Biodiversidade em Minas Gerais



Documentos relacionados
Biodiversidade em Minas Gerais

Biodiversidade em Minas Gerais

Biodiversidade em Minas Gerais

Contas Bancárias - TJMG - CNPJ / (Resolução CNJ nº 154/ Provimento Conjunto nº 27/2013) Dados da Conta Bancária

Class. Geral / Class. PNE*

Biodiversidade em Minas Gerais

Banco de Dados CENÁRIO ATUAL (03/11/2015) Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil Seção Minas Gerais

Biodiversidade em Minas Gerais

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, RESGATAR A IMPORTÂNCIA DO BIOMA CAATINGA

DESMATAMENTO DA MATA CILIAR DO RIO SANTO ESTEVÃO EM WANDERLÂNDIA-TO

CLIMATOBOTÂNICA O QUE É CLIMATOBOTÂNICA QUADRO CLIMATOBOTÂNICO

ÍNDICE Unidades de Conservação e Áreas Prioritárias para Conservação... 1/ Áreas Prioritárias para Conservação...

O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas

Ituiutaba MG. Córrego da Piriquita AMVAP Estrada Municipal 030. Lázaro Silva. O Proprietário. Córrego

A origem, evolução e diversidade da fauna da Mata Atlântica. André Victor Lucci Freitas Departamento de Biologia Animal Unicamp

REPRESENTATIVIDADE DO BIOMA CAATINGA NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ

Listas Nacionais de Espécies Ameaçadas de Extinção

EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CAP. 04-7ºS ANOS

MÓDULO 1 CLASSES GERAIS. Professora: Andréa Carla Lima Rodrigues Monitora: Laís Leal

EXTINÇÃO DA FAUNA BRASILEIRA. Djenicer Alves Guilherme 1, Douglas Luiz 2

Unidade 8. Ciclos Biogeoquímicos e Interferências Humanas

Que ambiente é esse?

Domínios Florestais do Mundo e do Brasil

Biomas Brasileiros. 1. Bioma Floresta Amazônica. 2. Bioma Caatinga. 3. Bioma Cerrado. 4. Bioma Mata Atlântica. 5. Bioma Pantanal Mato- Grossense

. a d iza r to u a ia p ó C II

ÍNDICE. 7 - Conclusão... 1/ EIA-RL Janeiro de 2015 Rev. nº 00. LT 500 KV ESTREITO FERNÃO DIAS Estudo de Impacto Ambiental - EIA 1/1

HOTSPOTS. As Regiões Biologicamente mais Ricas e Ameaçadas do Planeta

Pesquisa Pantanal. Job: 13/0528

ÁGUA FLORESTAS E CLIMA: RUMO À COP 21

Os impactos ambientais de maior incidência no país

12/06/2015. Erosão em voçoroca CONCENTRAÇÃO GLOBAL DE CO2 ATMOSFÉRICO TRATAMENTO DE ÁREAS DEGRADADAS NÍVEIS DE GÁS CARBÔNICO EM MAUNA LOA (HAWAI)

Áreas degradadas. Áreas degradadas conceitos e extensão

Atlas ambiental do município de Itanhaém Capítulo 6 - Conservação ambiental

Nota técnica nº 001/2010.

Lista de Exercícios de Recuperação do 3 Bimestre

Prof. Pedro Brancalion

LEVANTAMENTO DOS ANIMAIS SINANTRÓPICOS DA SUB- BACIA HIDROGRÁFICA URBANA PILÃO DE PEDRA, EM PONTA GROSSA PR

Água e Floresta As lições da crise na região Sudeste

Marco legal, definições e tipos

GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS EM UM CENÁRIO DE CRISE HÍDRICA

Fuvest 2014 Geografia 2ª Fase (Segundo Dia) A região metropolitana do litoral sul paulista é constituída pelos municípios representados no mapa:

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

GRUPO VIII 3 o BIMESTRE PROVA A

PESQUISA PRESIDENTE GOVERNADOR - SENADOR PESQUISA RELATÓRIO 2/2 CONTRATANTE DA PESQUISA: PARTIDO DA REPÚBLICA-PR MINAS GERIAS ESTADO: MINAS GERAIS

Manejo Sustentável da Floresta

AUTORES: TELES, Maria do Socorro Lopes (1); SOUSA, Claire Anne Viana (2)

NOVO CÓDIGO FLORESTAL: IMPLICAÇÕES E MUDANÇAS PARA A REALIDADE DO PRODUTOR DE LEITE BRASILEIRO

2- (0,5) O acúmulo de lixo é um grave problema dos ambientes urbanos. Sobre o lixo responda: a) Quais são os principais destino do lixo?

Caatinga: exclusivamente brasileira

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016

BIOMAS BRASILEIROS. Prof.ª Débora Lia Ciências/ Biologia

Nosso Território: Ecossistemas

'Cachoeira da Onça' é opção de ecoturismo próximo a Manaus

CONHECENDO O CADASTRO AMBIENTAL RURAL

Devastação e perigo nos ecossistemas terrestres. a) Muitas espécies correm risco de extinção porque seus habitats estão sendo aos poucos

Módulo fiscal em Hectares

PROJETO DE LEI Nº, DE (Do Sr. SARNEY FILHO) O Congresso Nacional decreta:

Conservação da Ictiofauna na Bacia do Rio São Francisco

GEOGRAFIA DO RIO GRANDE DO SUL

EVANGÉLICOS EM MINAS GERAIS

Ensino Fundamental II

EMENDA AO PLDO/ PL Nº 009/2002-CN ANEXO DE METAS E PRIORIDADES

Os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais

CIÊNCIAS PROVA 2º BIMESTRE 6º ANO

CIDADES MÉDIAS EM MINAS GERAIS: DELIMITAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A PESQUISA EM PLANEJAMENTO URBANO

VULNERABILIDADE À EXTINÇÃO. Algumas espécies são mais vulneráveis à extinção e se enquadram em uma ou mais das seguintes categorias:

CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO PARA A FORMAÇÃO DE EDUCADORES AMBIENTAIS

Votação de Marília Campos nos municípios Resultados em ordem alfabética das cidades Município Votos % (*) ABAETÉ 17 0,16 ABRE CAMPO 14 0,18 ACAIACA 1

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens

GESTÃO AMBIENTAL. Zoneamento Ambiental. Espaços Territoriais especialmente protegidos ... Camila Regina Eberle

DISPOSIÇÕES PERMANENTES

PLANO DE AÇÃO NACIONAL DO PATO MERGULHÃO

REDES HIDROGRÁFICAS SÃO TODOS OS RECURSOS HIDROGRÁFICAS DE UM PAÍS, COMPOSTOS GERALMENTE PELOS RIOS, LAGOS E REPRESAS.

JUVENÍLIA 250 MIRAVÂNIA 250 Subtotal MONTALVÂNIA 750 Subtotal 750 FRUTA DE LEITE 420 JOSENÓPOLIS

Viveiro Florestal de São Romão: Avenida Doutor Paulo Ivo Martins Cardoso, 242 Renascer

COMPLEXOS REGIONAIS A AMAZÔNIA

PARECER TÉCNICO Nº 009 /2007(SUPRAM NOR) Nº / 2007 Indexado ao(s) Processo(s) Nº: 02213/2005/001/2006

CONTEÚDO E HABILIDADES APRENDER A APRENDER APRENDER A APRENDER FAZENDO E APRENDENDO GEOGRAFIA. Aula 23.2 Conteúdo. Região Nordeste

Município de Colíder MT

Questões ambientais do Brasil

Liberação comercial Eucalipto geneticamente modificado (H421) Potenciais riscos para a apicultura Brasileira

APARECIDA DE GOIÂNIA, DE DE 2016

CAP. 20 REGIÃO CENTRO- OESTE. Prof. Clésio

CADERNO DE EXERCÍCIOS

RESUMO EXPANDIDO. O Novo Código Florestal: impacto sobre os produtores rurais de Juína e região

Questão 25. Questão 26 Questão 27. alternativa D. alternativa A

DESMATAMENTO EM ÁREAS PROTEGIDAS DA CAATINGA

Área de Propriedade da Federação/Estado/Município ha porcentagem do total %

Eixo Temático ET Educação Ambiental A RPPN FAZENDA ALMAS NA ÓTICA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE SÃO JOSÉ DOS CORDEIROS-PB

Autorização de abertura de procedimentos licitatórios para contratação de obras. Bom Sucesso - São Tiago 45 63

Banco Mundial apoia projeto ambiental no RS

CONQUISTAS AOS AGRICULTORES NO CÓDIGO FLORESTAL

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE SEMA DEPARTAMENTO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E GESTAO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DEMUC

As Cabeceiras de um Rio que ainda não Morreu

a elevação do nível dos oceanos devido ao derretimento das calotas polares.

RESERVA BIOLÓGICA JAÍBA

Instruções para elaboração do Plano Diretor

01. (FUVEST) Dentre os vários aspectos que justificam a diversidade biológica da Mata Atlântica, encontram-se:

Sugestões de avaliação. Geografia 6 o ano Unidade 4

CONECTIVIDADE ENTRE A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E A PRODUÇÃO AGRÍCOLA EM REGIÃO DE CONFLITO COM A LEGISLAÇÃO. Jonas Caçador Cavalca de Barros

Transcrição:

Biodiversidade em Minas Gerais SEGUNDA EDIÇÃO ORGANIZADORES Gláucia Moreira Drummond Cássio Soares Martins Angelo Barbosa Monteiro Machado Fabiane Almeida Sebaio Yasmine Antonini Fundação Biodiversitas Belo Horizonte 2005

AVES O fato de Minas Gerais se localizar em uma região geográfica que engloba parte dos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga faz com que o Estado abrigue uma fauna de aves bastante rica e diversificada. De acordo com Sick (1997), quase metade das 1.678 espécies de aves brasileiras (n = 785) estão registradas para Minas Gerais. Dessas, 54 espécies são endêmicas da Mata Atlântica, 20 são endêmicas do Cerrado e 12 são endêmicas da Caatinga. Há ainda nove espécies típicas de montanhas do sudeste. Apesar da alta riqueza, um grande número de espécies de aves (n=106) está sob algum tipo de ameaça de extinção no Estado. Do total de espécies encontradas em Minas Gerais, 64 estão globalmente ameaçadas (Collar et al., 1994), 41 fazem parte da lista de espécies ameaçadas do Brasil (MMA, 2003) e 83 fazem parte da lista de espécies ameaçadas do Estado (Minas Gerais, 1996). Há 23 espécies consideradas ameaçadas de extinção por Collar et al. (1994) ou ameaçadas de extinção no Brasil (MMA, 2003) que não pertencem à lista de espécies ameaçadas de Minas Gerais. Dessas, 19 foram pouco registradas no Estado até o momento e apenas quatro possuem diversos registros. Dessas 23 espécies, cinco possuem registros antigos ou indefinidos, merecendo, portanto, uma reavaliação da sua ocorrência no Estado. A avifauna mineira vem sofrendo vários tipos de impactos negativos. A destruição de ambientes naturais foi o mais expressivo, motivando a inclusão de 61 espécies na lista de aves ameaçadas no Estado. Minas Gerais perdeu cerca de 121.000 hectares de Mata Atlântica entre 1995 e 2000 (Fundação SOS Mata Atlântica, 2002). Algumas regiões, como a do Triângulo, tiveram mais da metade (>75%) de seus hábitats naturais convertidos em plantações e pastagens. A fragmentação de hábitats, principalmente nas florestas, tem agravado a situação, levando à perda de espécies nos pequenos remanescentes de vegetação. Espécies de maior porte, como alguns jacus e mutuns, estão entre as aves mais afetadas pela fragmentação de florestas. Além desses, grandes frugívoros, como papagaios, araras e araçaris e pequenos passarinhos, como o Sporophila frontalis (pixoxó ou catatau) e o Oryzoborus maximiliani (bicudo) são igualmente afetados. Os principais impactos que podem levar ao desaparecimento de algumas espécies são aqueles provocados pelo corte seletivo de madeiras, pisoteamento e pressão sobre o sub-bosque por animais domésticos (gado) ou a própria presença do homem. Tanto o galito (Alectrurus tricolor) quanto o pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) são exemplos de espécies muito sensíveis à perturbação antrópica. Foram descobertas quatro novas espécies endêmicas, sendo duas na Mata Atlântica e duas na Caatinga. Apesar da descoberta dessas novas espécies, seis espécies foram agregadas à lista das ameaçadas no Estado. A captura de animais para criação em cativeiro e a caça predatória constituem as principais causas de declínio populacional, motivando a inclusão de 32 espécies na lista de aves ameaçadas no Estado. Espécies bastante ornamentais, como a arara-azul-grande (Anodorhynchus página anterior: Lobo Guará (Crysocion brachyurus). página ao lado: Urutau (Nyctibius griseus) Fotografias: Roberto Murta

56 hyacinthinus), o curió (Oryzoborus angolensis) e o canário-da-terra (Sicalis flaveola), ou que são bastante apreciadas na caça, como jacus (Penelope spp.), mutuns (Crax spp.) e inhambus (Crypturellus spp.), podem ser seletivamente eliminadas. Pequenos pássaros também podem ser alvo da exploração predatória, pois são caçados e vendidos em feiras livres, em algumas localidades. Os campos rupestres da Serra do Espinhaço e as áreas de mata seca no norte do Estado são duas áreas consideradas críticas para conservação devido à presença de espécies descritas recentemente e endêmicas ou quase endêmicas a Minas Gerais. Entre as espécies que aí ocorrem, o joão-cipó (Asthenes luizae), o cara-dourada (Phylloscartes roquettei) e o tico-tico-do- São-Francisco (Arremon franciscanus) merecem especial atenção. Pouco se sabe sobre a real distribuição do joão-cipó, mas, aparentemente, essa espécie está restrita aos campos rupestres da Serra do Espinhaço. O cara-dourada é conhecido através de apenas dois registros, feitos em 1926 e 1977, próximo a Brejo do Amparo, no vale do baixo rio São Francisco. O tico-tico-do-são- Francisco ocorre nas matas secas do norte do Estado e no sul da Bahia. Sua distribuição geográfica ainda é desconhecida, e o seu status de conservação, ainda não definido, pode ser crítico. Os remanescentes de Mata Atlântica localizados em regiões metropolitanas, como as de Belo Horizonte, Viçosa e Juiz de Fora, também foram apontados como de interesse para conservação. Nesses remanescentes existe um grande número de registros de espécies ameaçadas de extinção, e são regiões, em geral, muito bem inventariadas. A grande pressão antrópica causada pela presença de grandes cidades reforça a urgente necessidade de criação de outras Unidades de Conservação nessas localidades. As espécies consideradas criticamente em perigo, em geral, sofrem diversos tipos de ameaça e, assim como seus hábitats, merecem medidas de proteção especiais. De maneira geral, as principais medidas a serem adotadas para a proteção das aves são o controle dos desmatamentos e a proteção dos remanescentes de vegetação nativa, principalmente aqueles localizados na Mata Atlântica. A criação de Unidades de Conservação em áreas de Cerrado e Caatinga seria uma medida urgente para a conservação de aves, principalmente aquelas endêmicas a esses biomas. A fiscalização da caça e da captura de animais para criação em cativeiro é medida adicional de proteção, que pode auxiliar na preservação de algumas espécies ameaçadas. Para definir a importância biológica das áreas indicadas levou-se em consideração a variação do número de espécies endêmicas e ameaçadas entre os biomas. Esse número é maior na Mata Atlântica, intermediário no Cerrado e menor na Caatinga. Além disso, foram analisadas propostas de inclusão de novas áreas e foi revista a classificação das áreas já propostas para as quais se possuíam novas informações. A atualização do banco de dados contou com as sugestões propostas na consulta ampla e se baseou na consulta à literatura científica publicada entre 1998 e 2003. Das 14 listas consultadas, sete são de localidades da Mata Atlântica, seis do Cerrado (quatro da Serra da Canastra) e apenas uma da Caatinga. Apenas duas regiões do Estado possuem novos registros de aves que contribuíram significativamente para a escolha de novas áreas prioritárias: o vale do rio São Francisco (Kirwan et al., 2001) e o extremo nordeste da Mata Atlântica (Ribon & Maldonado-Coelho, 2001; Ribon et al., 2003; Marini et al., 2003) Este grupo temático indicou 111 áreas prioritárias para conservação da avifauna: cinco foram incluídas na categoria de importância biológica Especial, 42 na de importância biológica Extrema, 17 na de importância biológica Muito Alta, 15 na de importância biológica Alta e 28 na de importância biológica Potencial. A diminuição do número de áreas prioritárias em relação ao documento anterior deveu-se principalmente ao refinameto da análise das áreas anteriormente propostas, com destaque para as áreas da categoria Potencial. Duas novas áreas especiais foram incorporadas à avaliação de 1998, as quais correspondem aos contrafortes da serra do Cabral e a parte norte da serra do Espinhaço. A classificação das áreas como de importância biológica Especial justificou-se pela presença de espécies de destribuição restrita (p.ex. a Asthenes luizae, na Serra do Cipó e Espinhaço Norte, assim como Augastes scutatus neste último, e a Phylloscartes roquettei, em Brejo do Amparo e Contrafortes da Serra do Cabral) e áreas com ambientes únicos (p.ex. o Jaíba).

O maior volume de informações em algumas áreas da Mata Atlântica mineira, com a maior concentração de registros de espécies ameaçadas de extinção, possibilitou a identificação de um complexo de áreas de Extrema importância biológica, como os Parques Estaduais do Rio Doce e da Serra do Brigadeiro. A grande pressão antrópica reforça a necessidade de criação de outras unidades de conservação nessas regiões. Na Mata Atlântica que ocorre no Sul/Sudoeste de Minas foram indicadas diversas áreas situadas na Serra da Mantiqueira, como a região do Parque Nacional do Itatiaia / Serra do Papagaio e de Poços de Caldas. Apesar do pouco conhecimento que se tem sobre a Mata Atlântica que ocorre na região do Jequitinhonha, três novas áreas de importância Extrema foram propostas no extremo nordeste do Estado, além de outras três na categoria Potencial. No Cerrado, além das novas áreas incorporadas na categoria de importância biológica Especial, Espinhaço Norte e Contrafortes da Serra do Cabral, as áreas de importância biológica Extrema, como os Parques Nacionais da Serra da Canastra e Grande Sertão Veredas foram mantidas. Na parte central do Estado, este bioma é representado por várias pequenas áreas, com destaque para a região cárstica de Lagoa Santa. Nesta revisão, outras áreas prioritárias foram propostas para o centro-norte e oeste do Triângulo devido à presença de muitas espécies ameaçadas de extinção, apesar dos poucos inventários existentes. Trata-se de uma região sob elevada pressão antrópica, que carece de grandes áreas protegidas. Ainda no bioma Cerrado, a região noroeste, que possui localidades com muitas espécies ameaçadas, merece atenção especial. Na Caatinga, destacam-se, entre as áreas indicadas, a região do Jaíba, a bacia do rio Peruaçu e as matas das margens do baixo rio São Francisco, além de áreas no alto e médio rio Jequitinhonha e região de Janaúba. 57

ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DAS AVES DE MINAS GERAIS 1 Norte do Peruaçu 2 Jaíba 3 Vale do Peruaçu 4 Brejo do Amparo 5 São Francisco / Peruaçu 6 Verde Grande 7 Região de Espinosa / Gameleira 8 Região de Montezuma 9 Região de Porteirinha 10 Região de Janaúba 11 Região de Francisco Sá 12 Região de Montes Claros 13 Região do Tejuco / Pandeiros 14 Parque Estadual Serra das Araras 15 Parque Nacional Grande Sertão Veredas 16 Vale do Rio Urucuia 17 Região de Buritis 18 Região de Unaí 19 Sagarana 20 Baixo Rio Urucuia 21 Encostas do Rio Preto 22 Espinhaço Norte 23 Região de Turmalina 24 Região de Itamarandiba 25 Rio Capivari 26 Região de Araçuaí 27 Região de Coronel Murta 28 Ninheira 29 Reserva Biológica da Mata Escura 30 Região de Bandeira 31 Região de Almenara 32 Fazenda Santana 33 Cariri 34 Região de Salto da Divisa 35 Região de Joaima 36 Região de Teófilo Otoni 37 Região de Itambacuri 38 Região de Central de Minas 39 Região de Itueta 40 Região de Aimorés 41 Várzeas de Pirapora 42 Contrafortes da Serra do Cabral 43 Região de Buritizeiro 44 Serra do Cabral 45 Estação Ecológica de Pirapitinga 46 Fazenda Santa Cruz 47 Região de Bom Despacho 48 Região de Onça do Pitangui 49 Região de Florestal 50 Carste de Lagoa Santa 51 Espinhaço Central de Minas Gerais 52 Braúnas 53 Matas de Coronel Fabriciano 54 Região de Nova Era / Itabira 55 Região de São Domingos do Prata 56 Parque Estadual do Rio Doce 57 RPPN Feliciano Miguel Abdala 58 Corredor Caratinga / Sossego 59 Parque Nacional do Caparaó 60 Serra do Brigadeiro 61 Região de Carangola / Caparaó 62 Região de Viçosa 63 Região de Presidente Bernardes 64 Espinhaço Sul 65 Região de Brasilândia de Minas 66 Fazenda Três Rios 67 Reserva Acangaú 68 Região de Vazante 69 Região de João Pinheiro 70 Região de São Gonçalo do Abaeté 71 Região de Presidente Olegário 72 Região de Coromandel 73 Região de São Gotardo 74 Ribeirão do Salitre 75 Região de Araxá 76 RPPN Galheiro 77 Nova Ponte 78 Parque Nacional Serra da Canastra 79 Região de Conquista 80 Volta Grande 81 Leste do Triângulo 82 Norte de Uberaba 83 Matas de Itumbiara 84 Parque Florestal Salto e Ponte 85 Região de Canápolis 86 Região de Campina Verde 87 Ninhal do Barreiro 88 Região de Arcos 89 Nova Floresta 90 Região de Monte Belo 91 Região de Alfenas 92 Região de Poços de Caldas 93 Sul de Minas 94 Região de Camanducaia 95 Região de Lambari 96 Floresta Nacional de Passa Quatro 97 Itatiaia / Serra do Papagaio 98 Região de Carrancas 99 Região de Itumirim / Bom Sucesso 100 Lagoa Dourada 101 Região de Barbacena 102 APA São José 103 Parque Estadual do Ibitipoca 104 Região de Olaria 105 Região de Juiz de Fora 106 Rio Pomba 107 Serra do Descoberto 108 Região de Cataguases 109 Região de Além Paraíba 110 Matas de Pirapetinga 111 Rio Carangola

Relação das áreas indicadas para a conservação das aves de Minas Gerais Número da Área Nome da Área Pressões Antrópicas Recomendações Categoria 1 Norte do Peruaçu Potencial 2 Jaíba Especial 3 Vale do Peruaçu Extrema 4 Brejo do Amparo Especial 5 São Francisco / Peruaçu Potencial 6 Verde Grande Alta 7 Região de Espinosa / Gameleira Potencial 8 Região de Montezuma Potencial 9 Região de Porteirinha Potencial 10 Região de Janaúba Extrema 11 Região de Francisco Sá Potencial 12 Região de Montes Claros Potencial 13 Região do Tejuco / Pandeiros Extrema 14 Parque Estadual Serra das Araras Potencial 15 Parque Nacional Grande Sertão Veredas Extrema 16 Vale do Rio Urucuia Alta 17 Região de Buritis Potencial 18 Região de Unaí Extrema 19 Sagarana Alta 20 Baixo Rio Urucuia Potencial 21 Encostas do Rio Preto Potencial 22 Espinhaço Norte Especial 23 Região de Turmalina Potencial 24 Região de Itamarandiba Potencial 25 Rio Capivari Muito Alta 26 Região de Araçuaí Alta 27 Região de Coronel Murta Extrema 28 Ninheira Potencial 29 Reserva Biológica da Mata Escura Extrema 30 Região de Bandeira Extrema 31 Região de Almenara Potencial 32 Fazenda Santana Extrema 33 Cariri Extrema 34 Região de Salto da Divisa Potencial 35 Região de Joaima Muito Alta 36 Região de Teófilo Otoni Muito Alta 37 Região de Itambacuri Muito Alta 38 Região de Central de Minas Alta 39 Região de Itueta Alta 40 Região de Aimorés Extrema 41 Várzeas de Pirapora Extrema 42 Contrafortes da Serra do Cabral Especial 43 Região de Buritizeiro Muito Alta 44 Serra do Cabral Alta 45 Estação Ecológica de Pirapitinga Extrema 46 Fazenda Santa Cruz Extrema 47 Região de Bom Despacho Muito Alta 48 Região de Onça do Pitangui Muito Alta 49 Região de Florestal Alta 50 Carste de Lagoa Santa Extrema 51 Espinhaço Central de Minas Gerais Especial 52 Braúnas Extrema 53 Matas de Coronel Fabriciano Potencial 54 Região de Nova Era / Itabira Muito Alta 55 Região de São Domingos do Prata Alta 56 Parque Estadual do Rio Doce Extrema 62

Número da Área Nome da Área Pressões Antrópicas Recomendações Categoria 57 RPPN Feliciano Miguel Abdala Extrema 58 Corredor Caratinga / Sossego Potencial 59 Parque Nacional do Caparaó Extrema 60 Serra do Brigadeiro Extrema 61 Região de Carangola / Caparaó Potencial 62 Região de Viçosa Extrema 63 Região de Presidente Bernardes Alta 64 Espinhaço Sul Extrema 65 Região de Brasilândia de Minas Extrema 66 Fazenda Três Rios Extrema 67 Reserva Acangaú Muito Alta 68 Região de Vazante Extrema 69 Região de João Pinheiro Muito Alta 70 Região de São Gotardo do Abaeté Muito Alta 71 Região de Presidente Olegário Alta 72 Região de Coromandel Alta 73 Região de São Gotardo Potencial 74 Ribeirão do Salitre Extrema 75 Região de Araxá Extrema 76 RPPN Galheiro Extrema 77 Nova Ponte Muito Alta 78 Parque Nacional Serra da Canastra Extrema 79 Região de Conquista Muito Alta 80 Volta Grande Alta 81 Leste do Triângulo Potencial 82 Norte de Uberaba Extrema 83 Matas de Itumbiara Extrema 84 Parque Florestal Salto e Ponte Muito Alta 85 Região de Canápolis Potencial 86 Região de Campina Verde Potencial 87 Ninhal do Barreiro Extrema 88 Região de Arcos Muito Alta 89 Nova Floresta Muito Alta 90 Região de Monte Belo Extrema 91 Região de Alfenas Alta 92 Região de Poços de Caldas Extrema 93 Sul de Minas Potencial 94 Região de Camanducaia Muito Alta 95 Região de Lambari Muito Alta 96 Floresta Nacional de Passa Quatro Extrema 97 Itatiaia / Serra do Papagaio Extrema 98 Região de Carrancas Potencial 99 Região de Itumirim / Bom Sucesso Muito Alta 100 Lagoa Dourada Potencial 101 Região de Barbacena Potencial 102 APA São José Extrema 103 Parque Estadual do Ibitipoca Extrema 104 Região de Olaria Potencial 105 Região de Juiz de Fora Extrema 106 Rio Pomba Extrema 107 Serra do Descoberto Alta 108 Região de Cataguases Extrema 109 Região de Além Paraíba Potencial 110 Matas de Pirapetinga Extrema 111 Rio Carangola Alta Consulte legenda dos ícones desta tabela na orelha da página 202. 63

LEGENDA DOS ÍCONES DAS TABELAS Pressões Antrópicas Agropecuária e Pecuária Agricultura Assoreamento Barramento Caça Desmatamento Espécies exóticas invasoras Expansão urbana Extração de madeira Extração vegetal Isolamento Mineração Monocultura Pesca predatória Piscicultura Queimada Turismo desordenado Recomendações Educação ambiental Fiscalização Inventários Monitoramento Plano de manejo Promover conectividade Recuperação Regularização fundiária Unidades de Conservação