INFLUÊNCIA DO AMBIENTE A MEIA SOMBRA E A CÉU ABERTO NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DE FRUTOS DO TOMATEIRO, CV. VIRADORO Francisco Rodrigues Leal 1 ; Jopson Carlos Borges de Moraes 2. 1 Universidade Federal do Piauí, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Fitotecnia, Campus Socopo, CEP 64.049-550, Teresina, Piauí. 2 Formando em Agronomia, Universidade Federal do Piauí. RESUMO O objetivo desta pesquisa foi avaliar a produção e a qualidade de frutos do tomateiro, cultivado em ambiente a meia sombra protegida com tela plástica com 50% de redução na passagem de luz e a céu aberto. O experimento foi conduzido no Setor de Olericultura do Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí, no delineamento de blocos casualizados, com 02 tratamentos (ambiente a meia sombra e a céu aberto). Cada tratamento foi constituído de 08 repetições. Parcelas de 2,50 metros de comprimento, comportando-se 10 plantas, espaçadas de 1,0 metro entre fileira por 0,50 metro entre planta na fileira. As mudas foram produzidas em bandejas de isopor contendo 128 células e transplantadas para o campo experimental 30 dias após a semeadura. As características avaliadas foram produção total de frutos (kg/ha); produção de frutos comerciáveis (kg/ha), número médio de frutos por planta e peso médio de fruto(g). Os melhores resultados foram produzidos pelo ambiente a céu aberto para produção total e produção comerciável, enquanto que o ambiente a meia sombra produziu frutos de melhor qualidade. Palavras-chave: Tela plástica, bandeja de isopor, ambiente aberto. ABSTRACT INFLUENCE Of the ENVIRONMENT The HALF SHADE And the SKY OPENED In the PRODUCTION And QUALITY OF FRUITS Of the TOMATEIRO, CV. VIRADORO The objective of this research was to evaluate the production and the quality of tomato, cultivated in environment the half shade protected with plastic screen with
50% of reduction in the ticket of light and the open sky. The experiment was lead in the Setor de Olericultura do Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias da Uiversidade Federal do Piauí, in the experimental design of randomized blocks, with two treatments (surrounding the half shade and the open sky). Each treatment was constituted of eight repetitions. Parcels of 2,50 meters of length contains 10 plants, spaced of 1,0 meter between row for 0,50 meter between plant in the row. The changes had been produced in polypropylene trays after contend 128 transplanted cells and for the experimental field 30 days the sowing. The evaluated characteristics were: total production of fruits (kg/ha); production of commercial fruits (kg/ha), average number of fruits for plant and average weight of fruit (g). The best results were showed by the sky opened environment for total production and commercial production, while the half shade environment produced fruits of better quality. Keywords: Dentre as olerícolas mais importantes em todo o mundo destaca-se o tomate. Todos os povos consomem tomate tanto "in natura" como industrializado. Ao natural é consumido em saladas e, ainda, em molhos e temperos. Quando industrializado é empregado como matéria-prima para obtenção de extrato, purê, suco, catchup e fruto depelado. O fruto possui teores elevados de caroteno, tiamina, micina e vitamina C. A planta é originária do continente americano, provavelmente da região Andina e da América Central, tendo sido introduzida posteriormente no México e posteriormente foi levada à Europa na época do descobrimento da América. Tanto em culturas mais extensivas ou conduzidas com tecnologia sofisticada, o tomate exige cuidados constantes, pois está sujeito ao ataque de grande número de doenças e pragas. O Brasil é um dos principais produtores mundiais, com produção de cerca de 3.028,20 mil toneladas e o estado de São Paulo contribui com cerca de
40% desta produção. A produção paulista abastece também os mercados do Rio de Janeiro, da região Norte e Nordeste do país (IBGE, 2001). A comercialização no estado do Piauí foi cerca de 13 mil toneladas (CEASA-PI, 2001). O tomateiro vegeta bem em condições de clima quente, com temperaturas médias de 20º C e umidade relativa de 80 a 90%. Deve haver uma variação entre as temperaturas diurna e noturna. Suporta temperaturas baixas de 8 a 10ºC, desde que não sejam muito prolongadas. As geadas causam danos.o excesso de temperatura, 35ºC, é prejudicial. O alto teor de umidade relativa favorece o ataque de doenças e fungos. A ocorrência de chuvas na época da colheita pode causar o rachamento dos frutos. O cultivo do tomateiro em ambiente protegido tornou-se muito importante na região sudeste do país, principalmente no estado de São Paulo e em épocas menos favoráveis, pois o emprego do sombrite ou tela plástica causa alterações do microclima do ambiente (MARTINS, 1984). O clima da região nordeste e, principalmente, o do estado do Piauí não atende as exigências da cultura do tomate, sendo mais limitante em algumas épocas do ano. Na busca de resolver problemas relacionados com a produção e qualidade de frutos do tomateiro em épocas do ano menos favoráveis, instalou-se a presente pesquisa com o objetivo de avaliar a influência dos ambientes a meia sombra e a céu aberto na produção e na qualidade de frutos do tomateiro. O experimento foi instalado no setor de Olericultura do Departamento de Fitotecnia, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí, altitude de 72 m, latitude de 5 13 Sul e longitude de 48 41, no período de março a agosto de 2003 (BATISTA, 1981). A cultivar utilizada foi a viradoro, adquirida junto ao CNPHortaliças, possui hábito de crescimento determinado, resistente ao vira-cabeça (Tospovirus), à mancha-de-estenphylium (Stemphylium solani), a murcha-de-fusario (Fusarium
oxisporum raça 1) e ao nematóide das galhas (Meloidogyne spp), processamento industrial, iniciando o florescimento 40 a 45 dias após o transplante de mudas e a colheita 100 a 120 dias após a semeadura. Frutos de formato quadrado-oblongo, maturação uniforme, coloração externa vermelho-escuro, brix variando de 4,4 a 47%, peso médio de fruto de 70 a 80 gramas e rendimento médio de 90 toneladas por hectare. As mudas foram produzidas em bandejas de isopor de 128 células, tendo como substrato terra vegetal e esterco bovino na proporção 1:1. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com 02 tratamentos (ambiente a meia sombra e ambiente a céu aberto), com 08 repetições. Parcelas medindo 2,50 m de comprimento por 1,0 m de largura, comportando-se 02 fileiras de plantas, espaçadas de 1,0 m x 0,5m. A adubação de plantio foi feita em covas colocando-se um litro de esterco bovino curtido, 50g de superfosfato simples, 30g de cloreto de potássio e 20g de cal extinta. A adubação em cobertura foi realizada, via foliar, de 15 em 15 dias, tendo como fonte uréia a 1%. Para a Irrigação, utilizou-se a microaspersão com mangueira santeno I, uma vez por dia. O controle do mato foi manual com enxada, sempre que surgiam ervas e de pragas e doenças com aplicação de calda de NIN, cal extinta, cinza de caiera. A colheita era realizada semanalmente, sendo os frutos pesados, classificados e contados para definição das características avaliadas. As características avaliadas foram: produção total (kg/ha); produção comerciáveis (kg/ha); número médio de frutos/planta e peso médio de frutos(g).. Para a análise dos dados seguiu a metodologia descrita por Banzatto & Kronka (1992). O teste F foi significativo para tratamentos, indicando que houve influência dos ambientes nas características avaliadas.
Tabela 1. Resultados médios da produção de tomate, cultivado em ambiente protegido e a céu aberto, Teresina,PI, 2004. Tratamento Produção Total Produção Comerciável Número Frutos Peso Médio Frutos (kg/ha) (kg/ha) planta (g) Telado(50%) 4.632,18 b 3.997,32a 4,98b 53,25a Céu aberto 7.242,51a 4.311,53 a 10,08 a 39,37b F 8,10* 0,18ns 19,25** 11,94* C.V(%) 30,90 35,25 30,87 17,34 1) medias seguida de mesma letra,na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade O ambiente a céu aberto proporcionou melhor resposta, tanto para a produção total (7.242,51kg/ha) quanto para número médio de frutos por planta. Para a produção comerciável não houve diferença entre os sistemas de cultivo, podendo utilizar o mais conveniente. Com relação à qualidade dos frutos o ambiente protegido a meia sombra resultou no maior peso médio de frutos, superando o ambiente a céu aberto. LITERATURA CITADA BANZATTO, D. A. ; KRONKA, S. N. Experimentação Agrícola. FUNEP, 1989.247 p. Jaboticabal, BAPTISTA, J. G. Geografia física do Piauí. 2 ed. Teresina: Academia Piauiense de Letras, 1981.p. 9 10. FILGUEIRA, F. A.R. Manual de Oleicultura: cultura e comercialização de hortaliças. 2ª ed., São Paulo: Agronômica Ceres, 1982.p. 25-26.