ANÁLISE MACROERGONÔMICA DO POSTO DE TRABALHO



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ANÁLISE MACROERGONÔMICA DO POSTO DE TRABALHO Priscila Horlle Peres (unilasalle) priscilinhahp@yahoo.com.br Rodrigo Moraes Schwertner (unilasalle) rodrigoschwertner@terra.com.br Fabricio Augusto Kipper (Unilasalle) fakipper@uol.com.br Este artigo trata da avaliação do posto de trabalho de uma cantina, situada na região metropolitana da Porto Alegre, denominada Cantina Santo Grão. Os resultados obtidos revelaramse bons mas há a necessidade de um projeto de ações integraddas, que atue sistematicamente em alguns fatores que definem o trabalho humano no atendimento ao cliente: organização do ambiente de trabalho, capacitação para os funcionários e projeto de mobiliários.com este estudo pretendese melhorar as condições de trabalho deste posto, afim de trazer aspectos positivos para a vida do trabalhador e benefícios para o estabelecimento utilizando, para isso, os conhecimentos adquiridos na cadeira de Ergonomia. Palavraschaves: Ergonomia, posto de trabalho, análise macroergonômica

1. Introdução Com a correria da vida cotidiana, cada vez menos, os estudantes dispoem de tempo para se alimentarem corretamente. Muitos fazem suas refeições no horário do intervalo da universidade ou no período entre o trabalho e a mesma, sendo as cantinas, estabelecimentos que apresentam comida rápida para saciar a fome antes das aulas. O setor de alimentação coletiva vem se tornando um mercado representativo na economia mundial, o ritmo de vida moderno contribuiu significativamente para a conquista deste espaço. O número de refeições realizadas fora de casa já é bastante significativo em países da Europa Ocidental e Estados Unidos da América (PROENÇA, 1996). Algumas cantinas oferecem refeições, lanches e cafés que, comumente, encontramos em outros estabelecimentos; e há ainda, as que oferecem tipos de comidas mais saudáveis, com ingredientes integrais, sem ou com poucos conservantes, visando oferecer dentro do fast food uma alternativa menos nociva para o organismo dos seus clientes. É nessa linha que se enquadra a cantina de uma universidade da região metropolitana de Porto Alegre oferecendo alimentos saudáveis e de fabricação caseira. Ainda pensando em saúde, resolveuse inverter o problema e pesquisar: Quem se preocupa com a saúde dos clientes também se preocupa com a própria saúde e a saúde dos seus funcionários? No Brasil, freqüentemente a produção de refeições exige dos operadores alta produtividade em tempo limitado, porém em condições inadequadas de trabalho, com problemas de ambiente, equipamento e processos. Tais condições acabam levando a insatisfações, cansaço excessivo, queda de produtividade problemas de saúde e acidentes de trabalho (SANT ANA et al., 1994). Com base nos estudos da cadeira de Ergonomia cursada, há inúmeras ocorrências de sintomas associados a esse tipo de atividade, alguns exemplos, são as lesões músculoesqueléticas do membro superior e as lesões resultantes de trabalho repetitivo; que além de afetar a saúde de quem trabalha, afeta a qualidade do serviço. Para o empregador isso pode significar redução da produtividade e perdas financeiras (STEPHENSON, 1994). Mediante observações feitas nos intervalos das aulas, resolveuse analisar a situação ergonômica existente nessa cantina e conversando com os funcionários dela, constatouse que algumas mudanças poderiam ser feitas para a melhoria da qualidade do trabalho; melhorias quais, se explanará neste artigo através de pesquisas de campo, relatórios, tabelas e gráficos para a sugestão de propostas que visem corrigir os problemas de postura detectados, bem como aliviar a carga de trabalho no corpo.. Revisão Bibliográfica.1. Cantina É uma dependência, destinada a fornecer serviços de alimentação mediante pagamento. O esquema de organização do processo produtivo pode ser analisado, considerandose duas funções: as principais, relacionadas diretamente ao processamento dos alimentos; e as funções anexas, ligadas à manutenção de utensílios e instalações. As funções principais englobam recepção de matéria prima, estocagem, prépreparo, cocção, conservação da preparação pronta e distribuição das refeições. Já as funções anexas envolvem a higienização dos utensílios e das instalações, bem como a eliminação dos dejetos (SANTANA, 00). Como as refeições devem ser consumidas no mesmo dia em que são produzidas, observase

uma grande pressão temporal das atividades, principalmente nos horários que antecedem a distribuição. Quanto ao ritmo de trabalho neste processo é considerado bastante intenso. Esse é determinado, principalmente, pelas limitações temporais de manipulação de alimentos e atendimento da clientela (MACIEL, 00). De acordo com uma pesquisa realizada na Universidade de Brasília (UnB), tais acontecimentos como histórias sobre mau atendimento, seja um prato que veio diferente do solicitado, a comida do vizinho que chegou antes ou uma conta errada, não são resultado de distração ou má vontade dos funcionários. O problema é reflexo de um ambiente que tem forte impacto no custo humano e, conseqüentemente, gera estresse. O elevado custo humano no trabalho tem como impactos diretos queda da produtividade, insatisfação e lucros menores do que seria possível alcançar (FABIANA VASCONCELOS, 008). Por custo humano entendese o esforço despendido para executar uma atividade em três esferas: física, afetiva e cognitiva. O último está ligado à inteligência. Achávamos que o físico seria o mais alto dos três, mas os índices são bastante parecidos, afirma a psicóloga Carla Sabrina Antloga (008), doutoranda no Programa de Pósgraduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações. Dentre outros dificuldades detectadas se enquadram a pressão por resultados, cozinhas quentes e apertadas, a qualidade de vida dos funcionários que também é comprometida por relações interpessoais tensas, sobrecarga de trabalho e excesso de esforço físico... Trabalho em pé A postura é determinada pelo posto de trabalho ou natureza da tarefa. Posturas inadequadas, imediatamente ou no decorrer do tempo, apresentam dor. A dor, mais que a incapacidade, pode com freqüência, ser o fator limitante para o bom desempenho do trabalhador. A postura é tão importante para o desempenho das tarefas quanto para a promoção da saúde e minimização de estresse e desconforto durante o trabalho (MONTEIRO et al, 1997). Na elaboração dos postos de trabalho ou em tarefas a serem executadas pelos funcionários, prever a alternância entre a postura sentada e em pé é a forma mais adequada de prevenir desconfortos durante o expediente, uma vez que o próprio trabalhador escolhe a variação da postura ao longo do tempo de maneira que fique mais confortável à ele. Segundo nota técnica 060/001 divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a manutenção da postura em pé imóvel tem as seguintes desvantagens: Tendência à acumulação do sangue nas pernas o que predispõe ao aparecimento de insuficiência valvular venosa nos membros inferiores, resultando em varizes e sensação de peso nas pernas; Sensações dolorosas nas superfícies de contato articulares que suportam o peso do corpo (pés, joelhos, quadris); A tensão muscular permanentemente desenvolvida para manter o equilíbrio dificulta a execução de tarefas de precisão; A penosidade da posição em pé pode ser reforçada se o trabalhador tiver ainda que manter posturas inadequadas dos braços (acima do ombro, por exemplo), inclinação ou torção de tronco etc.; A tensão muscular desenvolvida em permanência para manutenção do equilíbrio traz mais dificuldades para a execução de trabalhos de precisão. A escolha da postura em pé só está justificada nas seguintes condições: 3

A tarefa exige deslocamentos contínuos como no caso de carteiros e pessoas que fazem rondas; A tarefa exige manipulação de cargas com peso igual ou superior a 4,5 kg; A tarefa exige alcances amplos freqüentes, para cima, para frente ou para baixo; no entanto, devese tentar reduzir a amplitude destes alcances para que se possa trabalhar sentado; A tarefa exige operações freqüentes em vários locais de trabalho, fisicamente separados; A tarefa exige a aplicação de forças para baixo, como em empacotamento..3. Recomendações ergonômicas e legislação brasileira para trabalho em pé Para Matos (000) a ergonomia é "o conjunto de conhecimentos a respeito do desempenho do homem em atividade, a fim de aplicálos à concepção de tarefa, dos instrumentos, das máquinas e dos sistemas de produção". Ela pode visar a melhoria das condições de trabalho existentes ( de eficácia limitada além de onerosa), ou pode valerse dos conhecimentos adquiridos sobre o homem desde o projeto do posto de trabalho, do maquinário ou dos sistemas de produção. Portanto, preocupase a ergonomia não somente com as condições físicas do trabalho, mas também, com a sua organização. A ergonomia busca examinar o conteúdo das tarefas, os ritmos impostos aos trabalhadores, a divisão do trabalho, as relações de poder, as relações interpessoais, fatores estes que convergem para a desmotivação e insatisfação dos trabalhadores, no exercício de sua profissão (MARCON, 1997). Na legislação brasileira existe uma Norma Regulamentadora, do Ministério do Trabalho, chamada N17Ergonomia; nela os ítens 17.3 relativos ao mobiliário do posto de trabalho tratam sobre o trabalho executado na posição sentado e em pé e suas recomendações. (17.3.1, 17.3. e 17.3.5 nesse caso, especialmente); enquanto que os ítens 17.6 realtivos a organização do trabalho tratam sobre adequação do trabalho executado e as cargas (17.6.1 e 17.6.3 nesse caso, especialmente). O trabalho parado, em pé, exige o trabalho estático da musculatura envolvida para manutenção da posição referida provocando facilmente a fadiga muscular. Além disso, há um aumento importante da pressão hidrostática do sangue nas veias das pernas e o progressivo acúmulo de líquidos tissulares nas extremidades inferiores favorecendo uma maior incidência de varizes e edemas de tornozelo (OROFINO, 004). As tarefas que exigem longo tempo em pé devem ser intercaladas com tarefas que possam ser executadas na posição sentada ou andando, a fim de evitar a fadiga nas costas e pernas e, também, prevenir as varizes. Além disso, é necessário considerar que um estresse adicional pode surgir quando a cabeça e o tronco ficam inclinados, provocando dores no pescoço e nas costas (CRUZ, 001, p.85). Para a configuração dos locais de trabalho, a escolha da correta altura de trabalho é de essencial importância. Assim, se a área de trabalho é muito alta, freqüentemente os ombros são erguidos para compensar, o que leva a contrações musculares dolorosas, principalmente na nuca e nas costas. Por outro lado, se a área é baixa, as costas são sobrecarregadas pelo excesso de curvatura do tronco, propiciando dores nas costas. Por isso, as mesas de trabalho devem estar de acordo com as medidas antropométricas, tanto para o trabalho em pé quanto para o sentado (LEMOS, 1999, p.66). No caso de a mesma bancada ser utilizada por mais de um funcionário, a altura deve ser regulada para atender às diferenças individuais. A altura recomendada varia de acordo com o 4

cotovelo do trabalhador e a sua tarefa, conforme figura 1. Tipo de trabalho Trabalho Leve Trabalho manual Trabalho Pesado Altura Recomendada 5 a 10 cm abaixo da altura do cotovelo 10 a 15 cm abaixo da altura do cotovelo 15 a 40 cm abaixo da altura do cotovelo Tabela 1: Recomendação de alturas para bancadas de trabalho em pé, considerando a altura do cotovelo dos operadores e o tipo de trabalho 3. Desenvolvimento 3.1. Caracterização do local O posto de trabalho analisado foi a Cantina Santo Grão localizada dentro de uma universidade da região metropolitana de Porto Alegre seu foco principal é o lanche natural, de fabricação caseira. Composta, atualmente, de três funcionárias e um gerente, possui apenas um setor e o horário de funcionamento e de segundafeira à sextafeira das 8:30hs às 1:30hs e sábados das 08:30hs às 11:30hs. 3.. Método ergonômico Análise Macroergonômica do Trabalho AMT (GUIMARÃES, 00) foi o método utilizado nesse trabalho. Adotouse o método participativo, que propõe a participação dos funcionários em todos os estágios do estudo e/ou intervenções ergonômicas. Segundo Nagamachi (1996), (...) se as pessoas na organização participam da tomada de decisões, elas são capazes de experimentar a utilização de suas habilidades e discernimento (julgamento). Como resultado, esse tipo de situação fornece às pessoas um sentimento de responsabilidade e comprometimento com a organização. A participação de todos os funcionários envolvidos no trabalho, tanto de concepção quanto de operação, garante um maior envolvimento e, por conseguinte, maior indíce de sucesso nas modificações propostas para melhorar as condições de trabalho (FOGLIATTO e GUIMARÃES, 1999). 4. Resultado e Discussões 4.1. Levantamento inicial ou apreciação ergonômica (participação direta e indireta dos funcionários). Para a intervenção ergonômica ser bem sucedida, a primeira medida é fazer o levantamento inicial ou apreciação ergonômica. Realizouse a apresentação dos colaboradores desse trabalho, com o objetivo de explicar a pesquisa, feita mediante o consentimento do proprietário do estabelecimento. Após, foram listadas todas as observações pertinentes para avaliar e identificar os possíveis problemas, bem como a descrição detalhada das tarefas executadas pelos funcionários, documentação em vídeo e fotos para posterior análise e comparação juntamente com as informações coletadas. 5

A questão considerada nesse trabalho, segundo os constructos ABCORE foi: interface humanomáquina. A tarefa é executada na seguinte sequência: Abrir o bar; Organização e limpeza do bar varrer estabelecimento, lavar louça, secar louça, organizar e preparar utensílios de cozinha para servir os clientes; Organizar os lanches para venda no balcão substituir lanches velhos, arrumar a disposição dos alimentos no display e higienização do display; Receber os pagamentos no caixa; Atender os pedidos no balcão lanches: movimentação do lanche até o cliente que está no balcão; movimentação do lanche do balcão até o micro pra esquentar (quando solicitado pelo cliente), operar o microondas para esquentar o lanche, alcançar o lanche até o cliente no balcão ou até a mesa onde ele se encontra; Bebidas: movimentação até a máquina de café, conhecer as medidas de preparo, preparar a bebida solicitada, movimentação do café da máquina até o balcão ou até a mesa onde se encontra o cliente; ou, movimentação até a máquina de suco, conhecer as medidas de preparo, preparar a bebida solicitada, movimentação do suco da máquina até o cliente no balcão ou até a mesa onde se encontra o cliente; Alcançar os pedidos; Operar o forno para fazer pão de queijo (prépronto); Ver o que precisa ser reposto no estoque; Estocagem de produtos; Limpeza e organização dos aparelhos e do balcão de atendimento. A primeira coleta dos dados foi feita mediante entrevistas não induzidas e de maneira individual com todos os funcionários do estabelecimento, incluindo o gerente que também realiza alguns atendimentos, fornecendo assim a priorização dos itens de demanda identificados pelos mesmos. Ítens citados na entrevista Pessoa1 Pessoa Pessoa3 Pessoa4 Precisa de rigidez no horário de saída em função do 1 1 4 transporte (ônibus/trem) Ainda está se familiarizando com o patrão novo 6 Bom relacionamento entre os colegas 3 3 4 Atendimento é mais puxado no turno da noite 4 3 5 Sente dificuldade em realizar a(s) tarefa(s) 5 4 Sente dor ou desconforto ao final da jornada de trabalho 6 5 6 6

Ambiente de trabalho abafado 7 Precisa de flexibilidade no horário de chegada em função do transporte 8 Trabalho rotineiro 1 Desempenha a função de caixa e atendimento de pedidos Desempenha todas as funções ( caixa, atendimento e compra) 1 Se preocupa com o tratamento dado aos clientes 3 Se sente bem ao final do dia 5 Precisa/deseja fazer curso de capacitação 9 6 Fonte: Autor 009 Tabela Tabela inicial das entrevistas Ítens citados na entrevista Pessoa1 Pessoa Pessoa3 Pessoa4 Soma dos inversos Precisa de rigidez no horários de saída em função do transporte (Õnibus/trem) 1,00 1,00 0,5,5 Ainda está se familiarizando com o patrão novo 0,50 0,17 0,67 Bom relacionamento entre colegas 0,33 0,50 0,33 1,17 Atendimento é mais puxado no turno da noite 0,5 0,33 0,0 0,50 1,8 Sente dificuldade em realizar a(a) tarefa(s) 0,0 0,5 0,5 0,70 Sente dor ou desconforto ao final da jornada de trabalho 0,17 0,0 0,17 0,53 Ambiente de trabalho abafado 0,14 0,14 Precisa de flexibilidade no horário de chegada em função do transporte 0,13 0,13 7

Trabalho rotineiro 1,00 1,00 Desempenha a função de caixa e atendimento de pedidos 0,50 0,50 Desempenha todas as funções (caixa, atendimento e compra) 1,00 1,00 Se preocupa com o tratamento dado aos clientes 0,33 0,33 Se sente bem ao final do dia 0,0 0,0 Precisa/deseja fazer curso de capacitação 0,11 0,17 0,8 Fonte: Autor 009 Tabela 3 Ponderação dos resultados Ítens citados na entrevista Precisa de rigidez no horário de saída em função do transporte (ônibus/trem) Soma dos Percentual Percentual inversos acumulado,5,10,10 Atendimento é mais puxado no turno da noite 1,8 1,57 34,67 Bom relacionamento entre os colegas 1,17 11,49 46,17 Trabalho rotineiro 1,00 9,8 55,99 Desempenha todas as funções (caixa, atendimento e compra) 1,00 9,8 65,81 Sente dificuldade em realizar a(s) tarefa(s) 0,70 6,88 7,69 Ainda está se familiarizando com o patrão novo 0,67 6,58 79,7 Sente dor ou desconforto ao final da jornada de trabalho 0,53 5,1 84,48 Desempenha a função de caixa e atendimento de pedidos 0,50 4,91 89,39 Se preocupa com o tratamento dado aos clientes 0,33 3,4 9,63 Precisa/deseja fazer curso de capacitação 0,8,75 95,38 Se sente bem ao final do dia 0,0 1,96 97,35 Ambiente de trabalho abafado 0,14 1,38 98,7 Precisa de flexibilidade no horário de chegada em função do transporte 0,13 1,8 100,00 8

Fonte: Autor 009 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Tabela 4 Priorização da demanda espontânea Linha amarela significa o ponto de corte Fórmula do ponto de corte: X= soma total/nºítens x= 10,18/14 x= 0,73 Ponto de Corte= x/nºítens*100 Ponto de Corte = 0,73/14*100 Ponto de Corte= 5,1. Com base nas entrevistas e no ranking corrigido de itens de demanda ergonômica, elaborouse um questionário que foi aplicado a todos os funcionários, em uma escala de 0 a 15 ruim a ótimo, respectivamente para medir o grau de satisfação. A esse questionário foram incorporados, também, itens relevantes que não tinham sido identificados pelos entrevistados. Os questionários foram entregues individualmente e preenchidos em local próximo ao estabelecimento para manter uma maior privacidade e calma aos entrevistados. Repetição Qst1 Qst Qst3 Média Mobiliário 5,90 5,30 4,50 5,3 Serviço de apoio 8,30 5,70 3,60 5,87 Espaço 6,00 6,70 8,40 7,03 Aparência 9,00 8,50 8,10 8,53 Postura 5,50 6,10 6,80 6,13 Domínio do aparelho 6,90 4,00 5,00 5,30 Saída 8,0 8,90 7,80 8,30 Intervalo 8,00 8,70 9,0 8,63 Dor braços 4,90 3,40 7,00 5,10 Dor ombros 4,0 3,10 6,90 4,73 Dor pernas 5,0 4,30 7,60 5,70 Dor pés 7,80 8,90 8,50 8,40 Dor costas 7,00 4,60 4,00 5,0 Dor pescoço 7,70 8,30 8,80 8,7 Dor cabeça 8,40 8,10 8,60 8,37 Fonte: Autor 009 Tabela 5 Resultado dos questionários A seguir, tabela elaborada a partir do grau de satisfação (escala de 0 a 15) dos funcionários entrevistados, priorizando como pontos de partida os resultados abaixo da média de 7,5. 9

7,03 5,3 5,87 6,13 5,30 5,10 4,73 5,70 5,0 mobiliário serviço de apoio espaço postura domínio do aparelho dor braços dor ombros dor pernas dor costas Figura 1 Gráfico de satisfação dos entrevistados Logo depois, elaborouse um resumo da apreciação. Constructo IDE Valor IDE Constrangimento Possível Solução Posto de trabalho Dor ombro 4,73 Prejuízo p/saúde Projeto p/ regular altura dos móveis Posto de trabalho Dor braço 5,10 Prejuízo p/saúde Projeto p/regular altura dos móveis Posto de trabalho Dor costas 5,0 Prejuízo p/saúde Projeto p/regular altura dos móveis Posto de trabalho Mobiliário 5,3 Prejuízo p/saúde Projeto p/regular altura dos móveis Grau dificuldade Posto de trabalho Domínio do aparelho 5,30 Reclamação dos clientes Elaborar medida padrão 1 Posto de trabalho Dor pernas 5,70 Prejuízo p/saúde Colocar cadeiras p/sentar 1 Posto de trabalho Serviço de apoio 5,87 Sair p/beber água e/ou lanchar Dispor de bebedouro e área de descanso Posto de trabalho Postura 6,13 Prejuízo p/saúde Projeto p/regular altura dos móveis Posto de trabalho Espaço 7,13 Má organização Organizar produtos e mobília 10

Fonte: Autor 009 Tabela 6 Tabela de finalização da apreciação 4. Análise da situação ou diagnose ergonômica A partir da identificação dos principais pontos a serem diagnosticados, partiuse para medições mais detalhadas feitas no estudo de campo realizado em 10 de novembro de 009 turno da noite. Comportamento, movimentação dentro do posto de trabalho e condições ambientais foram acompanhadas e avaliadas. (figuras a 6). Figura Altura do mobiliário dificulta execução das tarefas Figura 3 Faltam cadeiras para descanso Figura 4 Má organização muitos Figura 5 Forro de material PVC abafa o local Figura 6 Corredor lateral de acesso ao banheiro, é o mesmo do bebedouro e da máquina de café dos clientes 11

4.3. Elaboração de proposta de solução ou projeção ergonômica Sugerese a elaboração de um novo layout como medida inicial para uma melhor organização do posto de trabalho. Questão do balcão de atendimento atual, (figura 10) há uma poluição visual muito grande muita mistura de produtos isso dificulta a venda, pois, o cliente não visualiza tudo o que o bar oferece. Sugerese um balcão mais limpo (de objetos) e mais claro. Deixando assim os produtos mais atrativos e o balcão livre para pedidos. A altura do balcão em 90 cm, está de acordo com os padrões ergonômicos estudados para execução de trabalhos leves. Questão da posição em pé De acordo com Iida (003), a posição parada, em pé, é altamente fatigante porque exige muito trabalho estático da musculatura envolvida para manter essa posição. Para esse problema sugerese o emprego de banquetas que podem ser facilmente guardadas depois ou removidas para área externa, nas horas de maior movimento da cantina. Segundo Dull e Weerdmeester (1995), a posição em pé é recomendada para os casos em que há freqüentes deslocamentos do local de trabalho ou quando há necessidade de aplicar grandes forças. Não se recomenda passar o dia todo na posição em pé, pois isso provoca fadiga nas costas e nas pernas. Questão dos microondas Um estresse adicional pode aparecer quando a cabeça e o tronco ficam 105 inclinados, provocando dores no pescoço e nas costas. Para isso, seria mais agradável mudar a posição do microondas. O mesmo encontrase acima da cabeça dos atendentes, não possibilitando que eles vejam o lanche e obrigandoos a erguer o braço para pegálo, esse esforço repetitivo pode ser causa de dores nos ombros. Para resolver essa problema recomendase o uso de prateleiras reguláveis baixando os equipamentos para no mínimo 1,50m. Como isso, possibilitase a adaptação do móvel a qualquer funcionário que possa vir a trabalhar, futuramente, nesse estabelecimento. Questão dos serviços de apoio bebedor e área para intervalo podem ser resolvidos com o fechamento do corredor lateral. Dessa maneira os funcionários terão um espaço individual com bebedor e área para intervalo. Não precisando dessa maneira se deslocar para longe do posto de trabalho. Questão do abafamento do ambiente para diminuir o calor, principalmente no verão, recomendase o uso de arcondicionado de 5.000 a 6.000 btu s. Questão de domínio da tarefa: produzir suco elaborar uma receita padrão para confecção de sucos naturais e optar por frutas da estação em vigor e da mesma espécie, extraindo sempre um suco fresco de qualidade e sem perda de sabor e vitaminas. 5. Considerações finais As pesquisas demonstram serem as questões de planejamento e organização a origem dos problemas existentes no estabelecimento. Para se alcançar níveis ideais de produção e qualidade, mais do que treinamento de pessoal, precisase fornecer um ambiente de trabalho compatível com as características fisiológicas e psicológicas do trabalhador e de suas atividades. Todas as etapas descritas foram de fundamental importância para elaboração de todo o estudo ergonômico apresentado; pois, garantiu que os problemas conseqüentes das tarefas ficassem evidentes para a investigação que se realizou. 1

Com esses resultados, esperase que o sistema, que por ventura venha a ser implantado, traga benefícios para os funcionários e para o estabelecimento. 4. Referências Santana, Angela Maria Campos. A abordagem ergonômica como proposta para melhoria do trabalho e produtividade em serviços de alimentação Capítulo III Dispoível em : http://www.eps.ufsc.br/disserta97/santana/cap3.htm. Acesso em 17 de novembro de 009. Guimarães, Lia Buarque de Macedo. Análise Macroergonômica do Trabalho AMT. Modelo de implementação e avaliação de um programa de ergonomia da empresa. 00.Artigo não publicado. Vasconcelos, Fabiana. Artigo: Trabalho em restaurante causa forte estresse. Publicado em 16/10/008. Disponível em : http://www.saudeemmovimento.com.br/reportagem/noticia_frame.asp?cod_noticia=754. Acesso em 1 de abril de 011. Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Nota Técnica 060/001 Ergonomia indicação de postura a ser adotada na concepção de postos de trabalho. Brasília 001. Disponível em : http://www.mte.gov.br/seg_sau/comissoes_cne_notatecnica.pdf. Acesso em 17 de novembro de 009. Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras da Secretaria da Saúde e Segurança do Trabalho. NRº17Ergonomia. Disponível em : http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_17.pdf. Acesso em 17 de novembro de 009. Grandjean, Etienne. Manual de ergonomia Adaptando o trabalho ao homem. São Paulo: Bookman, 1998. Maciel, T. R. Fatores interferentes na satisfação dos trabalhadores de uma Unidade de Alimentação e Nutrição hospitalar. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, 00. Matos, C.H. Condições de trabalho e estado nutricional de operadores do setor de alimentação coletiva: um estudo de caso. Florianópolis, 000. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de Pósgraduação em Engenharia de produção, Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: http://teses.eps.ufsc.br/index.asp. Acesso em: 18 novembro 009. 13

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