APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA



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Transcrição:

1 de Abril de 2004 População e Sociedade Educação e Formação 2003 (Dados provisórios) APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA No último ano, mais de um milhão e meio de indivíduos com 15 ou mais anos, ou seja, 18,7, participaram em actividades de aprendizagem formal e/ou não-formal. A frequência de actividades de educação e formação ministradas em escolas, colégios, universidades e outros estabelecimentos de educação e ensino foi de 12,4. Cerca de 9 da população, com 15 ou mais anos, participou em pelo menos uma actividade de aprendizagem não-formal. São os jovens e os detentores de qualificações superiores que mais participam em actividades de aprendizagem fora do sistema de ensino. Esta participação é justificada, maioritariamente, por razões profissionais, estimando-se que metade das actividades têm duração não superior a 40 horas. A Aprendizagem ao Longo da Vida, ou seja, todas as actividades de aprendizagem intencional desenvolvidas ao longo da vida, em contextos formais, não-formais ou informais, com o objectivo de adquirir ou melhorar conhecimentos, qualificações e competências, tem um papel fundamental quer para o desenvolvimento individual quer para o desenvolvimento da sociedade. O INE, no âmbito de um projecto coordenado pelo Eurostat, realizou pela primeira vez, em 2003, o Inquérito à Aprendizagem ao Longo da Vida, do qual divulga agora os primeiros resultados (dados provisórios). O Inquérito, realizado no 2º trimestre de 2003, incidiu sobre a população residente com 15 ou mais anos e inquiriu sobre as estruturas de participação na educação formal, não-formal e informal nos 12 meses anteriores. É relativamente a este âmbito temporal que deverão ser entendidas todas as referências ao último ano na presente comunicação. A escola - ambiente privilegiado de aprendizagem Ao longo do ano em análise, 12,4 dos indivíduos com 15 ou mais anos participaram em actividades de educação e formação ministradas nas escolas, colégios, universidades e outras instituições de educação e ensino, nomeadamente ao nível dos ensinos secundário (39,5) e superior (41,1). Gráfico 1. - População com 15 ou mais anos que, nos últimos 12 meses, participou na aprendizagem formal, por grupo etário 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 79,7 14,8 3,2 2,3 15-24 25-34 35-44 45 ou mais anos Educação e Formação 2003 1/8

Os jovens dos 15 aos 24 anos são aqueles que mais participaram na educação formal, representando 80 dos estudantes. Contudo, não deixa de ser relevante a participação das gerações mais velhas: cerca de 6 tem mais de 34 anos. Embora a diferença entre a participação geral de homens e mulheres não seja expressiva (cerca de 12 e 13, respectivamente), a repartição por nível de ensino é distinta. Enquanto os homens estão em maioria no ensino básico, a presença feminina é maioritária nos ensinos secundário e superior. Quadro 1. População com 15 ou mais anos que, nos últimos 12 meses, participou na aprendizagem formal, por sexo segundo o nível de ensino Básico Secundário Superior Total Total 19,4 39,5 41,1 100,0 Masculino 22,9 38,9 38,2 100,0 Feminino 16,4 40,0 43,5 100,0 No ensino superior predominam as áreas de formação ciências sociais, comércio e direito, com 30,9 dos estudantes. Os cursos na área da engenharia, indústrias transformadoras e construção e da formação de professores e ciências da educação abrangem, respectivamente, 18,2 e 14,9 dos estudantes. Cerca de 112 mil estudantes do ensino superior frequentaram áreas de ciência e tecnologia, ou seja, ciências da vida, ciências físicas, matemática e estatística, informática, engenharia e técnicas afins, indústrias transformadoras e arquitectura e construção, representando um quarto da população que frequentou este nível de ensino. São sobretudo os homens que frequentam áreas de ciência e tecnologia, 40,4 dos homens frequentam estas áreas de educação e formação enquanto apenas 14,1 das mulheres o fazem. Esta situação não é muito diferente daquela que se Quadro 2. - População que, nos últimos 12 meses frequentou o ensino superior, por área de educação e formação Área de educação e formação Formação de Professores e Ciências da Educação 14,9 Humanidades, Línguas, letras e artes 8,6 Humanidades 4,8 Ciências Sociais, Comércio e Direito 30,9 Ciências sociais e do comportamento 10,2 Ciências empresariais 13,9 Direito 4,9 Ciências, Matemática e Informática 7,5 Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção 18,2 Engenharia e técnicas afins 9,7 Arquitectura e construção 7,2 Saúde e Serviço Social 9,1 Saúde 7,1 Serviços 6,7 Serviços pessoais 3,9 Nota: Na codificação das áreas de educação e formação é utilizada a classificação Fields of Education and Training Manual Eurostat. verifica entre os indivíduos que detêm um diploma do ensino superior. Entre os diplomados do ensino superior com idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos, 20,8 concluíram um curso em áreas de ciência e tecnologia. Entre os indivíduos dos 25 aos 64 anos com formação superior são predominantes as qualificações em ciências sociais, comércio e direito e formação de professores e ciências da educação, com 32,6 e 17,7, respectivamente. Educação e Formação 2003 2/8

Quadro 3. População com o ensino superior completo, por área de educação e formação Área de educação e formação 25-64 anos Total Formação de Professores e Ciências da Educação 17,7 18,7 Humanidades, Línguas, letras e artes 8,7 9,1 Humanidades 5,8 6,3 Ciências Sociais, Comércio e Direito 32,6 31,6 Ciências sociais e do comportamento 8,7 8,8 Ciências empresariais 16,8 15,9 Direito 6,3 5,8 Ciências, Matemática e Informática 6,9 6,6 Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção 14,0 13,7 Engenharia e técnicas afins 9,1 8,6 Arquitectura e construção 4,2 4,4 Agricultura, Silvicultura e Pescas 3,1 3,0 Saúde e Serviço Social 12,8 12,7 Saúde 11,5 11,5 Serviços 3,5 3,9 Em 2003, cerca de 65 da população com idades compreendidas entre 25 e 64 anos não completou mais do que 6 anos de escolaridade, 13 completou 9 anos de escolaridade e, apenas, 11,8 e 10,8 completaram os estudos secundários e superiores, respectivamente. Gráfico 2. - População dos 25 aos 64 anos segundo o nível de ensino completo Ensino superior Ensino Secundário Ensino Básico (9 anos de escolaridade) 6 anos de escolaridade ou menos 10,8 11,8 13,0 Fonte: Inquérito ao Emprego, 2003 64,5 0 10 20 30 40 50 60 70 Paralelamente, 10,6 destes indivíduos completaram adicionalmente uma formação com vista à preparação para uma actividade profissional. Aprender para além da escola A renovação das competências e a aquisição de novas competências passa, também, pela participação dos indivíduos em cursos, acções de formação da iniciativa da entidade empregadora, seminários, conferências e outras actividades organizadas fora do sistema de ensino, ou seja, pela aprendizagem não-formal. Nos últimos 12 meses, 8,7 dos indivíduos com 15 ou mais anos participaram em pelo menos uma actividade de aprendizagem não-formal. Se por um lado homens e mulheres não têm participações muito diferenciadas (8,5 e 8,9, respectivamente), a participação entre as gerações mais jovens é claramente superior àquela das gerações mais velhas. Entre os indivíduos dos 15 aos 24 anos, cerca de 16 participaram em actividades de aprendizagem não-formal, sendo de 13,9 a participação dos indivíduos com idades compreendidas entre 25 e 34 anos. Na população com 55 ou mais anos, este valor não atinge 2. Gráfico 3 - População com 15 ou mais anos, segundo a participação, nos últimos 12 meses, em actividades de aprendizagem não-formal, por escalão etário 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 15,8 13,9 10,3 15-24 25-34 35-44 45-54 55 ou mais 7,2 1,9 Educação e Formação 2003 3/8

São também aqueles com níveis de escolarização mais elevados que mais participam em actividades de aprendizagem fora do sistema de ensino. Entre os indivíduos com qualificações superiores, 28,5 participaram em pelo menos uma actividade de aprendizagem não-formal. Este valor reduz-se, entre os indivíduos com os ensinos secundário e básico, para 18,1 e 14,0, respectivamente. Gráfico 4- População com 15 ou mais anos segundo a participação, nos últimos 12 meses, em actividades de aprendizagem não-formal, por nível de ensino completo Considerando a actividade de aprendizagem nãoformal em que participaram ou a actividade mais recente, no caso de terem participado em mais de uma, verifica-se que são predominantes as formações nas áreas relativas aos serviços (23,7), nomeadamente serviços de transportes ; às ciências, matemática e informática (19,9), incidindo especialmente na informática na óptica do utilizador. É ainda significativa a participação em actividades na área das ciências sociais, comércio e direito (18,3) e humanidades, línguas, letras e Ensino superior 28,5 artes, com uma forte componente das línguas estrangeiras. Ensino Secundário Ensino Básico (9 anos de escolaridade) 14,0 18,1 Quadro 5. - População com 15 ou mais anos que, nos últimos 12 meses, participou em actividades de aprendizagem nãoformal, por área de educação e formação Área de educação e formação 6 anos de escolaridade ou menos 3,3 0 5 10 15 20 25 30 No últimos 12 meses, dos indivíduos que participaram na aprendizagem não-formal, 77, apenas realizaram uma actividade, sendo 8,2 aqueles que frequentaram três ou mais actividades. Quadro 4. - População com 15 ou mais anos que, nos últimos 12 meses, participou em actividades de aprendizagem não-formal, por número de actividades e sexo Nº de Actividades Masculino Feminino Total Total 100,0 100,0 100,0 Uma actividade 80,0 74,4 77,0 Duas actividades 12,2 17,1 14,8 Três actividades 4,1 4,9 4,5 Quatro ou mais actividades 3,8 3,7 3,7 Programas Gerais 1,9 Formação de Professores e Ciências da Educação 4,9 Humanidades, Línguas, letras e artes 11,2 Artes 5,9 Humanidades 5,3 Línguas e literaturas estrangeiras 3,7 Ciências Sociais, Comércio e Direito 18,3 Ciências sociais e do comportamento 3,1 Ciências empresariais 13,5 Ciências, Matemática e Informática 19,9 Matemática e estatística 3,2 Informática 15,5 Ciências informáticas 2,8 Informática na óptica do utilizador 12,7 Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção 8,7 Engenharia e técnicas afins 4,7 Indústrias transformadoras 2,3 Arquitectura e construção 1,7 Agricultura, Silvicultura e Pescas 2,2 Saúde e Serviço Social 8,9 Saúde 6,6 Serviço social 2,3 Serviços 23,7 Serviços pessoais 5,7 Serviços de transporte 12,0 Serviços de segurança 5,1 Segurança e higiene do trabalho 2,9 Protecção de pessoas, propriedade e defesa militar 2,2 Educação e Formação 2003 4/8

São os mais jovens, dos 15 aos 24 anos, que mais contribuem para a importância das actividades na área dos serviços, nomeadamente pela participação em actividades relacionadas com a condução de veículos motorizados e obtenção da respectiva licença, bem como, a participação em actividades relacionadas com o desporto. A influência das gerações mais jovens está também presente na participação em actividades relativas a ciências, matemática e informática. Com a idade, a aprendizagem na área dos serviços vai perdendo importância em prol das ciências sociais, comércio e direito e da informática. Quadro 6. - População com 15 ou mais anos que, nos últimos 12 meses, frequentou a aprendizagem não-formal, por área de educação e formação segundo o grupo etário Área de educação e formação 15-24 anos 25-44 anos 45 ou mais Humanidades, Línguas, letras e artes 13,0 8,2 15,8 Ciências Sociais, Comércio e Direito 9,4 23,1 20,4 Ciências empresariais 5,9 18,0 14,5 Ciências, Matemática e Informática 22,9 18,4 18,9 Informática 12,7 16,6 17,5 Informática na óptica do utilizador 9,7 13,5 15,7 Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção 7,3 9,4 9,1 Saúde e Serviço Social 5,0 10,4 11,5 Serviços 37,5 18,7 14,2 Um indivíduo gasta em média 127 horas em aprendizagem não-formal. Contudo, metade das actividades de aprendizagem têm duração inferior ou igual a 40 horas sendo de apenas 15 as actividades com duração superior a 156 horas. Quadro 7. Duração da actividade de aprendizagem mais recente em que os indivíduos com 15 ou mais anos participaram, por sexo Unidade: horas Média Mediana Percentil 15 Percentil 85 Total 127 40 10 156 Masculino 118 40 10 154 Feminino 136 38 10 156 Aprendizagem orientada sobretudo para o desenvolvimento de competências profissionais Dos indivíduos que realizaram actividades de aprendizagem não-formal, mais de 60 participam com o objectivo de obter ou melhorar conhecimentos ou competências profissionais. São as mulheres que mais frequentam acções por razões pessoais ou sociais, 41,4 em contraponto com 32,4 dos homens. Quadro 8. População com 15 ou mais anos que, nos últimos 12 meses, participou em aprendizagem não formal por razão principal da participação, segundo o sexo Razão principal Masculino Feminino Total Total 100,0 100,0 100,0 Razões profissionais 67,6 58,6 62,8 Razões pessoais/sociais 32,4 41,4 37,2 As actividades de aprendizagem não-formal por razões pessoais ou sociais são também predominantes entre os mais jovens (15 aos 24 anos) e os mais idosos (com mais de 65 anos). Quadro 9. População com 15 ou mais anos que, nos últimos 12 meses, participou em aprendizagem não formal por grupo etário, segundo a razão principal da participação Escalão etário Razões profissionais Razões pessoais/sociais Total Total 62,8 37,2 100,0 25-64 anos 77,9 22,1 100,0 15-24 anos 32,4 67,6 100,0 25-34 anos 75,7 24,3 100,0 35-44 anos 81,6 18,4 100,0 45-54 anos 82,5 17,5 100,0 55 ou mais 56,1 43,9 100,0 Educação e Formação 2003 5/8

Aprender entre os 25 e os 64 anos está claramente associado ao mercado de trabalho e à evolução profissional: 78 dos indivíduos que participam em formação fazem-no por razões profissionais. É para o grupo etário 35 a 54 anos que a formação por razões profissionais assume a maior importância, com mais de 80 dos indivíduos. Quadro 10. População dos 25 aos 64 anos que, nos últimos 12 meses, participou em aprendizagem não formal por momento da participação, segundo o sexo Masculino Feminino Total Total 100,0 100,0 100,0 Apenas durante as horas de trabalho remunerado 47,4 41,1 44,1 A maior parte durante as horas de trabalho remunerado 5,0 3,3 4,1 A maior parte fora das horas de trabalho remunerado 4,7 3,9 4,3 Apenas fora das horas de trabalho remunerado 34,7 34,6 34,6 Não estava a trabalhar na altura 8,2 17,1 12,9 Por outro lado, 44,1 das actividades de formação foram realizadas integralmente durante as horas de trabalho remunerado. De referir, no entanto, que estas actividades são aquelas que apresentam a menor duração média (69 horas), sendo que, metade tiveram duração inferior a 22 horas. Quadro 11. Duração da actividade de aprendizagem mais recente em que os indivíduos dos 25 aos 64 anos participaram, nos últimos 12 meses, por momento da participação Unidade: horas Média Mediana Percen- Percentil 25 til 75 Total 109 35 16 80 Apenas durante as horas de trabalho remunerado 69 22 10 40 A maior parte durante as horas de trabalho remunerado 71 26 16 46 A maior parte fora das horas de trabalho remunerado 59 32 24 60 Apenas fora das horas de trabalho remunerado 82 48 24 96 Não estava a trabalhar na altura 345 100 30 440 Outros modos de aprender. A aprendizagem também decorre das actividades da vida quotidiana relacionada com o trabalho, a família, a vida social ou o lazer. A esta aprendizagem, que é fruto de uma iniciativa/motivação individual e orientada por cada indivíduo, é designada por informal. Nos 12 meses em análise, mais de metade dos indivíduos (51,3) utilizaram pelo menos um dos métodos de aprendizagem informal observados. Em geral, a utilização de métodos de aprendizagem informal decresce com a idade e aumenta com o nível de escolaridade. Quadro 12. População com 15 ou mais anos que, nos últimos 12 meses, participou em aprendizagem informal, por sexo, escalão etário e nível de escolaridade completo Sexo, escalão etário e nível de escolaridade completo Total 51,3 Sexo Masculino 51,7 Feminimo 51,3 Escalão etário 15-24 anos 67,0 25-34 anos 59,7 35-44 anos 55,1 45-54 anos 49,7 55-64 anos 45,3 65 ou mais anos 31,3 Nível de escolaridade completo 9 anos de ecolaridade ou menos 45,8 Ensino secundário 70,8 Ensino superior 77,0 De entre os métodos de aprendizagem informal analisados, os mais utilizados são a solicitação de ajuda e/ou esclarecimentos a familiares, amigos e colegas e a leitura de material impresso como livros técnicos, jornais ou revistas especializadas. Educação e Formação 2003 6/8

Gráfico 5 População com 15 ou mais anos que, nos últimos 12 meses, participou em actividades de aprendizagem informal por método de aprendizagem utilizado G - Socilicitação de ajuda e/ou escalrecimentos a familiares, amigos e colegas 35,4 A - Leitura de material impresso 32,6 C - Utilização de CD-Rom e outro material de difusão 24,8 D - Visita a locais destinados à transmissão de conteúdos educativos 19,4 B - Pesquisas na internet 17,8 F - Actividades de tempos livres 12,3 E - Actividades cívicas ou voluntariado 10,5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Legenda: A Leu material impresso como livros técnicos, jornais ou revistas especializadas? B Fez pesquisas na Internet? C Utilizou CD-Rom ou outro material educativo de difusão como rádio, TV, cassetes de audio e de vídeo? D Visitou locais destinados à transmissão de conteúdos educativos como bibliotecas, casas de cultura, museus, exposições? E Participou em actividades cívicas e/ou de voluntariado de iniciativa de associações culturais ou desportivas, colectividades, clubes recreativos, paróquias, sindicatos, ONGs, etc.? F Participou em actividades de tempos livres como coleccionismo, fotografia, modelismo, modalidade desportiva, artística? G Pediu intencionalmente ajuda e/ou de esclarecimentos a familiares, amigos e colegas? Mais de 35 da população com 15 ou mais anos solicita intencionalmente a ajuda e/ou esclarecimentos a familiares, amigos ou colegas com o objectivo de melhorar conhecimentos. A leitura de material impresso, como livros técnicos, jornais ou revistas especializadas é igualmente importante, cerca de 1/3 da população recorre a este método. Quadro 13 População com 15 ou mais anos que, nos últimos 12 meses, participou em aprendizagem informal segundo o método de aprendizagem utilizado, por sexo, escalão etário e nível de escolaridade completo A B C D E F G Total 32,6 17,8 24,8 19,4 10,5 12,3 35,4 Sexo Masculino 34,8 19,1 25,6 18,3 11,8 15,7 33,9 Feminino 30,6 16,7 24,1 20,4 9,3 9,1 36,8 Escalão etário 15-24 anos 51,0 44,4 42,6 40,4 17,1 24,8 51,2 25-34 anos 41,3 26,9 32,4 22,9 11,6 17,1 41,6 35-44 anos 37,0 16,9 25,4 18,0 10,5 11,4 37,4 45-54 anos 30,4 11,1 20,0 16,1 9,5 9,2 33,3 55-64 anos 23,7 4,9 15,7 12,8 8,9 7,1 29,1 65 ou mais anos 11,9 0,7 11,3 5,7 5,4 3,2 19,7 Legenda: A Leu material impresso como livros técnicos, jornais ou revistas especializadas? B Fez pesquisas na Internet? C Utilizou CD-Rom ou outro material educativo de difusão como rádio, TV, cassetes de audio e de vídeo? D Visitou locais destinados à transmissão de conteúdos educativos como bibliotecas, casas de cultura, museus, exposições? E Participou em actividades cívicas e/ou de voluntariado de iniciativa de associações culturais ou desportivas, colectividades, clubes recreativos, paróquias, sindicatos, ONGs, etc.? F Participou em actividades de tempos livres como coleccionismo, fotografia, modelismo, modalidade desportiva, artística? G Pediu intencionalmente ajuda e/ou de esclarecimentos a familiares, amigos e colegas? Educação e Formação 2003 7/8

Conceitos: A aprendizagem formal compreende a educação e formação ministrada num sistema de escolas, colégios, universidades e outras instituições de educação e ensino, em que a aprendizagem é organizada, avaliada e certificada sob a responsabilidade de profissionais qualificados, correspondendo à aprendizagem no âmbito do sistema de educação e formação. A aprendizagem não-formal abrange a formação que decorre normalmente em estruturas institucionais mais ou menos organizadas, podendo conferir certificação. Contudo, esta certificação não permite a progressão na sucessão hierárquica de níveis de educação e formação. Compreende a frequência de cursos, a participação em seminários, conferências, explicações, lições privadas, acções de formação no âmbito do emprego, cursos de recreio e lazer e toda a outra formação organizada e sustentada que não confere equivalência a níveis de ensino. A aprendizagem informal decorre das actividades da vida quotidiana relacionadas com o trabalho, a família, a vida social ou lazer. Normalmente tem lugar fora de estruturas institucionais, decorrendo num ambiente de aprendizagem que o indivíduo pode organizar e estruturar livremente. Apesar da aprendizagem informal poder ser intencional ou acidental, apenas as actividades de aprendizagem informal intencionais são consideradas no âmbito do inquérito. NOTA METODOLÓGICA (SÍNTESE) O objectivo do Inquérito à Aprendizagem ao Longo da Vida é o de descrever a estrutura de participação dos indivíduos, ao longo da vida, na aprendizagem formal, não-formal e informal, numa perspectiva coordenada e harmonizada ao nível da União Europeia. Trata-se de um módulo ah hoc ao Inquérito ao Emprego, realizado no 2º trimestre de 2003, partilhando uma metodologia comum. Âmbito populacional: população com 15 ou mais anos, residente em alojamentos familiares de residência principal. Período de referência: 12 meses prévios à data da entrevista, realizada durante o 2º trimestre de 2003. Método de inquirição: informação recolhida por entrevista directa, em computador portátil, a todos os indivíduos com 15 ou mais anos. Educação e Formação 2003 8/8