Logística Reversa: um estudo de caso na Paraí Informática



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Transcrição:

12 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇAO COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ADJANE MILLER ROSAS MEDEIROS Logística Reversa: um estudo de caso na Paraí Informática João Pessoa 2008.2

13 ADJANE MILLER ROSAS MEDEIROS Logística Reversa: um estudo de caso na Paraí Informática Monografia apresentada ao Curso de Administração, do Centro Universitário de João Pessoa/PB UNIPÊ, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientador: Ms. Enrico Santana Grisi João Pessoa 2008.2

14 M488l Medeiros, Adjane Miller Rosas. Logística Reversa: um estudo de caso na Paraí Informática / Adjane Miller Rosas Medeiros. -- João Pessoa, 2008. 49f. Monografia (Curso de Administração) Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ 1. Logística ADJANE Reversa. MILLER 2. Responsabilidade ROSAS MEDEIROS Sócio Ambiental. 3. Reciclagem. I. Título. UNIPÊ / BC CDU - 658:566

15 ADJANE MILLER ROSAS MEDEIROS Logística Reversa: um estudo de caso na Paraí Informática Monografia apresentada ao Centro Universitário de João Pessoa UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em.../.../... BANCA EXAMINADORA Professor Ms. Enrico Santana Grisi. Orientadora - UNIPÊ Professora Ms. Ana Flávia Uzêda dos Santos Macambira. Examinadora - UNIPÊ Professora Ms. Cristiana Cartaxo de Melo Lula. Examinadora - UNIPÊ

16 Aos meus pais pelos grandiosos ensinamentos que geraram em mim essa perseverança e a busca pelo conhecimento me tornando mais fortes nas adversidades e nos obstáculos da vida. Dedico

17 AGRADECIMENTOS Agradeço primordialmente a Deus por sempre me proporcionar momentos incomparáveis e felizes como este que estou vivenciando, pois ele sempre estará no ponto mais auto da pirâmide da minha vida. Aos meus pais, Arinalva Rosas Medeiros da Silva e Antonio Medeiros da Silva por terem me educado da melhor maneira possível e por sempre me mostrarem o melhor caminho a seguir, ajudando a conquistar esse caráter e dignidade que são tão preciosos para mim. Pelos momentos difíceis que passamos juntos durante o curso e que soubemos dar a volta por cima graças à fé que temos e a persistência de sempre querer vencer os obstáculos. Tudo o que sou e o que serei devo vocês. Ao meu namorado Gláucio, pelo apoio, incentivo, compreensão, respeito e maturidade nas ocasiões que precisei ser ausente para me dedicar aos trabalhos acadêmicos. Não poderia deixar de agradecer a Emanuel Lira (coronel Lira) que foi um anjo enviado por Deus no momento certo e na hora certa na minha vida e da minha família, uma pessoa sensata de um conhecimento geral esplendoroso e um coração maravilhoso. Aos colegas de sala de aula que, período a período firmamos mais um degrau de nossas vidas, que contribuíram direto ou indiretamente através de palavras de motivação visando o meu sucesso acadêmico e profissional. Um agradecimento especial a Simone Mary, Milena Medeiros, Luciana Barbosa, Antônio Neto, Gláucia Pontes Mariana Montenegro e Loiseane Caetano que sempre estiveram ao meu lado, me corrigindo, me escutando, sorrindo comigo, por suas palavras de motivação, por seus incentivos e conselhos que foram por muitas vezes fatores decisivos para mim, pelos laços de amizades formados durante esses quatro anos de curso e que com certeza perdurará muito. A todos os queridos professores, que souberam nos instruir de maneira sábia e cumpriram os seus propósitos com dignidade e perfeição, transformando-nos em profissionais capacitados e aptos para encarar o acirrado mercado de trabalho. Ao professor Enrico Santana Grisi que me orientou neste trabalho com muita paciência dedicação e responsabilidade. A querida professora Maria Nilza Barbosa, por sua paciência e dedicação com todos os trabalhos, sua simplicidade, conhecimento e coerência nos deixou mais confiantes ao longo desse tempo.

18 A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas. CLARICE LISPECTOR

19 MEDEIROS, Adjane Miller Rosas Lins. LOGÍSTICA REVERSA: um estudo de caso na Paraí Informática. 2008.1. 49f. Monografia (Graduação em Administração) Centro Universitário de João Pessoa UNIPÊ. RESUMO A logística reversa é um tema ainda recente no cenário empresarial, mas já está sendo visto por muitas organizações como um grande aliado na redução dos custos com matéria-prima e insumos na fabricação dos produtos, a logística reversa busca agregar valor econômico, legal e ecológico aos produtos de pós-venda e de pós-consumo possibilitando as organizações uma visão da responsabilidade sócio ambiental para se manterem admiradas e respeitadas no âmbito social. A adoção de estratégias ambientais não é apenas uma forma de conservar o planeta. É, antes de tudo, uma oportunidade para se diferenciar de concorrentes e assegurar a própria sobrevivência. Este trabalho monográfico tem como objetivo analisar a logística reversa de uma empresa de reciclagem de cartuchos para impressora. Busca através de uma abordagem qualitativa por meio de uma pesquisa descritiva e de Estudo de Caso. Utilizou-se como coleta de dados o questionário com a responsável pela empresa. Sendo assim foi constado que a Paraí Informática JP tem contribuído para a responsabilidade sócio ambiental com sua consciência de reciclar produtos ofensivos ao meio ambiente e ainda proporcionar através deste processo, projetos que beneficiam comunidades carentes, transformando-se assim uma empresa modelo a ser seguido.. Palavras chave: logística reversa, responsabilidade sócio ambiental, reciclagem.

20 MEDEIROS, Adjane Miller Rosas. REVERSE LOGISTICS: A study of case in Paraí Informática. 2008.1. 49f. Monograph (Graduation in Administration) Academical Center of João Pessoa-UNIPÊ. ABSTRACT The reverse logistics is a theme still recent in the business scenery, but it is already being seen by a lot of organizations as a great allied in the reduction of the costs with raw material and inputs in the fabrication of the products, the logistics reverse looks for to add economical value, legal and ecological to the after-sale products and of after-consumption making possible to the organizations a vision of the responsibility partner-environmental for keep on admired and respected in the social scope. The adoption of environmental strategies is not just a form of conserving the planet. It is, before everything, an opportunity to differentiate of contestants and to assure the own survival. This monografic work has as objective analyzes the reverse logistics of a company of recycling of cartridges for printer. It looks for through a qualitative approach through a descriptive research and of Study of Case. It was used as data collection the questionnaire with the responsible for the company. Being was like this it was verify that Paraí Informática-JP has been contributing to the responsibility partnerenvironmental with your conscience of recycling offensive products to the environment and still to provide through this process, projects that benefit needy communities, changing like this a company model to be following. Key Words: reverse logistics, partner-environmental responsibility, recycling.

21 LISTA DE FIGURAS E FOTOS FIGURA 1 Primeira fase da Logística 17 FIGURA 2 Segunda fase da Logística 18 FIGURA 3 Terceira fase da Logística 18 FIGURA 4 Quarta fase da Logística 20 FIGURA 5 Cadeia de suprimento típica 21 FIGURA 6 Sinais da crescente descartabilidade 32 FIGURA 7 O novo consumidor e a logística reversa 33 QUADRO 1 Características dos meios de transporte 29 FOTO 1 - Programa Cartucho x Leite 39 FOTO 2 - Distribuição de leite na Rede Feminina de Combate ao Câncer 39

22 SUMÁRIO 1 NTRODUÇÃO 12 2 LOGÍSTICA 14 2.1 DEFININDO LOGÍSTICA 14 2.2 O PAPEL DA LOGÍSTICA 15 2.3 A EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA 16 2.4 O GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTO (SCM) 20 2.5 CUSTOS DA LOGÍSTICA 22 2.5.1 Atividades primárias da logística 23 2.5.2 Atividades de apoio 25 2.6 MEIOS DE TRANSPORTES LOGÍSTICOS 26 2.6.1 Características dos meios de transportes 28 3 LOGÍSTICA REVERSA 29 3.1 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS 30 3.1.1 Canais reversos de reciclagem 32 3.1.2 Canais reversos de reuso 33 3.1.3 Canais reversos de desmanche 33 3.2 CICLOS REVERSOS ABERTOS E FECHADOS 34 3.2.1 Canais de distribuição reversos de ciclo aberto 34 3.2.2 Canais de distribuição reversos de ciclo fechado 34 3.3 LOGÍSTICA REVERSA E A RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL 34 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 36 4.1 Caracterização da pesquisa 36 4.2 Definição do problema 36 4.3 Objetivos 37 4.3.1 Objetivo Geral 37 4.3.2 Objetivos Específicos 37 4.4 Campo Empírico 37 4.5 Instrumento de coleta de dados 40 5 ANÁLISE DOS DADOS 40 5.1 Descrevendo o processo logístico reverso de reciclagem da Paraí 40 5.2 Apontar os impactos positivos da logística reversa no que se refere à 42 responsabilidade sócio-ambiental 5.3 Discutir os benefícios com relação a custos da logística reversa na Paraí 42 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 44 REFERÊNCIAS 46 APÊNDICE A Questionário da Pesquisa 47

12 1 INTRODUÇÃO Hoje em dia se um consumidor vai a algum ponto de venda e não encontra a marca que atenda às suas reais necessidades, desejos e valores, ele acaba optando por outra, e como a palavra logística é de origem militar, certamente essa marca não existente acabará perdendo uma batalha muito séria, que poderá levá-la a perder a guerra, e assim acabará sucumbindo. Qualquer pessoa, como consumidor, tem claro o que espera dos produtos que compra querem produtos que cada dia atendam melhor às suas necessidades, os querem quando necessitam, a um preço adequado e com altos níveis de qualidade. Clientes cada vez melhor informados e mais exigentes estão provocando a mudança dos mercados e consumo e, com eles, como um efeito dominó, de todos os demais mercados industriais e de serviços. Além disso, outro fator chave explica esta evolução: a modernização dos meios de transporte e o desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação estão permitindo a real globalização da economia. Atualmente o grande objetivo da empresa é minimizar custos e principalmente melhorar a eficiência no atendimento ao cliente. Um fator determinante para que esses objetivos se concretizem é o Supply Chain Management (SCM). O principal objetivo da cadeia de suprimento é integrar todos os processos desde a fabricação até a distribuição do produto e serviços, entre outros fatores. O ciclo dos produtos na cadeia comercial não termina quando, após serem usados pelos consumidores, são descartados. Há muito se fala em reciclagem e reaproveitamento dos materiais utilizados. Esta questão se tornou foco no âmbito empresarial, estimulando a responsabilidade da empresa sobre o fim da vida útil de seu produto. A logística reversa, dentro do contexto econômico, ambiental e social, vem contribuir de forma significativa para o reaproveitamento de produtos e materiais após seu uso, amenizando os prejuízos causados ao meio ambiente. Como forma simples de demonstrar o processo da logística reversa, nesta pesquisa buscou-se analisar o canal de reciclagem e seus benefícios para o meio ambiente e a sociedade através de programas sociais e tecnologias desenvolvidas pela Paraí Informática, localizada na Avenida Maximiano de Figueiredo, 322 - Centro - João Pessoa, PB, que visa melhorar as condições sociais e ambientais. Na primeira parte serão vistos a definição da logística, o seu papel e a sua evolução, seguido de vários conceitos existentes sobre o tema abordado, as diversas formas de atuação e por fim o processo da logística reversa e seus diversos canais de reutilização.

13 Sendo seguido da análise dos dados extraídos de pesquisa realizada na empresa Paraí Informática - JP, mostrada através de uma descrição dos dados do questionário aplicado e algumas figuras dos projetos sociais desenvolvidos pela Paraí, e a sua preocupação com a responsabilidade sócio ambiental. Essa análise sendo realizada com base nos objetivos gerais e específicos, tendo total relação com o referencial teórico abordado. Tendo todo o referencial complementado com citações de autores para fins de uma explicação mais técnica.

14 2 LOGÍSTICA 2.1 DEFININDO LOGÍSTICA Muito se fala a respeito da logística como sendo, atualmente, a responsável pelo sucesso ou insucesso das organizações. Porém, o que se pode perceber no mercado é que muito pouco se sabe sobre as atividades logísticas e como as mesmas devem ser definidas nas organizações. O termo Logística, de acordo com o Dicionário da língua portuguesa (2001, p.431) vem do francês logistique e tem como uma de suas definições a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material (para fins operativos ou administrativos). Os princípios de gerenciamento logístico levaram 70 anos ou mais para ser claramente definidos. O que é gerenciamento logístico no sentido como é entendido hoje? Existem muitas maneiras de definir a logística, mas o conceito principal segundo Christopher (2002, p.2) poderia ser: A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo. Hoje com a modernidade da logística, agrega-se valor de lugar, de tempo, de qualidade e de informação, estes valores obviamente dependem do transporte do produto, da fábrica ao depósito, desde a loja, e desta ao consumidor final. Por essa razão, as atividades logísticas nas empresas foram por muito tempo confundidas com transporte e armazenagem. As novas tecnologias (comércio eletrônico) contribuíram muito para essa evolução que se divide em quatro fases: a fase da atuação segmentada, a fase da integração rígida, a fase da integração flexível e a fase da integração estratégia. Existem diversos tipos de organização, sejam privadas ou públicas, que se utilizam dos serviços logísticos, como empresas manufatureiras, empresas de transportes, empresas alimentícias, Forças Armadas, serviços postais, distribuição de petróleo, transporte públicos e muitas outras. A logística tem um papel muito importante no processo de disseminação da informática, podendo ajudar positivamente caso seja bem equacionado. De todas as tecnologias, o computador será o que deverá ter o maior efeito dentro de um futuro previsível nas atividades de transportes, estoque, armazenagem, manuseio e processamento de pedidos,

15 segundo Ballou (2007). Além disso, é de se esperar maior automatização por todo o sistema logístico, especialmente no que tange ao fluxo de informações. Hoje, a internet está abrindo um espaço nunca antes imaginado para as transações comerciais. É a partir deste desenvolvimento que o processo logístico tomará um rumo brilhante, o uso de tecnologias novas e revolucionárias não será o foco de atenção os administradores para solução de seus problemas logísticos na duas próxima décadas. Pelo contrário, a administração cautelosa vai procurar extensões da tecnologia existente. O uso de computadores deverá expandir-se substancialmente (NOVAES, 2004). 2.2 O PAPEL DA LOGÍSTICA Logísticas e operações nunca antes desempenharam papel tão importante nas organizações. Mudanças nas expectativas dos clientes ou na localização geográfica, mudanças tecnológicas e mercados emergentes abrem novas formas de reorganizar. Hoje se observa que a Logística está muito ligada ao produto. De um lado os produtos vão se aprimorando ao longo tempo ganhando novos elementos e novas tecnologias, numa rapidez crescente. No caso de produtos envolvendo componentes eletrônicos, esse dinamismo é ainda mais acentuado, mas mesmo produtos de consumo corrente, oferecidos em supermercados, sofrem alterações e melhorias com muita freqüência. Por outro lado, um mesmo tipo de produto normalmente apresenta um número grande de variações, em termos de sabor, tamanho, componentes, qualidade e, obviamente, de preço (NOVAES, 2004). Novaes (2004, p.13) afirma em seu livro que: É a Logística que dá condições reais de garantir a posse do produto, por parte do consumidor, no momento desejado. No caso de bens duráveis, é comum no Brasil o vendedor prometer a entrega do produto numa certa data, promessa que não é cumprida por deficiência no sistema de informação, nas operações do deposito ou no transporte. O efeito negativo que reais situações acarretam na imagem da empresa ainda não foi convenientemente avaliado no país, mas é, sem dúvidas, significativo. A gratificação ou prazer que o consumidor frui no consumo ou no uso do produto adquirido está basicamente ligado à mercadoria em si, mas a interferência da Logística nesse processo não é desprezível. A relação de confiança e parceria entre o consumidor e o varejista, embora se apoiando na atenção pessoal, no profissionalismo e na honestidade do comerciante, vai depender em muito do desempenho logístico da cadeia de suprimento no seu todo.

16 Muitas indústrias estão tentando contornar o problema através do atendimento direto as reclamações dos clientes, como também por meio do ombudsman, mas, na prática, as relações de pós-venda no Brasil ainda deixam muito a desejar. 2.3 A EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA No início de 1991, o campo militar demonstrou a importância da logística nas suas atividades. Prevendo a Guerra do Golfo, os Estados Unidos e seus aliados tiveram que deslocar grandes quantidades de materiais a grandes distâncias, em questão de meses. Meio milhão de pessoas e mais de meio milhão de materiais e suprimentos precisaram ser transportados através de 12.000 quilômetros por via aérea, e 2,3 milhões de toneladas de equipamentos transportados por mar (CHRISTOPHER 2002). Foi assim que aconteceu o desenvolvimento da logística, com seu conceito sendo utilizado com grande sucesso entre os autores. Novaes (2004, p.31), afirma em seu livro que: Na Segunda Guerra Mundial, o conceito de Logística estava profundamente ligado às operações militares, seguindo uma estratégia militar, os generais precisavam avançar suas tropas, deslocar munição, equipamentos e socorro médico sem correr riscos freqüentes, por ser um serviço de apoio sem o magnetismo da estratégia bélica, os grupos logísticos militares trabalhavam quase sempre em silencio. Após a guerra a indústria procurou preencher importantes lacunas de demanda existentes no mercado consumidor, aproveitando a capacidade ociosa e os novos processos de produção em série. O processo de evolução da Logística se dividiu em quatro fases, a primeira fase corresponde à atuação segmentada, segunda fase a integração rígida, terceira fase a integração flexível e a quarta fase integração estratégica (SCM). Novaes (2004, p.41), observa que: Nessa primeira fase os produtos, por sua vez, eram padronizados: geladeiras de tipo único, na cor branca; a coca-cola como refrigerante típico, e assim por diante. Nessa época, não havia os sofisticados sistemas de comunicação e de informática disponíveis hoje. Ao vender um produto o vendedor preenchia manualmente uma nota ou um pedido. Nessa primeira fase da logística, o estoque era o elemento-chave no balanceamento da cadeia de suprimento.

17 A figura a seguir ilustra essa situação. A manufatura produz um determinado produto e coloca o lote produzido no estoque do depósito da fábrica, quando os centros de distribuições precisam do produto, os pedidos são encaminhados para o fabricante pedidos que são atendidos pelo estoque da fábrica. Figura 1. Primeira fase da Logística. Fonte: Novaes, 2004 p. 41. Nesta fase, as empresas procuravam formar lotes econômicos para transportar seus produtos, dando menor importância aos estoques. Na segunda fase os especialistas em marketing viram a necessidade de diferenciar os produtos, as geladeiras e automóveis começaram a ser comercializados com mais cores, com tipos diferentes de motores e com acabamentos diversos. Novos produtos foram incorporados ao lar, como a televisão, os aparelhos de som, o forno microondas e muitos outros. NOVAES (2004, p. 43). Com esse aumento da oferta de produtos e de opções os processos produtivos na manufatura foram de tornando mais flexíveis sem aumento significativo nos custos da fabricação. No inicio da década de 1970 aconteceu a crise do petróleo, encarecendo subitamente o transporte de mercadorias, com isso os custos de transferência e de distribuição aumentaram subitamente, reduzindo as margens de comercialização e encarecendo os produtos. Já na década de 1960 efeitos benéficos foram surgindo como o da introdução da informática nas operações das empresas, substituindo procedimentos manuais.

18 Figura 2. Segunda fase da Logística. Fonte: Novaes, 2004 p. 45. A terceira fase começou em fins da década de 1980 e ainda está sendo implementada em muitas empresas, o intercâmbio de informações entre dois elementos da cadeia de suprimento passou a se dar por via eletrônica, através do EDI (Intercâmbio Eletrônico de Dados). Antes, as informações sobre as operações eram levantadas manualmente, depois digitalizadas e passada ao computador afirma Novaes (2004). De acordo com Novaes (2004, p. 45): O desenvolvimento da informática possibilitou, na terceira fase de evolução da Logística, uma integração dinâmica, de conseqüências importantes na agilização da cadeia de suprimento, também nesta fase, passa-se a observar maior preocupação com a satisfação plena do cliente, tanto para o consumidor final como fornecedores também. Ou seja, o autor quer dizer que a informação flexibiliza o processo da cadeia de suprimento, agiliza a transferência de dados para outros lugares através da informática, permitindo o intercâmbio eletrônico de dados com fornecedores e clientes satisfazendo assim suas necessidades. Figura 3. Terceira fase da Logística. Fonte: Novaes, 2004 p. 46.

19 Na quarta fase da logística, como observa Novaes (2004) ocorreu um salto qualitativo da maior importância, as empresas da cadeia de suprimento passam a tratar a questão logística de forma estratégica, o que não aconteceu nas três primeiras fases, ou seja: Em lugar de otimizar pontualmente as operações, focalizando os procedimentos logísticos como meros geradores de custo, as empresas participantes da cadeia de suprimento passaram a buscar soluções novas, usando a Logística para ganhar competitividade e para induzir novos negócios (NOVAES, 2004, p. 47). Podemos dizer que, as razões básicas que levaram à logística a busca de novas estratégias e novas soluções para ganhar uma fatia grande no mercado, são a globalização e a competição cada vez mais acirrada entre as empresas. Também nessa fase um elemento passou a ser bastante utilizado, o postponement (postergação), esse elemento visava à redução dos prazos e das incertezas ao longo da cadeia de suprimento. Uma previsão errada poderia por uma loja de confecções, por exemplo, em prejuízo por falta de estratégia sendo a moda bastante volátil em todo mundo. Outra novidade que surgiu nessa fase da Logística, é formada pelas empresas virtuais, também chamadas de agile enterprises (empresas ágeis) na linguagem de Logística. São fabricantes de produtos de grande valor agregado, em geral eletrônicos que buscam soluções de forma ágil para o transporte de mercadorias. Observa-se outra característica encontrada nessa fase, que é a preocupação com os impactos da Logística no meio ambiente, hoje é mais visível essa preocupação entre as organizações com a recuperação de materiais diversos (alumínio, papel, plástico, baterias, pilhas) através da reciclagem. O que separa essa fase da logística das outras é o surgimento do SCM Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Suprimento) segundo Novaes (2004), nessa nova abordagem a separação dos papéis entre fornecedores, fabricante, varejista e comerciante que vimos nas outras fases, já não é mais nítida, havendo uma penetração recíproca de operações entre elementos da cadeia, como ilustra a figura a seguir:

20 Figura 4. Quarta fase da Logística. Fonte: Novaes, 2004 p. 49. Em tempos de globalização e de alta competitividade empresarial, a logística, hoje em dia, é sem sombra de dúvidas o grande diferencial em termos de gestão administrativa. 2.4 O GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTO (SCM) O gerenciamento da cadeia de suprimento constitui um desafio que as empresas perseguem há muitos anos. Muitas empresas nos últimos anos do século XX passaram por dificuldades no ambiente dos negócios afirma Christopher (2002, p. 192) e que: As fusões e as transferências de controle mudaram o perfil de muitos mercados e o advento da concorrência global e internamente na própria Europa mudou completamente as regras do jogo. Além de tudo, isto como temos observado, tem havido uma demanda crescente por níveis cada vez mais altos de serviços e qualidade. Estas pressões combinadas criaram um novo imperativo para as organizações: a necessidade de serem ágeis. Vimos que as empresas ágeis são fundamentais, visto que, a concorrência e a competitividade vêm crescendo e é preciso ter um diferencial para atender as exigências do mercado e atrair novos clientes. A seguinte definição do Gerenciamento da cadeia de suprimento adotada pelo Fórum de SCM realizado na Ohio State University, segundo Novaes (2004, p. 40) é SCM é a integração dos processos industriais e comerciais, partindo do consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor para o cliente. Observe que o conceito de SCM focaliza o consumidor dando destaque ao processo que parte dele, buscando equacionar a cadeia de suprimento de forma a atendê-lo como

21 deseja, além disso, destaca a integração exigida entre todos os elementos da cadeia de suprimento. Nas fases anteriores da logística, antes do Supply Chain Management (SCM), se dava muita ênfase à garantia da qualidade, não só do produto, como também os serviços associados (entrega, atendimento pós-venda etc.). Novaes (2004, p. 191) afirma que paralelamente, e como decorrência da forte competição entre as empresas, passou-se a buscar a redução de custos em todos os níveis e de forma sistemática. O sucesso no gerenciamento de cadeias de suprimento, por muitos considerada a última fronteira na redução de custos, é um diferencial competitivo que não pode ser descartado no processo de globalização em que vivemos. Num ambiente cada vez mais competitivo, a pressão do mercado por uma crescente variedade de produtos e por melhores níveis de serviço ao menor custo possível, a tendência à especialização via terceirização/ desverticalização e a evolução cada vez mais rápida das tecnologias de informação e de telecomunicações têm feito com que a logística integrada e o SCM estejam cada vez mais presentes na agenda das empresas de todo o mundo conforme explanado por (FIGUEIREDO, 2000). Podemos observar que o objetivo principal do gerenciamento de uma cadeia de suprimentos é a obtenção do melhor atendimento ao cliente, com o menor custo total possível. Para atingir estes objetivos, é fundamental que se melhore o desempenho interno de cada um dos processos das empresas componentes da cadeia. Mas, só esta eficiência interna não basta. É necessário que se administre as interações entre os processos de negócio de cada um dos elementos da cadeia de valor de maneira a se obter um ótimo total e não somente a eficiência localizada. Figura 5. Cadeia de suprimento típica. Fonte: Novaes, 2004 p. 39.

22 2.5 CUSTOS DA LOGÍSTICA As empresas sempre administraram suas atividades logísticas, mas nem sempre tinham uma idéia clara e quanto isto lhes custava, pelos menos até meados dos anos 50 (BALLOU, 1993). Existem diversos autores que definem o conceito de custos, Adolph Matz (apud LEONE, 2000, p. 51) diz que não é fácil encontrar uma definição ou explicação que não deixe dúvidas quanto a seu significado. Leone (2000, p. 52) define custos da seguinte forma o consumo de um fator de produção, medido em termos monetários para a abstenção de um produto, de um serviço ou de uma atividade que poderá ou não gerar renda. Fica claro que definir custos para muitos é questão de terminologias, pois não tem uma exatidão. Um dos principais desafios da logística moderna é conseguir gerenciar a relação entre custo e nível de serviço (trade-off). O maior obstáculo é que cada vez mais os clientes estão exigindo melhores níveis de serviço, mas ao mesmo tempo, não estão dispostos a pagar mais por isso. O preço está passando a ser um qualificador, e o nível de serviço um diferenciador perante o mercado. Assim, a logística ganha a responsabilidade de agregar valor ao produto através do serviço por ela oferecido (CHISTOPHER, 2002). Entre estas exigências por serviço, poderíamos destacar: a de redução do prazo de entrega; a maior disponibilidade de produtos; a entrega com hora determinada; o maior cumprimento dos prazos de entrega; a maior facilidade de colocação do pedido. Neste cenário de imposições e desafios às empresas, a logística tem se revelado um recurso da maior importância, atribuindo-lhes diferenciais de qualidade e maior contribuição para os seus lucros. A relevância da logística é influenciada diretamente pelos custos associados à suas atividades. Fatores de peso estão influenciando o incremento dos custos logísticos. Dentre eles, os mais relevantes são: o aumento da competição internacional, as alterações populacionais, a crescente escassez de recursos e a atratividade cada vez maior da mão-de-

23 obra dos países em desenvolvimento. O aumento do comércio internacional indica que a especialização do trabalho continua acontecendo numa escala mundial. À medida que estes problemas puderem ser solucionados, todos poderão beneficiar-se de mercadorias de melhor qualidade e menor custo. Grandes esforços já foram feitos para o desenvolvimento de sistemas logísticos mais e mais eficientes (CHRISTOPHER, 2002). Custos logísticos são um fator-chave para estimular o comércio. O comércio entre países e entre regiões de um mesmo país é freqüentemente determinado pelo fato de que diferenças nos custos de produção podem mais do que compensar os custos logísticos necessários para o transporte entre as regiões. Os altos custos da logística se resumem em duas palavras: Mercado Globalizado. A medida que as empresas investem em parceiros comerciais, aumentam os gastos com planejamento de toda a cadeia. Mas, analisando essa situação de forma holística, percebe-se que há uma redução de custos. Mas importante do que tal redução, a atividade logística passa a agregar valor, melhorando os níveis de satisfação dos usuários. Entretanto, a mudança na atividade logística se não for acompanhada por todas as organizações, levará à falência daquelas que não se enquadrarem. Mas como se dá a redução dos custos: Tal redução, acompanhada de um estudo logístico, é explicada pela especialização das empresas fornecedoras, haja vista que as mesmas acabam por investir em tecnologias de ponta para os desenvolvimentos dos materiais, até então produzidos pela empresa que está no fim da cadeia, e que agora passarão a ser produzidos pela mais nova empresa horizontalizada. A partir desse momento, a tendência é que exista uma redução de custos, proporcionada pelo ganho de escala na produção e pelo desenvolvimento tecnológico, focando agora em uma determinada linha de produto (CHING, 1999). 2.5.1 Atividades primárias da logística Sabemos que a Logística busca otimizar os fluxos de informações e materiais desde o ponto de origem (aquisição) até o ponto de destino final (consumidor), visando assim proporcionar níveis de serviço adequados as necessidades dos clientes/fornecedores e a um custo competitivo (BALLOU,2007). Muitas são as atividades logísticas necessárias para se atender os objetivos acima. Visando isso vários autores dividem estas atividades em primárias e de apoio. As atividades primárias são: Transportes, Manutenção de Estoques e Processamento de Pedidos e as