CÓDIGO NACIONAL DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PLC 77/2015
MOTIVAÇÕES Estudos confirmam uma relação direta entre investimento - público e/ou privado - em ciência, tecnologia e inovação e o grau de progresso de uma nação. Diferentemente dos países ricos, que têm altos investimentos e altos índices de inovação, as nações em desenvolvimento, como o Brasil, usualmente apresentam baixo nível de inovação, um obstáculo para o crescimento da produtividade da economia. Em tempos de crise econômica mundial, nosso país precisa urgentemente mudar essa realidade. Os países mais resistentes às convulsões da economia mundial são os que fizeram investimentos pesados em educação, ciência e tecnologia, como componentes de política industrial. Na contramão deste cenário, o Brasil se encontra defasado em relação a outras nações (inclusive a Índia e a China), sendo imperioso que se atue efetivamente para reverter o cenário brasileiro atual, ao
encontro e em consonância com as diversas iniciativas que os agentes de desenvolvimento de CT&I têm promovido na busca de otimização de suas atividades. Assim, torna-se urgente propiciar condições para o desenvolvimento de um cenário de inovação, criação de novas tecnologias e desenvolvimento de novos produtos e processos, culminando em aumento do IDH regional e nacional, geração de novos empregos, circulação de riquezas e, em consequência, aumento de arrecadação que reverte em prol de todas as demais políticas públicas, constituindo se um círculo virtuoso.
São necessários investimentos consistentes nas ações específicas, valorização das universidades, das Entidades Públicas e Privadas de Ciência, Tecnologia e Inovação - ECTIs, das agências de fomento federais e estaduais, das secretarias gestoras de CT&I nos Estados, das empresas que executam projetos inovadores, dos pesquisadores que assumem a responsabilidade pelas ações de campo, enfim, por todos os que dão suporte ao Sistema Nacional de CT&I. Além da falta de investimento, um dos principais pleitos é a flexibilização da burocracia que as pesquisas enfrentam e que muitas vezes impede seu prosseguimento. Com o objetivo de extinguir os entraves em nossa legislação é que se propõe a aprovação do projeto de Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
DO CÓDIGO NACIONAL DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Nascido a partir de uma pioneira parceria entre setor público e privado, este projeto uniu um grupo de trabalho composto por parlamentares de diversos partidos políticos, pesquisadores, professores e membros de universidades públicas e privadas, empresários, investidores, gestores de Inovação, representantes de fundações de apoio, agências de fomento, membros de sociedades científicas, entre outros, para apurar as dificuldades que engessam o avanço da pesquisa, da tecnologia e da inovação no Brasil e propor mudanças na legislação. Assim, a partir das constatações dos maiores envolvidos neste tema, os quais possuem competência e experiência de atuação local e em outras nações, elaborou-se a redação do Código, tendo como principais avanços 1 : UNIFICAÇÃO DE CONCEITOS DISPERSOS NA LEGISLAÇÃO O Código define como entidade de Ciência, Tecnologia e Inovação (ECTI) a instituição, empresarial ou pública, com ou sem fins lucrativos, que atue em inovação, ciência e tecnologia. ECTIs serão as principais beneficiárias, juntamente com os pesquisadores, das inovações trazidas, a começar pela desburocratização do processo de licitações e contratos públicos no setor. 1 Fonte: Breno Rosa, coordenador do grupo de trabalho criado para elaborar o projeto de Código Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovação.
FLEXIBILIZAÇÃO DE REGRAS DE COMPRAS E CONTRATOS Eleva o teto para aquisição indireta, inclusive por importação, de R$ 8 mil para R$ 30 mil. Permite que a compra de bens e insumos de natureza comum seja feita de forma mais rápida, mediante análise de três orçamentos. Amplia os tetos para duração dos contratos de serviços dos atuais 60 meses (serviços essenciais) e 12 meses (emergenciais) para o prazo de duração do programa ou do projeto. A Lei n o 8.666/93 busca, antes de tudo, a economia de recursos públicos. No código, se procura valorizar a qualidade do produto ou do serviço adquirido. RECONHECIMENTO DA IDONEIDADE DO PESQUISADOR, NAS AVALIAÇÕES A justificativa apresentada para compra só poderá ser impugnada no órgão de controle [por exemplo, o TCU] se feita por pessoas que tenham a mesma qualificação técnica ou titulação do pesquisador. Hoje, quem faz a análise da prestação de contas de um pósdoutor é um técnico administrativo. DESBUROCRATIZAÇÃO DO ACESSO A EQUIPAMENTOS E INSUMOS Propicia tratamento simplificado e rápido para aquisição de bens e insumos para a pesquisa, entre quais dispensa de exame de similaridade, emissão de guia de importação e controles prévios ao despacho aduaneiro.
GARANTIA AOS PESQUISADORES DO ACESSO AO PATRIMÔNIO GENÉTICO Coleta e exploração do recurso genético da fauna e da flora, se apenas para pesquisa, poderão ser feitas sem a obrigatória autorização do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN). Hoje, é obrigatória a autorização prévia de pelo menos um órgão federal (CGEN, Ibama, CNPq ou Iphan). AUMENTO DA AUTONOMIA DO PESQUISADOR NA GESTÃO DE PROJETO Propicia a implantação de um sistema unificado on-line de prestação de contas. Permite ao pesquisador remanejar sem consulta prévia até 30% dos recursos do projeto de custeio para capital e vice-versa. Atualmente, cada órgão financiador vale-se de sistemas próprios. INCENTIVO À PARCERIA E PROTEÇÃO AO INVESTIMENTO PÚBLICO Garante a incorporação ao patrimônio da ECTI dos bens gerados ou adquiridos pelo projeto científico. Incentiva parcerias e sociedades com as universidades. Incentiva as micro e pequenas empresas, na forma de participação societária pública, inclusive das universidades, com a criação do voucher tecnológico. Amplia a atuação do pesquisador junto a empresas privadas para o desenvolvimento de projetos de inovação.
AMPLIAÇÃO DO NÚMERO DE EMPRESAS CONTEMPLADAS COM INCENTIVOS Estende benefícios tributários da Lei da Inovação às empresas usuárias do regime de lucro presumido. Regulamentada em 2005, a lei contempla apenas as empresas de lucro real, deixando à margem a maior parte das companhias. REDUÇÃO DO CUSTO-BRASIL NA ÁREA DA PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO Um dos principais avanços do Código proposto diz respeito à redução de custos das pesquisas, as quais serão desoneradas em 44% através da confirmação de que as bolsas de pesquisa são isentas do IRPF e INSS. A isenção, concedida desde 1995, é um investimento do governo federal para atrair os principais cérebros na condução das pesquisas públicas e privadas. Este incentivo estratégico amplia a capacidade da produção científica, desonerando todo o processo. BENEFÍCIOS PARA O PAÍS Aumento da competitividade no mercado internacional Desenvolvimento econômico e social Aumento da produção de medicamentos, industrial, agrária Redução das perdas e custos em processos produtivos Potencialização de formas de energia sustentável
Entidades envolvidas no projeto: