso. O parâmetro massa de ovos por ave dia, não apresentou efeito significativo (P>0,05), corrobando com Barreto et al. (2007), Costa et al. (2010) e Vieira et al. (2012), os quais trabalharam com níveis diferentes de cálcio. Comparativamente os valores encontrados por estes autores foram superiores ao encontrado neste trabalho, uma vez que o peso do ovo dos trabalhos citados foram maiores. Os parâmetros de conversão alimentar por massa e dúzia de ovos não apresentam diferenças significativas (P>0,05), assemelhando-se aos obtidos por Barreto et al. (2007) e Costa et al. (2010). Os dados de peso e rendimento dos componentes dos ovos, gravidade específicas (GE) e espessura de casca (EC), em função dos níveis de cálcio, encontram-se na Tabela 5.

27 Tabela 5 - Peso e rendimento de gema (G), albúmen (A) e casca (C), gravidade específica (GE) e espessura de casca (EC) dos ovos de codornas japonesas em função do nível de cálcio na dieta. Parâmetros Níveis de cálcio (%) Desvio Média 2,80 3,00 3,20 3,40 (%) G (g) ns 2,86 3,00 3,00 2,93 2,95 4,30 A (g) ns 6,53 6,70 6,46 6,59 6,57 3,30 C (g) ns 0,81 0,83 0,82 0,83 0,82 3,62 G (%) * 28,07 28,59 29,16 28,26 28,50 2,16 A (%) ** 63,97 63,57 62,89 63,72 63,54 0,98 C (%) ns 7,97 7,91 7,96 8,03 7,96 2,82 GE (g/cm 3 ) ns 1,077 1,076 1,076 1,077 1,077 0,12 EC (mm) ns 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 2,88 1 CV = Coeficiente de variação * Efeito quadrático; Regressão quadrática: Ŷ = -53,9131 + 52,8397X - 8,42542X²; R²= 0,80 ** Efeito quadrático; Regressão quadrática Ŷ = 138,744-48,0524X + 7,63503X²; R² = 0,76 ns = Não significativo Os componentes dos ovos (gema, albúmen e casca) mensurados em gramas não obtiveram efeitos significativos (P>0,05) com o aumento dos níveis de cálcio na dieta. Esses dados corroboram com os resultados obtidos por Barreto et al. (2007), Costa et al. (2010) e Vieira et al. (2012), os quais trabalharam com níveis de cálcio entre 2,0 a 3,5% e 2,0 a 3,0%, respectivamente. O que nos permite afirmar que o menor nível de cálcio foi suficiente para assegurar a qualidade do produto. Para o parâmetro de gema, em porcentagem, foi observada diferença significativa (P<0,05), sendo o mesmo expesao pela equação quadrática Ŷ = -53,9131 + 52,8397X - 8,42542X² (R²= 0,80), tendo seu ponto de máximo ao nível de 3,14 %, conforme o Gráfico 2. Resultados semelhantes foram observados por Brandão et al. (2007), os quais relataram o efeito quadrático para este parâmetro. Discordando do resultado descrito, Costa et al. (2010), não observaram efeito significativo.

28 Gráfico 2 - Porcentagem de gema de acordo com os diferentes níveis de cálcio. Ponto de máximo para o parâmetro de gema ao nível de 3,14% obtido através da fórmula: Ŷ = -53,9131 + 52,8397X - 8,42542X² (R²= 0,80). Para o albúmen, em porcentagem, foi observada diferença significativa (P<0,05) sendo o mesmo explicado pela equação quadrática Ŷ = 138,744-48,0524X + 7,63503X² (R² = 0,76), tendo seu ponto mínimo ao nível de 3,15%, conforme o Gráfico 3. Este resultado concorda com Brandão et al. (2007), os quais relataram o efeito quadrático para este parâmetro, porém discorda com o trabalho de Costa et al. (2010), os quais não encontrou diferença significativa em seu trabalho. Gráfico 3 - Porcentagem de albúmen de acordo com os diferentes níveis de cálcio. Ponto de mínimo para o parâmetro de albúmen ao nível de 3,15% obtido através da fórmula: Ŷ = 138,744-48,0524X + 7,63503X² (R² = 0,76).

29 Para a porcentagem de casca não foi observado diferença significativa (P>0,05) concordando com Masukawa et al. (2001) e discordando assim, com Costa et al. (2010), Garcia et al. (2000) os quais trabalharam com diferentes níveis de cálcio para codornas e afirmaram que o aumento do nível de cálcio na dieta melhorou linearmente a porcentagem de casca. Para o dado de espessura de casca não se observou diferença significativa (P>0,05), sendo assim, o menor nível mostrou eficiência para esse parâmetro. Foi visto que à medida que se elevou o nível de cálcio na dieta da ave se manteve evidenciando a faixa estudada não afetou negativamente. Resultado discordante foi relatado por Barreto et al. (2007) os quais citam que foi observado um aumento linear da espessura da casca com o aumento dos níveis de cálcio da ração (1,6 a 3,6%). O parâmetro de gravidade específica não demonstrou evidência, indicando que o menor nível não prejudicou esse parâmetro. Dados descritos por Costa et al. (2010) e Vieira et al. (2012) discordam com os descritos neste trabalho, ambos encontraram resultados significativos para este parâmetro, sendo que o primeiro relata que a gravidade específica foi maximizada ao nível de 3,5% de cálcio, e Vieira et al. (2012) descreve que conforme aumentam-se os níveis de cálcio da dieta melhora-se também a gravidade específica. Os rsultados de peso inicial, final e mudança de peso (ganho ou perda de peso) das codornas japonesas estão apresentados na Tabela 6. Tabela 6 - Peso inicial das aves, peso final, diferença de peso em função do aumento do nível de cálcio na dieta. Parâmetros Níveis de cálcio (%) 2,80 3,00 3,20 3,40 Média 1 CV (%) Peso inicial (g) 162,00 160,30 159,42 158,58 160,07 2,365 Peso final (g) 165,04 164,44 168,58 165,44 165,07 3,815 Diferença de peso (g) 2 3,04 4,14 9,16 6,86 5,8-1 CV = Coeficiente de variação 2 Dados não seguem distribuição normal. Não se observou diferença significativa (P>0,05) dos tratamentos sobre o ganho de peso das codornas japonesas. Porquanto, a partir do nível de 2,80% de cálcio foi suficiente para atender a demanda diária das aves sem que houvesse uma redução significativa do peso e no desempenho das aves. Resultados contrastantes foram observados por Barreto et al. (2007),

30 os quais trabalharam com níveis de cálcio para codornas japonesas, variando entre 1,6 e 3,6% e relatam que o aumento dos níveis de cálcio na dieta promoveram efeito quadrático indicando que o maior ganho de peso foi obtido ao nível de 3,16% de cálcio na dieta.

31 7 CONCLUSÃO Levando-se em consideração o fator biológico do animal, o nível de 2,80%, correspondendo ao consumo diário de 647 mg de cálcio, pode ser utilizado sem prejudicar os parâmetros de produção, conversão alimentar, qualidade dos ovos e manutenção do escore corporal.

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