Pontes construídas em balanços sucessivos



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Transcrição:

1 / 42 Pontes construídas em balanços sucessivos Primeira Ponte de Concreto Armado, em balanços sucessivos, no mundo. Eng. Emilio Baumgart 1930 Ponte sobre o Rio do Peixe Santa Catarina / Rio Grande do Sul. Fase de construção : Quase fechando o vão central Seção transversal Figura 1 - Ponte pronta. Vão central = 68m ; Comprimento Total =120m Ver descrição detalhada na página sobre o Eng. Emilio Baumgart.

2 / 42 Tabuleiro Celular Pontes em concreto protendido, construídas em balanços sucessivos. 53m 140m 53m Figura 2a - Ponte sobre o rio Tocantins em Estreito Rodovia Belém-Brasília Divisa Maranhão / Goiás Vão central = 140m, o maior vão do mundo na época - 1960 / 1961 Projeto e construção: Dr. Eng. Sérgio Marques de Souza.

3 / 42 Fig 2b A grande profundidade do rio Tocantins nessa seção impedia o escoramento direto. Foi usado o método dos balanços sucessivos, utilizado pela primeira vez por Emilio Baumgart na ponte sobre o rio do Peixe/ SC em 1930. Projeto e construção: Dr. Eng. Sérgio Marques de Souza.

4 / 42 Figura 2c - Seção transversal Rodovia Belém-Brasília Divisa Maranhão / Goiás Vão central = 140m, o maior vão do mundo na época - 1960 / 1961 Projeto e construção: Dr. Eng. Sérgio Marques de Souza.

5 / 42 Tabuleiro Celular Pontes em concreto protendido, construídas em balanços sucessivos Fig. 3 Ponte sobre o Rio Pelotas - Vão central 189 m Divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina - 1966/1967 Seção transversal Projeto e construção: Dr. Eng. Sérgio Marques de Souza.

6 / 42 Ponte sobre o Rio Pelotas - Vão central L =189m. Na ocasião era o 2º maior vão do mundo. O maior vão era o da ponte de Bendorf com 208m ( ver fig. 11 ). Tirante Contra-peso de terra 250m 175m Tirante h viga = 11m h viga = 3,2m h laje = 1,2m h laje = 0,12m N.A.máx. 30m 189m 30m tirantes Basalto tirantes Rio Grande do Sul flecha (t = ) Santa Catarina Fig. 4- Ponte sobre o Rio Pelotas - Fase de execução 1966/1967

7 / 42 Rio Grande do Sul Santa Catarina Fig.5 - Ponte sobre o Rio Pelotas Fase final de execução 1967

8 / 42 Fig. 6 - Foto em 2011, com a ponte afogada pelas águas represadas do rio Pelotas. Uma barragem a jusante da ponte elevou o nível das águas.

9 / 42 Fase final da execução Treliças Contorno da seção transversal flecha (t) flecha (t) (t ) (t ) Cabos Fig. 7 Pouco antes das duas metades da ponte se encontrarem no meio do vão central- 1967

Flecha lenta no meio do vão (mm) (+ / - ) 30mm Concreto Protendido 10 / 42 Tabuleiro Celular : Pontes construídas em balanços sucessivos. Flecha lenta no meio do vão. 550 Flecha lenta no meio do vão 500 450 flecha (t = ) 400 350 300 250 flecha (t) flecha (t) (t ) (t ) 200 150 100 50 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 Tempo t (anos) Fig. 8 - Ponte Rio Pelotas : Medições de flechas no meio do vão ao longo do tempo. A variação da flecha, durante o dia, se deve ao aquecimento da laje superior do tabuleiro, pelo sol. Quando a laje superior é aquecida, a flecha no meio do vão aumenta. Quando, no fim do dia, a laje resfria, a flecha no meio do vão diminui. A variação da flecha, ao longo do tempo, segue uma curva afim com a variação da fluência do concreto comprimido, (t), prevista pela norma NBR 6118, no Anexo A, item A.2.2.3. A previsão da flecha lenta (t = ), na fase do projeto, foi de 600mm. A flecha lenta observada foi de 490mm. Ver [16] e [15]. As medições confirmam a regra empírica : Após um ano, temos a metade da flecha lenta final.

11 / 42 Tabuleiro Celular Pontes construídas em balanços sucessivos. Fig. 9 - Auto-estrada alemã perto de Münster. Concreto Leve - Vão=85m Firma : Dyckerhoff & Widmann 1967 Fig. 10 Detalhes

12 / 42 Ponte Bendorf Alemanha - Vão = 208m Ponte em balanços sucessivos com tabuleiro celular. Firma : Dyckerhoff & Widmann - 1963 Contrapeso Contrapeso Sendo o vão lateral muito pequeno, foi necessário colocar contrapesos. Fig 11 - Balanços sucessivos concretados no local Ponte d Oleron França Vão = 79m Ponte em balanços sucessivos com tabuleiro celular. Firma : Campenon Bernard -1966 Fig. 12 - Segmentos pré-moldados

13 / 42 Tabuleiro Celular em concreto protendido Pré-dimensionamento baseado nas dimensões de obras existentes. Contrapeso, se necessário h vão h pilar 0,6 L a 0,8L L 0,6 L a 0,8L Vista Lateral Figura 13 Algumas obras têm um vão lateral muito pequeno, até mesmo igual a 0,30 L. Nesses casos, é necessário usar contrapesos sobre os apoios extremos para evitar o levantamento desses apoios. Quando os contrapesos não são suficientes, usam-se tirantes, para ancorar o tabuleiro na infraestrutura. B h bw bw h bal. b h inf. b inf. b Seção Transversal Figura 14

14 / 42 Pilares bipartidos 0,6 L a 0,8 L L 0,6 L a 0,8L Vista Lateral Figura 15 Um sistema estrutural muito usado é a ponte protendida contínua, com os pilares bipartidos. Esse pilares bipartidos têm boa estabilidade para resistir aos momentos fletores. Permitem, ao mesmo tempo, o encurtamento longitudinal da ponte no vão central. Esse encurtamento ocorre por causa da retração e da deformação lenta do concreto devida à protensão. Com esse tipo de pilar, as variações de temperatura no tabuleiro da ponte não causam grandes esforços nas fundações. Exemplo de obra com pilares bipartidos : Fig.16- Tabuleiro unicelular. Ponte Brasil Argentina, sobre o rio Iguaçu. Vãos : 130m - 220m -130m Largura do tabuleiro : 16,5m Projeto : Figueiredo Ferraz ETEL Construção : Sobrenco Supercemento - 1985

15 / 42 Outros sistemas estruturais já foram usados nas pontes com tabuleiro celular. Sistemas estruturais com tabuleiros contínuos Figura 17 a Figura 17 b Figura 17 c Figura 17 d Figura 17 e

16 / 42 Sistemas estruturais com tabuleiros articulados. Esses sistemas estruturais são pouco usados hoje em dia. A flechas devidas à deformação lenta do concreto ( fluência) são muito grandes. As pontes ficam com problemas. Figura 18a Figura 18 b Figura 18 c Figura 18 d

17 / 42 Ponte sobre o Lago de Brasilia Vãos : 100m + 200 m + 100m = 400m comprimento total Figura 19a Ponte em concreto protendido + Vão Gerber de aço. Foto: Ver [18] - Roger Pamponet da Fonseca Projeto Arquitetônico : Oscar Niemeyer 1967 Projeto Estrutural com Rótula Central : Eng. Sergio Marques de Souza - 1970 Figura 19b Modificação posterior para Estrutura com um Vão Gerber central em aço, quando parte da estrutura de concreto protendido já estava executada : Eng. J.C de Figueiredo Ferraz - 1971. Figura 19c

18 / 42 Vista aérea da ponte sobre o lago de Brasília Figura 20 Ponte com Vãos de : 100m + 200 m + 100m = 400m comprimento total

19 / 42 Seção transversal São muito usadas as seções com 2 vigas. As vigas podem estar em planos inclinados ou em planos verticais. Figura 21 a As seções com 3 vigas são de execução difícil e são pouco usadas nas pontes e nos viadutos. Figura 21 b Em pontes e viadutos, com grande largura, são usadas seções transversais com 4 vigas agrupadas de vários modos. Figura 21c Outras tipos de seção transversal já foram usadas. Hoje em dia, não são mais usadas. Figura 21d

h pilar (m) Concreto Protendido 20 / 42 Altura da viga sobre o pilar. Concretos com : ( 24 MPa fck 30 MPa ) Pontes em concreto protendido Tabuleiro Celular : Vigas com altura variável 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 Vão (m) h h vão h pilar 0,6 L a 0,8L L Figura 22 0,6 L a 0,8L

h da viga sobre o pilar (m) Concreto Protendido 21 / 42 12 11 10 9 8 Altura da viga sobre o pilar. Concretos com : ( 24 MPa fck 40 MPa ) Pontes em concreto protendido Tabuleiro Celular : Vigas com altura variável Altura da viga sobre o pilar SETRA L( m) L( m) L( m) hp a L( m) 16 18 14 45 fck=26 MPa 7 6 5 fck=30mpa 4 3 2 1 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 Vão (m) fck =40MPa h viga sobre o pilar (m) Guyon - h mín. fck = 40MPa Guyon - h mín. fck = 30MPa Guyon - h mín. fck = 26MPa altura média observada h L Figura 23 Segundo Guyon [1], a altura mínima da viga sobre o apoio vale: L( m) 75( m) c( t / m 3 ) 100( m) ; γc = peso específico =2,5t/m3 fck ( t / m 2 ) 1, 50 L( m) 1 0, 70 100( m)

Razão ( h pilar / h vão) Concreto Protendido 22 / 42 6.00 Pontes em concreto protendido Tabuleiro celular com altura variável Razão ( h pilar / h vão ) 5.00 4.00 3.00 2.00 SETRA 1.00 0.00 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 vão (m) h vão h pilar 0,6 L a 0,8L L 0,6 L a 0,8L Figura 24 Concretos com : ( 24 MPa fck 35 MPa )

altura h ( m ) Concreto Protendido 23 / 42 Viadutos urbanos em concreto protendido, com altura constante. 6 Tabuleiro tipo celular Altura constante 5 4 3 2 h 1 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 vão L ( m ) h 0,6 L a 0,8L L 0,6 L a 0,8L Figura 25 Concretos com : ( 24 MPa fck 35 MPa )

24 / 42 Ponte Rio Niterói - 1974 Projeto : Antonio Alves de Noronha Engenharia 80m 80m Altura da viga = 4,70 m Largura do tabuleiro = 12,60 m dentes dentes Comprimento da aduela = 4,80 m Largura 6,86 m Fig. 26 - Ponte Rio Niterói

25 / 42 Ponte sobre o Rio São Francisco Bom Jesus da Lapa BAHIA Projeto : Projconsult Construção : Construtora Queiroz Galvão S.A. Ano : 1990 Cabos para içamento Aduelas pré-moldadas Balanços executados com Aduelas Pré-moldadas Dentes de encaixe entre as aduelas. Os dentes melhoram a transmissão de forças cortantes Estocagem das aduelas pré-moldadas Figuras 27 - Fabricação, Estocagem e Transporte das aduelas pré-moldadas.

26 / 42 Ponte sobre o Rio São Francisco Projeto : Projconsult. 1990 Cabos para içamento Aduela pré-moldada Flutuante Transporte fluvial, Içamento e Montagem das aduelas pré-moldadas Figura 28 - Ponte pronta

h = Altura da Viga do Tabuleiro (m) Concreto Protendido 27 / 42 12 11 10 Comparação entre as alturas das vigas Pontes em Concreto Protendido - Tabuleiro Tipo Celular Altura constante x Altura variável Altura Variável h pilar = L / 18 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Altura constante h=l/23 Concretos com fck 30MPa h 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 L = Vão da ponte (m) h pilar 0,6 L a 0,8L L 0,6 L a 0,8L h 0,6 L a 0,8L L 0,6 L a 0,8L Figura 29

Altura (h bal. ) da laje em balanço (m) Concreto Protendido 28 / 42 0.7 Altura ( h bal.) da laje em balanço 0.6 0.5 0.4 0.35 0.3 mínimo 0.35 0.2 0.1 0.0 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 Comprimento (b) do Balanço da laje (m) h bal. h bw h inf. b b inf. b Seção Transversal Figura 30 Concretos com : ( 25 MPa fck 35 MPa )

área da laje inferior ( m 2 ) / largura do tabuleiro (m) Concreto Protendido 29 / 42 Largura e Espessura da laje inferior, na seção sobre o pilar. 1.0 0.9 0.8 Tabuleiro celular Laje inferior de compressão sobre o apoio no pilar (m 2 /m) ( b inf. * h inf. / B ) 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 Vão da Ponte L (m) B h bw bw h bal. b h inf. b inf. 0,40 B a 0,65 B b Seção Transversal Figura 31 Concretos com : ( 25 MPa fck 35 MPa )

área total das vigas (m 2 ) / largura do tabuleiro (m) Concreto Protendido 30 / 42 Área total das vigas sobre os apoios ( 2. b w ) x ( h pilar ) / B 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 B bw h pilar 0.1 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 vão (m) B h bal. bw bw h pilar b h inf. b inf. b Seção Transversal Figura 32 Concretos com : ( 25 MPa fck 35 MPa )

espesura média (m = m 3 /m 2 ) Concreto Protendido 31 / 42 Tabuleiro celular com 2 vigas - Concreto Protendido Espessura média ( m 3 /m 2 ) 1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 espessura média (m3,/m2) M.E. FAZLY C. MENN S.E.T.R.A. Esp. Média Esp. Mínima Esp. Máxima 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 vão (m) Figura 33 - Estimativa da quantidade de concreto: ( 25 MPa fck 45 MPa )

Aço ( kg/m 2 ) espessura equivalente (m) Concreto Protendido 32 / 42 Espessura média do tabuleiro (m=m 3 /m 2 ) 1.8 1.6 1.4 1.2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 altura das vigas do tabuleiro (m) Figura 34 Concretos com : ( 25MPa fck 45 MPa ) Quantidade de aço comum CA50 ( kg/m 2 ) B=9m 90 80 70 B=15m B=21m 60 50 40 B 30 20 10 H 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 altura da viga H (m) Figura 35 Estimativa da quantidade de aço CA40 ou CA50

taxa kg/m2 de tabuleiro Concreto Protendido 33 / 42 Pontes em concreto protendido. Tabuleiro celular com 2 vigas Quantidade de armadura de aço de protensão. Armadura de aço de protensão das vigas (kg/m2 de tabuleiro) Valores ajustados para Aço com fy =1700 MPa 40 35 30 25 20 15 10 5 0 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 Vão L (m) Aço ajustado para CP 190 com fy=1700mpa ; taxa ( kg/m2) taxa CP fy =1700MPa limite superior 90% limite inferior 10% Projeto mais recente Figura 36 Para concretos com : ( 25 MPa fck 35 MPa ) Os dados das diferentes obras foram ajustados para um aço com fy = 1700 MPa, usado a expressão : fy (MPa) qualquer Taxa Taxa fy 1700MPa fy qualquer 1700(MPa) A taxa de aço de protensão é maior para as pontes com altura menor.

34 / 42 SETRA - Design guide Prestressed concrete bridges built using the cantilever method http://www.setra.equipement.gouv.fr/img/pdf/us_f0308a_prestressed_concrete_bridges.pdf Aço de Protensão longitudinal = 40 to 50 Kg/m 3 de concreto Aço de Protensão transversal da laje = 5 to 7 Kg/m² de laje Aço da Armadura não protendida : Sem protensão transversal na laje = 130 to 170 Kg/m3 (*) Com protensão transversal da laje =: 110 to 130 Kg/m3 (*) No caso de superestrutura pré-fabricada a taxa de armadura de aço comum ( fy = 400 MPa a 500 MPa ) é um pouco maior, pois as espessuras de concreto são menores do que nas estruturas concretadas no local. SETRA Services d études tecniques des routes et autorroutes http://www.setra.equipement.gouv.fr/img/pdf/pcbridges_cantilevermethod.pdf Philippe Vion Emmanuel Bouchon Prestressed Concrete Bridges built by the cantilever method - Design and Stability during Erection New Delhi fib Symposium on Segmental construction in concrete Posição dos cabos superiores Figura 37

35 / 42 Posição dos cabos superiores Corte transversal Elevação Planta Figura 38

36 / 42 SETRA Services d Études Tecniques des Routes et Autorroutes http://www.setra.equipement.gouv.fr/img/pdf/pcbridges_cantilevermethod.pdf Posição dos cabos inferiores Vãos centrais Vãos laterais Ancoragem dos cabos inferiores Figura 39

37 / 42 Exemplo: Estimar as dimensões de uma ponte com os seguintes dados básicos: Tabuleiro celular em concreto protendido. Altura variável Um vão central de L =100m Uma largura total do tabuleiro B = 13,6m Concretos com fck 30MPa SOLUÇÃO: 1. Altura da viga sobre o pilar : Figura 22 : Entre 4,7m a 6,5 m. Usar h pilar = 6,5m 2. Altura no meio do vão: Figura 24 : h pilar / h vão = ( 1,9 a 3,9 ): h vão = h pilar / ( 2,9 a 3,9 ) = 3,4m a 1,7m Usar h vão = h pilar / 2,6 ; h vão =2,5m h vão =2,5m h pilar =6,5m 60m 100m 60m Figura 40 3. Área total das almas das vigas no apoio sobre os pilares: Figura 32: (2bw. h )/B=0,22 a 0,42 Com B=13,6m obtemos: ( 2 bw) h pilar = 2,99m 2 a 5,71m 2 Com h pilar =6,5m obtemos: ( 2 bw ) = 0,46m a 0.88m logo : bw = 0,23m a 0,44m Usar : bw = 0,40m No meio do vão usar a espessura mínima 0,20m 4. Largura da laje inferior na seção sobre o pilar. b inf. = 0,40 B a 0,65 B = 5,5m a 8,8m Usar b inf. = 0,50 B = 6,8m 5. Espessura da laje inferior na seção do apoio: Figura 31 : ( b inf. h inf.) / B = 0,38 a 0,53 Com B=13,6m e b inf.=6,8m obtemos: h inf. = 0,76m a 1,06m Usar h inf = 0,90m No meio do vão usar a espessura mínima 0,15m 6. Espessura da laje em balanço : Com o comprimento b = 3,10m, obtemos na Figura 30: h bal. = 0,45m > h bal. mínima = 0,35m Usar h bal. = 45cm

38 / 42 Pré-dimensionamento das Seções transversais B =13,6m h =6,5m h bal. =0,45m h inf.=0,9m bw =0,4m b =3,1m b=3,1m 0,3m b inf.=6,8m Seção transversal sobre o pilar Figura 41 0,3m B =13,6m h = 2,50m bw bw = 0,20 m h bal.=0,45m h inf.=0,15m b=3,1m 0,30m b inf.=6,8m 0,30m b=3,1m Seção transversal no meio do vão Figura 42

39 / 42 Compatibilizando as seções pilar e meio do vão. A largura da laje inferior varia ao longo da ponte para que seja mantida a inclinação da face lateral. ( Varia de 6,8m a 7,2m) 13,6m 0,45m 0,15m 0,15m 0,2m 2,5m Meio do vão 7,2m 0,4m 6,5m 0,90 m 3,1m Sobre o pilar 3,1m 0,3 6,8m 0,3 Figura 43 Essas dimensões estimadas servem apenas para um estudo inicial da obra, inclusive para uma avaliação das fundações. É evidente que as dimensões dependerão da resistência do concreto que será usado na obra. O cálculo estrutural pode confirmar ou não as dimensões estimadas.

40 / 42 Quantidade de materiais Estimativas aproximadas : Área do Tabuleiro = ( 60m + 100m + 60m) x 13,6m = 2992 m 2 3000 m2 Concreto : Para um vão de 100m, a espessura média segundo a Figura 33 pode ser estimada em 80cm, na faixa de 70cm a 90cm. Volume de concreto Área do Tabuleiro x espessura média = 3000m 2 x 0,8m 2400 m 3 = = ( 2100m3 a 2700 m3 ). Aço comum: Na Figura 35, no apoio, com altura da viga = 6,5m e largura do tabuleiro = 13,6m obtemos a taxa de 75 kg/m2. No meio do vão, e nos apoios extremos, com altura da viga = 2,5m e largura do tabuleiro = 13,6m obtemos a taxa de 52 kg/m2. Um valor médio para a superestrutura seria = ( 75 + 52 ) / 2 = 63,5 kg/m2 65 kg/m2 O total de aço CA50 seria = 3000 m2 65 kg/m2 195 ton Segundo o SETRA o valor mínimo a considerar é de 130kg/m3 de concreto = 2400 m3 130 kg/m3 312 ton Aço de Protensão : Na Figura 36, aço de protensão CP 190 RB, com fy =1700 MPa 50 kg/m2 Total = 3000 m2 50 kg/m2 150 ton. Segundo o SETRA o valor mínimo a considerar é de 40kg/m3 de concreto = 2400 m3 40 kg/m3 96 ton Observa-se que as estimativas de quantidades de aço, comum ou de protensão, têm dispersão muito grande.

41 / 42 Referências : 1- Yves Guyon Constructions en Béton Précontraint - Volumes 1 e 2 - Classes. États Limites Cours CHEBAP - Eyrolles 1966 2- Fritz Leonhardt Construções de Concreto Volume 1 a 6 - Editora Interciência 1979 3- Eduardo Thomaz Levantamento de dimensões de pontes com vigas pré-moldadas protendidas e de pontes com tabuleiro celular 1975 4- Walter Podolny, Jr Federal Highway Administration, U.S. Department of Transportation Concrete cable-stayed bridges and the feasibility of standardization of segmental bridges in the United States of America. FIP 90 Hamburg 1990 5- Kulka. F., Thoman, S.J. and Lin, T.Y., Feasibility of Standard Sections for Segmental Prestressed Concrete Box Girder Bridges - Report FHWA/RD -82 / 024 ( citado em [4]). 6- Jörg Schlaich The design of Structural concrete IABSE Workshop New delhi 1993 7- Fernando Uchoa Cavalcanti e Flávio Mota Monteiro Adaptação de Projetos de Obras de Arte Especiais da Ferrovia do Aço. Empresa de Engenharia Ferroviária 1982 8- Kupfer Hebert Tests on Prestressing Shear Reinforcement Spannbetonbau in der Bundesrepublick Deutshland 1983-1986 - FIP 10 th Congress - New-Delhi 1986. 9- Eduardo Thomaz de Concreto Protendido - Pontes com vigas pré-moldadas protendidas e pontes com tabuleiro celular IME 2002 RJ 10- Festschrift Rüsch Stahlbetonbau Bericht aus Forschung und Praxis - Editora Wilhelm Ernst & Sohn Berlin 1969 11- Walter Pfeil Ponte Rio Niterói Processos executivos. 1975 12- Diaz, Ernani : The technique of glueing precast elements of the Rio-Niteroi bridge. Matériaux et Constructions, Nr. 43, Jan. / Febr. 1975, S. 43-50 13- Noronha, A.A. und Muller, J. : Les tabliers en béton précontraint préfabrique du pont Rio-Niteroi au Brésil. Travaux, Dez. 1974, S. 52-59. 14- Kupfer Hebert Segmentäre Spannbetonträger im Brückenbau - Deutscher Ausschuss für Stahlbeton Heft 311 Berlin - 1980 15- Walter Pfeil - Concreto Protendido Métodos construtivos - Perdas de protensão 3ª edição Editora Didática e Científica Ltda -1991 16-10 o B.E.C - 10 o Batalhão de Engenharia e de Construção E.B - Lajes / S.C. - Nivelamento do tabuleiro da ponte sobre o rio Pelotas. Acompanhamento anual 1992. 17- Projconsult A ponte sobre o rio São Francisco - Bom Jesus da Lapa BAHIA Relatório descritivo do projeto e da obra. 1990

42 / 42 18- Roger Pamponet da Fonseca, José Manoel Morales Sánches A razão da Leveza da Ponte de Niemeyer em Brasília - Congresso III - ABPE 21 Abril 2010- Rio de Janeiro 19- Menn, C. (1990). Prestressed Concrete Bridges.- Birkhäuser Verlag, Basel, Switzerland. 20- S.E.T.R.A. (2007). Prestressed Concrete Bridges built by cantilever method Design and Stability during Erection www.setra.equipement.gouv.fr/img/doc/pap6_22-vion.doc (30.08.2009) 21- M. Ebrahim Fazly - Entwurf und Bemessung einer Extradosed-Brücke unter Verwendung von ultra-hochfestem Beton - Technische Universität Hamburg-Harburg - Institut für Baustatik und Stahlbau Oktober 2009 +++